Depois de tempos, essa era a primeira vez que todos da casa estavam juntos à mesa tomando café da manhã.
-- O que caralhos aconteceu na sua testa? - Lilith encarava uma mancha vermelha enorme na testa de Emerald com um olhar reprovador.
-- Isso? Ah, me meti numa confusão anteontem.
-- Confusão? - Lilith estreitou os olhos. - Sei... - O cômodo fica silencioso. O ar começa a ficar leve para uns e pesado para outros.
-- Vocês viram o Joshua? - Ryo corta a nuvem de desconfiança que se formara sobre a cabeça de Lilith. - Ele anda sumido desde anteontem.
Musakui se engasga com uma torrada enquanto trocava olhares com Emerald. Ele pensava rapidamente numa desculpa para justificar o sumiço do hóspede.
-- Ele deve ter ido visitar alguém em algum lugar. - A esverdeada brinca com sua torrada, disfarçando sua expressão. - O carro que ele estava usando sumiu.
-- Você realmente acha isso? - Lilith ajeita a armação em seu rosto, escondendo seu olhar preocupado.
-- Faz sentido. - Ryo se levanta. - Não tem outra explicação para ele sair por tanto tempo sem avisar.
-- Ok, então. - Lilith encara o prato a sua frente.
-- Estamos indo. - Musakui dá um beijo na testa da irmã. - Qualquer coisa me manda uma mensagem, ok?
-- Okay. - A humana sorri enquanto vê os dois rapazes de terno saindo pela porta.
P.O.V.: Musakui
-- Minha gravata está torta? - O mestre pergunta enquanto abre a porta do carro pra mim.
-- Não, mestre. Já é a quinta vez que o senhor pergunta.
-- Você sabe o porquê. - Ele entra no carro e o liga. - Minha barriga está congelando.
-- E seu pelo caindo...
-- MEU PELO O QUÊ? - O neko dá um drift torto no meio da pista.
-- Calma!
-- MEU. PELO. ESTÁ. CAINDO. - Ele encarava o próprio rosto gom um olhar desesperado. - EU NÃO QUERO VIRAR UM GATO CARECA!
-- MESTRE! - Ele se vira pra mim com um olhar assustado. - Você não vai virar um gato careca. Agora sai do volante antes que você nos mate.
Ele me encara por um tempo antes de me ceder o banco do motorista.
-- Desculpe. Eu agi igual a um filhote. - O neko estava com a cabeça baixa, brincando com as orelhas.
-- Hunf. Eu devia te pôr uma coleira.
-- Como é? - O moreno olha no fundo dos meus olhos. Me dou conta da merda que eu falei.
-- E-E-Eu... quis dizer...
-- Repita.
--...
-- Musakui. - Nos olhos dele havia o brilho dos olhos de um lobo que está prestes a atacar uma ovelha. Nós já chegamos, mas não estou com a força necessária para abrir a porta do carro. - É uma ordem. Repita.
-- Eu disse que...
-- Que?
-- Que devia pôr uma coleira no senhor.
-- É uma boa idéia. Mas eu acho que ficaria melhor em você.
-- Ryo! - Sal bate no vidro do carro. - Não coma seu humano!
Não sei se fico irritado ou agradecido. Ele sai do carro calmamente, como se nada tivesse acontecido.
-- Bom dia! - O neko branco sorri. - Pronto para ver quem vai ser promovido?
-- ... Eu quero dormir.
-- Ora, vamos! Vai ser divertido!
-- Musakui não acha divertido. - O mestre me encara. - Não é, Musakui?
-- ... É... Sim?
-- Bom dia, Musakui. - Tom aparece do meu lado. - Pronto pra ver seu mestre em forma de gato?
-- Como é?
-- Você não sabe o processo? - Balanço a cabeça negativamente. - *Suspiro* Primeiro eles transformam os candidatos a promoção em gatos, depois os gatos passam por um teste de pressão, velocidade e inteligência. O chato é que nós não podemos assistir, então ficaremos nas áreas de trabalho esperando. O legal é que o teste pode começar a qualquer momento.
-- MEOW! PRONTOS PARA A PROVA FINAL? - Um neko moreno aparece e aponta um transformador para o mestre e para Sal. - PARA A SALA DE CONTROLE!
Ryo e Sal viraram gatos.
--... Meow. - O mestre mia para o neko.
-- Onde fica a sala de controle? No quadragésimo andar, é claro!
O gato-mestre encara o prédio. --... Meow...?
-- Como você vai chegar não é meu problema, só chegue lá.
-- Vamos. - Tom pega meu pulso e me puxa para o prédio. - Vamos esperar esses dois lá em cima.
-- Boa sorte, mestre! - Aceno para o gato.
Depois de passar por aquele mar de nekos, finalmente Tom e eu chegamos ao andar de trabalho do mestre.
-- Musakui. - Quando estou prestes a entrar na sala do mestre, Tom segura meu braço. - O que você vai fazer agora?
-- Agora? Bem... Vou esperar o teste acabar. Por quê?
-- ... É que... - O platinado encara o chão. - Ah, foda-se.
Rapidamente Tom me joga contra a parede da sala e me prende com seus braços. Ele me encara por uns segundos enquanto aproxima lentamente sua boca da minha orelha.
-- Você não sabe o quanto que eu quero fazer isso.
O platinado lambe lentamente minha orelha enquanto leva uma de suas mãos para a minha bunda.
-- Tom... Me larga... - Digo com dificuldade.
-- É realmente o que você quer? - Balanço a cabeça positivamente. - Seu amigo aqui tá me dizendo outra coisa.
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