Seu Fernando... Tão lindinho!. Pensou consigo o vendo ir
- Já chegou querida? – Perguntou assim que a viu atravessar a porta
- Sim mãezinha... – A beijou – Seu Fernando me liberou mais cedo
- Muito bom seu chefe não é querida? – Perguntou como quem não quer nada
- Sim... – Suspirou – Ele é... – Parou percebendo que falaria demais – Muito gentil e me liberou devido a correria que está na empresa
- Que bom – A olhou – Quer um lanchinho?
- Não... Vou subir, depois volto
- Tudo bem, depois conversamos então
Subiu as escadas indo até seu quarto onde pesadamente se sentou jogando a bolsa em qualquer canto. O que está acontecendo comigo? Novamente a pergunta ecoou em sua mente.
Atende... – Pediu mentalmente
- Alô, Lety?
- Está livre essa tarde para conversamos?
- Sim, é urgente? Lety o que houve?
- Nada demais, se acalme, só preciso conversar e você foi a primeira pessoa que me veio a cabeça
- Tudo bem, chego aí em...
- Não! Melhor nos encontrarmos em algum lugar
- Me diz a verdade Lety, não é urgente mesmo?
- Não, me encontra na cafeteria em 30 minutos
- Certo
- Obrigado meu amigo
Desligou e foi para o banheiro tomar banho. Precisava conversar com alguém e liberar parte da carga que estava suportando. Pedir uma ajudar para orientar-se, do contrário, ficaria louca e não chegaria a decisão alguma.
***
- Então, o que houve?
- De repente minha vida virou um vendaval de sentimentos e acontecimentos – Suspirou e fizeram os pedidos
- Que montanha russa sentimental. Mas vamos lá, o que te aflige?
- Muitas coisas. Quer que eu comece por onde?
- Do começo seria bom – Riu
- Engraçadinho. É sério!
- Mas eu estou sério Lety – Riu novamente – Você que está sentimental
- Vai me ouvir ou não vai?
- Sim, prossiga
- O começo você sabe, eu amo o seu Fernando...
- Sim, e você que eu sempre achei estranho esse relacionamento de vocês
- Ai meu amigo... Eu descobri uma carta...
- Uma carta com o quê?
- Uma carta com instruções do seu Omar, ditando como... como – Soltou uma lágrima – Como o seu Fernando deveria me seduzir para resolver o embargo da Conceitos!
- O QUÊ?
- Era tudo um plano... – Chorou mais um pouco
- Lety, como você descobriu a carta?
- Não foi eu, na verdade foi a dona Márcia
- Peraí, a noiva do Fernando descobriu o que houve entre vocês?
- Sim... Ela sabe de tudo
- Imagino que ela deve ter ficado bastante aborrecida...
- Na verdade não. Me surpreendi com isso, ela estava calma, calma demais
- Então ela não ama o Fernando
- Não sei, depois do que ela me propôs eu não sei de mais nada
- E qual foi essa proposta?
- Vingança. Ela me ofereceu um plano de vingança contra o seu Fernando
- E você recusou é claro
Ela calou-se.
- Lety?! Co-Como? Diz para mim por que eu acho que tirei conclusões erradas
- Não foram conclusões erradas... Eu aceitei me vingar do seu Fernando
Ele a olhou pasmado e com o garfo no meio do caminho até a boca, era quase inacreditável o que ouvira, quase.
- Vamos com calma... por quê você aceitou isso?
- Por puro despeito, admito. Me destruiu descobrir a verdade daquele jeito, aí vem a dona Márcia e me oferece um...
- Não, nem vem. Não vou acreditar que o plano era “interessante” ou até “bom”. Tudo menos isso! O que está acontecendo com você Letícia?!
- Eu não sei! É o que eu venho me perguntando desde o dia que eu aceitei esse papelão! Minha vida virou uma confusão do dia para a noite! O embargo, a carta, o plano, a Aurora... Eu estou confusa, eu não sei o que fazer! E o pior, eu tenho que fingir ser alguém que eu não sou, eu tenho que mudar minha personalidade, me esconder debaixo de roupas de grife para executar um plano idiota!
- Você foi obrigada?
- Não – Chorou – Eu não sei o que fazer... eu o amo mas ele não me ama...
- Isso te dá o direito de vingar-se?
- Obrigado por me fazer sentir um lixo humano, ajudou muito – Emburrou-se
- Não foi esse o ponto que eu quis chegar. Pelo que eu entendi você está fingindo ser outra pessoa
- Sim. Aurora Mayer de Salinas – Tirou uma foto sua como Aurora de dentro da bolsa e o entregou
- Não... Mentira – Levantou a foto deixando na altura da sua cabeça e comparou as duas – Não é você, vamos parar com a brincadeira
- É sim... – O olhou triunfante
- Nooosa! Letícia Padilla Solís, você ficou ruiva? – Riu
- É peruca – Riu – Vamos voltar ao foco da conversa? Eu preciso de uma opinião de fora para saber o que fazer! Por que sinceramente se for para eu decidir sozinha não chego a conclusão alguma
- Que tal seguir o coração?
- E vir minha razão dizendo que ele não me ama? E depois a Dona Márcia mexe na ferida e eu fraquejo?
Estralou os dedos - Esse é problema! Você é influenciável demais Lety
- Que conclusão maravilhosa psicólogo! E qual a solução?
- Que você deve para com isso de vingança! Em algum momento você quis isso? Mesmo estando magoada?
- Para falar a verdade não, mas como diria a Dona Márcia...
- Lety! Esquece essa mulher e... – Ponderou – Lety, a carta estava escrita a mão?
- Não, por quê?
-Como você pode ter certeza que foi Omar que escreveu para o Fernando? Já parou para pensar que tudo pode ter sido uma armação da Márcia?
- E por que ela faria isso?
- Não sei, mas me lembro que uma vez me disse que ela não gostava de você.
- Sim, pelo fato de eu ter ocupado um cargo que deveria ser da oxi...
- Epa! Sem ofensas a Alice por favor
- Você está de qual lado?
- Do seu! Mas falando assim fica difícil!
- Enfim, você acha que ela fez isso para me atingir?
- Por que não? Sabendo que você ama o Fernando... isto te torna um alvo fácil, o que me faz questionar, você está levando esse plano a risca?
Lembrou-se do deslize com a Aurora
- Não
- Você odeia o Fernando?
- Não
- Você quer continuar com esse plano?
- Não...
- Precisou da minha ajuda para decidir isso? – A olhou compreensivo – Lety, você é uma pessoa de um coração enorme e mesmo magoada não que fazer mal a ele, estou mentindo?
- Não. Como consegue dar conselho tão bons?
- Não sei, mas acho que a dona Julieta daria melhores, por que não conversou com ela?
- Acha que ela ia entender uma filha que se prestou a tudo isso?
- Essa é uma questão que eu quero que você descubra a resposta. Agora que meu trabalho terminou – Riram – Acho que já podemos ir
- Sim
- Pelo sorriso já tem uma solução para suas “confusões emocionais”?
- Sim – O abraçou – Obrigado meu amigo
Depois de terem pagado a conta cada um seguiu seu caminho.
***
Fernando chegava em sua casa, desde que esteve com Lety ficou pensativo. Não era de agora que percebia sua amada estranha. Repassou então os acontecimentos do dia na mente.
- Alterações de humor...
- Não seu Fernando. E o senhor sabe por quê!
- Tudo bem – Percebeu-a um pouco enfurecida - Você que manda
- Enjoo...
- Quer vinho? – Lhe ofereceu uma taça
- Não – Repugnou – Esse cheiro me faz mal... – Sentiu vertigem
- Será? – Como não sabia quem consultar sobre um assunto delicado, decidiu pesquisar no google, depois de uma rápida procura encontrou um artigo que alimentou suas expectativas – Mas se for isso mesmo... Quase um mês... – Riu imaginando – Calma Fernando, preciso saber mais – Leu mais um pouco – Eu não sei se a Lety está atrasada, como vou ter certeza que isso é verdade? Preciso falar com ela... – Se perdeu mais uma vez em pensamentos
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