História Não Sou Todo Mundo - Melhor mãe de todas!

— Meu o quê?

Os olhos do Park duplicaram de tamanho, se é que possível. Baekhyun ainda sorria, enquanto encarava o rapaz. Seu sorriso não tinha o mínimo se pretensão, mas Chanyeol duvidava muito disso.

— Seu vizinhos, oras. Não vai me convidar para entrar? — o Park estava tão atônito a tudo ao seu redor, quem nem ao menos pensou em responder a pergunta. — Não seja mal educado, Chanyeol-ah — disse manhoso, esgueirando-se para dentro da casa sem ao menos ser convidado.

Ao perceber isso, Chanyeol rapidamente recupera a consciência, encarando o ruivo com fúria no olhar.

— Poderia fazer a gentileza de se retirar da minha casa? — tentava manter a calma, sem de fato conseguir.

— Por que tão mal-humorado Park Chanyeol? — olhou ao redor do apartamento nem tão grande e nem tão pequeno do Park, parando a visão na mesa cheia de papéis de trabalho. Quase pôde sentir a lâmpada em cima de sua cabeça. — Não quer ajuda com isso? — apontou.

— Ajuda com o quê? — Chanyeol incorporou a garota do "exorcista" quando girou a cabeça em 180 graus para encarar quem havia perguntado.

— Mãe? O que a senhora faz aqui?

— Vim te visitar, querido — a mulher de cabelos negros adentrou o imóvel. — Quem é esse rapaz tão lindo? Seu namorado, Chanyeol? — o homem de cabelos brancos quase engasgou com a própria saliva, ao ouvir o que a mãe disse. Baekhyun soltou uma risadinha contida.

— Não, ele é colega de trabalho que já está de saída.

— Mas por quê? Está tão cedo — a mulher disse, enquanto colocava sua bolsa no sofá.

— Concordo, sra. Park. Mas seu filho está me expulsando — dramatizou, sendo fuzilou com o olhar do outro sobre si.

— Park Chanyeol, eu não te dei educação não? — continuou, nem esperando o filho se defender. — Pode ficar meu querido, ele é mal humorado assim mesmo, mas é uma boa pessoa.

— Eu sei disso, sra. Park.

Baekhyun não reparou, mas Chanyeol o encarou com a expressão mais confusa e fofa já vista em todo o mundo. E não é apenas um eufemismo.

— Ok, agora para de me chamar de "sra. Park " antes que eu mesma te expulse daqui. — Baekhyun sorriu. — Pode me chamar apenas de Sujeong.

— Tudo bem.

— Você é tão fofo — apertou as bochechas alheias. — Não é Chanyeol? — perguntou ao rapaz que ainda segurava a porta aberta, acabando por concordar sem nem saber do que se tratava. — Filho, para de estranhices e fecha essa porta. Eu vou preparar algo para comermos, porque se depender desse garoto a gente morre de fome — e assim se retirou, indo para a cozinha.

— Agora que ela se distraiu lá dentro, você já pode inventar uma desculpa para ir embora.

— E por que eu faria isso? — o baixinho sorriu. — Temos muita coisa para fazer — foi em direção à mesa de trabalho do outro, sentando lá. — Fecha essa porta, está frio.

Chanyeol não sabia se ria da folga do outro, ou se chorava mesmo. Acabou fechando a porta e igualmente indo até a mesa.

- x -

— É sério Sehun, a gente precisa conversar.

Do outro lado do bairro, estavam Sehun e Luhan, na casa do mais velho. Mais precisamente no quarto. O lençol embolado em cima dos dois, enquanto Sehun distribuía uma sequência de beijos pelo pescoço e clavícula do outro. O mais novo já sabia do que se tratava a tal conversa, por isso queria enrolar.

Sabia que Luhan diria que era errado o que faziam, que deviam parar; entretanto não concordava nem um pouco.

Se Luhan ao menos fosse seu professor, mas não. Sehun faz curso de contabilidade, voltado para a administração empresarial, enquanto que Luhan é professor de literatura. Não tinham nenhum envolvimento acadêmico. Então por que raios não podiam se relacionar?

— Sehunie... — o mais novo parou o que fazia, encarando o outro.

— Você vai dizer que não podemos continuar com isso, então eu vou embora emburrado, mas não se passam nem dois dias direito e você já está me cercando em algum canto da faculdade, então acabamos em uma cama, nus e aos beijos, após uma tarde intensa de sexo. Podemos pular isso tudo e ir logo para a parte do beijo? — Luhan o encarou, incrédulo.

— Você é louco — constatou, passando as mãos pelos cabelos negros do "namorado".

Não tinham um rótulo. Apenas ficavam por estarem necessitado. Mesmo que o sentimento já aflorasse mais do que desejavam.

— Louco por essa sua boca, só se for — atacou novamente os lábios alheios, que não fez questão nenhuma de se afastar.

Podia ser errado, mas o errado era sempre mais gostoso.

- x -

— Cala a porcaria da boca... — Chanyeol sussurrou para si mesmo e por sorte ninguém ouviu.

Faziam cerca de dez minutos que, com a ajuda de Baekhyun, terminou de corrigir as provas e os trabalhos. Ok, tinha de adimitir que o outro lhe ajudou muito. Se não fosse por ele, ainda estaria sentado, naquela cadeira terrivelmente desconfortável, tentando entender as diversas asneiras que seus alunos punham nas avaliações. Porém nunca diria isso em voz alta. Não daria motivos para o ruivo se achar mais do que já se achava.

Se tinha algo que realmente o estava incomodando, era que sua mãe não parava de babar e comentar o quão fofo e gentil o Byun era. Entendia que a mulher era uma pessoa que se dá bem com todos e que Baekhyun não ficava atrás, mas por que o mundo resolveu conspirar contra si, unindo os dois?

Era óbvio que Baekhyun tinha uma enorme dose da culpa de tudo isso. Ainda estaria em paz, recebendo os mimos de sua mãe se não fosse por ele, que invadiu sua casa sem nem ser convidado. Não queria parecer uma criança mimada, mas não tinha muito como evitar.

Da sala podia ouvir as risadas e conversas entre os dois; não se surpreenderia se sua mãe aparecesse casada com Baekhyun a qualquer momento. Pensar nisso o fez se arrepiar, ter o ruivo como padrasto era uma coisa que não desejava nem ao seu pior inimigo. Que no caso, é o próprio ruivo.

— Com certeza virei, sr- — parou ao perceber o olhar inquisidor da mulher. — Sujeong.

— Estarei lhe esperando querido — sorriu, abraçando o rapaz em seguida.

Em uma situação comum, Chanyeol reviraria os olhos para aquela cena, se não percebesse que Baekhyun já estava de saída e seu eu interno não etivesse comemorando.

— Leva ele até a porta, Chanyeol — percebeu no olhar de sua mãe que ela não estava pedindo e sim mandando, então resolveu não contestar.

Caminharam até a porta calmamente, sem nem se encararem.

— Até amanhã, Chanyeol — sorriu.

O mais alto já ia fechar a porta, quando Baekhyun o fez parar o ato, dando-lhe um beijo estalado na bochecha.

Não sabia se a vermelhidão no rosto alheio provinha da vergonha ou da raiva, contudo não ficou ali para descobrir, correndo em direção ao elevador.

Abriu com calma a porta do apartamento, adentrando em seguida. Tivera um dia divertido, devia adimitir. Mesmo que Chanyeol fosse duro na queda.

A cada minuto que se passava, queria conhecer melhor o Park. Saber seus motivos para ser tão rabugento e o mais importante: por que não gostava de si? Eram coisas que faria questão de descobrir ao decorrer desse mês.

— E aí, como foi? — por um minuto esqueceu que não estava em casa e sim na casa de Lay.

Obviamente não iria comprar um apartamento só para ficar perto do rapaz de madeixas brancas. Por isso optou por passar esse mês na casa de Lay, um de seus melhores amigos e também professor, porém em um escola.

Baekhyun sorriu antes de lhe contar todo o seu dia, não deixando nada de fora.

— Ual! — exclamou Lay. — O menino Byun não perde tempo, não é mesmo? Agradando a mãe antes se partir pro filho. Muito inteligente, Baekhyun.

O ruivo deu um leve tapa no ombro do amigo, fingindo estar ofendido com o que ouviu. Mesmo aquilo sendo, de certa forma, uma meia verdade.

— Hoje nem suas brincadeirinhas me irritam, Yixing — sentou-se ao seu lado, no maior sofá. — Fase um, da missão "conquistar Park Chanyeol", concluída com sucesso.