-- E quando nós chegarmos, você não pode ficar falando muito alto, pois ao Nekos de lá apreciam o silêncio enquanto trabalham. Entendido?
-- Sim, mestre.
Mestre Ryo e eu estamos no carro indo para o trabalho dele. Nós paramos três vezes. Uma para comprar o almoço, pois já era meio-dia, outra para ir ao banheiro, e outra para pôr gasolina no carro.
-- Chegamos.
O mestre dirige até o estacionamento. Havia vários Nekos saindo e entrando no prédio gigante. O mestre pega minha mão e me puxa para dentro do prédio.
-- M-Mestre?
-- Lá é muito movimentado. Não quero que você se perca.
-- Meu deus.
Aquilo mais parecia um formigueiro do que qualquer coisa. Era terno para tudo que é lado. Foco minha atenção no mestre, para não acabar me afogando com tanta gente aqui. Ele me puxa para um elevador e várias pessoas acabam entrando junto.
-- É muito movimentado para você? – O mestre me abraça.
-- Bastante. Nunca vi uma concentração tão grande de Nekos na minha vida inteira.
-- Calma, quando chegarmos ao meu andar, vai ficar mais vazio.
À medida que o elevador subia e parava, mais gente ia saindo e mais vazio ele ia ficando até o ponto de estar só eu e o mestre em todo o elevador. Mesmo com todo o espaço, ele ainda não me solta do abraço, como se eu fosse apenas sumir.
-- Segura! – Um Neko corre desesperado enquanto um humano sai correndo segurando vários papéis. O mestre põe a mão na porta, a impedindo de fechar.
-- Obrigado, Ryo. Quem é o humano?
-- Ele é um humano que minha irmã me deu. O nome dele é Musakui Jisho.
-- Finalmente! Já estava na hora de você ter um servo pessoal. – Ele me encara. – Eu sou Sal. Esse aqui é o Tom. – Ele aponta para o humano.
-- Sal, o Tom pode mostrar o prédio para o Musakui? Como ele vai vir todo dia, não quero que se perca.
-- Claro! Só vamos deixar toda essa papelada ma minha mesa.
Nós saímos do elevador e andamos por vários corredores e cubículos vazios até chegar numa sala.
-- Mestre, onde estão os Nekos?
-- Eles estão no horário do almoço. É que eu saio pra almoçar uma hora mais cedo para poder me organizar. – Ele destranca a porta e se senta na cadeira. Numa sala ao lado, Tom aparece.
-- Vamos? – Tom leva sua mão direita ao meu ombro.
-- Mestre, eu já volto!
-- Ok!
Distanciamos-nos da sala do mestre.
-- Bem, como você já sabe, eu sou Tom. Seu nome é Musakui, certo?
-- Sim!
-- Como eu tenho que te mostrar todos os andares, deixe as perguntas para quando estivermos no elevador. – Ele aperta o botão para chamar o elevador que não demora a chegar. – Entendido?
-- Sim.
-- Vamos começar pelo começo. O térreo. – Em pouco tempo, já estou no meio do mar de ternos novamente. – Aqui é onde os Nekos pegam batem o cartão e se dirigem as suas salas. Não há nada interessante nesse andar.
Subimos para o primeiro.
-- No primeiro andar, os Nekos organizam as coisas básicas. Essa área se estende até o vigésimo segundo andar, então podemos adiantar diretamente para o vigésimo terceiro. Nesse andar, os Nekos resolvem os problemas relacionados ao mundo exterior a empresa. Esse setor se estende ao trigésimo andar. No trigésimo, tem uma cantina e uma área para os humanos. – Ele me puxa para fora do elevador.
-- Uma área para os humanos?
-- Sim, mas o Ryo não vai te deixar aqui, pois um servo é bem útil na ala dele. Vamos, ainda há dez. – Ele me puxa de volta para o elevador. – No trigésimo primeiro, se cuida das coisas super importantes que precisam passar na mesa do chefe. Tudo dos outros andares passa aqui e as coisas realmente importantes vão para o trigésimo oitavo andar, onde nossos mestres trabalham.
-- O que tem no quadragésimo andar?
-- O chefe. Mas é redondamente proibido aparecer por lá. Todos que foram sem permissão, simplesmente somem num passe de mágica. Chegamos ao andar do mestre.
-- Somem?
-- Bom, isso é tudo que eu sei. Se você for louco o suficiente para ir até lá, e voltar vivo, me conte o que viu.
Tom sai do elevador e vai em direção a sala de Sal. Começo a correr até a sala do meu mestre, que carimbava uns papéis.
-- Já voltou? Então? O que você acha?
-- Que são muitos Nekos trabalhando nesse prédio.
-- Isso é verdade.
-- O que eu posso fazer pelo senhor, mestre?
-- Huh... Nada? Eu já tenho tudo sobre controle aqui.
-- Se é para fazer nada, então porque me trouxe?
-- Musakui, venha aqui. – Ele dá umas batidas de leve na mesa. Quando eu fico finalmente ao seu lado, ele me puxa e eu acabo no colo dele.
-- M-Mestre?
-- Eu não posso mandar você fazer algo que na saiba fazer. Preste atenção nos papéis. Você tem que aprovar toda e qualquer coisa que pareça crítico, o resto, você precisa marcar com o carimbo amarelo. Qualquer troca ou erro pode dar uma merda colossal. Entendeu?
-- S-Sim... Mestre?
-- Está nervoso?
-- Não! É que... É bastante informação.
-- Entendo. No meu primeiro dia, eu também fiquei assim. Com o tempo, você se acostuma.
Quebra de tempo.
17h37min PM
-- Olha, a casa não está em chamas. – O mestre encara a casa enquanto ia em direção á garagem. – Musakui, você pode ir me garantir se a louca da minha irmã não matou ninguém?
-- Sim, senhor.
Adentro a casa. Nada fora do normal. Ouço várias vozes vindas da sala de estar. Quando sigo o burburinho, dou de cara com Sapphire, Ruby, Emerald e mais duas Nekos que eu não conheço.
-- Então esse é o Humano? – Uma das Nekos desconhecidas fala.
-- Jasper, o nome dele é Musakui.
-- Amethyst, tira a cara do livro! Ali o humano. – A Neko de cabelo roxo abaixa o livro e me encara.
-- Então ele é com ele que você shippa meu irmão, Sapphire?
-- Claro! É o shipp perfeito!
-- Prefiro Ryo e o Sal.
-- AI MINHA NOSSA SENHORA DO YAOI! – Ruby faz uma expressão de tédio. – Ás vezes eu me pergunto se você realmente é minha irmã.
-- Amethyst você é a única que se opõe ao shipp. – Emerald diz enquanto brincava com o rabo peludo de Jasper.
-- A única, não! Jasper, Bismuth e Villiaumite ainda não opinaram! – Jasper acrescenta.
-- Primeiro: Bismuth e Villiaumite não estão aqui. Segundo: Vocês sabem que eu shippo o Sal com a Kasumi.
Elas têm a noção de que eu estou aqui ouvindo tudo?
-- Que arruaça é essa na minha casa? – O mestre aparece atrás de mim.
-- Vê? Esse é o shipp supremo! – Ruby aponta para nós dois.
-- Musakui, sobre o que elas estão falando? – O mestre se aproxima do meu ouvido. Rapidamente dou de ombros. Sinto vários olhares direcionados para mim. – Fusoshis.
-- Eu amo esse shipp e vou protegê-lo com minha vida. – Ruby fica corada.
-- Então, irmãozão, quando você vai dar uns pegas nesse humano?
-- Porque não tomamos um chá? – Sugiro. Eu não quero ficar nem mais um segundo entre essas irmãs malucas do meu mestre.
-- É uma ótima idéia. – O mestre me encara com um sorriso quadrado. – Venha, vamos fazer chá.
Ele me pega pelo braço e me arrasta para a cozinha. Ao chegar lá ele solta todo o ar que estava segurando. Já que falamos que vamos fazer chá, é melhor já começar.
-- Mestre? – Pego um bule e encho de água.
-- O que foi?
-- Hortelã ou Camomila?
Ele me encara por vários segundos. Seu olhar era terno como se ele estivesse analisando algo.
-- Hortelã. – Ele diz com um sorriso.
Ligo a chama do fogão e ponho a água para ferver.
-- Então... – Quando me dou conta, o mestre está me abraçando por trás. – De que tipo de chá você gosta?
-- E-Eu... Porque isso seria útil para o senhor?
-- Só uma pergunta. Eu gosto do de camomila, mas as frescas das minhas irmãs preferem hortelã.
-- Eu gosto de mate.
-- Mate?
-- Sim. Meu antigo mestre sempre fazia chá mate para mim. Ele dizia que o mate é revigorante.
-- Você era muito apegado a esse antigo mestre, certo?
-- Claro! Ele era meu mestre! A única pessoa que podia me dar ordens! Ele era muito especial para mim...
-- E eu? – A expressão dele era neutra.
-- O senhor... É meu mestre agora.
-- Mas eu não sou especial.
-- N-Nada disso! O senhor é especial!
-- Eu sou especial para você? Digo... Só para você?
--... – Não consigo evitar soltar um sorriso. É carente como me antigo mestre. – Claro.
O bule começa a apitar. Desligo o fogo e pego o bule. Ou ao menos tento. Ao encostar na peça, eu acabei me queimando e largando.
-- Cuidado. – O mestre pega meu dedo e dá um beijo. – Não quero que você quebre.
-- Mestre, eu não sou um objeto para quebrar.
-- Eu sei, mas você é frágil. Não quero que você se machuque.
-- Obrigado por se preocupar.
-- Eu tenho que cuidar de você, certo? Devemos ser bons anfritiões para as visitas.
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