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História Nasce um Novo Luar - SessyKag - Coração estraçalhado


Escrita por: Kayennee

Notas do Autor


Muitíssimo obrigada a todos os favoritos e mensagens.
Espero que gostem...
bejinhos
Boa leitura :)

Capítulo 2 - Coração estraçalhado


Fanfic / Fanfiction Nasce um Novo Luar - SessyKag - Coração estraçalhado

 Do outro lado do poço, na Era Feudal, o cenário era o mais constrangedor possível…

Com um bebê recém nascido preso às costas dentro de um cesto de vime, Sango ajudava seu esposo, Miroku, a estender uma pilha de roupas e fraudas, num varal improvisado.

Shippou, sentado numa pedra, conversava com Inuyasha e este mantinha os braços cruzados em puro aborrecimento. Mas seu mau humor não impediu que as duas crianças gêmeas puxassem suas orelhas alegremente.

— Inu, Inu, Inu... — as gêmeas cantarolavam e brincavam com suas orelhas.

— Você é um brinquedo para elas! — a pequena raposa constatou divertidamente.

— Ei Miroku! Faça alguma coisa com essas gêmeas.

— Não puxem as orelhas dele, meninas — Miroku ralhou com as filhas mas sem dar tanta importância.

— Desculpe, Inuyasha — Sango comentou, atarefada.

Nesse exato momento o hanyou mexeu as orelhas e sentiu um aroma muito conhecido seu. Levantou-se e jogou as gêmeas em cima de Shippou.

— Brinquem com a raposa — afoito, saiu correndo em direção ao poço deixando seus amigos sem entenderem nada. — Esse cheiro... Não há engano! — murmurava para.si mesmo.

O híbrido correu rapidamente por entre as árvores da floresta e viu o poço em meio a neve que cobria todo o chão. Fazia muito frio, e, havia nevado a noite toda.

Ele estendeu uma das mãos e puxou de lá de dentro Kagome que havia acabado de completar vinte e dois anos.

Olharam-se… Por muito tempo… E depois, contidas lágrimas escorreram pelas bochechas da bela sacerdotisa.

— Kagome... — Inuyasha murmurou puxando-a para perto do peito, abraçando-a com fervor.

— Tinha saudades, Inuyasha! Queria muito te ver... — e foi então que aconteceu…

Ele beijou seus lábios rosados pela primeira vez.

Para Kagome este beijo, foi algo que ela sempre idealizou; algo que ela sempre sonhou. Para ela aquele primeiro beijo era algo quase impossível, entretanto, estava acontecendo naquele momento. Kagome  se sacrificou várias vezes por ele, ela desistiu de sua família por ele... Ela o amava.

Durante todo o relacionamento com Inuyasha, eles nunca se beijaram, na verdade, o amor vinha mais da parte dela... Eles nunca haviam se beijado antes pela turbulência psicológica em que o hanyou se encontrava. Turbulência esta que neste exato momento estava insuportável.

Ele a beijou mais por conta de seu aura ser tão parecido com o de sua amada Kikyou. Sempre esteve confuso entre ambas. Todos afirmavam que Kagome era a encarnação da miko de barro, e, justamente por isso, Inuyasha não entendia o porquê sentia-se tão confuso entre duas pessoas que supostamente deveriam ser a mesma.

Ele sempre a viu como uma espécie de sombra de Kikyou. Kagome tinha ciência de que era sempre a miko morta quem estava em seus pensamentos durante todo aquele tempo.

Depois que Kikyou morreu levando parte de sua alma para o além, Kagome acreditou que seu Inuyasha se aproximaria mais dela. No entanto, não aconteceu assim. Indiferente a isto a moça sempre permaneceu ao seu lado, acreditando que seu sentimento algum dia iria ser retribuído em igual valor.

Kagome... Kikyou...

Elas o confundiam. Contraditoriamente, pareciam a mesma e em igual intensidade eram pessoas totalmente opostas. Kagome o confundia... Seu amor por ele o confundia...

Seus sentimentos estavam em um conflito contante, e, ele sentia-se estranho ao beija-la. Tanto que cessou o beijo e afastou-se um pouco. Era como se estivesse traindo sua Kikyou. Mas como, se a alma dela estava reencarnada em Kagome? pensava. Isto de forma alguma seria uma traição. Muito pelo contrário, seria a prova de que seu amor ultrapassava a morte.

Shippou, Sango e Miroku chegaram correndo com as filhas.

Imediatamente, Sango jogou-se em Kagome, abraçando-a, choramingando de saudades. Shippou pulou no colo da jovem miko também, com uma enorme felicidade.

— Kagome, você está linda! — disse Miroku a cumprimentando.

— Que bom que voltou, amiga.

— Sim, queria muito ver todos vocês — ela ainda tinha lágrimas nos lindos, brilhantes e puros olhos azuis.

Olhando as crianças, Kagome disse animada — Parece que você não perdeu tempo, hum, Miroku-sama? Três em quatro anos?

Ele coçou a cabeça sem graça e deu um sorrisinho amarelo.

— Sem comentários — resmungou a antiga exterminadora —, este monge é insaciável! — riu um pouco sem graça.

— Fico muito feliz por vocês.

— Venha, querida Kagome. Vamos ver Kaede.

Antes de ir a miko olhou novamente para dentro o poço. Queria certificar-se que ele havia fechado e como imaginado, ele estava lacrado novamente.

Seguiu seus amigos. Durante o percurso; perguntava-se: a passagem havia se aberto por conta do seu profundo desejo em rever seus amigos? Ou se foi por algum outro motivo? E se desejasse muito ver sua mãe novamente? Será que a passagem se abriria? Isto era algo que ela iria experimentar algum outro dia...

— Porque está usando roupas de miko, Kagome? — Inuyasha perguntou incomodado e curioso em não vê-la com seus usuais trajes de sua Era.

— Ah! Isto é porque durante esses anos eu me tornei oficialmente a miko do Templo Higurashi, então, uso sempre roupas tradicionais.

— Compreendo.

Ao longe, ao sair da floresta — floresta esta que recebia o nome Inuyasha — a jovem miko viu o vilarejo. A jovem sacerdotisa recebeu as boas vindas de muitos aldeãos que a reconheceram alegremente.

Imediatamente, foram falar com a anciã seguindo direto para cabana de Kaede.

Para a surpresa de Kagome, Rin estava aos cuidados da vovó e agora treinava para tornar-se uma sacerdotisa também.

Ela já não era mais uma criança pequena com oito anos, agora ela já era uma bela pre adolescente de doze anos.

Puseram-se a conversar e a atualizar Kagome dos eventos que ocorreram durante sua ausência.

Shippou estava estudando para ser um grande youkai raposa completo, na escola para raposas, Sango e Miroku casaram e tiveram três filhos. Inuyasha e o monge viviam fazendo exorcismos em troca de dinheiro. Kohako, agora, era um exterminador reconhecido, Rin morava com Kaede que era sua mestra e Sesshoumaru vinha visita-la com frequência trazendo kimonos raros. Este parou de importunar o meio-irmão. Podia-se dizer que até 'conversavam' mais amigavelmente, óbvio, dentro do que é possível para os dois.

O poderoso inu-dai-youkai continuava sua busca pelo poder. Atualmente, além de herdar as Terras do Oeste — que eram herança de seu pai — havia acabado de conquistar todo o sul tornando-se o grande senhor de toda essas duas regiões.

O leste era terreno de Inuyasha e os youkais lobo eram grandes senhores do norte...

— E como vocês souberam disso tudo já que Sesshoumaru é um poço de frieza e introspecção. Jamais daria esta informação toda a ninguém? — perguntou Kagome levemente interessada.

— Miroku e eu nos informamos durante algumas viagens para exterminar e exorcizar youkais e almas penadas — Inuyasha respondeu palitando os dentes com a unha do dedo mindinho.

...

Já era noite, estavam ao redor de uma enorme fogueira para se aquecerem. Aproveitaram e assaram alguns cogumelos e peixes recém pescados.

— Hum! —Kagome saboreava um peixe — Já tinha esquecido como isto é gostoso! — e ela elevou os olhos para todos. — Sabem que na minha Era essas coisas são muito difíceis de acontecer, principalmente em cidades grandes.

Inuyasha, intrigado, em nenhuma momento deixava de observar a jovem. Ela estava muito diferente, era mais mulher. Estava muito mais bonita, seus cabelos estavam enormes e muito sedosos. Sua pele era branca como a lua, os lábios carnudos e vermelhos eram uma apetitosa visão. Seu corpo havia tomado mais volume e podia-se jurar que ela estava mais... 'suculenta'. No entanto, ele se perguntava o motivo de não a desejar como mulher. Por que a sombra de uma morta não parava de o assombrar? Ele olhava para Kagome, e via nela Kikyou, e mesmo assim não a desejava.

Por quê?

Perguntava-se, cabisbaixo e introspectivo...

Por que ele não sentia a mesma coisa por Kagome? Ela era mais meiga, mais sensível e até mais bonita.

Saiu e deixou o restante do grupo ali reunido conversando. Aquilo não passou desapercebido pela miko que sorriu triste e entrou para um mundo paralelo dentro de seu próprio Eu.

Foram descansar, Kagome ficou na cabana da velha Kaede com Rin.

Estava frio e a relva era totalmente encoberta pela neve muito branca; era um belíssima visão. Ela conversava com Rin e contava coisas de sua época para a adolescente que divertia-se com aquelas novidades.

— Quando puder eu a levo em minha época e você verá com seus próprios olhos — disse Kagome com um sorriso meigo.

— Promete? — Rin deu uns pulinhos, animada.

— Claro, querida! Só preciso descobrir como fazer para o poço funcionar a hora que eu quero!

...

Já havia passado um mês desde que Kagome retornara à Era Feudal.

Acordou cedo e foi fazer sua rotina diária. Improvisou um alvo e começou a treinar sua mira perfeita. Depois seguiu para o treino com espada. Sim... Agora ela conhecia técnicas de esgrima e por fim, para completar a manhã, ficou em posição de lótus, meditando.

Ali, no Japão feudal, ela conseguia aprimorar ainda mais sua energia espiritual, talvez pela pureza do ar, dos alimentos mais saudáveis e por conseguir ter paz de espírito sem a confusão da cidade.

Em sua meditação notou uma profunda tristeza dentro dela. Estava ali por ele, Inuyasha. Entretanto, desde que chegara, ele a evitava. Todas as vezes que ela tentava se aproximava, o hanyou inventava alguma coisa e se afastava. Embrenhava-se mata adentro e desaparecia.

Ela estava visivelmente triste e abatida...

Aquele brilho que havia em seus olhos não existia mais, seu coração estava cansado! Ela sofria muito com este amor não correspondido. Era um peso em sua alma. Meditava para buscar forças dentro de seu ser para esquecer esse amor que só lhe trazia dor e sofrimento.

O que ela iria fazer? Como curar aquela ferida aberta em seu coração? Ela jamais se arrependeu de amar... Jamais! Mas teria que resolver aquele problema.

Assim os dias se passaram e já era pleno verão. Kagome resolveu tomar uma decisão; iria conversar com Inuyasha. Precisava ouvir de sua boca que ele não a queria, precisava matar de vez esse amor bandido que a fazia mal. Estava fragilizada, mas percebia nitidamente o abismo emocional em que se encontrava. Precisava sair daquilo, precisava se curar.

Esperou um momento em que ele estivesse sozinho e foi a sua procura... Encontrou-o sentado e sozinho na relva verde, no alto de uma colina apreciando o por do sol. Ela sentou-se o seu lado e manteve-se em silêncio buscando coragem e forças para falar o que precisava.

— Você está bem? — perguntou ele, certamente, por ter percebido a mudança em seu aroma.

— Sim... Na verdade...

— Vou dar uma volta e me certificar que esta tudo certo.

— Espere, Inuyasha! Na verdade queria te perguntar uma coisa e queria que você fosse absolutamente sincero comigo — os olhos cor de mel a fitaram, esperando a pergunta. — O que, verdadeiramente, você sente por mim? — enfim, conseguiu pronunciar a derradeira pergunta.

Ele suspirou, depois de um curto tempo, pensando no que iria responder para tentar magoa-la o mínimo possível, disse:

— Não sei, Kagome. Eu me sinto confuso. Não consigo tirar Kikyou de minha cabeça, não posso negar. No dia em que nos beijamos, era como se eu a estivesse traindo. Não posso fazer isto com você, nem com ela. Não posso estar com você pensando que é ela.

— Hum... E por isto tem me evitado?

— Estou tentando compreender o porquê estar me sintindo assim...

— Certo, talvez o melhor a fazer, então, é voltar a minha época e seguir com minha vida. Talvez aceitar sair com Houjo... Ou encontrar alguém que corresponda meus sentimentos — ela disse magoada, tentando conter as lágrimas.

Inuyasha a segurou pelo pulso quando ela já ia se levantar.

— Não vá. Fique mais um pouco...

— Hum... Ficarei aqui até a criança de Aki e Yukina nascer, isso deve acontecer logo. Depois irei partir.

— Não... Fique comigo, eu sentirei sua falta. Primeiro Kikyou me abandona, agora você...

— Não acha um pouco egoísmo de sua parte me fazer sofrer desta maneira?

Ele, em choque nada disse, ela tinha razão. Levantou-se e saiu com poucas lágrimas nos olhos...

Seu coração estava estraçalhado.

Entrou na cabana tentando manter o pensando positivo: amanha seria um novo dia...



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