História Não Sou Todo Mundo - O destino nos prega cada peça...

Não, não, não... Chanyeol não poderia estar gostando de Baekhyun, não desse jeito, não!

Desde o início seu maior medo foi que "Park Jiyeon" se repetisse em sua vida. Jiyeon é sua ex-namorada, primeiro e único amor até então. Jiyeon era basicamente uma versão feminina de Baekhyun. Era amável e gentil com todos ao seu redor e vivia sorrindo. Quando Chanyeol viu o rapaz pela primeira vez, foi quase impossível não fazer a comparação. Ele amava a garota, sentia que nasceram um para o outro e todo aquele clichê adolescente. Mas quando ele menos esperou ela o traiu, da pior forma possível. Desde então ele jurou para si mesmo que nunca mais cairia na lábia desses seres completamente falsos, que aparentam ser algo ela de repente te destrói por inteiro.

Culpa esse o motivo para nunca ter aceitado as ajudas de Baekhyun com cordialidade. Temia que ele quisesse se aproximar apenas para destroça-lo ainda mais. E não estava errado, de certa forma. No fim de tudo, Baekhyun provou ser tão ruim quando sua ex foi e que talvez tivesse feito coisa pior caso tivesse mais tempo e Chanyeol tivesse cedido mais.

— Eu não gosto dele, isso é impossível! — disse mais si mesmo que para qualquer outra pessoa. — Não posso gostar de alguém que só me fez mal.

— Hyung… — Sehun pôs a mão no ombro do amigo. — O Baekhyun não é a Jiyeon. Você precisa superá-la e parar de confundir as coisas.

Chanyeol nada disse. Continuou fitando o chão a procura de algo que o ajudasse a por os pensamentos no lugar. Não estava confundindo, certo? Baekhyun fizera-lhe mal, estava certo em querer distância, não é mesmo?

— Espera um pouco — agora foi Luhan quem falou. — Como essa tal Jiyeon era?

Chanyeol franziu o cenho, mas respondeu:

— Cabelos castanhos, magra, mais ou menos da altura do Baekhyun…

— Ela tinha alguma irmã ou coisa parecida?

O professor de ciências exatas forçou um pouco sua mente à procura de qualquer lembrança que pudesse responder a pergunta do rapaz, mesmo não fazendo ideia de porquê delas.

— Sim, tinha. Soyeon, sua irmã mais velha.

Todas as suposições mentais de Luhan fizeram sentido, finalmente entendeu que unir Baekhyun e Chanyeol era algo do destino, pois só assim para explicar tamanha coincidência.

— Chanyeol, eu acho que essa Soyeon é a ex-namorada do Baekhyun.

Sehun e Chanyeol arregalaram os olhos. Sem dúvidas para o mais novo aquilo estava melhor que os doramas que melhor amiga, Eunjung, o obriga a assistir. E por falar da garota, o celular de Sehun toca, no visor estampado o nome dela. Luhan tenta desvia o olhar, já que nunca gostou muito dessa amiga, mas a aturava para não causar nenhuma briga com seu namorado. Sehun saiu da sala para atender Eunjung, deixando os rapazes para trás. 

— Explica isso direito, Luhan.

O mencionado saiu de seus devaneios ciumentos e voltou a atenção para o Park.

— Bem, se eu não estiver enganado, Baekhyun era completamente apaixonado por Soyeon, sua colega de faculdade. Ela, no entanto, não gostava dele, mas isso não o fez desistir — explicou. — Depois de muito finalmente conseguiu ter algo com ela, mas nunca foi correspondido da mesma forma. Foi então que numa festa a qual ela foi sozinha, a gravaram se agarrando com outra garota e mandaram para ele. Baekhyun chorou durante dias e desde então prometeu a si mesmo que nunca magoaria ninguém e sempre faria com que elas gostem de si, para saber que está fazendo seu trabalho bem.

Ao fim da história, Chanyeol não conseguia pensar em nada além do quão idiota foi tratando o colega de profissão daquela forma.

— Então… nós fomos traídos por duas irmãs?

Luhan riu e balançou a cabeça positivamente.

— Parece que Chanbaek nasceu para ser.

…

BaekHyun tinha em mente sair, ir ao banco pegar o extrato de seu salário, visitar seu primo, Xiumin, porém acabou por desistir depois da conversa nada amistosa com Park Chanyeol. Queria poder gritar tudo que sentia, toda a raiva por Chanyeol, toda mágoa sobre si mesmo e a pessoa que se tornou somente por querer que todos ao seu redor gostasse de si.

Seu único desejo desde o início foi fazer com que Chanyeol sentisse o mínimo de afeição que conseguisse por si. Sempre foi acostumado a agradar a todos ao seu redor, desde pequeno. Se pudesse fazer algo para ajudar alguém, mesmo um desconhecido, ele faria, pois nada o alegrava mais do que ver as pessoas felizes. O fato de todos gostarem de si era apenas uma consequência dos seus atos autruista.

Sua meta inicial sempre foi fazer com que Chanyeol percebesse isso e visse que seus julgamentos precipitados poderiam ser totalmente inválidos. Só que nada disso aconteceu conforme ele pensou desde o início. Acabou sendo idiota demais e fazendo uma promessa que mais parecia uma aposta, não poderia julgar Chanyeol, em seu lugar também estaria confuso no momento.

Por hora, iria desabafar com Lay já que Luhan estaria com outras preocupações. Não encheria o chinês com seus problemas, quando ele já tem os seus próprio.

Lavou o rosto pela milésima vez e estando prestes a sair do banheiro, abriu as porta, não percebendo que o amigo estava atrás dela, acertando-o em cheio. Lay foi parar no chão devido ao baque. Baekhyun abriu a boca surpreso, ajoelhou-se em seguida e o abraçou.

— Aigoo! Eu sou um louco psicopata que quase matou o segundo melhor amigo — Baekhyun lamenta choramingando. — O Park estava certo, eu só ligo para os meus próprios sentimentos. Sou um egoísta de merda! — ajudou o amigo a levantar. — Você está bem?

Lay o encara de olhos cerrados. Não sabia se ficava ofendido por ser o segundo ou se ajudava e aconselhava o amigo, mas assentiu. Até tentou dizer algo, mas o coreano não permitia.

— Eu sou a pior pessoa do mundo por apenas querer que ele goste de mim? — Lay abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada já que Baekhyun não ficava quieto. — Todo mundo gosta de mim, por que ele não?

— Primeiro, para de drama e de ficar se xingando! — Lay consegue finalmente se pronunciar. — Segundo, como assim eu sou o segundo melhor amigo? Lay está ofendido…

— Tá vendo? Eu só faço merda!

O chinês revira os olhos e senta ao lado do amigo enquanto o abraça, aproveitando para beijar-lhe a bochecha.

— Se você não parar de se xingar, sinta-se à vontade para sair da minha casa.

— Eu vou.

Lay fica alguns segundos pensando. Esperava um "Ok, eu paro" Ou um "Não seja assim" manhoso, mas não. O coreano apenas concordou, sem retrucava como sempre fazia.

— Como assim? Estou brincando, Baek!

— Mas eu não. Não tem mais motivo algum para eu ficar aqui. Mudei-me para cá por causa do plano, se não tem mais plano eu posso voltar para casa.

— E quanto ao Chanyeol?

Baekhyun encara o chão antes de dizer aquilo que nunca pensou que diria algum dia:

— Chegou a hora de desistir.