História Não vivo sem você! - Não se importe com isso

- Ele está namorando mesmo a secretária?

- A empresa está em crise. Ariel foi inegavelmente rude e indiscreto. E você está preocupada com a posição social da Letícia? – Humberto suspirou e saiu

***

- Lety... – Parou na porta da salinha

- Ah... Oi seu Fernando – Tentou disfarçar as lágrimas

- Seu Fernando? - Perguntou surpreso - Cadê o meu amor?

- É que...

- Lety vem cá – Lhe levou para o sofá de sua sala onde sentaram um de frente ao outro – Não precisa esconder que chorou meu amor – Tocou seu rosto

- Tudo bem – Fungou

- Não leve em consideração o que aquele idiota disse...

- Aquele idiota é seu irmão. E eu não me sinto bem se estiverem brigados

- Meu amor, eu e o Ariel brigamos desde de sempre. Esqueça aquilo...

- E a sua mãe? Acha que eu não notei como ela me olhou quando você me abraçou?

- Lety você não está dizendo que...

- Não sei! A última coisa que eu queria é formar problemas entre você e sua família

- Já conversamos sobre isso Letícia. Mamãe está aceitando nosso relacionamento. E quanto ao Ariel eu não estou nem aí para o que ele pensa.

Ela suspirou.

- As vezes me sinto tão insensível e egocêntrica. Você faz tanto por mim...- Tocou seu rosto e ele beijou sua mão

- Não fique assim. Só fique comigo. Bom... – Sorriu maroto – Agora que minha família sabe sobre nós – Entrelaçou sua mão a dela – Não acha que suas amigas e seus pais deveriam saber também?

- Você planejou tudo isso Fernando?

- Não amor – Com cara de santo – Mas você acha que depois desse tempo juntinhos eu ia conseguir te tratar com profissionalismo? Aí que você se engana. Principalmente estando aqui

- Aqui? – Perguntou confusa e ele passou a outra mão no sofá – Meu Deus Fernando! – Conteu o riso

- Aquela cena nunca vai sair da minha cabeça. Acho que vai até virar fetiche. Um dia você vai realiza-lo não é?

- Mais que safado – Riu – Eu aqui sensível, ingênua, e você querendo se aproveitar de mim!

- Não é bem assim amor – Lhe beijou e continuou a falar entre o beijo – É só que – Colocou a mão em sua coxa – Você é tão...

Alguém bateu na porta para a frustação de Fernando.

- Entra – Se levantou se sentando na sua cadeira

- Filho – Humberto entrou e avistou Lety – Que bom que resolveu a situação

- Com licença – Saiu para a salinha

- Felizmente – Seu pai se ajeitou na cadeira – Ela ficou insegura pela forma como mamãe a olhou

- Primeira impressão. Quando ela se acostumar vai ser ‘norinha pra cá, norinha pra lá’ – Gargalharam

- Pelo visto o senhor aprova nosso relacionamento

- E como não? Você está em um relacionamento sério. Eu nunca te vi defender uma mulher assim, com tanta garra. E o melhor, pelo que parece ela lhe tirou da vida de baladas e bares. Isso é maravilhoso, só teve o problema com a empresa, mas eu ainda acredito em você meu filho

- Não sabe como isso me deixa feliz pai. Letícia me mudou completamente – Sorriu bobo

- Da água para o vinho – Riram – Eu não vou tomar mais seu tempo. Você tem que trabalhar – Semicerrou os olhos e depois sorriu – E também vou falar com sua mãe. Quem sabe não a convenço de fazer um almoço em família para apresentar Letícia formalmente?

- Não sei se seria possível mas eu ficaria muito feliz se acontecesse

***

- Por que você não me contou que a Conceitos tinha contratos? - Esbravejou

- Isso faz diferença? – Perguntou com desinteresse

- Claro que faz Márcia! Se a empresa se reerguer a Letícia não vai deixar o Fernando e eu vou ter que partir para o plano B!

- Então seu plano é afundar a empresa para a tonta se refugiar em você? Bom saber. Estúpido!

- Não importa. Só me mantenha informado

- Você não tem suas ‘fontes’? – Esnobou

- Me mantenha informado – Desligou

***

- Do que você está rindo Fernando? – A porta da salinha estava aberta a fazendo ver o ataque de riso dele

- Amanhã é sábado

- Isso é motivo para uma gargalhada dessa?

- A feira é amanhã. – Virou a cadeira para que a visse melhor – Significa que amanhã não teremos mais o Domenzolín nas nossas vidas.

- Que cisma com ele! Que horror!

- Depois do que fez, é bom mesmo que ele desapareça

Lety havia contado sobre a conversa com Aldo. Não esconderia nada de Fernando, mesmo sabendo que isso só fez ele gostar menos do Aldo.

- Entra – Autorizou

- Fernando posso falar com a Lety? – Carol pediu

- Claro, fique a vontade

- Obrigado – Sorriu e foi até ela – Lety você tem vestido social? – Olhou para o papel que estava preso na prancheta que segurava.

- Não tenho certeza. Por que?

- Oh meu Deus. Perdão por vir agora mas eu pensei que ele mesmo tivesse ligado para você avisando

- Quem Carol?

- O Aldo – Fernando prestou mais atenção depois de ouvir esse nome – Ele mandou a cópia da lista de convidados da feira e seu nome é o primeiro.

- Como assim?

- Pensei que você já sabia. Me desculpe. Se quiser posso te ajudar a escolher algo.

- Tudo bem, obrigada.

- Depois nos falamos. Vou voltar ou Luigi fica louco

- Sim. Obrigada novamente – Ela sorriu e saiu

- Carolzinha – Fernando a parou – Meu nome consta nessa lista de convidados?

Ela procurou o nome dentre as folhas.

- Sim, olha aqui

Estava de fato, mas era o último nome da lista e estava escrito de caneta. Como se tivesse sido posto de última hora. Paspalho.

- Obrigado Carolzinha – Mais uma vez ela sorriu e saiu

- Então amor – Caminhou até ela – O que vai vestir para irmos amanhã?

- Irmos?

- Sim – Disse como quem não quer nada – Eu fui convidado, não recusarei um convite desses

- Não, você não vai. Você é cismado com ele. Vai querer fazer algo

- O que eu poderia fazer? – Riu – E é antiético recusar um convite, principalmente para um evento dessa magnitude

- Fernando...

- Passo na sua casa amanhã as sete em ponto – Piscou para ela