1. Spirit Fanfics >
  2. Nem por Meio Milhão de Libras! >
  3. Renegando o amor por ela

História Nem por Meio Milhão de Libras! - Renegando o amor por ela


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal!

Capítulo pequenininho, eu sei. Mas... Deem um desconto, hoje é MEU ANIVERSÁRIO e eu não podia deixar de vir postar! huehue
Agradeço a cada um de vocês, amigxs leitorxs, pelo incentivo e pelo carinho de sempre. Amo vocês, de coração. Escrever, para mim, é uma terapia maravilhosa; o apoio de cada um aqui no Spirit, no Nyah! e no fanfiction.net me ajuda bastante a prosseguir com meus enredos cheios de reviravoltas, hehe. XD
Perdoem eventuais erros, estou postando bem rapidinho aqui do trabalho! #TodasCorre

Arte da capa: o Range Rover Sport, que é o carro do Naraku. Ele é azul na fic, porém não encontrei nenhuma foto legal desse modelo em azul...

Sem mais, boa leitura!

Capítulo 31 - Renegando o amor por ela


Fanfic / Fanfiction Nem por Meio Milhão de Libras! - Renegando o amor por ela

Noitinha em Cabrobó, Pernambuco. 

Kouga estava sentado no chão, comendo um prato de feijão com farinha, ovo frito e uma modesta salada de tomates. Via na pequena TV o noticiário do Jornal Nacional, que anunciava mais uma vez o conflito entre Israel e os palestinos. Suspirou, triste. Já estava farto de tanta tragédia. 

Naquela noite, Ayame havia ido à missa. Ele ficou, estimulando-a a ir mesmo e rezar pelos dois. Ou melhor, pelos três, já que Rin jamais saía de suas preces diárias. 

O capoeirista se levantou com dificuldade do chão para desligar o televisor, agastado. foi quando bateram palmas à sua porta. Franzindo o cenho, Kouga se dirigiu até a porta e a abriu. 

— Boa noite — disse ele à pessoa que o chamava. Era uma mulher de meia-idade, óculos de grau e um coque nos cabelos meio grisalhos. 

— Boa noite, seu menino. É você o Kouga da capoeira? 

— Sim... Sou eu. E a senhora... Não tô lhe conhecendo, desculpe. 

— Eu sou a mãe de Wilson, que foi teu colega na quarta série. Meu nome é Cula. 

— Ah... A mãe de Wilson... — volveu ele, meio atônito. O dito Wilson era um homem que, há muitos anos, lhe tinha contratado para fazer reparos significativos no telhado de sua casa. Entretanto, ele não pagara o valor completo a Kouga, que saiu prejudicado do negócio. 

— Aquele tratante te deve, pois não deve? 

— Oxe... Deve, mas isso já é antigo, dona Cula. Foi há uns... Oito anos isso. 

— Então... Ele não deve mais. Vim acertar a conta dele contigo. 

O truká corou, envergonhado e surpreso. 

— Ave-Maria... Deixe isso, moça, eu nem me lembrava direito... 

— Deixo não, macho. Eram quatrocentos e cinquenta reais; ele te deu cem — e a senhora enfiou a mão em sua bolsa, retirando dali um maço de cédulas de vinte e de cinquenta. Kouga mal podia acreditar no que estava vendo. — Aqui, meu , trezentos e cinquenta. Me desculpe pelo meu filho ser um caloteiro. 

— M-Meu Bom Jesus da Lapa... — gaguejou o moreno. — Eu... Não tenho palavras! 

— Tudo bem, meu fí. Agora eu vou-me embora. Deus te abençoe. 

Kouga olhou para o maço de dinheiro em suas mãos e encarou a senhora. Ela lhe deu um breve sorriso cansado e se afastou com um "boa noite", sem aguardar resposta do truká. Ele, mais do que depressa, correu como podia para dentro, alcançando o celular para telefonar à sua esposa. 

— Foi do jeitinho que o Caboclo Flecheiro disse! — vibrava ele, emocionado. 

 

*** 

 

St. Louis Street, Wetherby, Leeds. Ann Kikyou estava muito quieta, tímida ao pensar que o homem que a trouxera do centro de Londres pudesse, talvez, menosprezá-la por ver a humildade de sua rua e sua casinha. Alheio a tudo isso, o espanhol comentava, ao fazer uma curva: 

— As casas aqui são pequeninas. 

— É... Não são como aquelas de Paddington... Ou como a sua, que é enorme — revidou a jovem, meio azeda. Naraku Octavio a olhou com estranheza. Não tardou a perceber o motivo da súbita rispidez de Kikyou e redarguiu: 

— C******, o que você está pensando? Eu me referi às casas daqui lembrando das que haviam onde cresci, sua tola. 

Agora já muito constrangida, ela baixou a cabeça. Aquele dia tinha sido o mais louco de sua vida; o mais intenso, contraditório e pecaminoso. Kikyou se encontrava perdida em seus sentimentos confusos. 

— Desculpe-me. 

— Esquece, irmã. Esquece. É esta a sua rua, não é? 

— Sim. 

— Então chegamos ao nosso destino — afirmou Naraku, meio emburrado. Kikyou não o compreendia. O veículo foi estacionado, mas nenhum dos dois fez menção de sair de dentro dele. 

Os olhos de ambos se encontraram e Naraku, inesperadamente, corou. Sem ter como fugir, ele gaguejou algo incompreensível, fazendo Kikyou franzir a testa. 

— O que você disse? 

— Eu... Disse que achei a sua... Bíblia. 

— Meu Deus, sério?! 

— ... 

— Mas como, se ela tinha ficado para trás? — indagou a jovem, olhando o espanhol abrir o porta-luvas e retirar dali a Bíblia velha. De repente, seus olhos se iluminaram: — Você voltou aquela hora para ir procurar a minha Bíblia?! 

— Oh... Sí, sí. Eu me lembrei de que foi um presente da sua mãe e... 

Kikyou calou Naraku com um beijo emocionado e grato. O homem mal pôde conter uma exclamação de susto; logo ambos enlaçavam suas línguas cheios de paixão e ele envolveu a nuca da moça com uma das mãos, enquanto a puxava para mais perto de si com a mão que segurava a Bíblia. Quando o beijo cessou, ele estava tonto. 

Se ficasse por mais tempo perto daquela mulher, enlouqueceria. O desejo de Naraku era poder tê-la por completo para si, mas era toldado por aquele medo surdo de Kikyou perder os sentimentos que alegava sentir por ele quando soubesse de seu passado. Nervoso, o espanhol fez cara séria e se afastou da jovem, que o olhou confusa. 

Ele retirou o smartphone do bolso. Olhou-o: três semanas de uso, novíssimo. Desde que pegara os pedaços do celularzinho velho de Kikyou no chão após ela ter sido atacada, Naraku vinha ruminando um pensamento. Se ele podia ter um smartphone daqueles, aquela moça trabalhadora e esforçada também merecia ter, não? E foi diante do olhar boquiaberto da moça que o espanhol abriu a tampa do aparelho e retirou seus cartões SIM, enfiando a mão em seguida dentro da carteira e dali retirando o cartão SIM de Kikyou. Ainda meio carrancudo, estendeu para ela o aparelho. 

— Tome. 

— Ah... Mas por quê? 

— Você não pode ficar sem um celular e, com certeza, não tem dinheiro para comprar outro por enquanto... Vou te emprestar o meu. 

— Ficou louco?! Não posso aceitar! 

— Deixe de ser pau no c*, crentelha. Quando você comprar outro, poderá me devolver esse. Eu tenho um aparelho igual em casa. 

É claro que ele não estava esperando que ela devolvesse o celular, mas, naquele momento, era preciso convencê-la a receber o aparelho. 

— Mas, Naraku... 

— Nada de mas. Vai ficar com ele. Pode restaurar as configurações de fábrica, ele ficará novo em folha. 

— Para mim, ele está novo em folha... E... Acho que nem vou saber usar, nunca tive um desses... 

— Claro que vai saber. É tão intuitivo que em pouco tempo você conseguirá acessar e se servir de todos os recursos. 

A moça olhou para o smartphone, vermelha. Era um aparelho grande e bonito, dos que ela gostaria muito de adquirir, mas não tinha tido condições, até então. Entretanto, algo estalou em sua mente: 

— Mas e os seus arquivos...? 

— Tenho cópias. Pode apagar tudo — e ele lhe entregou um carregador e fones de ouvido, dando um sorriso meio irônico em seguida. — Se não quiser ver meus nudes, é bom que apague antes de começar a usá-lo. 

— Nudes? O que é nudes? 

— Esquece — retrucou ele, revirando os olhos. Kikyou era inocente até demais, além de meio desinformada. — Qual dessas casas é a sua? Vou te levar até lá. 

Assim, o casal desceu do Range Rover Sport e começaram a andar devagar, lamentando-se interiormente por ver que a hora da despedida se aproximava. Enfim, chegaram diante da porta de Kikyou; era possível ouvir uma bulha lá de dentro. Andrew Miroku e Raymond Inuyasha estavam assistindo a um jogo. 

— Eles torcem para os Newcastle Falcons? — ia perguntando o espanhol, quando sentiu que Kikyou o puxava para si. — Wright, por favor, não. 

— Não o quê? — volveu ela, ansiosa por abraçá-lo. 

— Olha, eu sei que abraçar um homem ainda é uma novidade para você, mas... — ela o beijou mais uma vez. — Pare de me provocar... — ele já não resistia mais a ela. Sentindo cada poro se arrepiar de desejo, Naraku encostou o corpo menor ao muro de pintura velha e, sem cerimônia, ergueu um dos joelhos e os colocou entre as pernas de Kikyou, que respondeu com uma mordida em seu lábio. — P****, Kikyou... Assim eu não resisto. 

 

*** 

 

Enquanto isso, na residência da família Wright, Andrew Miroku e Raymond Inuyasha debatiam sobre ir ou não à delegacia dar ocorrência do desaparecimento de sua irmã, como queria o caçula. Miroku tentava demovê-lo da ideia. Nenhum dos dois prestava atenção no jogo. 

— Inu, pelo amor de Deus... Kikyou tem vinte e sete anos. Ela pode ter simplesmente ido à casa de uma amiga. 

— A quem você quer enganar, Miroku? — vociferava Inuyasha, nervoso. — Ann Kikyou não tem amigos! Ela não vai à casa de ninguém! E esse telefone que não funciona... Alguém pode ter feito algo ruim com ela! Eu vou chamar a polícia... Ou ela pode estar num hospital, meu Deus! 

— Inuyasha, calma. Talvez o celular dela tenha descarregado. 

— Você não está preocupado?! 

— Na verdade, estou, mas prefiro não me desesperar... Ei. 

Os dois irmãos se calaram. 

— É ela! Ela está conversando lá fora, eu vou... — e Inuyasha, ansioso, se dirigiu à porta, quando Miroku o puxou para trás. — Andy, ficou maluco?  

— Shhhhh! Ela está conversando com um homem... 

Os olhos do caçula cresceram nas órbitas. De fato, era possível ouvir a voz grave de um homem junto à voz da primogênita dos Wright. 

— Essa voz não me é estranha... — cochichou Inuyasha. — Só não consigo me lembrar de quem é... 

— Parece voz de homem que trabalha em tele-sexo... Ou dublador de filme pornô. 

Os dois irmãos se entreolharam, estupefatos. 

— Ela está gemendo...!? 

 

*** 

 

Os corpos colados do casal se envolviam numa dança lenta de afeto e paixão. Kikyou estava pasma consigo mesma, ao ver o quanto estava se derretendo pelo espanhol, mas já não conseguia mais se conter. Os lábios de Naraku abandonaram os seus e deslizaram por seu pescoço. 

— Mudou de ideia sobre pecado, mamacita? — indagou ele, baixinho, aos seus ouvidos. 

— Não, m-mas... AH... — ofegou ela, quando a ponta do membro duro do psicanalista começou a ser atritado contra seu púbis. — I-isso é tão... Errado... Meu Deus... 

O espanhol e a jovem voltaram a se beijar. Ela continuava nervosa, sem conseguir aceitar a força de seu desejo por ele. 

— Quer saber o que é errado? É você não estar com a minha rola na sua boca... Errado é eu não estar chupando seu grelinho nervoso. Diga-me, ele é daqueles salientes ou é como os escondidinhos que só aparecem depois de muita linguada? Ou, talvez, você prefira meus dedos escorregando por cima dele... Isso, eu deslizaria meus dedos nele enquanto enfiaria minha vara bem fundo dentro de você, mamacita... Vou adorar te f***** de quatro, vou te enlouquecer de prazer. 

— My goodness... Pare de me dizer essas coisas, seu demônio...! — protestou a moça, apesar de não ter se afastado sequer um milímetro de Naraku. Sua mente gritava para que o repelisse, todavia seu corpo a traía. 

— Por que é que nós ainda não trepamos? Você quer, eu quero... 

— Eu não quero... Não posso e não quero...! 

— Quer! — rosnou ele, meio ríspido e impaciente. — Quer, sua crentelha fogosa. Assuma de uma vez! Está louca para transar comigo! 

— NÃO! 

E Kikyou empurrou fortemente Naraku, olhando-o cheia de mágoa. Ele a encarou surpreso. 

— Eu não quero sexo dessa forma nojenta que você diz, seu mundano promíscuo! Eu... Eu quero amor! — e o tom de voz dela se alterou ligeiramente. — Eu quero alguém para dividir minha vida, meus sonhos... Mas, para você, eu seria apenas mais uma! 

— O quê?! 

— Você iria se aproveitar de mim e me descartar, como eu tenho certeza que já fez com outras pessoas! Apenas mais uma conquista, apenas mais uma... Transa! Eu tenho sentimentos! 

— Ah! Coño... Vete en culo, sua fanática! Para que criar tanto problema sobre algo tão simples? 

— NÃO É SIMPLES! Será que você não entende?! Eu não posso entregar meu coração para alguém que só me vê por fora, como um pedaço de carne a ser degustado! 

— Disse “entregar seu coração”?! 

As batidas do coração do espanhol eram dolorosas e pesadas. Era a segunda vez naquele dia que Kikyou falava acerca do que sentia por ele. Entretanto, seu medo o paralisava, embotava seu raciocínio. Então, Naraku resolveu apelar para a saída que ele julgava ser a correta. Abandonou a postura agressiva e tocou levemente no ombro de Kikyou, dizendo com brandura: 

— Wright... Olhe, sei que é difícil para você, mas você está errada. Você não sente nada por mim. 

— Hein?! Como é?! 

— Você é uma jovem bonita, reprimida e sem muitos lazeres. Quando nos conhecemos, rolou uma química sexual muito forte e intensa entre nós dois e... 

— Mentira... Eu sei que não foi apenas isso! Você não entende?! — e ela fechou os olhos com raiva, fazendo com que as lágrimas enfim desabassem por seu rosto. — EU AMO VOCÊ, MALDITO NARAKU... EU AMO VOCÊ! 

A sensação que o espanhol experimentou foi a de um frio insuportável na barriga. Era como se ele fosse um faminto que recebia um prato de sua comida favorita e o devolvia sem sequer prová-lo. 

— Não... Você não me ama. Sejamos práticos, querida: você é apenas carente, sexual e emocionalmente. O que você chama de amor é a simples necessidade de sexo e afeto, já que é tão solitária. 

A moça encarava o espanhol, que agora interpretava o papel de um profissional da psicanálise com louvor. Naraku não queria que Kikyou percebesse o quanto estava arrasado por tentar convencê-la de que o amor que ambos sentiam um pelo outro era inviável. 

— Sabe — prosseguiu ele, usando um tom de voz ainda mais macio e dócil — Eu acredito que o que te faz pensar em amor por minha pessoa seja resultado de falta de autoconhecimento de sua parte, Wright. Sua autoestima anda tão baixa e o meio social em que você vive é tão nocivo... 

— Mas... Do que está falando? 

— Esse mundo religioso extremista do qual você faz parte... 

— Ah, agora quer atacar minha fé?! 

— Não, cariño. Apenas quero que reflita... Qual foi a última vez em que você saiu pela rua sem pensar que tem alguém de olho em suas roupas? Quando foi a última vez que você fez algo que realmente gostava sem medo de ser julgada ou tachada como pecadora? 

— Foi hoje... Com você — admitiu ela, ainda contendo os soluços. 

— Creio que isso responde à sua pergunta — redarguiu Naraku, com gravidade. — Seu mundo da religião é tão sufocante que, quando você se depara com alguém que não tenta te submeter a regra alguma, você se entrega... Como é o caso. 

Aquilo feria os dois corações. No entanto, o psicanalista continuou: 

— Nós nos conhecemos, rolou uma química gostosa entre nós, porém o seu coração influenciável não consegue ver que o amor não acontece assim. 

— Ah, é? E acontece como, por acaso? Você já amou alguém para saber? 

Eu amo você, sua burra, desgraçada, maldita crentelha do c******! Eu AMO VOCÊ, está escrito isso na minha cara!, berrava o pensamento dele. 

— Não preciso amar alguém para saber disso, Kikyou. Você e eu temos muito desejo um pelo outro e isso é totalmente natural. Não precisa se recriminar e se achar indigna. Só que não é amor. Você tem um sinal evidente de autoestima baixa, que é a preocupação excessiva com a opinião alheia. O fato de eu ter aparecido e visto você se “libertar” da pressão por alguns instantes sem colocar um rótulo em você a leva a acreditar que é amor, essas coisas. Nós hoje rimos juntos, brincamos, brigamos, sentimos prazer um com o outro... Até tiramos uma soneca juntos. Qual foi a última vez que você dormiu à tarde? 

— N-não durmo à tarde. 

— Está vendo? Você teve um dia muito diferente e prazeroso comigo. Não quer dizer que esteja apaixonada. Você está confusa, é apenas isso. 

Kikyou enxugou as lágrimas, agora muito perturbada. Então ela não amava Naraku? Mas ela tinha certeza de que era amor. Seu olhar se tornou perdido enquanto ela pensava freneticamente; enquanto isso, o espanhol não se deteve e continuou a dizer suas percepções: 

— Não quero magoar você, muchacha. Mas você nunca me amou, você... Apenas se sentiu livre ao meu lado.  

— N-não... Eu amo você de verdade... 

— Você precisa se amar antes de qualquer coisa. Pratique o amor próprio, escreva seus pensamentos, faça novos amigos... Invente meios de se divertir. Não seja tão séria o tempo inteiro. 

— Ouvir-me dizer que te amo é tão ruim assim? — murmurou ela, sendo tomada de mais uma onda de emoção. Quando deu por si, Naraku já a havia abraçado ternamente. 

— Não seja boba... Eu apenas não quero te ver sofrendo dessa maneira, por um sentimento que não existe. 

— V-você é louco. Primeiro, disse que me detestava... Agora vem com esse tipo de argumento... 

— Eu não a detesto. Detesto fanáticos religiosos, é diferente. Você é fanática religiosa, mas tem certo conteúdo. É inteligente e tem bom senso em diversos aspectos... Você me irrita, como o meu irmão homofóbico também me irrita, nada fora do normal. Prometa-me que vai ficar bem. 

— Como eu vou ficar bem?! Agora que v-você está me rejeitando... 

— Você é una mujer mais forte do que pensa. E eu não a rejeitei, só quero abrir seus olhos para a realidade. E pare de chorar — ele deslizou os dedos pelo rosto úmido da moça. — Quero te ver bem irritante e chata na próxima sexta-feira, no Instituto. Até lá, esqueça essas ideias e procure ser você mesma. Não se deixe levar por tudo que a religião te obriga a crer. 

— Minha religião não tem nada a ver com isso... 

— Então eu digo diferente... Não se deixe levar por tudo que a sua cabecinha atordoada te obriga a crer. Você é jovem demais para ter tantos problemas te atormentando. 

Aproveitando a proximidade, Naraku inclinou o rosto para beijar os lábios de Kikyou, contudo a jovem pousou a mão em sua boca, o repelindo. Logo ela dava uns passos duvidosos para trás, se afastando; o frio envolveu todo o corpo do psicanalista, que mantinha um sorriso falso na face enquanto seu coração sangrava. 

Agora, sim, ela nunca mais estaria acessível para ele. 

— Kikyou, eu... Preciso ir embora. 

— Por que não procura um hotel e vai amanhã de dia? 

— Para quê? Não há necessidade, antes de duas horas devo chegar a Londres. 

— Okay — respondeu ela, sem olhá-lo. — Vá com Deus. Obrigada... Por tudo. 

Eu só queria um último abraço, lamentou-se ele consigo mesmo enquanto a via entrar dentro da pequena casa. Dando de ombros, Naraku caminhou até seu carro, suspirando. Deu a partida e se foi, tendo o cuidado de recolocar os óculos de grau agora que as lágrimas embaçavam sua visão. Até o ambiente do carro que ele tanto gostava parecia desconfortável sem Kikyou ali. 

Contudo, ao chegar à rodovia Wetherby Rd, o espanhol achou estranho ver que um carro parecia segui-lo. Resolveu acelerar; já estava alquebrado e irritado, não queria estragar ainda mais sua noite se permitindo ser assaltado. 

— P*** que pariu, era só o que me faltava — rosnou ele, vigiando o veículo pelo retrovisor. — Um cuzão me seguindo! 

O Range Rover Sport ia a 100km/h. Naraku se sentia nervoso ao correr, mas a presença daquele carro o seguindo o levava a não descansar o pé do acelerador. Virou à esquerda; o carro o acompanhou, tão veloz quanto o seu. O espanhol xingou mais vezes e, nervoso, tateou o bolso à busca do smartphone para telefonar para a polícia. Só então se lembrou de que havia doado o aparelho à sua amada. 

— MERDA! 

Restava a ele procurar uma delegacia, mas sua memória o traía, já que ele não se lembrava de onde havia visto uma. Pelo menos um posto de gasolina... Onde ele pediria o telefone emprestado. Entretanto, um pequeno momento de desatenção e eis que o veículo perseguidor já estava muito próximo ao Range Rover. O espanhol, furioso, acelerou mais. 

— PARE DE ME SEGUIR, SEU FILHO DA P***! — berrava ele. 

Uma placa de trânsito à frente indicava que estava saindo de Otley. O veículo de Naraku já ia a 130km/h e suas mãos suadas tremiam ao volante. Não era assim que ele esperava terminar o dia. O veículo de seu perseguidor não afrouxava e o psicanalista já não tinha mais o que pensar... A não ser em abrir o porta-luvas para ver se sua pistola Taurus não estava ali. Iria enfrentar o perseguidor. 

Foi quando, ao olhar pelo retrovisor mais uma vez, o veículo se descontrolou e o espanhol já não viu mais a estrada. A bem da verdade, Naraku Octavio não pôde ver mais nada, pois desmaiou ainda antes do impacto. 

Sequer soube que estava se chocando contra uma árvore. Só então o perseguidor parou seu próprio carro.

 

*** 

 

 

 


Notas Finais


Gente... #corre
O Kouga, tadinho... Vai poder pagar a consulta! #TodasComemora

* EM TEMPO *
Esse conflito entre Israel e Palestina aconteceu mesmo, pessoal. Começou no dia 12 de junho de 2014, vocês devem se lembrar. Triste! #TodasSeLamenta

Naraku deixou Kikyou mais desorientada que o Sesshoumaru no meio de um tiroteio! #TodasChora #TodasXinga #TodasMandaEleTomarNoC*

E esse final... SEM ORRRR #TodasGrita
Quem será que estava perseguindo o diva?! Será que ele vai escapar dessa?!

A "poprósito"... Quem tem conta no Nyah, me sigam lá também, por favor! Meu nick é #Okaasan e meu perfil está aqui: https://fanfiction.com.br/u/586562/
Tô doida pra receber recomendações *-* Recomendem Nem por meio milhão de libras lá, vou adorar receber esse presente! *-*

Mais uma vez, agradeço a cada um de vocês por estar comigo! Beijos no coração de todos!

~Okaasan


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...