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História Nappeun - Those who see you stare at you, they ponder your fate


Escrita por: VenusNoir

Notas do Autor


eu tô num propósito de escrever 666 fics até o fim dessa década (ideia da @whoeseok que eu levei mt a sério)
então daqui pra frente pode esperar um monte de história nada a ver. e principalmente jikook. enquanto eu não atualizo ldfm, eu vou procurando me redimir com vcs com essas fic meia-bosta. MAS ME AGUARDEM, DEPOIS DO DIA 10 TEM

Capítulo 1 - Those who see you stare at you, they ponder your fate


Suas asas se desfraldam, cobrindo parcialmente o sol que já se põe. Nossa Senhora Branca dos Armistícios, livrai-nos. O que vem a seguir é guerra. Jimin costumava dizer que os olhos dele eram os mais doces e afáveis. E esse era a um só tempo um elogio e uma crítica ferina e sardônica. Já faz um tempo desde então. Mal consegue vê-lo agora, pois a luminescência sanguínea do crepúsculo encandeia sua vista, mas sabe o que há de enxergar se ousar encará-lo. Jungkook, perdoai.

 

As pernas de Jimin parecem ter perdido toda a força. É o impacto da saudade, o sintoma do desejo. Ele ainda não se move – para onde iria? Adejando sobre sua cabeça tola, Jungkook poderia capturá-lo sem sequer fazer muito esforço. E ele quer fugir? Decida, Jimin, você quer fugir? Não. Nunca. Ele se levanta trôpego. Seus longos caninos estão manchados de vermelho, assim como seus lábios e seu queixo. O sangue lhe escorre pela pele ebúrnea, manchando seu pescoço. Abre a mão, e lá está o tufo de cabelos que arrancou do mortal enquanto sugava a vida para fora de suas veias. Um totem que gostaria de guardar, e que no entanto oferece voluntariamente a Jungkook. Jimin não vai fugir – ele simplesmente irá embora. Dar as costas e ir embora. Como da última vez em que se encontraram.

 

“Eu fui fraco”, ele diz, a guisa de explicação, jogando à brisa do entardecer os fios de cabelo castanho. Acabou. O protegido de Jungkook havia se tornado apenas o que Jimin tinha nas mãos, agora nem isso. O demônio então limpa o nariz com o dorso da mão. Não parece arrependido, e sim disposto a evitar aquele confronto desnecessário. “Aceitarei as punições, se houver alguma. Agora me deixe ir”

 

A terra já se abria para engoli-lo. Jungkook teve que puxá-lo pelos cabelos.

 

“Você não foi fraco”, o anjo sibilou, sua ira pulsante como o cerne de uma estrela moribunda. “Você o matou... de propósito, não foi?”

 

Em resposta, Jimin acerta um soco potente em seu maxilar, e é só por isso que Jungkook o solta, cambaleando enquanto se curvava contra si mesmo. A dor é lacerante. De certo aquele diabo o envenenou com seus punhos peçonhentos.

 

“Você sozinho não pode me julgar. Só uma corte celestial pode”, Jimin murmura, descendo ao abismo de lava e fogo. Jungkook não pode mesmo impedi-lo, afinal. Ele falhou. O humano está morto, a vida que corria em seu corpo descansa no fundo do estômago voraz de Jimin. E em algumas horas – talvez minutos ou segundos –, será expelida como vômito e urina. Vai ser belo e vai ser grotesco. Jungkook até gostaria de estar por perto. Certos espetáculos de horror valem a pena ser vistos.

 

Antes de sumir por um bom tempo, talvez para sempre, Jimin se despede. Ele tem pressa. Dali a pouco, começará a regurgitar o sangue que sorveu sem permissão. Castigo devido aos vampiros ceifadores de almas inocentes. Se faz, se paga. A dor o iria dobrar e torcer, o faria chorar e rastejar pelo fim. E este não viria tão cedo. “Adeus, Jungkook”

 

Jungkook acena, seu maxilar doendo e inchando. Ele não dá mostras de sentir dor alguma, todavia; é uma rocha, uma força intransponível. E está despedaçado. Desmoronando. Ruindo.

 

Jimin percebe isso e se aproveita da situação; aos sussurros, ele dá a impressão de rezar uma profecia não longe de realizar-se.

 

“Agora eu desço às profundezas do meu inferno. Mas um dia ascenderei, e serei grande como o Altíssimo. E tu estarás comigo, meu amante interdito. E dirão os homens, como te conspurcaste desde o céu, ó Jungkook, filho da alva! Como foste tragado ao Tártaro, tu, que em dias idos abençoara e protegera norte e sul, e leste e oeste. Quem és tu, que queres tu? És o amante do demônio mais cruel. Ele irá massacrar-nos a todos, e tu, o que fará? Observar e aprovar, somente. Porque tu também te transformante em coisa má”

 

Jimin falaria mais, se pudesse; mas é impossível. Ele tosse e cospe, sangue e vísceras. Seus olhos injetados e inflamados, ele os crava sobre Jungkook, que o observa sem esboçar reação. Como se estivesse petrificado.

 

“Adeus, Jungkook”

 

Já é noite. Atrás das asas níveas, o corpo de Kim Taehyung jaz feito trapo entre as ruínas daquele espaço destruído.

 

“Até breve”, Jimin diz, voltando atrás em seu adeus. Não quer deixá-lo, jamais. Então por que tem que fazê-lo? O inferno o chama. Até o pescoço, está submerso em fogo. “Eu volto. Eu volto. Prometo”



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