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História Nayeon Letters - Açucareiro


Escrita por: Lu-pi

Notas do Autor


Eu queria dizer que esse capítulo foi um grande plot twist até mesmo para mim, também queria dizer que quase chorei.

E por último, porém não menos importante.
Antofagasta, eu li hoje que você passou por algumas complicações e de todo meu coração eu estou enviando energias positivas para que você melhore logo.
Espero que esse capítulo te distraia um pouco enquanto você repousa.
Boa leitura.

Capítulo 15 - Açucareiro


Fanfic / Fanfiction Nayeon Letters - Açucareiro

Para Nayeon —

Eu amarei você mesmo enquanto o mundo segue no seu caminho perverso.

 

 

 

 

Por mais que eu tenha duvidado, Chaeyoung estava certa, Nayeon voltara a ser doce comigo. Aproveitei e afastei-me um pouco do jornal para poder organizar melhor as coisas do nosso casamento. Seria algo simples, nada extravagante, mas por ser um casamento dava trabalho mesmo assim.

E sabe quando você pensa que as coisas estão começando a encontrar o caminho das pedras, uma expressão que aqui significa “ter paz quando o assunto trata-se de confusões e incêndios”, então pensa que pode começar a relaxar e rapidamente tudo desanda de uma maneira inimaginável até mesmo para você, e tudo o que você pode fazer é esperar que um milagre vá te ajudar.

Milagres são como almôndegas, porque ninguém está exatamente de acordo sobre do que são feitos, de onde vêm ou com que frequência devem aparecer. Algumas pessoas dizem que o nascer do sol é um milagre porque é algo misterioso e muito bonito, mas há quem diga que é apenas um fato da vida, porque acontece todos os dias e exageradamente cedo pela manhã. Algumas pessoas dizem que o telefone é um milagre, porque o fato de você poder falar com alguém que está a milhares de quilômetros de distância é algo prodigioso, mas há quem diga que não passa de um dispositivo manufaturado, feito com peças metálicas, circuitos eletrônicos e fios fáceis de cortar. E algumas pessoas dizem que sair sorrateiramente de um hotel é um milagre, especialmente se o saguão estiver cheio de policiais, mas há quem considere isso apenas um fato da vida, porque acontece todos os dias e exageradamente cedo pela manhã. Portanto você pode pensar que existem tantos milagres no mundo que mal dá para contar, ou que existem tão poucos que mal vale a pena mencionar, depende de como você passa as suas manhãs, se admirando um belo crepúsculo ou descendo para um beco sem saída por uma corda feita de toalhas.

Mas eu pensava num milagre enquanto tentava me salvar da situação ridícula e infeliz que tinha me metido.

 

 

 

Quando Irene soube do meu casamento, logo enviou uma carta para Nayeon nos convidando para um chá de comemoração, o que me causou imenso estranhamento, já que desde C.S.C. não nos dávamos bem.

 

- Ela está envolvida com Chanyeol desde sempre, Momo, você não está entendendo que essa é a nossa chance de limpar o seu nome completamente e finalmente conseguir todas as provas de que ele é perigoso? – Chaeyoung sussurrava dentro da minha biblioteca.

- Eu sei, mas e se ela estiver nos convidando para lá por alguma razão? Como por exemplo, limpar meu nome e minha existência para sempre e completamente.

- Não se preocupe com isso, iremos arquitetar um plano perfeito, eu conversei com Mina e ela estudou de longe o apartamento de Irene, eu tenho algumas informações interessantes. – Chaeyoung disse enquanto retirava alguns papéis de sua maleta. – Ela trabalha no jornal com você, sabe que o salário dela não é dos melhores, então deve estar se perguntando como ela comprou aquela cobertura maravilhosa na Avenida Sombria 667 nã...

- Os pais dela são ricos. – Interrompi Chaeyoung.

- Cale a boca, idiota. Por isso eu não gosto de você, nunca me deixa concluir o raciocínio. Não é por conta dos pais dela, além dela trabalhar no jornal, Irene é a sexta consultora financeira mais importante da cidade e eu não duvido que além de consultar, ela desvia. Enfim, ela está morando com Chanyeol na Avenida Sombria 667. E adivinhe quem sempre vai visitar o Park sempre que ela sai para trabalhar? – Chaeyoung me encarou com um sorriso que logo foi fechado. – Era para você tentar adivinhar! Você só abre a boca em momentos errados mesmo viu.

Ri de toda sua indignação, mas continuei sem falar nada, apenas esperando que ela continuasse.

- Bem, se você pensou em Byun Baekhyun você está completamente correta.

- O QUE?! – Gritei. – Então é verdade, é por isso que todas as provas dele ser culpado desapareceram.

- Exatamente. Como Mina não poderia entrar no apartamento já que aqueles dois nunca saiam de lá, eu pedi que Jihyo investigasse. Ocorreu um incêndio por lá, você sabe, então ela fez a vistoria em todo o local e ela encontrou isso. – A garota pegou um pequeno papel amassado e com uma escrita horrível que eu reconheci como a de Chanyeol.

 

“O chá deve ser amargo como absinto e pungente como uma espada de dois gumes.”

 

- É claro que você não deve estar entendendo, pois é muita informação para essa sua cabecinha oca, mas Mina disse que um ótimo lugar para esconder coisas são açucareiros e existem dois na casa de Bae Irene. Sugiro que você queira seu chá bem doce quando for à casa dela. – Chaeyoung sorriu para mim e cruzou as mãos sobre a mesa.

- E como você quer que eu furte um açucareiro de maneira discreta?

- Não me lembro de quando foi que eu disse que você precisava fazer de maneira discreta. – Ela deu de ombros. – Mas faça como quiser, acho que Mina pode te dar umas dicas em relação a isso, ela é melhor em ação do que eu.

 

 

 

E foi o que fiz, peguei dicas com Mina e treinei até o dia do não tão esperado chá. Mesmo que eu soubesse que Mina, Chaeyoung e Jihyo estavam nos observando para que nada de ruim acontecesse, eu sentia uma sensação ruim e um grande pavor.

Mesmo quando agarrei Nayeon pela cintura e desci - desta vez com luvas - pelas cordas daquele elevador ersatz enquanto ela segurava os dois açucareiros, a sensação não abandonara meu peito.

“Deve ser por estar roubando algo.”

Corremos o mais depressa possível para a casa de Jihyo e entregamos os açucareiros para Mina, que antes de iniciarmos a “missão”, nos disse para não abrir até que estivéssemos com ela.

- Um dos açucareiros possui um fungo poderosamente letal, mycelium medusoide. Eu não pude encontrar muitas informações sobre ele, apenas sei que ele pode ser encontrado na gruta gorgônea e após ser inalado ou ingerido por alguém, libera um esporo que faz nascer um fungo, este se espalha rapidamente pela garganta da vítima, fechando-a em cerca de uma hora. Nesse meio tempo a pessoa tem uma incômoda, forte e intensa tosse. – Mina falou.

- Ah, como pude me esquecer. – Jihyo bateu na própria testa. – Eu me esqueci de te dar esse papel aqui também.

 

“De um único esporo é tão cruel o poder

Que em menos de uma hora tu podes morrer

Seria então possível deixá-lo mais ralo?

Sim, basta uma dose de raiz-de-cavalo!”

 

- O que isso quer dizer? – Nayeon perguntou.

- Pelo que deu entender para melhorar do esporo você tem que tomar uma dose de raiz forte. – Mina respondeu.

- Isso faz um pouco de sentido até... – Murmurei. – Lembra-se do outro papel? O chá deve ser amargo como absinto e pungente como uma espada de dois gumes. Raiz forte é pungente e amarga.

- E como faremos para saber qual açucareiro tem o vírus e qual tem os documentos? – Jihyo perguntou.

- Não se preocupem, eu quero que vocês voltem para casa e eu dou um jeito de descobrir. – Mina sorriu.

Voltamos para casa, mas a sensação ruim permanecia no meu peito, tentei ignorar e logo adormeci.

 

 

 

 

Acordei sendo bruscamente sacodida pelos ombros, abri os olhos com urgência e vi Nayeon me encarar com puro ódio.

- Eu não acredito que você fez isso comigo, de novo não!

- O que eu fiz? – Perguntei, sentindo o nervosismo crescer.

- Isso, Momo. Você fez isso. – Ela falou e jogou o jornal sobre meu rosto.

 

O’Pundonor Diário

 

“NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA:

HAZAI MOMO, GRADUADA EM C.S.C. FOI DESCOBERTA COMO A INCÊNDIARIA DA CIDADE!

O DETETIVE B.B., O QUAL FOI DESIGNADO O CASO APRESENTA AS PROVAS.”

 

 

Li o começo e olhei para a foto de início do jornal, era uma foto minha no teatro no dia em que pegou fogo, a foto parecia realmente suspeita já que eu fiquei rodeando o local enquanto procurava algum parceiro de Nayeon para que entregasse o buquê.

- Você realmente vai acreditar nisso? Nem mesmo meu nome está escrito certo.

- Não se faça de idiota. Estou farta disso, Momo. Quer saber? Nós estamos acabando aqui, entendeu? Espero que possa encontrar alguém com gostos tão peculiares quanto os seus e que vocês possam incendiar vários locais juntas e eu espero que eu não esteja nesse local!  – Nayeon gritou e saiu do quarto, alguns segundos depois pude ouvir a porta da frente batendo.

Respirei fundo tentando me acalmar, eu não conseguia acreditar nisso.

 

 

 

 

 

Dois dias se passaram e Nayeon não tinha voltado para casa, recebi a visita de Sana que me disse sobre Bunny ter chegado à casa dela aos prantos e estava dormindo lá.

- Eu sei que não foi você que fez isso, mas precisamos provar. Mina está fazendo várias pesquisas e fazendo o possível para saber qual é o açucareiro e eu sei que ela vai conseguir, então poderemos mostrar que você não fez nada. – Sana disse tentando me animar.

 

Após ela ter ido embora, passei a noite na minha biblioteca fazendo algumas pesquisas.

Eu gostaria de dizer que fiquei confortável na minha poltrona até o amanhecer, mas durante a madrugada eu senti um calor fora do comum e um cheiro de queimado extremamente suspeito. Sai da biblioteca e vi o resto da casa em chamas. Corri apressada para a biblioteca e fui para o último corredor, abri a gaveta com compartimento secreto e empurrei a pequena alavanca que movia uma das estantes.

Entrei no corredor e tratei de fechar a passagem, logo fazendo o caminho com o máximo de pressa possível, eu nunca tive tempo de examinar bem aquela saída secreta, então eu não sabia onde daria, mas apenas continuei correndo.

Depois de horas andando encontrei uma pequena passagem, forcei a pequena porta de madeira para cima e pulei, agarrando a borda. Vi-me em um lugar estranho, com árvores grandes e uma casa de frente para um lago, eu estava cansada e suja, então decidi andar até a casa. Bati na porta o mais forte que eu podia, mas na hora pareceu apenas um encostar de minhas mãos na madeira maciça. Não esperei muito e logo um rapaz não tão mais alto que eu abriu a porta.

- Pelos Deuses! O que aconteceu com você? – Ele falou e segurou-me nos braços fortes quando eu desmaiei.

 

 

 

 

 

Acordei atordoada mais uma vez, levantando bruscamente.

- Finalmente você acordou. – O rapaz disse sentado ao meu lado. – Eu estava preocupado. Bem, meu nome é Kyungsoo, você é...?

Hesitei antes de responder meu nome, e se ele tivesse lido o jornal? Meu nome estava errado, mas talvez ele pudesse me reconhecer.

- Momo... Hirai Momo. – Respondi e vi-o coçar a nuca meio tímido.

- Você deveria tomar um banho, está cheia de terra, eu achei melhor esperar você acordar, não me atreveria a fazer isso por você. – Ele disse e me entregou uma muda de roupas. – São minhas, você pode usar.

Agradeci rapidamente e fui me banhar.

Ao terminar meu banho, voltei para a sala onde Kyungsoo estava.

- Você mora sozinho aqui? – Perguntei. – Desculpe se eu estiver sendo invasiva.

- Está tudo bem e sim, eu moro sozinho aqui. – Ele riu de leve. – Como você veio parar aqui?

- Ah... É difícil explicar.

- Bem, sendo difícil ou não, você sabe como voltar? – Ele perguntou. – Não me entenda mal, se quiser pode ficar aqui, apenas fiquei curioso. Na verdade, é bom ter alguém aqui, normalmente eu me sinto muito solitário. – Ele disse e soltou um sorriso triste.

- Eu irei ficar sim, não se preocupe. – Sorri para ele.

Sei que eu iria preocupar as meninas por desaparecer, mas era melhor ficar por um tempo por aqui, assim eu poderia esperar a poeira baixar, elas poderiam resolver o caso e eu não corria riscos de ser presa sem ter culpa.

 

 

 

 

 

Passei três dias com Kyungsoo, ele era um rapaz extremamente legal e eu não conseguia compreender o motivo dele estar sozinho no meio do nada, mas não decidi perguntar. Expliquei para ele que iria em casa rapidamente para checar algumas coisas, mas logo voltaria.

Retornei pela mesma passagem secreta e quando empurrei a porta vi tudo queimado, senti meu coração apertar, andei pela minha biblioteca e quando estava passando pela mesa, vi uma pequena carta.

 

 

 

 

Para o meu eterno amor

 

Véspera do Victoria Day

 

 

Querida Momo,

 

Sei que você nunca lerá esta carta, nem mais carta nenhuma, pois agora você está morta. Eu sinto muito pela forma como eu agi, na verdade, eu estava voltando para casa para poder me desculpar e reatar nosso noivado, mas quando cheguei, encontrei tudo despedaçado e queimado. Eu espero que possa me perdoar onde quer que você esteja.

 

 

 

 

Momo, eu sempre irei amar você, mesmo se nunca verei você novamente e vou amar você mesmo se você não tivesse queimado junto com nossa casa e eu irei te amar, mesmo se você não estiver lá.

 

De sua adorada e amada,

Im Nayeon.

 

 

 

 


Notas Finais


Se tiverem alguma dúvida não hesitem em falar comigo.


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