História Neko world - Rin.

P.O.V.: Rin.

Len estava como sempre, em silêncio profundo. Ontem eu finalmente consegui voltar para casa, pois uma Neko de cabelo roxo me trouxe.

-- Então... – Quebro esse maldito silêncio que nos rodeia durante o café da manhã. – O que você achou de toda essa confusão?

--... – Ele me encara. – Você fica bonita de cabelo curto.

-- Só?

-- Tem mais algo a dizer?

-- Eu fui sequestrada e você nem quis saber se eu estou ferida, se eu fui abusada, se eu vi a face do sequestrador... É sério que você não demonstra o mínimo de sentimento fraternal por mim?

-- Rin. Tenho coisas mais importantes para resolver.

-- COISAS MAIS IMPORTANTES?

-- RIN, O MUNDO NÃO GIRA AO SEU REDOR.

-- DÁ PRA PELO MENOS FINGIR QUE SE IMPORTA? – Me levanto da mesa e saio pela porta.

Tenho certeza absoluta que esse idiota está assim porque se lembrou da morte de Aruma. Fraco. Já me cansei desse idiota me tratando como um grande nada por causa de um cara que está morto.

P.O.V. Amethyst.

-- Arroz, feijão e batata... O quê que falta? – Pergunto para Jolie que me acompanhava até o mercado.

-- Hum... Os ingredientes para salada.

-- Ah, sim. A salada. É muito legal a Bismuth ter me doado você por um tempo, não acha?

-- É só até o Dog se acostumar com a casa. Depois eu volto. – Entramos no mercado e Jolie pega uma das cestinhas.

-- E a Cherry? Ela gosta do Uno?

-- Ela tem um amor especial por aquele Dog. Sabia que ele é uma experiência que mistura três tipos de cachorro diferentes? Um Pitbull, um pastor sheltie e um mamute do Alasca.

-- De onde você tirou todo esse conhecimento?

-- Dos relatórios da mestra. Ás vezes são tantos que ela se perde e eu tenho que organizar tudo.

-- Jolie... Bisbilhotar é feio.

Depois de comprarmos o necessário, nos deparamos com um aglomerado de pessoas em frente ao prédio que fica do outro lado da calçada do mercado. No topo do prédio, tinha uma garota loira bem na ponta.

-- Aquela não é a menina que você estava andando esses dias? – Jolie levanta sua cabeça e eu imediatamente corro para dentro do prédio.

Pego o elevador e por pouco não tropeço nas pessoas que estavam nos corredores. Ao chegar ao topo, confirmo minhas dúvidas. Era Rin. Ela estava no rodapé se equilibrando.

-- Hey... O que você está fazendo aqui? – A voz dela estava fraca e chorosa.

-- Eu vim ver o que você está fazendo.

-- Se só veio ver, então não me atrapalhe.

--... Por que você quer se suicidar? – Me sento no rodapé já pedindo perdão pelos meus pecados.

-- Por causa do meu irmão. – Ela se senta do meu lado. Já é um tipo de progresso.

-- Len, certo?

-- Sim. Ele só se importa com quem já está morto.

-- Então você vai se matar para ele se importar com você?

-- É... – Ela abraça seus joelhos. – Sempre foi assim. Quando éramos pequenos, tinha um garoto chamado Aruma. Len era perdidamente apaixonado por ele, mas Aruma gostava de fêmeas... Seu nome é Amy, certo?

-- Amethyst. Mas pode me chamar de Amy.

-- Eu vi coisas que me faria nunca mais olhar na cara do meu irmão. Amethyst, Len já matou as garotas que Aruma gostava com suas próprias mãos. Teve uma época que ele acabou me espancando por ciúmes. E disse: Só não termino contigo, porque nossa mãe sentirá sua falta.

-- Porque infernos você ainda esteve com ele?

-- Não sei... – Ela olha para cima. – Eu o amava muito para me separar dele. Então optei por manter o silêncio e continuar com minha fantasia de gêmeos perfeitos.

-- Vocês não são nada parecidos. Acho que você deveria apenas se afastar do seu irmão. Isso vai acabar te destruindo por dentro.

-- Querida... – Ela se levanta, olha para mim e sorri. Não havia vida em seus olhos. – Eu já estou destruída por dentro.

Ela dá um passo para frente e se joga no ar. Num movimento rápido, eu consigo pegar sua mão.

-- RIN! Essa não é a solução!

-- Obrigado pelo tempo que passou comigo, mas agora eu preciso ir querida.

-- Não! – O braço dela está escorregando. Metade do meu corpo está para fora do prédio. – Rin, pense naqueles que vão sentir sua falta!

-- Ninguém vai sentir minha falta. Isso será apenas uma viagem sem volta.

-- Rin! PARA COM ESSA MERDA!

Ela é pesada demais para mim. Antes de perder meu centro de gravidade e entrar em queda livre, eu consigo ver Jolie gritando meu nome e correndo na minha direção.

Estou em queda livre. Rin está em queda livre. Temos menos de um minuto para atingir o chão. Minha vida começa a passar na minha frente. Os momentos com minhas irmãs, os momentos com minha mãe, os momentos com meus amigos. Os livros que eu li, o tempo que eu gastei. Minha vida foi bem aproveitada.

-- Que droga. – Olho para o chão que se aproximava. – Não consegui terminar meu livro.

P.O.V.: Lilith.
16h00min PM

A voz da repórter era calma, e fria.

-- As câmeras do prédio conseguiram captar os últimos momentos das duas jovens que caíram do Hotel Gran Plaza essa manhã. Pelo relatado, a Neko reconhecida como Rin Musume, estava prestes a cometer suicídio quando a Neko reconhecida como Amethyst Bell tentou a impedir, mas numa tentativa de segurar Rin, acabou não resistindo e caindo junto. As duas foram imediatamente levadas ao hospital, mas já chegaram lá sem vida.

-- Meu Criador. – Jasper estava em estado de choque como todos na sala. Ruby abraçava Emerald que chorava e Sapphire estava de cabeça baixa. Bismuth encarava a parede não demonstrando nenhuma emoção, Villiaumite se retirou do cômodo e Musakui segurava nas mãos com fora o livro que Amethyst deixou em cima da mesa com seu marca páginas.

Ryo encara o chão como se nele estivesse o motivo do seu ódio. Ele se levanta rapidamente e vem na minha direção.

-- Lilith. – Sua voz estava fria e autoritária. – Eu aceito sua proposta.