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História Narcissist - Obssession


Escrita por: rcksnme

Capítulo 2 - Obssession


Fanfic / Fanfiction Narcissist - Obssession

Eu nunca havia escutado a voz dele, nunca havia chegado tão perto daquele por quem eu tinha fascinação desde que me entendo por gente, ele tinha 9 anos, eu 6, quando o caso do pequeno Jacob começou a tomar repercussão na televisão. Todos os canais insistiam em relatar o crime supostamente cometido por Rauch, o assassinato de três membros da família, sua mãe e suas duas irmãs.N unca encontraram uma testemunha válida, apenas vizinhos que diziam ter escutado gritos originados da casa. Jacob não teve chance, suas roupas ensopadas de sangue o denunciavam, e o fato de colocar a culpa em seu pai o tornavam o único suspeito, já que Mr. Rauch havia desaparecido à quatro anos. Para uma criança não existia outra opção além de ser levado para um centro de tratamento. Sem família próxima, ele iria apodrecer naquele lugar. Foi aí que eu decidi que o tiraria dessa situação, antes tarde do que nunca. Fiquei obcecada por todos os fatos, com 10 anos pedi aos meus pais que fizessem de tudo para que eu me formasse mais cedo, então eles o fizeram, aceitando a desculpa que eu queria ter mais tempo de vida profissional. Sempre fui mais desenvolvida que as outras crianças, que os outros adolescentes, a minha mente foi aprimorada a medida que trabalhava para encontrar uma forma de ajuda-lo. Me formei no ensino médio com 15 anos, logo comecei a faculdade, construí uma casa com o dinheiro que obtive na herança de minha avó e agora estou aqui paralisada por ouvir a voz do homem por quem eu sou obcecada a mais de 10 anos. Quando ele falou a segunda frase, eu entendi minha mão e consegui dizer apenas uma palavra, com a voz trêmula e vacilante.

-Prazer.


Nós ficamos na mesma posição por mais alguns segundos e após o momento constrangedor de silêncio um dos enfermeiros chegou para informar que estava tudo pronto para a locomoção do paciente. Eu me levantei, ele fez mesmo. Andei rapidamente com a intenção de avisar que íamos sair e ele tocou em meu braço, como se tivesse uma dúvida. Esse toque fez com que todo o meu corpo reagisse e eu me afastei. Pude ver uma tristeza em seu olhar, mas ele enfiou as mãos dentro dos bolsos da calça branca e abaixou a cabeça.

-Vai mesmo me tirar daqui?

-Sim.

Jacob assentiu, levantou o queixo e eu pedi que a porta fosse aberta.





Me sentei na sala de recepção enquanto preenchia o último formulário para a retirada de meu "novo" objeto de estudo, imaginar que havia conseguido o que sempre quis me fazia rir a cada segundo. Eu entreguei a prancheta para a recepcionista e ela me informou que estava tudo certo. Pelo canto do olho vi a figura alta, musculosa, de olhos e pele clara se aproximando, olhei diretamente em sua direção e fiquei me perguntando se ele tinha sido capaz de fazer o que disseram que fez, nunca cheguei a uma conclusão, será que agora conseguiria? Trocamos algumas palavras e ele pegou uma mochila, provavelmente com os poucos itens que obtia. Andando pelo estacionamento em busca de meu carro eu sentia seu olhar sobre mim, então parei e girei meu corpo em meus calcanhares.

 -Alguma pergunta?

-POR QUE EU?- Sua voz alterada fez com que eu recuasse um passo, em seguida ele murmurou uma desculpa e eu reparei fundo.


-Não se altere comigo.

-Como não quer que eu me altere? Terei que perguntar uma terceira vez? Não é normal uma mulher que você nunca viu na vida te resgatar com a desculpa que vai te usar para treinar algo tão idiota como psicologia!

-Psicologia não é idiota.

-A minha vida toda psicólogos vieram com a mesma conversa, eles sempre diziam que iriam me ajudar, que eu melhoraria.

-Eu vi os últimos relatórios das suas consultas, você não tem mais nenhum indício de nenhum dos problemas diagnosticados.


Ele levou as mãos até a cabeça e respirou fundo.


-Eu te escolhi porque não acredito que tenha feito aquelas coisas, Jacob. Eu te escolhi porque eu acredito em você.-Ele relaxou os ombros e pareceu me compreender. -Me acompanhe até o carro.


Ele assentiu e em segundos estávamos no meu veículo. A resposta para a pergunta de Jacob não era aquela, e a verdadeira estava na ponta da minha língua, não que eu pretendesse dizer a ele.

Eu queria poder dizer.

Mas, como dizemos a alguém que nem nos conhece que somos totalmente obcecados por esse alguém?



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