Quando acordou no dia seguinte Omar estava ao seu lado.
- AH! – Gritou – Ficou louco animal? Quer me matar? Você aparece do nada! Igual fantasma, que horror! Parece o gasparzinho, sai do meio das paredes
- Bom dia para você também
- Bom dia – Riu junto
- Licença – Uma enfermeira apareceu – Seu desjejum senhor Mendiola, e seus remédios – Colocou uma bandeja perto dele
- Obrigado. Sabe me dizer quando eu vou sair daqui? – Fez cara de desespero
- Isso o senhor deve perguntar a seu médico
- Mas eu nem sei quem ele é!
- Ele vai vim aqui. Ver como o senhor passou a noite...
- Dormindo. – Colocou a bandeja no colo
- Fernando! – O repreendeu, a enfermeira riu
- Enfim, ele vai avaliar seu quadro e dirá quando o senhor terá alta
- Ah sim, sendo assim eu espero, aliás, não tenho outra opção, ou tenho?
- Ficar calado seria uma ótima alternativa – Ralhou
- Deixe de ser careta maninho, não falei nada demais
- O senhor é bem franco – Riu – Mas deve tomar os remédios se quer sair daqui logo
- Ah por isso não, eu tomo agora
- Não em jejum! – O parou – Por isso o seu desjejum. Não é recomendável ingerir medicação de estômago vazio, compreende?
- Ninguém entende vocês. Querem que eu tome remédio, e depois não querem - Gesticulou indignado
- Não ligue para ele, de uns tempos para cá ele perdeu um pouco do juízo – Falou com a enfermeira – Eu me encarrego de fazê-lo engolir os comprimidos
- Tudo bem. Com licença – Sorriu e saiu
- Pronto. “Devorei” o desjejum, posso tomar os remédios agora enfermeiro? – Gargalhou
- Toma logo – Riu
Engoliu – Você está estranho. Por incrível que pareça não está tão animal. O que houve?
Levou a mão a cabeça - Mano... A verdade é que... Eu beijei a Carol
- WOW!
Era sexta-feira a noite, com Fernando de porre por antecedência Omar decidiu sair sozinho. Chegou em uma balada bem agitada da cidade e foi para o bar onde encontrou Carol tranquila bebendo sua vodka
- Carolina Angeles! Que surpresa encontra-la por aqui – Sentou-se junto a ela
- Estava muito ocupada trabalhando. Precisava sair da rotina. Nem que isso me resulte em uma ressaca no dia seguinte – Riram
Pediu um drink – Isso é bom. Nada melhor que sair da monotonia do trabalho contínuo
- Um brinde? – Levantou o copo
- Um brinde. À saída da rotina – Tilintaram com os copos
- Nunca pensei que tomaria vodka na vida
Virou o conteúdo do seu copo – Quer dançar?
- Isso é sério?
- Claro. Vamos Carol, nunca se sabe se vão repetir essa música – Estendeu a mão
- Você está certo – Riu
Seguiram para o centro do lugar, onde ao som de música alta todos remexiam seus corpos seguindo o ritmo.
Carol começou a dançar e Omar a acompanhou se remexendo também, e mesmo aquele sendo o lugar mais inusitado para isso, ele a olhou detalhadamente. Seus cabelos castanhos escuros balançavam igual a seu corpo. Sua expressão sorridente era um encanto para os olhos de Omar.
Tocou a cintura dela a fazendo parar e olha-lo. Encarou os olhos dela e se perdeu naquele brilho especial. Carol é diferente. Ela não é mulher para uma noite. Aproximou os corpos e já pôde sentir a respiração dela próxima a si. Encarou com vontade seus lábios e não conteve ao desejo, a beijou.
Tocou seus lábios delicadamente saboreando-os, ela correspondeu e passou os braços pelo pescoço dele dando intensidade ao beijo. Ela é mulher para se passar uma vida inteira ao lado...
- Você ficou mexido! Está apaixonado por ela!
- Não sei. Acho que sim. A procurei no dia seguinte para falar sobre tudo isso que eu senti e estou sentindo mas ela está me evitando. Fugindo de mim!
- Com sua fama de galinha não é fácil acreditar né Omar. Veja o lado dela
- Se ela pelo menos me desse uma oportunidade...
- Não desista
- Não desistirei. Isso que estou sentindo é novo, e junto a ela quero descobrir mais...
- Isso é amor animal – Riu – Fico feliz por você - Se ajeitou na cama – Omar eu estou bem. Pode ir para a empresa
- Não saio daqui até seus pais chegarem. Quando cheguei me contaram de um certo paciente fugitivo que estava transitando pelos corredores do hospital
- Aquela enfermeira fofoqueira. Não estava fazendo nada demais
- Fernando o que você tem na cabeça? Se você bater de mal jeito nesses ferros pode inflamar alguma coisa aí por dentro
- Não pensei nisso. Eu precisava ver a Lety, Omar!
- E o que ela poderia estar fazendo aqui?
- Está doente. E não quer me perdoar pelas barbaridades que eu disse a ela.
- Justo. Quem mais errou foi você e ainda queria colher de chá?
- Eu sei Omar, eu sei. Mas eu a amo. Preciso reconquista-la. Não vivo sem ela.
- Boa sorte – Riu
- Vai ser um trabalho um pouco difícil, mas a minha Lety vai me perdoar
- E como você vai fazer isso?
- Escuta só a ideia do romântico apaixonado aqui...
***
- Bom dia flor do dia! – Entrou devagar
- Não vai desistir mesmo não é?
- Desistir é para os fracos. Bom... – Olhou para o corpo – Se bem que eu não estou tão forte mas... Enfim! Eu não vou desistir de você mi amor
- E o que eu tenho que fazer...
- Que bom que perguntou! Isso é muito simples. Eu te amo e você me ama. Eu peço perdão, você me perdoa. Teremos alta e reatamos nosso noivado. E vivemos felizes para sempre – Sorriu
- Com você tudo é muito fácil, não é assim que as coisas funcionam
- E como funcionam?
- Tudo ao seu tempo. Entenda.
- Eu entendo sua mágoa, sua raiva, sua vontade de me estrangular...
- Ah que bom que tem consciência disso. As vezes sinto vontade de quebrar sua cara Fernando
- Logo a cara Lety?! Mas que horror!
- O corpo já está quebrado, só falta o rosto que está intacto
- Eu deixo você quebrar – Se aproximou – Mas primeiro tem que me dar um beijinho – Fez biquinho
- Dispenso. Estou com raiva de você – Virou o rosto
- Você está com raiva ou quer estar com raiva?
- Que pergunta sem nexo! Você é um bobo!
- Você pode ter razão – Alisou o queixo como se fosse um pensador de época – Mas esse bobo tem um coração. E a dona dele não entende que não importa o que faça – Segurou as mãos dela – Ele nunca baterá tão forte sem ela por perto – Levou a mão dela ao seu peito
- Fernando...
- Es tu amor que me alegra la vida, es tu amor quien sana mis heridas, es tu amor que me enseño a volar, me ayuda a soportar, me ayuda a no perderme...
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