História Neji Hyuuga - O Gênio Narrador (NejiTen) - Solução

Lembranças.............

-Vamos, Neji, eu quero brincar -dizia uma menininha me cutucando enquanto eu dormia.

-Não quero ir -eu disse.

-Mas com quem eu vou brincar? -ela me perguntou com seus enormes olhos castanhos.

-O que não falta nessa casa é criança, chame outra pra ir com você -eu disse me virando.

-Mas eu não quero brincar com as outras crianças, quero brincar com você! -ela insistiu com sua doce voz de criança.

-Boa noite -eu disse enfiando minha cara no travesseiro.

-Mas ainda é de dia! -ela falou apontando para a janela.

-Eu sei, é apenas uma indireta para que você saia.

-Não saio! -ela falou cruzando os braços e sentando na minha cama.- Por favor, Neji, por favor, por favor!

-NÃO!

-Pois eu vou perturbar você até que venha brincar comigo.

-Esteja à vontade, posso dormir mesmo com essa sua voz irritante.

-Ah é? -ela disse ficando de pé em cima da cama em que eu estava e começando a pular.

-Ei! -eu reclamei tirando a cara do travesseiro.- Para com isso! Não está vendo que estou tentando dormir?

-Mas eu quero brincar com você -ela disse fazendo bico.

-Eu não estou no ânimo de brincar agora.

-Por que não? -ela perguntou sentando e apoiando o queixo nas mãos.- Toda criança adora brincar.

-Estou com saudades do meu pai.

-Mas ele volta logo. E quando voltar, não vai gostar nada de ver você de cara emburrada e enfiada num travesseiro.

-Você tem razão -eu abri um pequeno sorriso.

-Vamos -ela disse me puxando da cama e me arrastando pelas escadas até chegar num jardim florido.- Você conta até cem enquanto eu tento me esconder.

-Tá bom -eu falei cobrindo meus olhos com as mãos.- Um, dois, três...... e cem! Pronta ou não, lá vou eu P.....

Atualmente.........................

-Neji, você está bem? -perguntou uma voz feminina conhecida.

-O quê? -eu disse me sentando na cama atordoado.- Naomi? O que faz aqui?

-Você deixou seu celular cair dentro do meu carro, então vim devolver a você -ela disse me entregando o objeto.

-Obrigado.

-De nada -ela falou virando-se para ir embora.- Está tudo bem com você? Quando entrei você estava falando enquanto dormia.

-Está sim -eu disse enxugando o suor da minha testa com o braço.

-Tem certeza?

-Tenho, é só que de vez em quando eu tenho umas lembranças estranhas.

-Estranhas como?

-Não sei explicar direito. Eu estou nelas, mas quando criança.

-Mas é normal ter memórias da sua infância.

-É, mas não são lembranças normais. Sempre estou num lugar que não conheço e com pessoas das quais não me recordo. Em especial uma. Uma garotinha da minha idade. Ela sempre está ao meu lado querendo brincar. Morena e de olhos chocolate. Mas toda vez que estou perto de descobrir o nome dela, eu acordo.

-Estava sonhando com ela agora?

-Sim, estava.

-Eu estava triste porque meu pai tinha saído para algum lugar e ela veio me chamar para brincar. Na hora que eu ia falar o nome dela, acordei. Mas deixa pra lá, é coisa de louco.

-Oi, com licença -disse Naruto entrando.- Tudo bem, Naomi? Só vim procurar minha carteira, acho que caiu quando eu estava aqui ontem.

-Entrou no meu quarto? -eu indaguei.

-Sim, quando Tenten levou você para o parque. Achei! Desculpe a intromissão -ele falou saindo.

-Enfim -eu disse voltando a encarar Naomi.- Acho que estou ficando louco mesmo.

-Talvez não. Talvez seja uma lembrança reprimida e por isso não consegue se lembrar dos detalhes.

-Ou talvez seja só invenção da minha cabeça. O estranho que parece mesmo real.

-É porque talvez seja.

-Mas não faz o menor sentido eu estar num lugar como aquele. Sempre que tenho esses sonhos, nunca meu pai ou minhas irmãs estão presentes, o que é bem estranho já que sempre convivi com eles. E aquele lugar..... é uma casa, mas parece ter outra finalidade. Ela é enorme. Nunca morei em um lugar assim.

-Bom dia -disse Hinata entrando.- Acho que deixei meu celular aqui em algum lugar -ela disse levantando as almofadas do sofá.- Aqui, achei! Desculpe o incômodo -ela disse saindo.

-É sempre assim? -Naomi me perguntou.

-Sempre. O mais peculiar dessas lembranças é essa garotinha. Ela não parece ser da família. É só uma amiga. Mas por que eu moraria na mesma casa que uma amiga? Não faz o menor sentido! E sempre que estou perto de descobrir o nome dela, volto à realidade. Agora mesmo, quando estava sonhando, ia me lembrando, mas a memória fugiu. Começava com “P”. Um nome feminino que comece com “P”. Não me recordo de alguém com as características dela que tenha um nome começando com essa letra.

-Neji, eu acho que pode ser....

-Oi gente, bom dia -disse Sakura entrando.

-Mas eu vou colocar uma catraca nessa porta! -eu disse enfurecido.- O que é que você quer aqui, garota?

-Vim ver se a Ten estava aqui.

-Já viu que ela não está, pode sair!

-Tá, calma -ela falou fechando a porta.

-Desculpe, é que esse entra e sai me estressa.

-Tudo bem -disse Naomi rindo.- Como eu ia dizendo, acho que tenho a solução para o seu problema.

-Sério? -eu falei esperançoso.

-Sim. É um método que vai fazer você voltar nas suas memórias. Se esses sonhos estiverem nas suas memórias é porque são reais. Se não aparecerem, é porque são apenas sonhos mesmo.

-E o que seria?

-Regressão. É um método que os psicólogos utilizam para ajudar pacientes que perderam a memória ou que não se lembram de seu passado devido algum trauma.

-E isso funciona?

-Funcionou comigo. Bom, em parte. Lembra que eu disse que perdi a memória no acidente que sofri?

-Lembro. Aliás, para uma desmemoriada você se lembra de muita coisa da sua vida.

-Sim. Mas isso se deve a essa prática. Frequentei muitos anos um psicólogo. Ele achou que fazer uma regressão em mim me ajudaria a lembrar de detalhes do meu passado. Por isso que me recordo de ter um marido e um filho.

-Quero tentar, então! -eu disse animado.

-Pode ter pouco efeito ou efeito nenhum. No meu caso, não lembrei de tudo. Só de algumas coisas. Depende muito da profundidade do trauma da pessoa. Se for algo muito sério, o cérebro tem esse mecanismo de bloquear as memórias ruins e não tem método que dê jeito.

-Mas eu quero tentar!

-E eu posso ajudar -disse Sakura entrando novamente.

-O que ainda faz aqui?

-Estava ouvindo atrás da porta. Não me olhe assim -ela disse me encarando.- Sabe que sou curiosa. Faço Psicologia! Estou estudando uma matéria sobre como aprender a aplicar esse método de regressão nos pacientes. Você pode ser meu primeiro paciente! -ela disse animada.