1. Spirit Fanfics >
  2. Need you right away >
  3. Relacionamentos

História Need you right away - Relacionamentos


Escrita por: taeyeol

Notas do Autor


Boa leitura ♥

Capítulo 8 - Relacionamentos


 

 

Estava começando a escurecer quando saí de casa. Eu não tinha pressa, na verdade, eu estava bem tranquilo, diferente do que pensei que seria quando esse dia chegasse. Yoongi me preparou muito bem pro que, provavelmente, viria. Diferente do que parecia, Jaehoon não era grosso e nem mal educado, seu único problema era a "dificuldade" pra fazer amizades. Quando perdeu os pais, ele não era tão crescido, mas também não era tão pequeno para não se lembrar de como foi e, mesmo não tendo feito parte disso, consigo imaginar o quão triste foi. O que eu tinha em mente era apenas fazer companhia á ele até que Yoongi chegasse e, se ele preferir não falar comigo, então eu ficarei calado. Saí do carro e uma garoa começou a cair do céu, me apressei para entrar na casa.

- Boa noite. – Fez reverencia assim que eu entrei.

- Tudo bem? Faz tempo que eu não te vejo. – Sorri e ele apenas assentiu indo até a sala.

Segui o garoto me sentindo um tanto deslocado, apesar de eu adorar a casa de Yoongi – tirando a cor da geladeira. Me sentei em uma das poltronas enquanto ele escolheu ficar no sofá maior, me olhou por uns breves segundos, mas logo se concentrou na TV, pegando o controle do videogame. Os sons de armas atirando não estavam tão altos, mas era a única coisa que dava pra ouvir, já que o silêncio era completo. Mesmo não sendo um especialista em jogos de arma, eu sabia que ele mandava bem. Era uma dificuldade até que um adversário conseguisse pegá-lo. Em poucos minutos, percebi que eu estava tão vidrado no jogo quanto o próprio garoto.

- Quer jogar? – Perguntou chamando minha atenção.

- Eu não faço a menor ideia de como...

- Eu te ensino. – Sorriu minimamente, mas, mesmo assim, era um sorriso.

E ele cumpriu o que disse. Na verdade, aquilo não era tão difícil, eu já tinha visto Seokjin jogando um desses várias vezes. Eu não era tão bom quanto Jaehoon, mas fiz muitos pontos. Era divertido. Nós começamos a conversar, inicialmente o assunto era apenas sobre o jogo, mas ele logo começou a se abrir e falar um pouco mais sobre si mesmo. Revelou ter ficado um ano inteiro sem frequentar a escola e que, por isso, estava estudando dobrado, só chega em casa quando o dia já está acabando. Eu contei á ele que era professor e, ele pareceu bem interessado em aprender inglês, me segurei pra não começar a dar aula. Mais tarde, questionei sobre os presentes que havia me mandado e ele respondeu que não era nada demais, apenas tinha vontade de conhecer quem tanto ocupava o tempo de seu tio. No fim, acabei me aproximando dele, de certa forma, e isso já tinha sido um grande passo, pois eu, realmente, não esperava que fosse acontecer.

O ajudei á preparar o jantar e nós comemos juntos. Pouco tempo depois, ele já estava bocejando – e nem era tão tarde assim. Me fez companhia apenas por mais algum tempo e depois disse que tinha de ir pra cama, por ter que acorda cedo demais no dia seguinte. Me desejou boa noite e subiu as escadas que levavam ao segundo andar. Ainda faltava meia hora pra que as aulas da universidade acabassem e eu não tinha muito o que fazer, até que Yoongi chegasse. Lavei a louça do jantar e passei um tempo observando a sala, até perceber que a mesa de centro tinha gavetas. Não que seja costume meu ficar vasculhando as gavetas da casa das pessoas, mas eu não pensei que fosse encontrar alguma coisa interessante. Engano meu. Na segunda gaveta, havia um álbum de fotos, o peguei e me recostei no sofá.

As primeiras fotos mostravam um garotinho que julguei ser Jaehoon. Estava bem mais novo e seu cabelo não era tão cumprido, mas ele não tinha mudado o suficiente pra que eu não o reconhecesse. Algumas páginas depois vi um casal mais velho, talvez fossem o Sr. e a Sra. Min e, se fossem, não tinham cara de serem tão exigentes quanto sei que são. Yoongi também apareceu em algumas fotos, inclusive ele aparecia com um cigarro na boca em uma delas – alguns corações tinham sido desenhados nessa. E, na última foto que vi, Yoongi abraçava uma mulher. Não era possível ver o rosto dela, pois estava de costas abraçada com ele, então apenas prestei atenção nos seus fios de cabelo pintados de azul claro e no sorriso bonito de Yoongi. O álbum ainda tinha espaços para fotos, mas estavam todos vazios.

Ouvi a porta ser destrancada e decidi rápido que não deveria deixar que Yoongi soubesse que eu tinha visto aquelas fotos. Coloquei o álbum no lugar e fechei a gaveta depressa, antes mesmo que ele entrasse.

- Oi – Sorriu pra mim, deixando suas coisas numa das poltronas. – Ele já ta dormindo, né?

- Sim, e eu tava te esperando. – Me levantei e o abracei antes de deixar um beijo breve em seus lábios.

- Como foi? – Andou até a cozinha, provavelmente, procurando algo pra comer. – Ele falou com você?

- Nós já somos grandes amigos, até fizemos o jantar juntos.

- Fala sério, qual mágica você usa pra fazer todo mundo gostar de você tão rápido? – Riu um pouco enquanto pegava, na geladeira, o jantar que eu tinha guardado.

Voltei a me sentar no sofá pensando no quanto eu queria poder ver uma foto da ex-esposa de Yoongi, desde quando descobri que ela se parece comigo. E, agora, ainda mais depois de vê-la abraçada com ele – eu tenho certeza de que era ela, a mulher de fios azuis, na foto. Não sei exatamente como pedir isso á Yoongi, na verdade, não sei se devo. Mas sei o quanto é chato pra ele ter que relembrar, só que eu to começando a enxergar isso como uma necessidade minha. Eu quero poder ver a pessoa que ele amou tão profundamente e que continua em sua mente, mesmo depois de anos.

- Hoseok? – Pisquei algumas vezes e vi Yoongi na meia parede da cozinha, me encarando meio preocupado. – Tudo bem?

- Sim. – Suspirei e me levantei na mesma hora. – Tenho que ir pra casa, eu também acordo cedo amanhã.

- Claro.

Veio até mim e juntou nossos lábios, dessa vez, usando a língua e me prendendo naquele beijo por mais tempo. Quando, finalmente, nos separamos ele continuou perto. Me olhava nos olhos e eu não sabia exatamente qual era o proposito daquilo, mesmo assim, também mantive meus olhos firmes nos seus. Então ele sorriu e eu acho que me apaixonei mais uma vez, se é que é possível. Me levou até a porta e, antes de eu ir embora de verdade, trocamos mais alguns beijos.

Dias, semanas e meses se passaram e, eu, todas as noites, ia até a casa de Yoongi fazer companhia ao pequeno – não tão pequeno assim – Min. Como você já deve estar imaginando, nós dois ficamos mais próximos, agora Jaehoon já até me chama de Hyung – fiquei tão animado quando ouvi ele me chamar assim pela primeira vez. Eu descobri que ele gosta daquela amiga dele que conheci – a Sophie – e é por isso que ele é tão interessado em inglês. Me contou que quer aprender a falar com ela através de sua língua natal, por isso, eu dou aula pra ele – só ás vezes, pois, Yoongi não gostou muito da ideia. Acontecia também de eu ter que levar meu trabalho pra ser feito na casa de Yoongi, com isso nem sobrava tanto tempo pra eu me distrair com Jaehoon. Ele parecia entender e nem ligava tanto, até me ajudava em algumas coisas mais simples. Mas sempre tem os dias em que eu não to tão ocupado assim – nas sextas, por exemplo –, e foi em um desses dias que um assunto, que já me incomodava, passou a ser meio que insuportável pra mim.

-... Meu avô também gosta de contar histórias, mas não são nada engraçadas. – Falou enquanto escrevia algo numa das folhas de seu caderno.

- As histórias engraçadas do meu pai não tem graça, eu é que sempre dou risada, sabe? Apenas pra não chateá-lo. – Ri um pouco o observando.

- Não acha que ele já percebeu que suas risadas são uma farsa? – Perguntou sorrindo, ainda concentrado no caderno.

- Que nada, eu sou muito convincente, quer ver?

Ganhei sua atenção e, assim que Jaehoon levantou o rosto, comecei a rir – de maneira nada convincente, se quer saber. Então foi a vez dele de dar risada e eu acabei rindo – dessa vez, de verdade – da minha própria palhaçada. Nessa hora, vi seu sorriso diminuir rapidamente e, ele quase ficou sério, ainda me encarando. Por um momento pensei que tinha alguma coisa no meu rosto.

- Que foi? – Perguntei ainda risonho.

- Não é nada. – Voltou a sorrir mais aberto, saindo da espécie de transe na qual tinha entrado. – Você se parece muito com a esposa do meu tio.

- Muito? – Pensei em voz alta, mas, mesmo não querendo, tive uma resposta.

- Ela até pintava o cabelo com cores estranhas, que nem você, com esse cabelo laranja. – Riu e começou a escrever no caderno novamente.

E minha noite acabou ali.

Mesmo não estando no clima pra conversas aleatórias, não agi diferente com Jaehoon, até porque ele não tinha culpa e nem sabia do que estava acontecendo, por isso, tentei manter a calma enquanto ele ainda estava comigo. Nós jantamos, como sempre, e, mais tarde, ele subiu pro quarto. Esperei paciente até que Yoongi chegasse, e, pra minha infelicidade, ele demorou. Enquanto isso, tudo o que eu sabia sobre a ex-esposa, estava rondando a minha cabeça. As perguntas que eu me fazia, junto com as conclusões nas quais eu tinha chegado, estavam me deixando louco. Então, ouvi o som do carro sendo estacionado e, pouco tempo depois, a porta da casa fora aberta.

- É bom que você não tenha dado aula pra ele hoje, falo sério. – Disse, enchendo a poltrona com seus materiais. – Você não tem que trabalhar, e nem ele estudar, enquanto deveriam estar descansando.

Se sentou ao meu lado e me fitou, por uns breves segundos, até perceber que algo estava errado.

- Aconteceu alguma coisa?

- Tem algo que você deveria ter contado, mas ainda não contou? – O encarei e seus olhos fugiram dos meus, como se procurasse uma resposta pra minha pergunta.

- Acho que... Não.

- Lembra que eu pedi pra que você não escondesse nada?

- Fala o que você quer saber! – Se afastou um pouco e franziu o cenho, meio irritado.

- Quero uma foto da sua ex-esposa. – Assim que terminei a frase, a pontinha de irritação, antes visível em seu rosto, desapareceu. – Quero saber o quanto ela se parece comigo.

- E qual é o propósito disso? – Sua expressão não demonstrava dúvida e sim preocupação, por isso, insisti.

- Quando você olha pra mim, você se lembra dela?

Quase morri por dentro quando perguntei aquilo, com medo de que ele afirmasse, e o que Yoongi fez foi arregalar os olhos e ficar estático por um tempo, seus lábios se entreabriram algumas vezes, mas, no fim, ele apenas abaixou a cabeça.

- Eu... – Suspirou. – Eu não tenho mais fotos dela.

- Como não?

- Eu só não tenho Hoseok. – Falou mais firme e voltou a me encarar. Pude ver seus olhos cheios d'água.

- Tudo bem. – Me levantei, arrumando a roupa no corpo e pegando minhas chaves.

- Você não ia dormir aqui hoje?

- Não mais. Eu preciso ir.

Vi ele se levantar antes mesmo de eu terminar a frase. Me deu as costas e, sem dizer mais nada, subiu para o segundo andar. Fiquei por mais alguns minutos parado no meio da sala, pensando se ir pra casa era mesmo o certo a se fazer.

Relacionamentos são sempre complicados e, sei bem disso. Duas pessoas podem até parecer iguais, podem ter alguns interesses em comum ou já terem passado por situações semelhantes e, são exatamente esses os pontos mais perigosos. Enfeitiçados pela ideia de que, finalmente, achamos a pessoa perfeita, nós nos esquecemos de que todas as pessoas têm defeitos e problemas - mesmo que sejam mínimos. Eu, pelo menos, pareço tentar evitar as evidencias de que algo está errado e, realmente, não sei se faço de propósito. Não foi ontem que eu percebi o desconforto que Yoongi sente quando, por algum motivo, o assunto sobre sua ex-esposa se aprofunda. E é notável que, quando alguém não está disposto a discutir sobre um assunto, é porque aquilo causa incômodo e, nesse caso, o incômodo pode ser causado por assuntos que foram mal resolvidos. Prefiro não acreditar nas conclusões nas quais cheguei, pois todas elas me assustam. Não acho que seja exagero da minha parte, eu só quero que ele me diga o que ele tem sentido e no que tem pensado. Quero saber se vou me dar bem investindo tudo o que eu tenho nesse relacionamento, ou se não sou tão importante pra ele, quanto achei que era. E, acho que pra deixar claro que ainda espero por uma resposta, é melhor que eu não fique hoje.

 

 

Acordei com o barulho alto do despertador. Hoje é domingo, dia de visitar meu velho favorito. Antes mesmo de me levantar meu celular começou a vibrar na mesa de cabeceira ao lado da cama. Uma, duas, três vezes. Me estiquei um pouco pra verificar do que se tratava tanta agitação logo de manhã. Quando vi o nome "Jaehoon" na tela, sorri. Nós tínhamos trocado números, mas ainda não trocamos mensagens.

"Bom dia, Hyung!"

"Hoje é dia de visitar o seu pai, certo? Como você me convidou, conversei com meu tio e acabei conseguindo uma permissão."

"To te esperando em casa."

Me levantei e me arrumei um pouco mais animado. É a primeira vez em muitos anos que alguém, além de mim e minha irmã, separa seu precioso domingo para ir visitar o senhor Jung. Concordo que não é pra uma casa de idosos que se leva um garoto de quatorze anos pra passar à tarde, mas, em uma das nossas conversas sobre os sábios das nossas famílias, ele disse que ficou curioso pra conhecer o senhor que já viajou por tantos países. Pensando bem, se ele for um garoto esperto, vai saber tirar bom proveito dessa visita. As histórias de meu pai já não fazem tanto efeito em mim, pois escutei todas, várias vezes. Mas, no caso dele, aposto que vai gostar.

Preferi passar na casa de Yoongi primeiro, eu queria fazer uma surpresa pra Dawon. E, sobre Yoongi, não nos falamos desde a última sexta-feira, em que eu resolvi voltar pra casa. Eu sentia que não era eu quem deveria procurá-lo pra tentar resolver o que tinha pra ser resolvido, e minha consciência estava limpa quanto á isso. Quando Jaehoon saiu pela porta da casa, Yoongi nem fez questão de aparecer, pude apenas ouvir ele se despedindo do garoto. Entendi aquilo como um troco por eu ter ido embora, mesmo depois de ele ter pedido – do jeito dele – pra que eu ficasse. Pouco tempo depois, eu e Jaehoon, já estávamos esperando a mamãe de primeira viajem dar as caras. Estava atrasada, como sempre.

- Ela ta grávida, mas tenta não lembrar ela disso. – Falei brincando, quando ela já estava perto o suficiente, arrancando uma risada do garoto.

- Que engraçado. – Dawon se sentou no banco do passageiro com a cara fechada, mas logo olhou para trás sorridente. – De quem é esse menino?

- Sou sobrinho do Yoongi. – Respondeu antes de mim, ainda risonho.

- Ah, claro! Hoseok me falou sobre você. – Na verdade, eu não tinha falado não, ela sabia pouca coisa do Yoongi. – Você é o Min...

- Jaehoon.

E os dois foram conversando enquanto eu dirigia, tentando parecer confortável com os assuntos que eles escolheram. Dawon aproveitou pra arrancar dele o que eu ainda não tinha lhe contado. Me lançou um olhar acompanhado de um sorriso assustador, quando ouviu que eu e Yoongi já éramos namorados. Toda atrasada. Pareceu uma eternidade até que chegássemos, mas tinham se passado apenas alguns minutos.

Quando entramos, Jaehoon ficou impressionado com o tamanho do lugar, aposto que ele tava esperando um tipo de hospital cheio de velhinhos fofos e mau humorados sentados em roda, assistindo tevê e comendo mingau – bom, eu esperava encontrar isso, na primeira vez. Meu pai estava se exercitando no pátio, ao som de uma musica agitada e imitando os movimentos de uma professora. Quando nos viu, ele parou e correu pra nos receber.

- Chegaram mais cedo hoje! – Disse ofegante. – E trouxeram mais gente?

- Sim, esse é o filho que o Hoseok teve e escondeu da família. – Dawon falou e saiu andando pelo pátio, deixando meu pai assustado e confuso.

- Calma, ela só ta bem humorada hoje. – Ri contagiado pela risada de Jaehoon. – Chega de exercícios, não quero que você fique mais em forma que eu.

Depois de explicar umas três vezes pro meu pai que Jaehoon não era meu filho, os dois, finalmente, se conheceram apropriadamente. O Sr. Jung ainda não sabia sobre Yoongi, então tive que contar que eu estava namorando. Namorando um homem. Recebi um olhar de "Tudo bem, você que sabe com quem divide a cama." – foi o que ele me falou no dia em que eu contei que gostava não só de mulheres, mas, também, de homens. Acho que ele ficou até mais aliviado por eu estar com alguém, já que ele estava preocupado por eu ficar tão só – mal sabe ele que, na verdade, eu nunca fiquei sozinho. Eu disse á ele que Jaehoon quis vir, pois ficou interessado nas aventuras do velho Jung e, logo vi a empolgação em seu rosto, quando soube que alguém, que não fosse eu e Dawon, tinha vontade de escutá-lo. Eu adoro vê-lo empolgado assim.

Me afastei dos dois recém melhores amigos pra fazer companhia a Dawon, que parecia distante olhando além da sacada do quarto. Parei ao seu lado e a encarei, chamando sua atenção. Sem precisar usar palavras, pedi que ela me dissesse no que tanto pensava. Hesitou, mas logo começou a falar.

- Eu tava pensando em expandir meu negocio, levar pra outros países. – Suspirou e abaixou a cabeça, alisando com uma das mãos a barriga, que já tinha começado a crescer. – Mas não sei se devo gastar o que eu tenho agora.

Dawon é dona de uma marca de cosméticos. Acredite, ela pode ser um tanto irresponsável, mas, em compensação, é muito inteligente. No início, ela trabalhou duro e hoje ela paga pra que outras pessoas façam a parte chata do trabalho. Dawon agora só da as ordens e pensa nas novidades que serão lançadas. Não é atoa que sua loja de cosméticos está entre as dez mais famosas de Seoul.

- Ta aí, uma boa ideia. Você só precisa pensar num segundo plano, caso dê errado. – Não pude evitar sorrir vendo ela daquele jeito. – Que bom que você ta pensando no bebê.

- É... – Riu assoprado e, de repente, pareceu se lembrar de algo. – Ah, porque o sobrinho do Yoongi veio e ele não?

- Porque eu não o convidei. – Mordi o lábio inferior, preferindo olhar para o pátio cheio de velhinhos se exercitando.

- Como assim, Hoseok? Ele não é seu namorado?

- Eu ia convidá-lo, mas nós tivemos uma conversa chata, eu acabei indo embora da casa dele e nós paramos de nos falar desde então.

- É isso que vocês chamam de namorar? – Riu. – Ficarem sem se falar por causa de qualquer coisa?

- Não foi qualquer coisa. – Olhei pra ela. – Ele já foi casado com uma mulher, mas ela morreu num acidente.

- Que terrível. – Franziu o cenho com uma expressão de preocupação.

- Pois é. – Respirei fundo antes de continuar. – Eu acho que ele não superou isso. Acho que ele ainda pensa nela.

- E você não acha que ta achando demais? – Semicerrou os olhos, ainda me encarando. – Não seja paranoico. Parece que você fica procurando motivos pra se afastar das pessoas, você sempre faz isso.

- Dessa vez eu não to sendo paranoico, eu quero muito ficar com o Yoongi. – Vi a expressão dela mudar de séria para o sorriso assustador que ela dá, parecendo uma mãe orgulhosa de seu filho. – Mas eu não vou achar legal ficar com alguém que pensa em outra pessoa.

- Acha mesmo que ele não superou a morte da mulher, sendo que ele quis sair e aceitou namorar com você?

- Eu... Eu não sei.

- Você ta perdendo sexo grátis enquanto tem gente pagando por isso! – Empurrou meu ombro e tudo o que eu pude fazer foi rir do comentário idiota. – Se eu fosse você, faria as pazes e deixaria o tempo resolver esse problema. Não é como se vocês fossem se casar amanhã, além do mais, com o passar do tempo, em relacionamentos os segredos acabam deixando de ser segredos. Uma hora você vai saber a verdade, aí você decide o que fazer.

Tive que insistir pra que não falássemos mais sobre eu, Yoongi e nossos problemas. Ser o caçula, ás vezes, é cansativo. Como se já não bastasse meu pai, Dawon também tenta me ajudar, dando conselhos e fazendo discursos, mesmo que eu não esteja precisando de tanta atenção. O resto da tarde foi como sempre, tirando o fato de que, dessa vez, Jaehoon estava lá conosco. Ele pareceu se divertir. Toda vez que eu resolvia verificar, ele e meu pai estavam numa conversa séria, envolvidos e perdidos em algum passado qualquer do velho Jung. Na despedida, pude ver que Jaehoon, com certeza, voltaria noutro domingo.

Fiz o caminho de volta, deixando Dawon em seu apartamento e, em seguida, indo pra casa de Yoongi. Faltava pouco pra escurecer, quando chegamos. E, antes de parar o carro na frente da casa, pude ver o indivíduo sentado na calçada apagar um cigarro, assim que percebeu que estávamos chegando. Ele se levantou, caminhou até a porta de casa e se encostou ao batente, esperando pelo sobrinho. Jaehoon se despediu de mim e, sempre muito educado, agradeceu pela tarde. Saiu do carro e logo passou por seu tio, que fechou a porta, em seguida.

Bom, eu não fui embora. Me lembrando da conversa que tive mais cedo com minha irmã, tirei a chave da ignição. Brigando com meu lado orgulhoso, fechei os olhos e apertei o volante do carro. E, tentando ao máximo afastar os pensamentos que tanto me perturbavam, saí do carro a fim de conversar com Yoongi. Não sei quando foi que fiquei tão trouxa pelo professorzinho, mas naquele momento eu estava cedendo. Se eu tinha razão ou não, eu preferia não saber agora. Eu só odeio ver ele me ignorando desse jeito e me obrigando a fazer o mesmo com ele. A cada passo, eu sentia mais raiva por ter que correr atrás, como se eu tivesse feito algo errado. Mas, quando eu estava ponto para apertar a campainha, minha raiva passou. Yoongi abriu a porta, no mesmo instante.

- Eu ia... – Tentou se explicar, mas pereceu desistir do que ia dizer. Enrolou um pouco pra poder continuar. – Quero falar com você.

- Eu to bem aqui.

- Exatamente! Você ta bem aqui Hoseok. – Largou a maçaneta da porta aberta pra jogar seus fios de cabelo escuros para trás. – Eu tive muitas outras chances, o mundo é cheio de pessoas bonitas e interessantes, mas, mesmo em meio á tantas pessoas, eu só tenho olhos pra você. Não me peça um motivo, porque eu só me apaixonei. Eu não planejei ficar com você, isso só aconteceu. Ta, é verdade, você é mesmo parecido com ela e talvez não seja pouco, mas isso não importa. O que importa é que eu sei quem você é. Você é Jung Hoseok. Você é quem está comigo agora. E, agora, é com você que eu quero estar. Então, por favor, chega de tentar desenterrar o passado, ele não vai voltar de qualquer jeito.

- Acho que eu pularia de uma ponte se você me pedisse com todas essas palavras. – Ele sorriu e eu balancei a cabeça negativamente, já me sentindo derrotado.

- Eu nunca pediria uma coisa dessas...

Não fiz nada quando ele se aproximou um pouco mais, consertando a postura e levantando o rosto, a fim de acabar com os poucos centímetros que separavam nossas bocas.

 

 


Notas Finais


Cara... Foi mal se tiver ficado cansativo esse capítulo, saiu um pouco maior que o normal (eu reduzi ele um tanto, acreditem); Acho que o próximo capítulo vai ser o ultimo, mas, não sei, não terminei de escrever. Ta. Só isso.

Adeos ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...