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História Nathalie - Who You Selling For?


Escrita por: FuckMeanGirl

Notas do Autor


Oie!
Adivinha quem ganhou um trecho de narração nesse capítulo? Ele mesmo, Billie Joe Armstrong!
Capítulo 08 para vocês!
Espero que gostem, perdoem os eventuais erros e aproveitem a leitura!

Trilha sonora do capítulo: The Pretty Reckless - Who You Selling For.

Capítulo 8 - Who You Selling For?


Fanfic / Fanfiction Nathalie - Who You Selling For?

Capítulo 08 – Who You Selling For?

Nathalie

Acordei num quarto de janelas abertas e cortinas fechadas por onde o vento fresco entrava. Não fazia sol. Estávamos deitados, juntos como um casal de namorados. John me segurava com um dos seus braços repletos de cicatrizes de um período obscuro da sua vida e não tive coragem de me levantar. Desde o início ele me tratou como uma pessoa merece ser tratada, com respeito e dignidade. Nos braços dele eu não sou apenas uma garota de programa que cobra para fazer sexo e fingir prazer. Eu sou uma garota como qualquer outra, que merece ser amada e ter os seus momentos de felicidade. E mesmo que todos esses momentos tenham sido muito velozes, cada um daqueles minutos ao lado de John foram inesquecíveis.

Fiquei de barriga para cima e encarei o teto branco. O cômodo exalava o cheiro refrescante das velas aromáticas que John acendera na noite anterior. As nossas roupas úmidas continuavam lindamente espalhadas pelo chão e lembro-me de que nos deitamos nesses lençóis com os cabelos molhados, mas os nossos corpos estavam sedentos de tesão e quentes com o sangue que corria fervendo pelas nossas veias.

Eu não queria que aquele dia acabasse, mas os meus pedidos foram atendidos quando dormi sonhando com um dia melhor e ele havia chegado e partido cedo demais. Olhei para o lado e vi aquele homem de quarenta e poucos anos dormindo serenamente. E mesmo sabendo que era errado, passei os meus dedos pelos seus cabelos curtos e ondulados. Não demorou muito e ele sorriu de olhos fechados.

— Quer dizer que você estava acordado esse tempo todo?

— Não. Só faz uns dois minutos.

Ele chegou mais perto de mim e me beijou na boca. Foi apenas um beijo nos lábios, mas eu adorei aquele gesto.

— Não quero que você vá agora. – John me aconchegou ainda mais nos seus braços. — Ainda não pude te conhecer como gostaria.

— Talvez você não deva me conhecer tão profundamente.

— Ah, por favor. Não me faça pensar que você odiou todos os nossos momentos porque eu sei que isso é mentira. É estranho, mas desde que estávamos juntos no jardim, eu percebi que você não era somente uma prostituta.

John, Billie... todos eles dizem que sabiam que eu não sou apenas uma prostituta.

— E o que você acha que eu sou? – perguntei enquanto as mãos de John subiam e desciam pelas minhas costas em movimentos circulares.

— Eu não sei o que você é, mas sei como é. Você é doce, tem olhos que brilham quando está contente, um sorriso que aquece e gosta de observar todas as coisas. Você não parece tão interessada em fugir daqui para receber o seu pagamento e eu só posso estar certo porque nenhuma mulher que trabalha na sua profissão jamais me acordou com um carinho nos cabelos.

Não pude responder porque ele estava certo, mas o meu sorriso confirmou as suas palavras. O problema é que eu precisava separar as coisas.

— Eu preciso ir, John. – ele passou os dedos da mão direita pelo meu rosto. – Se você quiser, podemos nos encontrar outras vezes, mas como amigos.

— Amigos não fazem o que nós fizemos ontem à noite. – ele disse e riu. — Não seria tão ruim assim viajar até Oakland para te ver. Eu posso ir, de verdade.

Não respondi.

O problema é que eu não me sinto digna de estar com uma pessoa como ele. Eu sou uma garota de 23 anos que vende o próprio corpo para pagar as contas. Não consigo imaginar o quanto eu sofreria por não ser o suficiente para alguém que goste de mim pelo o que eu sou. Eu sempre tive medo de me aproximar das pessoas, de fazê-las sofrer por conta de uma das minhas inúmeras falhas. Antigamente eu costumava pensar que sofria tanto por estar sempre me comparando a outras pessoas, mas agora eu vejo que toda essa dor sempre esteve aqui. Não importa o que eu faça, no quanto seja boa em alguma coisa, eu sempre vou me sabotar e fugir das pessoas que me amam de alguma maneira. Eu havia acabado de conhecer John e já sentia o meu coração doer só de pensar em ir embora, mas tinha de dizer adeus. A minha primeira noite com Billie foi uma das melhores da minha vida, mas não consigo olhar para ele sem morrer de vergonha. Eu não sou boa para ninguém. Mesmo que John não pense assim, mesmo que Billie veja uma Nathalie que não existe ou que existe no meu inconsciente, mas que eu não consigo ver.

— Você não vai se livrar de mim tão facilmente. – John disse e me deu um beijo na bochecha.

O homem dono de uma voz doce me abraçou ternamente por muito tempo até que a realidade bateu na minha porta quando voltei para casa.

Aquela era só mais uma noite chata de sexta-feira quando o meu primeiro cliente apareceu perto das 23h e sentou-se sozinho numa mesa aos fundos do Red Velvet. É claro que eu não percebi que era mesmo ele e só o vi quando fui levar o seu pedido que havia sido anotado por outra funcionária.

— Boa noite, Nathalie. – ele disse tirando os óculos de grau e a boina preta que cobria o seu cabelo. Os seus olhos verdes me encararam por alguns segundos.

— Isso já está ficando estranho. – falei e coloquei a garrafa de cerveja na mesa de Billie. — Não estou interessada em ser amiga de um perseguidor.

— E quem disse que estou te perseguindo? Eu gosto desse bar, sempre gostei. E como você precisou ir embora naquela noite, eu tive que voltar para fazer o meu convite outra vez.

Me apoiei na cadeira e o observei sem paciência. Ele me ignorou e tirou a tampa da sua garrafa.

— Por que eu? – pergunto séria. — Eu não sou nada do que você está imaginando.

— E o que você pensa que eu estou imaginando? Acha que eu ainda tenho idade para idealizar a mulher perfeita ou um amor incondicional?

— Fala logo o que você quer, por favor.

— Sair com você, caramba! – ele tomou metade da cerveja na sua caneca e a encheu novamente. — Olha, eu não estou arrependido de ter te dispensado naquela noite. Eu só...

— Você o quê? – perguntei me sentando na outra cadeira da mesa que ele ocupava. — Continua!

— Eu só me sinto sozinho. – ele disse sem me olhar diretamente. — Eu tenho os meus amigos, você sabe. O problema é que eles não aguentam mais as minhas reclamações e eu me cansei de tanto reclamar, lamentar e chorar, entende? Quero conhecer uma pessoa nova, falar sobre outras coisas, sorrir, compartilhar gostos e viver o que ainda me resta dessa vida.

— Você fala como se fosse morrer amanhã.

— Para morrer basta estar vivo.

— Não fale assim. Eu sei como esse sentimento é horrível. É uma sensação de vazio, solidão. Não sou a melhor pessoa do mundo para conversar, mas podemos compartilhar as nossas dores e alegrias.

Billie sorriu daquele jeito que só ele sabe sorrir. Os olhos verdes lindíssimos que brilhavam quando ele parecia estar feliz.

— Pelo visto o seu coração não é uma pedra fria. – ele disse e riu.

— Não muito. Acho que um ouriço espinhento, talvez.

— E você pode me dizer o motivo disso tudo?

— Posso, mas não hoje. Vá para casa, coma, durma e me encontre amanhã, às 22h aqui na porta. Amanhã eu termino o meu turno cedo porque vou substituir um colega.

— Só se você me passar o seu telefone. – ele cruzou os braços e me observou atentamente.

— Você é chato, cara! Foi assim que conquistou a sua esposa? – tirei uma folha do meu bloquinho de anotações e comecei a escrever o número do meu celular. — Acho que ela deve ter aceitado namorar com você porque foi vencida pelo cansaço. – entreguei o papel nas mãos dele e Billie o guardou na sua carteira.

Ele me ofereceu a sua mão direita e nos cumprimentamos como se estivéssemos selando um acordo. Billie terminou aquela cerveja e foi embora poucas horas depois.

No dia seguinte, acordei com o toque irritante e incessante da campanhia. Levantei bêbada de sono, descalça e coloquei o meu olho meio cego no olho mágico para quer quem era a minha visita inesperada.

Ela era inconfundível. Com os longos e secos cabelos loiros que pareciam ser cortados em casa, os olhos sempre marcados por um lápis preto borrado e às vezes um batom vermelho nos lábios finos, Sky era a minha melhor amiga desde que eu chegara em Oakland, há quase quatro anos. Magra e seca usava as suas roupas meio surradas de todos os dias e um óculos de grau.

Tirei a corrente da porta e girei a chave para abrir a porta.

— O que você está fazendo aqui? – perguntei abrindo a porta e já me virando de costas para me sentar no sofá. Sky adora aparecer de surpresa na minha casa, mas a parte boa é que ela tem o costume de trazer alguma coisa para a gente beber e comer.

— Bom dia para você também! E ainda que não acredite, eu acordei muito cedo num sábado porque precisava fazer um exame de vista e te juro que há quinze minutos eu não estava vendo nada direito. Por isso trouxe pão, queijo, presunto e café para que possamos reclamar da vida juntas nessa manhã nublada de sábado.

— Você tem noção de que são 8h da manhã e que eu trabalhei até as 2h da manhã? Ah, sim.

— Claro que tenho, mas não me expulse, por favor. Eu preciso te contar uma coisa.

— Pode ir passando a comida e depois, você fala.

Arrumamos o nosso café da manhã na bancada da minha cozinha e ela começou a falar sobre como estava animada porque havia conseguido um estágio no ramo da Moda onde iria trabalhar com a preparação de figurinos para as séries da CW. E por causa do estágio ela ficaria quatro dias úteis da semana em Los Angeles.

— Eu já consegui falar com a coordenação da faculdade e farei apenas três matérias nesse período em período integral na segunda-feira.

— Fico muito feliz por você, Sky! Sério, como eu gostaria de voltar pra Los Angeles.

— Obrigada, mas me conta de você agora! Quais os seus planos para hoje?

— Acredite ou não, eu tenho uma espécie de encontro depois do trabalho.

Sky me encarou como se eu tivesse dito um tremendo absurdo.

— Caralho, eu não estou sonhando? – revirei os olhos por conta da provocação de Sky. — Nathalie tem um encontro, porra!

— Isso mesmo, o bairro inteiro precisa saber que eu não namoro há sei lá quantos anos.

— Ah, que foda! Me fala, como ele é? Como o conheceu? Quantos anos ele tem?

Peguei um pedaço de presunto e coloquei na boca pensando muito bem no que iria dizer.

— Ah, ele é bem bonito. Tem os cabelos bem pretos, pele clara e olhos verdes. Eu o conheci no trabalho – o que não era nenhuma mentira, só não havia sido no trabalho que Sky conhecia. — E ele é mais velho, mas não sei quantos anos exatamente.

— E o que vocês vão fazer? Já pensou na roupa?

— Eu ainda não sei o que vamos fazer, ele me convidou para sair ontem à noite. E querida, eu vou trabalhar. Não posso fazer uma superprodução e aparecer no bar de salto e com a cara carregada de maquiagem. Quer dizer, a maquiagem eu posso usar, mas não como se estivesse indo para a balada.

— Ah, eu preciso te ajudar nessa empreitada. Não posso deixar que você dispense esse sortudo.

— E se ele não for tão legal assim?

— Faça o favor de pensar positivamente? Ele é legal e vocês irão se beijar essa noite. Eu vou te ajudar com as roupas e todo o resto.

Ela me deu a mão por cima da bancada e riu. Eu realmente tenho a melhor amiga do mundo.

 

Billie Joe Armstrong

Eu me sentia como um adolescente prestes a ter o seu primeiro encontro com a garota mais bonita do colégio. Me arrumei todo como não fazia há muito tempo e conferi se estava tudo certo no espelho umas dez vezes. Os meus filhos não sabiam para onde eu estava indo, mas pelo meu estado de nervos eles já tinham percebido que existia uma mulher nessa história.

Confesso que não sei o que estava me motivando a insistir nessa estranha relação, mas que eu gostaria muito que fosse alguma coisa. Nathalie apareceu como um presente dos meus melhores amigos para satisfazer os prazeres da carne e ir embora no dia seguinte, mas não transamos. Ao invés disso, passamos a noite conversando sobre a minha vida, bebendo e ouvindo músicas antigas de rock cafona dos anos 80.

Naquela noite, ela se despiu de tudo o que a tornava uma vadia. Roupas curtas e escandalosas, um estilo devasso que claramente não a pertencia. Quando ela se cobriu tão rapidamente com o lençol ao me ouvir dizer que não iríamos para a cama, eu soube que ela não estava sendo beijada e tocada por vários homens porque gostava disso. Ela escutou tudo o que eu precisava dizer, mesmo que não fosse tanta coisa assim. Eu queria ter escutado o que ela tinha para dizer, mas num ato egoísta, acabei dormindo sem lhe dar a chance de exorcizar os seus demônios.

Não me lembro de quando comecei a pensar em Nathalie com tanta frequência. Não me lembro de quando os seus olhos melancólicos passaram a ocupar um espaço na minha mente. Só sei que antes dela os olhos de Adrienne eram os únicos que importavam e o amor deixou de ser uma prioridade para mim, mas nunca foi uma escolha.

Mas agora eu digo com toda a certeza: Nathalie apareceu e eu me sinto de mãos e pés atados por aquela garota misteriosa.


Notas Finais


Obrigada por todo apoio e carinho das minhas leitoras fiéis!

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Bjs e até o próximo


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