História Não vivo sem você! - E nas preliminares...

    - Seu Fernando... – Parou quase sem ar – Melhor pararmos

    - Por que? – A olhou decepcionado e se sentou ao seu lado

    - Nós... quase...

    - É, quase. Isso é tudo culpa sua Lety

    - Culpa minha?

    - Sim. Você me tira a sanidade, me deixa louco, me faz perder a cabeça!

    - Eu não sei o que dizer, eu...

    - Não diga nada, apenas coopere – A beijou novamente se inclinando sobre ela a fazendo deitar no sofá

    - Seu Fernando – Tentou falar entre o beijo – É melhor...

    - Hum? – Lhe deu um selinho e começou a descer por seu pescoço

    - Não – Se levantou já com a blusa metade desabotoada e a boca toda borrada – Estamos na presidência...

    - E desde quando isso nos impede? – Se aproximou com um sorriso malicioso

    - Não! – Correu para detrás da mesa – Seu Fernando...

    - Lety! Eu sou a gasolina e você é o fósforo acesso! Você me queima! – Tentou pega-la – Olha só – Apontou para baixo onde o ‘mini Fernando’ estava bem animadinho

    - Seu Fernando pelo amor de Deus! – Se esquivou novamente de suas investidas – Vamos nos controlar e...

    - Ah! Vamos? Então você também queria... Hum...

    - Seu Fernando sem gracinhas por favor!

    - Nada disso, você queria, e eu quero, vamos resolver isso agora – Correu para pega-la e abraçando por trás a segurou

    - Seu Fernando o senhor não vai...

    - Não – Olhou para ela – Você disse que não, então é não – Fez carinha de coitadinho e beijou seus lábios – Apesar de queria muito

    - Não por favor, vamos trabalhar

    - Tudo bem – Começou a abotoar a camisa

    - Olha como eu estou...

    - Linda?

    - Então gostou? – Seus olhos brilharam

    - Claro que sim – Se levantou

    - Não - Afastou-se – Fale daí – O viu sentar emburrado – Obrigada

    - Claro que eu gostei Lety, você sempre foi linda, uma borboleta!

    - Então a Lety feia era a lagarta? – Riu abotoando a blusa

    - Apesar de a ideia ser essa eu não quis te chamar de lagarta, só quis dizer que você revelou sua beleza

    - Entendo suas intenções seu Fernando, e agradeço

    - Isso me faz lembrar que eu queria conversar com você, vamos almoçar?

    - Vou com as meninas, elas vão querer detalhes. Hihihi

    - Para mim você não tem tempo – Emburrou-se – Vou ter que marcar horário?

    - Sim hihi. Ou vai me trancar aqui para conversarmos? – Riu do incidente

    - Se eu te trancar aqui sou capaz de fazer outras coisas – Lhe olhou pervertido

    - Seu Fernando! – O repreendeu – Melhor eu ir para minha salinha

   - Você tem algum papel para eu assinar? Preciso me distrair – Olhou a frente – Não vou ver esse sofá com os mesmos olhos – Mordeu o lábio

    - Vou trazer uma tonelada – Riu e foi para a salinha. Fechou a porta e se escorou nela. Que homem.... Como eu resisti?

***

    No almoço com as meninas Lety contou que sua mudança foi por vontade própria, o que não deixa de ser verdade, só não era toda a verdade, o que ocultou foi apenas a conjuntura, o que a motivou a mudar. Algumas se sentiram tristes pois ela não seria mais uma integrante do “Quartel de las feas’, mas, como a beleza não mudaria quem verdadeiramente era, permaneceu no grupo de onde nunca cogitaria a possibilidade de sair. Todas ali eram muito queridas, sair significaria se tornar outra pessoa, coisa que definitivamente não queria.

    Na volta a empresa sentiu olhares estranhos sobre si, Alice ainda não tinha lhe dirigido a palavra, Márcia, desde daquela troca de farpas a olhava de canto de olho, com desdém. Já Fernando... Esse ela sabia muito bem o motivo de seus olhares. Cobiçoso, passou a tarde inteira tentando fazê-la ceder, quando não, a olhava malicioso levantando e abaixando as sobrancelhas.

    No fim do expediente, foi agarrada novamente, e dessa vez não conseguiu escapar, mesmo deixando bem claro suas intenções, Fernando respeitou sua decisão. Se ela não achava apropriado e nem considerava a possibilidade de darem uma ‘fugida’, ele esperaria, afinal, seu amor por ela não era apenas carnal.

    Chegou em casa cansada, talvez mais do que nos outros dias, mal escutou as estórias do pai sobre o tio Lázaro, ou a mãe com suas receitas. Seu corpo clamava por descanso e atendendo seu pedido subiu para seu quarto. Ainda estava extasiada pelos acontecimentos do dia, e deitada em sua cama, pensava consigo, sorria feliz pela aceitação de sua mudança. E pensando assim dormiu tranquila.

    Tão tranquila que não escutou o despertador. Droga!

    - Lety – A parou no meio caminho a porta – Não vai tomar café?

    - Não mamãe – A beijou e pegou uma maçã – Estou atrasada. Beijos

    E bateu a porta atrás de si, implorando aos céus que seu atraso não fosse excessivo

    - Bom dia – Passou rápido pelo hall. Correu até a presidência empurrando a porta, fazendo-a bater em Fernando que se aproximava para abrir – Seu Fernando me desculpe

    - Lety...

    A olhou e se perdeu em sua vista. Está mais bela que ontem. Um tailleur azul com sua blusa branca, lhe davam um ar de seriedade e poder, mas seu rosto corado e desconcertado devido ao esbarrão quebrava essa ‘dureza’ e retomava a Lety doce por quem se apaixonara.

    - Não se preocupe – Piscou os olhos descendo de sua nuvem de pensamentos – Vem, entra

    - Obrigado – Passou por ele

    - É assim?

    - O quê? – Virou-se

    - Nem um beijo de bom dia?

    Riu e voltou a ele fazendo o que pedia

    - Quando aprendeu a ser tão pidão?

    - Não sei – Riu segurando sua cintura para que não fugisse – A senhorita vai almoçar comigo hoje, eu já marquei meu horário, não tem como fugir dessa vez

    - Marcou horário? Hum.... – Fechou os olhos sentindo um beijo no pescoço

    - Sim, o quartel está ciente, não há motivos para dizer não

    - Deixa eu adivinhar, temos um almoço de negócios com a Kivitz? – Riu

    - Não, apenas um almoço normal. Entre Fernando e Letícia

    Ela o olhou surpresa, essa não era uma ‘fugida’, era um evidente encontro, e em poucos minutos a conceitos inteira saberia, e pensaria assim também.