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História Nascida para Morrer - Dallarium, 7 de agosto de 10301


Escrita por: FT

Notas do Autor


Olá meus queridos, finalmente estou de volta. Estou postando esse capítulo mesmo sem poder responder os comentários anteriores ainda principalmente porque a vida está impossível, mas não os abandonarei ou deixarei de escrever caso falem comigo, além disso peço desculpas pela demora. Falem comigo, digam o que acharam, favoritem e ajudem a história a continuar, responderei cada comentário (mesmo que demore um pouco) com todo o amor do mundo e estarei pronta para atender pedidos. Espero que gostem, boa leitura

Capítulo 9 - Dallarium, 7 de agosto de 10301


Fanfic / Fanfiction Nascida para Morrer - Dallarium, 7 de agosto de 10301

“Existir é sobreviver a escolhas injustas”

 (The OA)

 

Clara fechou os olhos enquanto tocava o violino, sempre se mantinha desse modo ao tocar na porta do restaurante mais importante que já havia visto, poucas vezes entrara no local até mesmo porque poucos podiam frequenta-lo. As torres cantantes estavam diante dela e o som de seu violino criava uma melodia conjunta cativante para aqueles que chegavam ao local, contudo apenas as torres cantavam alto o bastante quando se adentrava o restaurante, a música de Clara era restrita. 

A garota abriu os olhos a maleta onde guardava o violino estava satisfatoriamente cheia com o dinheiro dos visitantes, a garota sorriu recolhendo o dinheiro com dificuldade e colocando o violino no local. A dificuldade se devia aos nove meses de gravidez, carregava um filho agora e desde que a barriga se tornara aparente as pessoas contribuíam mais ao ouvi-la tocar, talvez por pena ou talvez porque gostassem mais de sua música. Clara não sabia ainda a resposta para essas questões e ainda assim persistia. Ela carregou com dificuldade a maleta que continha o violino se sentando na escada que adentrava o restaurante se afastando do hall de entrada enquanto encarava as torres. 

-Vamos ficar bem querida - Garantiu clara segurando a barriga com as duas mãos e se dirigindo ao bebe que tinha dentro de si. 

A criança chutou e Clara sorriu, estava com nove meses de gravidez tocando num restaurante perdido em meio a torres cantantes. Não compreendia completamente a própria desventura, contudo retirou da mochila que tinha nas costas um sanduíche e começou a comer, guardava dentro de si um otimismo eterno e a crença absoluta de que ainda esperava para cumprir seu destino. Clara acreditava que aquela criança era seu destino, mas como deveria ser estava enganada. 

Quando o sanduíche terminou o que parecia uma estrela cadente atravessou o céu, o sorriso de Clara desapareceu quando ouviu um grande estrondo próximo as torres cantantes e algo que parecia explodir. Uma nave havia caído, Clara deixou o violino e saiu caminhando rapidamente para ajudar quem quer que estivesse na nave. A garota se surpreendeu ao chegar no local e encontrar uma nave de cor azul que carregava a inscrição “Cabine de Polícia”, repentinamente a porta se abriu revelando uma figura estranha: um homem de casaco verde musgo profundo, roupas marrons, cabelo negro levemente longo e olhos estranhos ainda que bondosos, ele tinha um fino lenço no pescoço e seus trajes eram de um aventureiro nato. Clara não sabia, mas estava diante da oitava regeneração do Doctor. 

-Olá - Disse o homem fechando a porta atrás de si e trancando a porta - A Tardis precisa se reorganizar, precisa de energia e tempo…terá que ficar algum tempo sozinha e parada. 

Clara apenas estreitou os olhos confusa, não tinha certeza se o homem falava consigo mesmo ou com ela própria. Tinha dúvidas em relação a isso, mas não apenas. Por que em um único segundo soube que havia encontrado seu destino? Aquele homem era a resposta retumbante de dúvidas eternas que sempre estiveram guardadas e ocultas em sua alma. 

-Inclusive, eu sou o Doctor - Disse o homem estendo a mão. 

-Clara - Garantiu a garota não compreendendo porque ele havia estendido a mão, era um habito estranho - O que faz aqui? 

O Doctor pareceu pensar no que responder e então escolheu dizer a verdade. Por algum motivo tinha um pressentimento estranho sobre a garota grávida, como se soubesse que deveria dizer a ela algo que se parecesse com a verdade.

-Estou aqui para impedir que destruam toda Dallarium - Respondeu o Doctor seriamente enquanto Clara caminhava a seu lado. 

-Quem iria querer destruir esse local? - Questionou Clara curiosa. 

-Os monges decapitados acreditam que um dia esse local abrigará um evento muito importante, um evento que muda absolutamente tudo e por isso querem destrui-lo antes que aconteça o problema é que pessoas morrerão se eles executarem esse plano, irão destruir o planeta. - Assegurou o Doctor. 

O Doctor não sabia ainda, em sua oitava regeneração não poderia saber que o evento cosmicamente tão importante seria o dia em que sua décima segunda regeneração daria uma chave de fenda sônica para a arqueóloga e assassina River Song. Os monges decapitados estavam ainda querendo a todo custo gerar a morte prematura do Doutor antes que ele chegasse ao dia da pergunta “Doctor Who?” e para isso River Song não deveria ter uma chave de fenda sônica na Maior Biblioteca do Universo salvando a Décima Regeneração do Doctor. 

Clara continuou seguindo o estranho homem rumo ao restaurante, não tinha mais nada a dizer ou a reivindicar desejava apenas resgatar o violino deixado para trás e continuar a tocar, tinha uma filha que em breve nasceria e de algum modo sabia que dessa vez não deveria ceder aos próprios instintos de aventura. Quando finalmente estavam nas escadas que levavam ao hall de entrada Clara viu algo que a deixou perplexa: um homem vestido como monge adentrava o restaurante segurando sua maleta com o violino. 

-Ele está com o meu violino! - Clara exclamou isso ultrajada recebendo um olhar surpreso do Doctor que parecia ter se esquecido da presença da garota. 

-Sim eu vi, pertencia a você ? - Questionou o Doctor finalmente dirigindo o olhar para a grande barriga de gravida da garota. 

-Sim, eu preciso daquele violino para sobreviver - A voz de Clara parecia desaparecer. 

-Irei recupera-lo, como se chama? - Questionou o Doctor de modo atencioso, como apenas sua oitava regeneração era capaz. 

-Eu me chamo Clara - Assegurou a garota enquanto o Doctor segurava sua mão - Irei com você. 

 

O Doctor estava prestes a revidar, mas se sentia sozinho. Era uma vida solitária, uma regeneração solitária cheia de aventuras sem nenhum companheiro e agora olhando para a mulher gravida de olhos castanhos enormes acreditou profundamente que talvez fosse ela a resposta que continuava procurando e perseguindo em vão, talvez Clara fosse a companheira que ele aguardava. Tal crença egoísta o fez aceitar a presença da garota, o fez permitir que ela o seguisse e segurasse sua mão enquanto corriam em disparada atrás do monge. 

-Eu sei o que ele irá fazer! - Garantiu o Doctor se súbito finalmente compreendendo o plano do vilão - Venha comigo, iremos esperar por ele. 

Clara assentiu sorrindo, não se lembrava de se divertir tanto assim antes. A aventura era como uma predestinação e sentia agora que sua gravidez avançada em nada a impedia de correr, os companheiros entraram numa sala no subsolo do restaurante, o local era amplo e cercado de circuitos elétricos. Tudo estava desprotegido porque aquela seria uma noite especial em Dallarium e aparentemente isso sobrecarregava os funcionários em outras funções. 

-Iremos ficar atrás dessa mesa, quando ele chegar será surpreendido e atordoado pela minha armadilha, pegaremos a maleta e sairemos daqui - Explicou o Doctor enquanto manipulava habilmente os grandes painéis eletrônicos da sala com sua chave de fenda sônica. 

-Por que ele viria aqui? O que há de tão especial? Por que roubou meu violino? - Clara tinha inúmeras perguntas mesmo que compreendesse que o Doctor programava os computadores para piscarem em clarões atordoantes num mesmo ritmo, isso provavelmente causaria algum impacto e muita confusão num ser desprovido de cabeça. 

-Eles usaram sua maleta para guardar um dispositivo capaz de destruir o planeta, contudo esse dispositivo precisa de uma força, ou seja, precisa de muita energia e aqui é o centro de energia de Dallarium, ele virá até aqui e iremos recuperar seu violino e salvar o planeta - O Doctor parecia levemente empolgado, contudo havia algo de maçante em sua voz…já havia feito aquilo vezes demais. Enquanto aguardavam o Doctor se sentiu tentado a conversar, estava sozinho há muito tempo e aquela jovem garota carregando outra jovem vida o fazia pensar em Gallifrey.

-Está prestes a nascer - Assinalou o Doctor tentando soar casualmente e apontando aos sussurros a barriga de Clara.

-Sim, muito perto - Garantiu ela com o olhar distante, se perguntando se desejava continuar de fato a conversa. - O pai dela morreu há algum tempo, ela tem apenas a mim. 

-Sinto muito - Respondeu o Doctor - Ele morreu como herói?

-Foram Cybermans…ele foi morto porque se recusou a cooperar - Respondeu a jovem - Acredito que nunca mais amarei alguém como o amei e aquele violino foi um presente dele, o último presente.

Tudo aconteceu muito rápido após a última frase de Clara. Primeiramente: os inimigos chegaram com o violino, se colocaram na frente do painel de controle e a armadilha do Doctor foi acionada pela chave de fenda sônica de modo que uma pequena explosão se fez atordoando o vilão. no minuto seguinte o Doctor pegou a maleta com o violino, Clara o ajudou a abrir e conferir a existência do dispositivo que causaria a grande explosão e em seguida saíram correndo pela porta. O único fato inesperado foi que a micro explosão causada pelo Doctor cresceu excessivamente fazendo com que Clara fosse lançada no chão ao fechar a porta atrás de si. 

O Doctor apressadamente a segurou e continuaram correndo, sabiam que o vilão estava morto, contudo também sabiam que a ameaça continuaria enquanto todo o local não fosse evacuado. O Doctor ainda segurando praticamente todo o peso de Clara em um dos ombros usava a mão livre para mostrar o papel psíquico e pedir que todos deixassem o local. Quando finalmente chegaram do lado de fora o Doctor percebeu que mesmo ferida a garota ainda segurava a maleta com o violino e que a cada segundo ela parecia mais e mais fraca. 

O Doctor não compreendia porque ou como até finalmente carrega-la com seus dois braços e notar o grande estilhado de metal da porta que se instalara na coluna dorsal da garota. 

-O que está havendo? Por que sinto tanta dor? - Clara perguntava agora com a voz fraca enquanto era deixada no chão pelo Doctor. 

-Tem um estilhaço em você, se eu tirar você começará a sangrar e pode morrer - Disse o Doctor após conferir a situação médica pela chave de fenda sônica. 

-O que faremos? - Perguntou ela. 

-A levarei até a minha nave onde poderei te levar para o melhor hospital da galáxia - Garantiu o Doctor sabendo que o tempo era muito curto. 

No momento em que estava prestes a segurar a jovem mulher em seus braços ele notou algo que não havia visto, a bolsa de Clara havia acabado de estourar, isso significava que o bebê estava a caminho. O Doctor ainda mais rapidamente a segurou em seus braços, caminhou com a máxima rapidez até a Tardis mas o percurso era longo, a cabine de polícia estava muito distante. Durante todo o trajeto as contrações de Clara aumentavam em um nível impossível, a criança parecia desesperada para nascer e o Doctor precisava ajudar. 

Assim que adentraram a Tardis já era tarde demais, a criança tinha de nascer e os gritos de Clara eram uma mistura sinistra entre as dores de um parto eminente e o grande ferimento causado pelo estilhaço que a matava aos poucos. Ela teria de fazer força e o Doctor precisava fazer aquela criança vir ao mundo ainda que desejasse salvar Clara. 

-Salve minha filha - Foi a única coisa compreensível que Clara disse durante todo aquele tempo. - Ela é inocente, ela é esperança, ela será Astrid. 

O Doctor o fez, em meio a dor daquela mulher e as impossibilidades ele viu uma nova vida nascer, ele segurou a menina em seus braços e a entregou para Clara após uma hora de gritos, dificuldades, dores e sangue. Clara segurou a menina por um instante antes de desmaiar, jamais voltou a si, jamais despertou daquele sono profundo e nada que o Doctor fez pôde reverter o peso esmagador da morte. Agora ele carregava nos braços uma menina loira, de olhos claros e expressão esperta como a da mãe, tinha diante de si o corpo desfalecido de uma mulher que jamais conheceu verdadeiramente e a necessidade de encontrar a menina Astrid um lar. 

Eventualmente o Doctor encontrou um lar apropriado, não muito longe de Dalarium ele deixou Astrid aos cuidados de pessoas que a amaram, a protegeram e que jamais contaram a ela sua história. O violino foi perdido para sempre, assim como o Doctor demorou séculos a se lembrar novamente de Astrid e apenas se recordou quando a mesma morreu para salva-lo em uma noite de natal sem igual a bordo do Titanic. 

Astrid foi salva por ele uma vez e foi obrigada a pagar sua dívida secreta anos mais tarde.


Notas Finais


Gostaram? Devo continuar? Pedidos ou sugestões? Estou aqui para escutar vocês e tentar fazer histórias acontecerem então digam o que gostariam de ler também, façam seus pedidos. Por favor falem comigo, beijos e até o próximo.

p.s. Vocês gostariam de uma fanfic Tenth- Rose (Décimo Doctor e Rose Tyler)?


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