História Não pode ter palavrão - Que mentira

Eu não sei porque mas ela ficou com raiva de mim, eu fiquei pensando "que?", serio, como eu ia saber o que ela queria?  E ela falou muito baixo também, eu não sei ler mentes minha querida. Mas mesmo assim eu tive que ir lá e segurar a boca do demônio que estava pedindo por socorro, mas que merda, que ele morra mas não nós leve junto, e então ela fez ele apagar, eu queria sair dali, estava achando que eles ia vir atras de nós mas ela:
— Não! Tem que ter uma maneira de salvarmos eles, só precisamos pensar, não vou deixar eles para trás.
— Sei, e nós vamos morrer, eles devem ter ouvido esse cara, eles já devem estar na porta esperando para entrar, por que você quer salvar eles?
— Porque é errado deixar pessoas assim na mão de monstros, temos que fazer algo.

É claro que eu fiquei com um pouco de medo sabe, só um pouco, desses cara, que tinham armas, e com o que poderia acontecer comigo se eu fosse capturado, e que a memoria daquela cena me da vontade de vomitar e chorar em posição fetal mas eu que não ia ficar lá por eles. A unica arma que eu tenho é, sei lá, umas pilhas que eu peguei lá na lojinha? Eu até que quero tirar eles de lá mas não dá né, e enquanto eu pensava e como íamos morrer ou ser usados pro resto da vida, eu ficar observando um cara quase tinha nós matado de susto e ela ficava lá pensando num plano de resgate com uma pistola, um cara que não sabe usar magia, pilhas (minha arma hahaha) e quem sabe, alguma super magica que ela tenha aprendido e que poderia matar todos o caras maus e salvar todas os inocentes, bom, parece que ela não sabe, quem sabe morrer não seja um opção tão ruim... a não ser que um cara aparece na porta, passando o dedo na garganta e com um sorriso cínico.
— MEEERDA!!!
— Que fo--

Ela viu também e do como um ágil felino das pradarias do leste de Serkis, ele se atirou contra ela e ela como uma criatura que sofre de retardamento e que por alguma motivo já estava com a arma na mão, deu um tiro nele, mentira, ela foi rápida. Atirou enquanto ele tava no ar ainda, ele caiu que nem o cara da estrada hahahaah ele não fez "ploft", ele fez "vocês estão mortos" hahahahaha, eu estou morto (tava chorando de felicidade, morreu um, vai vir o batalhão, e sim, eu estava tremendo de medo porque não é todo dia que um cara caiu morto perto de você).
Ela pareceu ficar sem saber o que fazer -eu acho- então eu disse:
— Vamos embora! Não podemos salvar ninguém mortos!
— Não, eu não vou recuar, nós podemos ter uma chance.
— Eu disse, não da pra salvar ninguém se estivermos mort--

E começou um tiroteio lá fora, a unica coisa que passou pela minha cabeça antes do xixi entra minha pernas foi "fudeu" e então eu sai correndo pra pegar minha mochila enquanto eu pensava "se eu me esconder embaixo da mesa vou morrer, com a mochila é muito ruim de correr, de qualquer forma eu vou morrer ahahaha merda" e quando peguei a mochila e já ia correndo pela porta da frente por onde o dono da poça de sangue que se espalhava pelo chão entrou eu vi uma coisa que me surpreendeu: um unicórnio, mentira hahahaha (mas bem que eu queria), eu vi mais caras com armas atirando na direção da casa onde os caras maus estavam e tinha tiros que saiam da casa onde os cara maus estavam... Estavam brigando, puta merda, vai ser minha chance, eu olhei para trás pra ir pelas portas do fundo quando eu vi ela lá, pegando as coisas dela e do nada dizendo pra mim:
— É nossa chance!
Eu sou meio lento então eu demorei para dar uma resposta boa:
— Sim, de fugir!
Melhor resposta de todas ahahaha
— Não, nós podemos acabar com eles enquanto estão distraídos, eu mato o usuário de magia deles e então vamos acabar com os outros!
— inclusive com os lá de fora? tem muitos, eu não sei se posso matar mais de 50 caras com pilhas, idiota!
— Confia, ou quer ir embora sozinho? Se quiser pode ir morrer.
— Você também, quer ir sozinha? Morrer? Nós não vamos conseguir!
— Pessimista, por isso não consegue usar magia, é muito negativo, agora, me segue.
— Por acaso você agora me da ordens?
— Quem está com a arma e sabe lançar fogo pelas mãos? Vamos.

E eu fui com ela, por que? Porque eu achei que poderia pelos menos funcionar por alguns momentos e eu poderia salvar alguém e fazer alguma coisa para parecer menos covarde, mas para que? Mostrar que sou menos covarde, para quem? Vamos todos morrer afinal e eu não sou protagonista de historia feliz, tem pessoas sendo estrupadas e mortas aqui, que tem de feliz e positivo aqui? Um cara pulou em nossa direção para nós matar, o que tem de BOM AQUI???? 

Nós entramos pelas portas dos fundo e damos de cara com o bruxinho que sabe voar e controlar a mente das pessoas e não deve ser nomeado. Quando entramos, eles nós viu e ela então mirou nele e atirou mas ele desviou... não, ele não desviou da bala em movimento, ela demorou uns poucos milissegundos e ele conseguiu se jogar no chão, e eu ia correndo pro canto da parede enquanto ela tentando matar ele de novo nele e ele gritando "MATEM ELES!"  e obviamente eu morri, mentira, obviamente eles miraram para nós e começaram a atirar e uma bala (quem dera fosse uma bala de doce), uma unica bala me acertou na perna, a esquerda, eu ia gritar mas bati com a cara na parece e quando cai no chão me segurei para não gritar e chamar atenção das armas, digo, caras com armas para atirarem em mim e nela, mas como uma deusa da boa mira, acertou o brilhante "Houdin" e mais 7 caras, inclusive o que me acertou (otário, quem manda fazer isso), acho que está sobrando mais algumas balas para ela "divar" mais e me ajudar a sobreviver, uma coisa que eu não percebi de primeira mas logo eu entendi, um deles estava usando uma criança como escudo. Eu fiquei puto da vida por tamanha audácia dele de ser um horrível ser humano? Não, eu não sou assim caras, eu logo sentei no canto e comecei a procurar por um pedaço de pano para colocar na perna, já que estava ali, eu tinha que fazer alguma coisa e não ser um inútil e sangrar até a morte. 

Enquanto ela ia acabando com todos que apareciam na sala, eu vi o momento em que o cara do escudo de garoto quase sem roupas, ensaguentado e desmaiado (o escudo) teve a perna acertada e quando deixou o garoto (escudo hahaha) cair e, rapidamente, segurou a arma com as duas mãos para poder matar ela, foi atingido por uma bala no rosto e eu tenho que dizer: que linda visão, não do cara sendo morto, mas na casa tinha o quadro do disco da minha banda favorita, que lindo, aquele disco era maravilhoso. Bom, ela apareceu do meu lado para tentar curar minha perna.
- Vai ficar tudo bem, eu posso dar um jeito, eu só preciso de uns segundos e tudo bem.

Rapaz... Ela estava falando para mim não, menina egoísta, ela queria que o plano dele desse certo, eu pouco importava, que coisa em "mas como você sabe disso? ela tentando falar palavras de consolo e bla bla bla" se fode também otário, deu para entender pelo jeito que ela falava e eu lá "tudo bem né? eu vim aqui para ajudar, vamos ajuda, mas que ela morra, filha da puta, sabia que ia da merda mas mesmo assim me chamou para essa merda, sua desgraçada, bastarda, criatura das trevas, filha do demônio..." -eu só achei que ela tava pensando nela mesmo, eu sou doido e ficava deduzindo o que as pessoas pensavam e por que faziam as coisas que faziam então achei que ela só estava fazendo aquilo para se ajudar mas né, ela estava curando minha perna, vamos agradecer enquanto dá - eu podia estar pensando em todos os modos de se ofender alguém mas já que ela estava me curando eu só disse:
— Tá tudo bem, calma, eu consigo me virar, vai se livrando deles que eu tento fazer alguma coisa.
— Está bom então, pega isso e me cobre.

Ela me deu uma metralhadora (por que? por que não me da um pedaço de bolo, um filme de animais fofos, alguma coisa boa né). E então ela começou a puxar as pessoas para fora da casa , ela queria salvar todos (alguns conseguiam se arrastar, pelo menos isso para ajudar)... alguém me mata, ou não, por que raios de motivo eu fui pensar isso, um cara apareceu enquanto ela ia levando algum coitado para fora e eu fiz que fazer o que eu conseguia, ficar com medo e não consegui me mover, ele já estava puxando o gatilho quando uma mulher se jogou na minha frente e levou o tiro, e depois outro, e depois outro e depois outro e mais outro.

Antes que ele pudesse recarregar a arma dele aquela garota entrou e matou ele. Como ela pode estar fazendo aquilo tão bem? Como ela parece estar lidando com isso tão bem? Mas naquele momento, mesmo com sala onde estávamos cheia de sangue e pessoas que precisavam de ajuda, eu só conseguia olhar para uma pessoa, para aquela mulher que eu vi pelas frestas, chorando e mesmo sem forças tentava se livrar daqueles que agora então mortos no chão, a mulher que se jogou na minha frente para não deixar eu morrer, pelo menos ela agora está com um sorriso... Ela está melhor né? Ela está livre deles, né? Ela está bem, né? ... se eu tivesse atirado nele antes, se eu não estivesse com medo... eu fui um inútil de novo...

AAARGH POR QUE EU NÃO MORRO LOGO ENTÃO, POR QUE EU NÃO MORRI AINDA? Se eu tivesse morrido para salvar ela? Ela estaria bem? Ela seria salva por aquela garota?
...

Eu não consegui pensar muito bem naquele momento mas logo lembrei que precisava fazer alguma coisa para continuar vivo. "Eu vou sair daqui,  pouco importa o resto deles, eu vou embora" foi o que eu pensei e foi isso que eu fiz, eu sai, a porta dos fundo dava para um quintal com uma pequena cerca que dava a um terreno que parecia abandonado e por fim, para rua onde dava para ir para fora da cidade e enquanto eu saia eu ouvi ela falar:
— O que você está fazendo? Você não pode continuar ferido assim!

Mas eu não queria saber, eu ia embora, eu pulei a cerca e então ouvi um tiro, a roupa que eu estava usando já estava manchada de sangue e eu quando eu coloquei a mão no meu abdômen, eu não consegui diferenciar se era meu sangue ou daquela mulher, se aquilo estava acontecendo comigo, seu eu fui um idiota, se eu ia me e-----