- E... Vão morar muito longe daqui?
Fernando e Erasmo conversavam desde que as mulheres saíram, o genro temeroso ainda tinha certo "medo" do sogro, mas faria o possível para melhorar isso.
- Não - Riu fraco – Nossa casa é a poucos minutos de carro daqui
- Ah bom, sendo assim...
- O senhor acha que eu afastaria Letícia de vocês?
- Não... - Ponderou - É que...
- Seu Erasmo, eu sei que não sou o genro que...
- Aqui não está em dicussão o que eu penso, e sim a felicidade da minha filha, e se ela ama você, eu estarei do lado dela
- Que bom... - Relaxou
- Mas não posso negar que queria um genro que soubesse montar à cavalo ou pescar
Fernando riu lembrando dos três dias que passaram na casa do Tio Lázaro, mesmo lugar que Ollie fez o possível para azucrinar o então namorado da prima. E pelo jeito conseguiu, já que as memoráveis cenas do trauma do cavalo e o banho no rio dificilmente serão esquecidas.
- Lembrarei de fazer umas aulas de equitação - Ambos riram
- Fernando, você vai casar com minha filha e eu não quero nenhum tipo de empecilho entre nós, melhor dizendo, quero fazer o que estiver ao meu alcance para que apague essa imagem obscura que tem de mim, e não precisa dizer, eu sei que me acha ao menos um ortodoxo exagerado
- Eu nunca achei nada de ruim do senhor, Lety sempre falou de como ama o pai, que o senhor é o exemplo dela e outras coisas. O que sempre me questionei é: até onde chegaria para defendê-la? Me matar seria uma opção?
- Talvez – Riu de canto – De qualquer modo vamos esquecer meu suposto lado assassino
- Seria ótimo - Estendeu a mão e Erasmo apertou - Sem balas no estomago ou facas no intestino
- Bom... - Recolheu a mão - Isso depende de você
- Imaginava – Riu – O senhor não precisará tomar uma decisão tão extrema
- Estou de volta – Lety apareceu com sua bolsa – Vamos amor, já nos atrasamos o suficiente
***
- Você está diferente – A olhou de relance voltando o olhar para a estrada
- Como assim?
- Não sei dizer mas está diferente. Trocou a roupa?
- Não - Ri – Eu só estou... Feliz. Sabe que dia é hoje?!
- Quinta-feira? - Perguntou irônico
- Quinta-feira – Repetiu – Ah! Amanhã vamos jantar...
- Com o loiro aguado? Sim, eu me lembro
- O nome dele é Ryan Fernando. E é meu amigo
- Eu sei amor... - Mas não pôde deixar de imaginar Ry como uma "ameaça"
Os últimos dias foram corridos para Letícia, mas hoje, em especial esta tarde, a empresa estava silenciosa e tranquila, a secretárias estavam em seus posto de sempre, mas cochichavam e riam baixo, Luigi estava entretido nos studios, até Fernando estava em seu lugar, o que era uma raridade.
Aproveitou essa calmaria para revisar tudo o que tinha preparado em relação à empresa. Já Fernando, estava pela primeira vez trabalhando sem interromper Letícia, mas isso não se estendia para seus pensamentos, neles, ela sempre estaria presente.
- Meu presidente!
- Há quanto tempo você não me chama assim animal?
- Faz tempo – Riu – Estou de ótimo humor hoje!
- Isso estou percebendo. O que você aprontou?
- Nada, ainda. Adivinhe onde eu estou – Mudou de assunto
- No shopping, segurando inúmeras sacolas e esperando Carol sair de um provador de loja – Riram
- Isso foi semana passada, agora eu tenho certeza: mulheres não podem ver uma vitrine. Que coisa irmão. Nossa, foi sacola para todo lado
- É assim mesmo, se acostume – Riu – Afinal, onde você está que não disse?
- Verdade, estou na Lifelat Laticínios
- O que você está fazendo aí?
- Vou trabalhar não é óbvio?! - Rebateu
- Não, não é óbvio - Riu
- Que fique claro que eu não mudei apenas o status de "vidinha de balada" para "comprometido". Sou um homem responsável, direito...
- E quando vão casar? - Alfinetou
- Vamos com calma. Quero aproveitar cada etapa do nosso relacionamento, depois penso em uma vida inteira juntos... - O som de outras vozes se fez presente
- O que houve Omar?
- Você não sabe quem eu encontrei aqui!
- Quem?!
A ligação caiu, e curioso como estava, Fernando ligou novamente, mas o telefone do animal só dava caixa posta,l deixando em aberto quem poderia ser essa pessoa que causou surpresa no amigo.
***
- Amor – Entrou - Está ocupado?
- Não. A que devo a honra bela dama?
- Trouxe uns papéis para você assinar
- E por que não assinou você mesma? - Pegou a pasta
- Bom... Se temos um presidente melhor que ele faça isso, certo?
- Talvez - Começou a assinar – Uma senhorita tão bela não tem necessidade alguma de andar tanto para vir aqui, era só me ligar que eu iria se queria tanto minha assinatura – Terminou – Iria com gosto
- Tenho certeza disso – Pegou a pasta - Obrigada presidente – Sorriu
- Por nada. Deseja algo mais?
- Imagino que não, e o senhor, deseja algo de mim?
- Que bom que perguntou – Se levantou – De você eu sempre desejo algo. Pode me dar?
- Posso – Respondeu o sentindo aproximar-se – Mas não aqui logicamente
- Falta quantos dias mesmo? - Riram, Fernando a abraçou
- Uma semana e três dias. Falando nisso... Amor eu vou sair com as meninas, sexta que vem
- Tudo bem
- Carol, as meninas do quartel, você sabe
- Sim, problema nenhum
- Só que... Elas organizaram uma despedida de solteira para mim – Disparou esperando o ataque que deveria vir, mas contrariando tudo o que pensava, calmamente ele perguntou:
- Quer que eu lhe busque?
Oi? Esse não o meu Fernando ciumento e possessivo
- Você ouviu bem?
- Sim amor, uma despedida de solteira. Entendi perfeitamente
- Eu estou em algum tipo de sonho ou... Sabe quem eu sou?
- Letícia Padilha Solís, minha noiva, minha amada – Lhe beijou – Claro que eu sei
- Ainda bem. Por um momento pensei que você tivesse batido a cabeça. Não gosto nem de pensar
Gargalhou - É seu último dia como solteira, e conhecendo suas amigas, claro que eu imaginava que pensariam nisso. E eu preciso deixar de ser tão ciumento não acha? Acho que estava sendo sufocante...
- Não... Você está bem mesmo? De verdade?
- Sim amor - Riu - Só entendi que preciso mudar alguns pontos
- Isso é bom... Eu acho – Respondeu previsivelmente espantada
- Acho que está na nossa hora, vamos? - Deu um breve selinho
- ...Vamos
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