P.O.V. Ruby.
Sabe quando uma pessoa está tensa e irritada, mas está feliz demais para demonstrar qualquer coisa? Então. Esse é o Ryo agora.
Eu estou com Emerald e Jasper cuidando dos machucados de Musakui enquanto Ryo e Lily conversam sobre algo relacionado à Len. Eu conheço meu irmão tempo suficiente para saber que ele vai fazer uma merda para se vingar.
-- Ai!
-- Para de se mexer! Tente o máximo ficar parado, seu chorão. – Jasper passava um creme de ervas que ela tirou da bolsa dela nos machucados e manchas nas pernas de Musakui.
-- Mas tá doendo!
-- Vai doer mais se você ficar se requebrando.
-- Calma. – Me levanto do sofá. – Só eu estou com um pressentimento ruim?
-- Não. – Amethyst se serve mais chá. – Ele vai fazer uma merda, não é?
-- Vai. – Emerald despeja mais do creme no ombro de Musakui. – Tá escrito na testa dele.
-- Quem vai fazer merda? – O humano vira para mim.
-- A Villiaumite se não parar de se transformar em gato de dois em dois minutos.
-- EU SOU UMA NEKO LIVRE PARA ME TRASNFORMAR QUANDO EU QUISER. – A ruiva segura um biscoito como se ele fosse fugir.
-- Vill, ela tem razão. – Bismuth brinca com uma faca arco-íris que eu nunca tinha visto antes. – Mesmo sendo a mesma coisa que uma máquina normal, ainda não se sabe os efeitos colaterais de mudar de forma excessivamente. Pois a transformação de gato pra Neko é feita por uma alteração nas células e-
-- PARA. – Amethyst fecha o livro que estava lendo violentamente. – NÃO VEM COM ESSE PAPO CIENTÍFICO DE NOVO, CACETE.
-- Ela sempre foi de humanas e eu sempre fui de exatas, sabia humano? – Vill pega uma xícara e se serve chá. – Hortelã? Não tem camomila?
-- Foi cinco contra um na votação do chá.
-- Era pra ser seis contra um, mas o Musakui queria chá mate.
-- Ok, né.
-- Bismuth, que faca é essa? – Sapphire entra na sala.
-- QUE FACA? – Ela esconde em algum lugar do sofá.
-- A faca que você escondeu.
-- QUE ISSO, MENINA. TEM FACA NENHUMA AQUI.
-- Não vou comentar. – Me levanto do sofá e vou em direção a cozinha.
Ryo e Lily estão no cômodo conversando. Escondo-me para ouvir a conversa. Porque sim.
--... E o desgraçado o chamouele de Natan e disse pra não contar sobre a tortura. – A voz de Ryo estava tensa.
-- Ele chamou meu irmão de quê?
-- Natan. Por quê? Você sabe sobre algo?
-- Que merda. O que eu vou te contar é só a ponta d iceberg. Musakui vai saber explicar direitinho.
Flashback.
P.O.V.: Lily
Mestre Len e eu estamos na casa de Aruma. Eu e Natan estamos na cozinha fazendo uns biscoitos.
-- Então é verdade? Você vai viajar com o Len? – Natan batia a massa enquanto eu cuidava do chocolate.
-- Sim. Ele foi convocado para ir trabalhar na sede. Mas vai ser por um período.
-- Sério? Quanto tempo? – Ele abre um sorriso esperançoso.
-- Dois... Anos.
-- O QUÊ? É muito tempo!
-- Calma. Até parece que alguém vai morrer nesse meio período.
-- Mas alguém vai morrer! Eu de saudade! E PENSAR QUE QUANDO VOCÊ SAIR DAQUI, EU NUNCA MAIS VOU TE VER DE NOVO!
-- Eu só vou amanhã!
-- NÃO IMPORTA!
-- Olha só. – Enfio a colher cheia de chocolate na boca do ser. – Amanhã é amanhã. Hoje é hoje. O daqui a pouco não dura três dias. Hoje, aqui, agora, nós estamos fazendo biscoitos. Então vamos aproveitar até a hora que eu tiver que atravessar aquela porta, ouviu? – Ele balança a cabeça positivamente. – Ótimo.
-- Chocolate... Bom...
-- NATAN! Não fala de boca cheia!
-- Não.
-- Natan, ouça sua irmã. – Aruma entra na cozinha junto com mestre Len.
-- Sim, mestre.
-- O que estão fazendo?
-- Biscoitos, mestre.
-- De que tipo? – Mestre Len se aproxima de mim.
-- Gotas de chocolate, o favorito do mestre Aruma. – Natan esticava a massa no balcão enquanto eu pegava as formas.
-- Esse é seu favorito também, certo, mestre?
-- Claro. – Mestre Len se levanta e pega Aruma pelo braço. – Se nos dão licença, eu me lembrei de uma coisa muito importante que preciso falar com esse neko aqui.
-- Natan, eu mandei você jogar essa forma de coração no lixo. – O humano pressionava o coração metálico contra a massa de biscoito.
-- Mas ela é tão fofinha.
-- Ela é gay.
-- Não!
-- Eu ainda tenho esperança de você ser o homem da relação, irmão.
-- Eu vou ser!
-- Não se trilhar esse caminho.
-- Não sei do que você está falando.
Quase uma hora depois os biscoitos estão prontos. O cheiro de chocolate invade violentamente o cômodo inteiro e mais um pouco. Cheiro de massa pronta é mais viciante que qualquer droga.
-- Lily. – Mestre Len entra na cozinha. – Vamos embora. – O rosto dele está vermelho.
-- Senhor, ela não pode ficar só mais um pouco? – Natan põe a bandeja de biscoitos na bancada. – Os biscoitos acabaram de sair do forno.
-- Me desculpe Natan, mas nós realmente precisamos ir.
-- Entendo. – Ele pega um pote do armário, põe uns biscoitos dentro e dá pra mim. – Pra viagem. Cuidado que eles ainda estão quentes.
-- Obrigado.
Nem pude me despedir de Aruma. Durante caminho inteiro o mestre estava estranho. No dia seguinte, antes de ir para o aeroporto, junto às notícias matinais: Aruma Mujitsu foi brutalmente assassinado ontem à noite.
Fim do flashback.
P.O.V.: Ruby.
--... E a minha teoria é que Len matou Aruma. Por isso eu fui para um país diferente enquanto estávamos no aeroporto. – Lily termina a frase com uma careta.
-- Então Natan é o antigo nome dele.
-- Exato. Para esquecer as coisas ruins, ele se desfez desse nome. Até eu prefiro meu nome a meu apelido depois disso.
-- Lily é um apelido?
-- É. Meu nome na verdade é Lilith.
-- Entendo. E é só isso?
-- É tudo que eu sei.
-- Porque você fugiu de Len? Tipo... O motivo bem resumido.
-- É que... Eu era bem íntima de Aruma. Tipo beeeeeem íntima.
-- AH... Entendi.
-- E depois da morte dele eu não sabia o que pensar.
Meu Criador do céu Berg. Volto para sala o mais rápido possível.
-- Ruby? – Jasper me encara assim que eu entro no cômodo. – Que cara é essa?
-- QUE CARA, MENINA?
-- Parece que você viu um fantasma. – Amethyst abaixa seu livro para me encarar.
-- QUE FANTASMA QUE NADA. EU ESTOU ÓTIMA. – Vou o mais naturalmente o possível. Eu realmente precisava ouvir aquilo?
-- Passos largos, voz elevada, respiração acelerada, olhando em todas as direções possíveis... Você com certeza está escondendo algo.
-- Como você sabe dessas coisas?
-- São os mesmos sintomas que Bismuth tem.
-- Ruby, onde está o mestre?
-- Ryo? Ah! Ele está na cozinha. Com sua irmã.
-- Ok! Eu vou lá falar com ele. – Musakui se levanta e some no corredor.
-- Com certeza Ryo vai fazer uma merda. E não vai ser uma merdinha. Vai ser um puta tolete.
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