As horas passaram voando. E os dias também. O casamento estava cada vez mais próximo e a correria de Letícia havia aumentada significativamente. O tal representante da Victoria’s viria no dia seguinte. Fernando estava bem calmo em relação a isso, afinal era mais um contrato. Bom. Mas por um motivo desconhecido (Até mesmo para ela), Letícia estava inquieta quanto a isso, algo como um sexto sentido, uma coisa talvez feminina, mas que a “avisava” de que o visitante não seria um mero empresário.
Deixou isso de lado se distraindo com sua rotina.
Os pombinhos, (Apelido carinhoso de Omar e Carolina, dado pelo casal) voltaram de viagem. No dia seguinte a volta, Carol logo se disponibilizou para ajudar a amiga que agradeceu por isso, mesmo com a ajuda de Teresinha, (Que foi bastante útil devido à seus contatos) estava corrido. Quanto mais coisas são resolvidas, mais detalhes aparecem. Vendo a azáfama da amada, Fernando tomou a atitude e ofereceu ajuda. Mas o que poderia fazer sendo que ele se perdia facilmente no meio dos burburinhos das mulheres? O jeito foi voltar a sua posição atual e deixar tudo por conta delas.
- Rainha? – Bateu à porta
- Entra – Respondeu sem tirar sua atenção do computador
- Mona, você poderia me olhar?
- Posso – Mas ainda teclava
- Letícia Padilla! – Luigi bateu a mão na mesa trazendo a atenção de Lety – Euzinha preciso de atenção para falar sabia?
- Sim, perdão – Tirou o óculos – Ando tão atarefada...
- Isso não é bom, não é nada bom. Nada de stress, o casório está aí e rugas de preocupação não vão combinar com minha obra prima – Gesticulou de forma característica
- Alguma novidade? – Esperançosa
- O desenho já está na costura, de confiança claro – Piscou para ela – Seu vestido estará pronto em breve
- Que ótimo! – Sorriu – Já agradeci por desenhar o melhor vestido do mundo para mim?
- Já sim abelha rainha. Eu vou indo, tenho um comercial importantíssimo para dirigir
Lety riu
- Uma dica, não, uma dica não, um aviso: Nada de se estressar, confere. E nada de má alimentação okay?
- Mas...
- Nada de mas. Em duas semanas dá para se fazer muita coisa, tipo ganhar uns quilinhos, uma espinha, dá até para... – Parou sua frase e sorriu
- Até para...?
- Para nada – Sorriu novamente e saiu
- É cada coisa... – Suspirou e voltou a trabalhar
***
Fernando e Letícia estavam em um restaurante, almoçando. Lety estava praticamente no automático nas últimas semanas. Fernando riu mesmo isso sendo preocupante, ela comia roboticamente, com o pensamento distante
- Amor?
- Aceito!
- O que disse?
- Nada – Piscou saindo do transe – O que estava dizendo?
- Eu estava te chamando. Quando disse que contratasse alguém para te ajudar, foi justamente para não lhe ver sobrecarregada – Lhe jogou um olhar de repreensão
- Eu sei. Mas se serve de justificativa...
- Nada justifica Letícia – Cruzou os braços
- Eu sei mas... – Suspirou – Casamento é só uma vez na vida, eu quis garantir que tudo saísse como planejamos
- Casamento não é só uma vez na vida – pensou mais sobre o assunto
- Está pensando em divórcio antes do sim Fernando?
- Claro que não amor – Riu – Me refiro a renovação de votos. Nossas bodas de prata por exemplo
- Eu estou achando que essas duas semanas estão demorando uma eternidade para passar, e você planeja uma festa para daqui a 25 anos? – Sorriu
- Sim, com certeza. Nossos filhos 1, 2, 3 e 4 entrando na sua frente. Ah! Vamos casar de novo na praia. Nossos filhos 5,6, 7 e 8 entrando com as alianças e... umas mensagens românticas, isso. E no fim, os filhos número 9, 10 e 11 junto com os demais e os convidados, na chuva de arroz – Sorriu imaginando
- E a máquina procriadora aqui vai ter 11 bebês? – Gargalhou
- Isso não é nada! – Incrédulo – Eu vi um filme que o homem tinha 12! 12 Lety! Doze é demais. Eu estou pedindo 11, é um a menos – Fez cara de pidão – Por favor amor...
- Eu não acredito que estou ouvindo isso – Riu – Poderíamos ter 11 cachorrinhos. Cachorros são uma gracinha
- Estou vendo que não vou te convencer...
- Não vai mesmo – Riu
- Mas ao menos te fiz sorrir – Tocou a mão dela – Te tirei do “automático”. Yes! – Gesticulou em contentamento
- Me sinto tão horrível estando assim, “ausente”, me perdoa...
- Vida, eu não estou te cobrando nada – Sorriu ternamente – Tudo que eu faço é para o seu bem.
- Não faz isso amor, estou sentimental hoje – Fingiu enxugar lágrimas, os dois riram
Na volta à empresa, o casal vinha rindo. Como sempre, Fernando arrancava sorrisos da amada.
- Estou falando sério amor! - Riu
- Essa é minha única dica: Vamos ver estrelinhas – Gargalhou
- Nossa... – Maliciosa sorriu
- Pode ser um lugar aberto, em que possamos apreciar a noite. Está pensando besteira Lety? – Riu – Ah danadinha
Lety enrubesceu
- Não! O que é isso Fernando?
- Nada santa Letícia – Gargalhou – Estou vendo até a aureola e as asinhas em você
Virou de costas para o corredor andando para trás e a olhando
- Se eu sou lado o lado bom então, você é o lado mal, o lado pervertido, que se adequa perfeitamente à você
- Com toda a certeza, mas a senhorita não fica atrás
- Fernando olha pra frente, não quero que esbarre em algo – Desconversou
- Não. Você vai ser meu retrovisor – Sorriu e continuou a andar
- Okay. Você está se aproximando de uma coluna, cuidado!
Ele virou-se para desviar mas não tinha nada em seu caminho, estavam no hall. Lety começou a rir zoando dele.
- Me enganou, parabéns – Bateu palmas mas a acompanhou no riso. Passaram tão distraídos que só lembraram de cumprimentar as meninas no fim do trajeto
- Esses dois... – Omar comentou rindo deles
- São tão fofinhos juntos.
- Que casal
- Se eu não soubesse a sensação diria que é uma completa besteira
- Qual sensação seu Omar? – Se apuraram a ouvir
- A sensação de ser amado – Saiu dalí com um belo sorriso estampado no rosto e para sua felicidade, no caminho encontrou com Carol, que recebeu um beijo surpresa.
O amor está no ar...
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