História Nascida Para Lutar - Amigos?

Andamos praticamente o dia todo, a perna do Lucas ainda não estava 100% mas ele já conseguia andar sozinho. Desde o acidente ninguém disse uma palavra sequer, achei melhor assim, aquela memoria ainda atormentava meus pensamentos. -Eu não consigo mais andar, desculpa mas minha perna ainda dói.- Diz Lucas se encostando numa árvore. Agora que ele falou é que reparo nas feições cansadas dos três. -Tudo bem, vamos parar aqui, continuamos quando o sol nascer- Eles suspiram e se sentam no chão, ponho minha mochila no chão e me sento em seguida. -Podem dormir, vou ficar de vigia- falo olhando para o alto das árvores. Volto meu olhar pra eles e vejo todos me encarando, suspiro já sabendo o que viria a seguir. - O que vocês querem saber?- Pergunto sem muita emoção. -Que tal tudo? Não sei se você reparou mas nós quase morremos hoje, nosso carro foi destruído por demônios e você trouxe uma pessoa de volta a vida- Murilo fala tão rápido que nem chega a respirar. -Tudo bem, a mais ou menos dois anos eu acordei no meio de um lago congelado no sul do Canadá, sem memoria, sem pistas, sem nada além daquela espada. Desde então essas coisas andam atrás de mim, já perdi a conta de quantas vezes já morri e voltei algumas horas depois, a parte de trazer de volta a vida foi um palpite, na verdade eu nunca tinha feito isso antes.- Falo encarando-os, por um momento ninguém diz nada, imagino que estejam tentando entender tudo que falei. -O que vamos fazer?- Pergunta Daniel olhando pra mim. -Vou levar vocês pra casa, longe dessas coisas. Vocês estão nisso porque eu quis algo que eu não posso ter. Mas primeiro temos que voltar pro hotel, minhas coisas estão lá.- Todos balançam as cabeças positivamente, pego minha espada e me levanto. -Melhor vocês dormirem um pouco, O dia vai ser longo amanhã- Faço menção de me afastar um pouco para olhar em volta quando Murilo pergunta. -Você não dorme?- Sorrio de canto. -Hoje não- Deixo-os sozinhos e vou olhar em volta, quando retorno encontro os três dormindo, suspiro e me sento próxima a uma árvore, e observo-os dormir.

***

Os primeiros raios do dia começam a surgir, espanto o cansaço de uma noite sem dormir, levanto e acordo os meninos. -Temos que ir quero chegar lá antes do meio dia.- Eles se levantam em silêncio, Lucas estava muito melhor. Meus olhos queimavam as lentes estavam me incomodando, retiro-as e jogo em qualquer lugar. -Seus olhos... Eles... Eles são roxos- Lucas gagueja. Rio um pouco -São lilases- Corrijo -São lindos- Fala Murilo encarando meus olhos, em seguida balança a cabeça como se estivesse afastando um pensamento e começa a andar, com todos nós atrás dele.