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História Nem por Meio Milhão de Libras! - Andrew Miroku, pecador


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal. Mais um capítulo! :)

Confusões, informações importantes, um hentai básico (cofcofcof), algumas boiolices... <3

Foto do capítulo: o quarto da Rin na Ferguson Manor. :)

Boa leitura!

Capítulo 7 - Andrew Miroku, pecador


Fanfic / Fanfiction Nem por Meio Milhão de Libras! - Andrew Miroku, pecador

***

 

— Não! — e Andrew Miroku tentou sair, mas foi impedido. Sango tinha uma força descomunal nos braços e o segurou firmemente pela roupa. — Mrs. Cameron, isso n-não é certo. A senhora sabe! Não podemos fazer uma coisa dess-

A mão ágil da mulher agarrou o membro dele por cima da roupa; as pernas de Miroku tremeram e ele quase gritou. Com a outra mão, Sango desabotoou com certa pressa sua calça.

— Você não vai sair daqui.

— Mrs. Cameron...

— Eu senti naquele dia, Miroku. Senti o seu olhar sobre mim... Rolou uma química fortíssima entre nós dois.

— M-mas...

A calça desceu pelas pernas do rapaz. A escocesa, ensandecida, enfiou a mão dentro da roupa íntima de Miroku e comprimiu-lhe o sexo túrgido com urgência. Ele gemeu, alucinado por aquela sensação nova e tão avassaladora que sentia.

— Mrs. Cameron... Me entenda...

— Não seja bobo, Miroku. Você quer, eu quero...

— Você n-não entende... Eu tinha p-planos para nós dois — confessou ele, atordoado. Logo a mulher se despia totalmente à sua frente. — Eu iria adorar fazer amor com você depois... Depois do casamento.

Fazer amor?! Casamento?! Miroku, que conversa é essa?

O rapaz a segurou pelos ombros e a encarou, declamando convicto:

— É porque eu... Eu te amo, Mistress Sandie Cameron! Me apaixonei pela senhora desde o primeiro momento em que te vi.

A mulher parou de tocá-lo, surpresa. O tempo parou dentro do pequeno banheiro enquanto o casal se encarava e, em seguida, Miroku levava os lábios até os de Sango e os beijava com suavidade. A escocesa, por sua vez, não sabia o que pensar. Ela não estava a fim de um relacionamento sério com ninguém. Ela apenas desejara ardentemente aquele motorista pobre para se satisfazer.

Entretanto, o beijo do jovem Andy Miroku era tão carregado de afeto que ela desistiu de dizer a ele que não estava interessada em casamento. Pele contra pele, braços que se entrelaçavam e logo o casal aprofundava ainda mais o beijo. Sango notou que Miroku era um pouco atrapalhado ao chocar ligeiramente os dentes nos dela. Ele se afastou, rubro, olhando para o lado e livrando-se dos tênis com movimentos impacientes dos pés.

— Me perdoe. Machuquei a senhora?

— Não... Mas como você está vermelho...!

— É q-que eu sou v-virgem. Nunca estive d-desse jeito com ninguém antes.

O queixo de Sango caiu; em seguida, ela sorriu com sarcasmo, enquanto desabotoava a camisa dele e descobria com a ponta dos dedos a textura de seu tórax.

— Ah, fala sério! Quer enganar a quem? Um cara da sua idade... Pode não ter transado muitas vezes, mas...

— Não, Mrs. Cameron – volveu ele, olhos profundos e meio tristes. – Eu sempre quis me guardar até o casamento... Como prova de amor à minha futura esposa. E estou virgem até agora, com meus vinte e cinco anos.

— Miroku...!

— Mas, para vergonha minha, estou nu diante da mulher dos meus sonhos. Que situação! – e ele suspirou, sério e desolado, afastando a mulher para trás com delicadeza, sem olhá-la. – Não posso permitir isso. Devo ter forças para resistir à senhora, Mrs. Cameron. Lamento.

Ele é tão meigo... Tão romântico! Eu que não posso permitir que ele vá e me deixe assim!

E Sango, com tal pensamento, agarrou-o mais uma vez, um tanto irritada.

— Onde pensa que vai, Andrew Miroku?

— Vou embora. A senhora disse que precisava tomar banho, eu troquei a resistência do seu chuveiro e agora vou deixá-la à vontade.

— De jeito nenhum... — sibilou ela, empurrando-o de volta para a parede e tomando seu pênis ainda exposto nas mãos ansiosas, petrificando o rapaz por completo. — Você... Você me deu um beijo desses e agora quer escapar? Eu não aceito...

— Mrs. Cameron, p-pare! — pediu ele, desnorteado de prazer com o toque experiente de Sango em seu sexo e com o corpo despido dela, ali tão próximo. — Não pode respeitar minha vontade?

Vontade...? A sua vontade é a minha... Você quer me comer, seu pau duro é a prova disso! É essa a sua vontade, Mr. Wright!

O rapaz sentiu o rosto arder de vergonha pelas palavras vulgares, mas mal teve tempo para pensar sobre o incômodo. Sango, erguendo a perna, direcionou seu membro para dentro da própria intimidade, impulsionando os quadris contra os de Miroku e exclamando um palavrão de satisfação.

— MRS. CAMERON!

O cérebro de Miroku parou por alguns momentos ao notar que a escocesa o fizera penetrá-la. Os músculos íntimos de Sango comprimiam fortemente seu pênis, que latejava devido ao frenesi de desejo que sentia — aquilo era cem vezes mais excitante do que se masturbar, como ele fazia.

Impiedosamente, a mulher moveu os quadris com força e rapidez, enquanto atirava a cabeça para trás, enlouquecida. Era aquilo que ela vinha desejando durante todos aqueles dias. Aquele homem cândido de olhos azuis profundos e roupas pobres, que, inexperiente como era, não conseguiria fugir de sua sedução — melhor dizendo, do seu ataque direto. Ela arremetia o corpo contra o do jovem com cada vez mais desejo, sentindo que seu ápice estava se aproximando.

Todavia, Sandie Cameron foi surpreendida mais uma vez quando Miroku estendeu a mão e tirou seu membro de dentro dela sem aviso. Os olhos se encontraram mais uma vez; ela, confusa. Ele, resoluto.

— Mas o que... — balbuciou ela, atônita.

— Mrs. Cameron... Eu n-não vou deixar a s-senhora estragar o meu sonho — afirmou ele, ofegante, terminando de se despir e deixando a roupa cair sobre o piso estampado. Também estava em vias de chegar a um orgasmo estupendo quando se sentiu, subitamente, usado por Sango. Ele não era um objeto. E não era aquilo que ele sonhava para sua primeira vez.

— Idiota... Eu estava quase... EI! — e Sango gritou quando Miroku a ergueu nos braços e saiu de dentro do pequeno banheiro com ela, olhando em seu redor à procura do quarto até avistar a porta aberta, e para lá seguiu, decidido. Não pôde conter um sorriso ao ver a quantidade de livros dispostos em nichos de parede e duas estantes.

— Além de linda, você é estudiosa como a minha irmã — comentou ele, dando um beijo em sua testa antes de colocá-la sobre a cama. Foi o momento em que ambos repararam o corpo um do outro.

Aos olhos de Miroku, a escocesa Sandie Cameron era, categoricamente, a mulher mais bela que ele já vira. Suas curvas eram sinuosas; a pele era tenra, macia. As mamas eram arredondadas e firmes e ela não tinha pelos pubianos; sua cintura era fina e seu abdome, bem trabalhado. Por outro lado, a jovem professora via no britânico um corpo comum; ele era magro, tinha músculos definidos mas não pronunciados. A pele muito alva ao redor de seu membro teso, no ventre e nas pernas compridas indicava que, possivelmente, ele não frequentava piscinas ou praias. Contudo, o que mais chamava a atenção de Sango era a fisionomia deslumbrada com que ele a admirava. Os olhos azuis de Miroku pareciam desvendar todos os seus segredos e, ainda assim, permanecer destilando candura.

Acho que nunca fui olhada assim por homem nenhum...” E Sango, mais uma vez, ficava com a mente em branco, enquanto o rapaz se sentava ao seu lado.

— Miroku... Por que não deixou eu terminar...?

— Eu não podia, Mrs. Cameron. Se vamos mesmo fazer amor, tem que ser especial. Sonhei com esse momento a vida inteira!

— Cara... — fez ela, apreciando a mão grande do rapaz que agora acariciava seus cabelos e bochecha. — Você não existe. Não existe um homem assim, tão... Sentimental à moda antiga...

— A senhora é um encanto. Sim, eu existo — e ele a beijou com ternura mais uma vez.

A escocesa fechou os olhos, ainda confusa. Ela tivera alguns parceiros ao longo da vida, fora o ex-marido, e com nenhum deles havia recebido aquelas doses intensas de carinho, de forma que no momento ela já não se importava tanto com o fato de Miroku ter forçado a interrupção do coito. Resolveu ensinar a ele uma maneira mais calorosa de se beijar e invadiu-lhe a boca com a língua, devorando-o. Mais uma vez, o autocontrole dele se esvaía como folhas secas ao vento.

O motorista agora a enlaçava num abraço gentil e deslizava os lábios por seu rosto e pescoço; logo encontrava os seios fartos da mulher e os tocava, a princípio curioso, depois com volúpia ao notar que aquilo causava prazer em Sango. Ela, então, se permitiu ser tocada daquela maneira sutil e amorosa. Miroku agora depositava um beijo singelo entre os seios e a encarava novamente.

— Desde o primeiro momento em que te vi, descobri que já a amava, minha doce Mrs. Sandie Cameron.

— Você é tão lindinho!

Os lábios se encontraram mais uma vez, sem pressa, enquanto Sango conduzia o rapaz para cima de seu corpo. Ocasionalmente, ele parava o que estava fazendo para olhar nos olhos castanhos da escocesa, como que se embriagando de sua beleza.

— Err... Bem... Mrs. Cameron...

— Me chame de Sango...

Sango?!

— Apelido de infância. Sandie Gottfried virou Sango. Ideias do meu pai.

— Sango... Gostei. Parece nome de personagem de anime... Daquelas garotas que lutam.

— Bobão... – o casal riu. – Posso te chamar de Andy, não posso?

— Fique à vontade, minha doce Sango.

— Ficarei ainda mais quando você estiver enfiando essa maravilha em mim. Grossa do jeito que eu gosto...!

— Poxa... Não fale assim — reclamou ele, corando até a raiz dos cabelos.

— Mas isso é um elogio...

Miroku desviou o olhar mais uma vez, ainda muito acanhado. Vendo-o constrangido, Sango lhe fez cócegas e logo ele gargalhava.

— É incrível. Você é um virgem mesmo! — comentou ela, rindo junto.

— Virgem e tímido, como meus irmãos. Ou melhor, como a minha irmã. Porque o caçula não tem um pingo de vergonha em amassar e bolinar a coitada da namorada dele.

— Mas a sua irmã é como você? Vergonhosa assim?

— Na verdade, é bem mais do que eu. Ela nunca sequer beijou alguém.

— Ah, Andy... Com todo o respeito, essas são as mais perigosas, sabia? Quando ela sentar numa piroca pela primeira vez, vai viciar e querer para sempre!

— Para, Sango... — suplicou ele, agoniado com o jeito desbocado da bela escocesa, que riu de novo.

— Desculpe, querido, eu não quis te constranger de propósito... É que eu sou assim mesmo.

— Vou te que me acostumar, né?

— Vai... E, se bobear, você vai acabar se tornando um safado igual a mim! — e ela lhe apertou os glúteos repentinamente. O susto o fez gritar e gargalhar de novo.

— Sua doida... A senhora me quer safado?!

— Quero, desde que continue assim, todo fofinho e carinhoso.

— Fofinho é coisa de gay, Mrs. Cameron... Mas carinhoso, nem precisa pedir.

O casal se beijou mais uma vez. A escocesa abriu ligeiramente os olhos e viu que Miroku estava ainda mais vermelho.

— O que foi? — indagou ela, afável. — Tem algo a me dizer?

— Então, Sango... E-eu não sei direito o que fazer para agradá-la...

— Ahh...! Você não existe... – riu ela, fascinada pelo jeito naturalmente romântico dele. Segurou os seios com as mãos, sensualmente. – Quer me agradar, não é?

— Quero. Quero muito.

— Então chegue mais perto para mamar bem gostoso aqui...

Miroku baixou o rosto até as mamas empinadas da mulher dos seus sonhos e não se fez de rogado ao beijar o mamilo rijo ali exposto, sentindo que seu baixo ventre palpitava e temeu gozar somente com aquele afago luxurioso; acabou por lamber a delicada área e, ao pedido da escocesa, chupou alternadamente os bicos escuros. Exprimia seu prazer em altos gemidos, enquanto sentia o corpo tremer sobre Sango, que arfava; ela tomou sua mão e a conduziu até sua vulva úmida. O jovem Andy arregalou os olhos, meio assustado.

— Oh-oh, senhora...

— Esfregue os dedos aí!

— M-mas isso não vai machucá-la?

— Miroku, do jeito suave que você me toca, é impossível me machucar... Olhe.

E a escocesa levou os dedos ao clitóris como demonstração do que desejava receber do seu novo parceiro, que estava a cada momento mais alucinado por ela. Afoito, Miroku se pôs a estimular a intimidade de Sango, voltando a beijá-la e sentindo seu corpo entrar em combustão; o ato de dar prazer a ela era muito mais gratificante do que ele imaginava. Longos minutos de carícias íntimas, ternas e apaixonadas, onde Sango percebeu que Miroku a via como uma florzinha rara e frágil. Ela se dividia agora entre o prazer e o constrangimento.

Ele diz que está apaixonado, mas eu não o amo... Eu só queria transar com ele. Mas não quero decepcioná-lo. Não é certo.

— M-Miroku, me desculpe...

— Pelo que, meu amor?

Ela iria responder que não o amava, mas mudou de ideia na última hora.

— Me desculpe por... Ter sido egoísta lá no banheiro — murmurou, enquanto enlaçava a cintura dele com suas coxas torneadas e o ajudava a penetrá-la de novo.

My goodness! — exclamou ele, movimentando-se para dentro do canal estreito da mulher. — Isso é tão perfeito!

— Ahh! Miroku... Eu sabia, sabia que você era uma delícia, está me deixando louca de tesão. Mais rápido!

— Mas os vizinhos...

— Não vão ouvir. Vamos, eu quero mais, mais, mais...

O motorista passou a invadir o corpo suado de Sango com mais ousadia. Não demorou para que sentisse a musculatura íntima da escocesa estrangulando seu membro enquanto ela gozava, entre gemidos e risadas de pura luxúria. Notar que ele, Miroku, conduzira aquela bela mulher ao orgasmo, foi a glória para o simplório rapaz, que alcançava o ápice do prazer ao estocá-la com voracidade.

— S-Sango... Ohh... Eu não acredito... Isso foi tão...

— Shhh... Descansa, vai. Você merece os parabéns, safadinho. A sua primeira vez foi um grande sucesso, como eu imaginei!

— Como você imaginou?! Então... Você estava mesmo pensando em mim como, como...

— Como o homem que andava me deixando molhada apenas com um olhar? – sorriu ela, virando-se na cama e se posicionando ao lado dele, que se sentia relaxado e sonolento.

— V-você estava se sentindo assim comigo?

— Claro. Desde o primeiro dia.

Miroku disfarçou um bocejo. Sango sentiu vontade de deslizar a mão por seus cabelos, e assim o fez.

— Ah, eu... Eu tenho que ir pegar os alunos...

— Dorme, Andy. Eu te acordo – sussurrou a escocesa, beijando a testa dele com suavidade. – É mais seguro dirigir descansado. Com licença...

— Onde vai, meu anjo?

— Vou tomar o meu banho. Agora vá descansar.

Ela não amava o motorista, mas era inegável o desejo mesclado a ternura que sentia quando estavam juntos. Foi se lavar, satisfeita, já articulando em sua mente outros encontros como aquele.

Miroku precisa de umas roupas novas, também. Acho que ele merece um banho de loja!

 

***

 

Ann Kikyou, após terminar todo o serviço no escritório, olhava para o celular e se pensava se deveria ligar para Andy Miroku. Ela estava um pouco receosa após constatar que seu salário de abril não seria suficiente para pagar as contas e comprar comida, depois de haver efetuado o pagamento das matrículas dos cursos dela mesma e de Inuyasha. Ao mesmo tempo, a jovem se recriminava — o salário do motorista também não era dos melhores.

— Coitadinho... Ele já divide tanto seu salário comigo.

Tão absorta estava que se assustou ao notar que não estava só. Seu patrão adentrava o escritório, encarando-a.

— Miss Wright?

— Oh, Mr. Taylor, não o vi entrar... Perdoe.

— Não se preocupe, minha querida.

Suikotsu Taylor era um homem de trinta e nove anos que passava boa parte do tempo em Newport, no País de Gales. Contratara Ann Kikyou há três anos; ela gerenciava seus casos, informava-o sobre andamentos de processos e outras coisas mais do mundo jurídico. Ultimamente, todavia, o advogado dera para aparecer com mais frequência em Leeds. Kikyou não imaginava, mas, por trás daquele rosto sereno e cordato do patrão, havia um indivíduo pervertido que estava, no momento, louco por ela. Suikotsu escondia sua verdadeira personalidade atrás de suas atividades religiosas.

— Como tem passado, Miss Wright?

— Estou bem — respondeu ela, gentil. Tinha-o em alta conta, pois ele se portava como um bom cristão e, também, como um advogado realmente justo e respeitador da lei. — Hoje começo a estudar com o meu irmão no Instituto Craddock, em Paddington.

— Longe demais, querida. Poderia ter se matriculado em Harrow, é mais próximo.

— Mas no Instituto, é mais em conta para mim. Meu irmão ainda não trabalha.

— O que vocês escolheram?

— Bem, eu escolhi o curso de Direito nos Negócios e Economia, que saiu por onze mil libras. Inuyasha escolheu Gestão Educacional e Liderança, nove mil e quinhentas. Está mais barata do que nas outras instituições por aí.

— Por que não fez o curso de Direito, Kikyou? Você parece gostar muito de leis.

— Gosto... Mas não me arrependo de ter cursado Serviço Social. E, em todo caso, Direito nos Negócios e Economia é um curso que me atrai muito. Vai me apertar um pouco, mas...

— Entendo... Mas, ainda assim, você poderia ter vindo falar comigo. Poderíamos reajustar seu salário — respondeu o homem, com inocência fingida.

— Não é preciso, Mr. Taylor. Meu salário é o suficiente para mim e meu irmão.

— Você me faria serviços extras.

Ann Kikyou piscou, sem entender.

— Serviços extras? Como assim?

— Bem, você... — o celular dela tocou sobre a mesa, interrompendo a ideia nada honrada de Suikotsu.

— Alô?

Boa tarde! — fez uma voz masculina afetada do outro lado da linha; a jovem franziu o cenho. — Desejo falar com Ann Kikyou Wright!

— Ah... Sou eu. Quem gostaria?

Eu sou Jakotsu Laurent Lefevre, Miss Wright, e sou coordenador pedagógico do setor de Ciências Sociais e Aplicadas do Instituto Craddock!

Meu Jesus, esse indivíduo só pode ser um homossexual!, pensou a moça, encafifada, mas procurando se manter natural ao telefone.

— S-sim, Mr... Ah... Lef... Lefaurent...

Não, é LAURENT LEFEVRE, Miss Wright. Geralmente as pessoas erram mesmo o meu nome, mas a forma como a senhorita falou foi tããão divertida! — e Jakotsu gargalhou com vontade do outro lado da linha. — Então, minha querida, quero apenas confirmar que a aula inaugural será hoje às seis, certo?

— Ah... — volveu Kikyou, consternada. — C-claro, Mr. Laurent Lefevre. Obrigada...

Eu que agradeço, querida! Boa tarde! Adorei o nome que a senhorita me deu... Lefaurent! — cantarolou Jakotsu, encerrando a ligação, ainda risonho.

Kikyou baixou os olhos para o aparelho, incomodada.

— Quem era, Miss Wright? — indagou Suikotsu, que não saíra dali nem parara de admirá-la.

— Um funcionário do Instituto... Pela forma escandalosa de conversar, deve ser um homossexual — respondeu ela.

— Que nojo. Eu odeio homossexuais.

Odiar é uma palavra que não agrada a Deus, Mr. Taylor — afirmou Kikyou, estranhando a rudeza de Suikotsu. — Os servos do Senhor devem amar todas as almas por quem Jesus morreu.

— É... Perdoe-me. Você está certa — volveu o homem, dissimulado. Não queria que ela notasse seus reais intentos e pensamentos. — Amar como Jesus amou. É o que a Bíblia manda, não?

— Sem dúvida — sorriu ela. — Eu fiquei um pouco incomodada com o moço, mas é meu dever respeitá-lo e orar para que não se perca para sempre no inferno.

— Muito bem, Miss Wright. Você é uma mulher de fé.

— M-mais ou menos — replicou a moça, corando. — Só quero ser uma pessoa de fé como minha mãe.

— Acho que você já é, minha prezada. Sempre tão correta e honesta, tão justa... — e Suikotsu baixou o tom de voz. — E bem bonita, também. Tem algum pretendente?

Kikyou se sentiu constrangida.

— Não... Eu não tenho, acho que não devo por enquanto. Tenho que estudar, cuidar da minha casa, do meu irmão... E há os meus afazeres na igreja.

— Mas a Bíblia diz que é melhor casar do que se abrasar. Sabe, os desejos da carne podem ser violentos. Você deve saber bem do que estou falando — acrescentou ele, maldoso. A moça se sentiu desconfortável; algo que ela não discernia bem lhe dizia que não era de bom tom permanecer falando sobre aquele assunto. Seu patrão nunca havia lhe dito tais coisas.

— Não, não sei não. E, se me der licença, senhor, preciso ir. Hoje é a primeira aula. Há algo mais para eu fazer?

Há, sim. Levante essa saia grande e me deixe meter em sua bunda até te arreganhar, sua tapada gostosinha. Você ainda vai ser minha...

— Não, não há — respondeu ele. — Depois podemos continuar nossa conversa, se quiser. Gosto muito de te ouvir falando sobre a Palavra...

— Claro, Mr. Taylor. Eu amo a Bíblia. Até mais. Fique com Deus.

E a moça se levantou, carregando sua bolsa. Kikyou trajava seu terninho marrom e sapatos sociais com salto pequeno; seus cabelos longos estavam trançados. Após se despedir do patrão com um respeitoso aperto de mão, ela se foi do escritório. Sem entender bem o porquê, sentiu a necessidade irracional de se afastar o mais rápido possível.

Suikotsu Taylor, sozinho, sorriu sinistramente.

 

***

 

Após o primeiro encontro turbulento entre Rin Tibiriçá e John Sesshoumaru, este último entrara para seu quarto, furioso, dando ordens expressas para não ser incomodado por ninguém até a hora de ir para a aula inaugural no Instituto de seu pai. Do outro lado do corredor, porém, estavam a dona da mansão e a jovem hóspede, se comunicando por palavras em espanhol e gestos. Aos poucos, ambas iam se conhecendo; Rin estava fascinada pelo jeito materno de Izayoi, mas não tirava da cabeça que ela era uma mulher muito triste.

O quarto que a espanhola reservara para a jovem era enorme: possuía um grande closet embutido na parede, uma penteadeira branca com um grande espelho, uma cama com dosséis que fez Rin se perguntar internamente para que servia aquele mosquiteiro tão exagerado. Izayoi procurava explicar, pacientemente, que aquele era o local onde ela ficaria hospedada, quando ouviram pequenas batidas à porta.

— Posso abrir? — perguntou a garota, indicando a porta.

Sí, Rin.

A figura de um Naraku Octavio amarfanhado aparecia. Rin o olhou, curiosa, e, meio sem saber como agir, virou-se para sua anfitriã:

— Iza, o... O rapaz aqui, ó.

Oh, sí, chica. Invitalo a entrar— respondeu ela, vindo já de braços abertos para ele. — Nana, cariño, puede entrar. Voy a cuidar de sus heridas.

Gracias, mama — e o homem adentrou o quarto, observando Rin com interesse e se dirigindo a ela. — ¿Me puedo sentar, chica?

— Ah... Sentar? — indagou Rin, indicando a cama. — Pode... Mas, espera.

Naraku parou, esperando o que a jovem iria dizer. Ela afirmou, pausadamente, fazendo gestos eloquentes que fizeram os outros dois quererem rir:

— Eu, ó... Eu me chamo Rin. Meu nome é Rin.

Sí, cariño — respondeu Izayoi, achando graça. — Su nombre es Rin. Eso lo sabemos.

— Então por que me chamam de Chica? Meu nome não é Chica...

O psicanalista olhou para a dona da casa e ambos riram a valer da afirmativa da morena.

No, no, Rin — respondeu o homem, divertido, tirando um smartphone do bolso e acessando um aplicativo de tradução de palavras. Os três, a pedido de Izayoi, se sentaram na cama, Naraku entre as mulheres. Ele aproximou o aparelho de si e disse “chica”. O aplicativo respondeu-lhe a palavra “garota”, em alto e bom português. Os olhos de Rin se iluminaram e ela riu também.

— Ai, minha Nossa Senhora! “Chica” é “garota”? Eu já estava achando que vocês estavam tirando uma com a minha cara!

Entonces vamos a empezar de nuevo, garota — afirmou Naraku, olhando para ela mais uma vez, que ficara satisfeita ao ver que ele dissera uma palavra em português. — Mi nombre es Naraku Octavio. ¿Y el suyo?

— Meu ‘nombre’ é Rin.

— No. Dime en su idioma.

— Meu nome é Rin.

— Nome. No-me. ¿Entiende, Iza? No es difícil de aprender... — exclamou ele, se virando para a senhora, que os observava com carinho.

Sí, lo entiendo, Nana. Buscaré el remedio para tus lesiones. Rin, esperame.

— Ok, Iza.

Continuando — disse o homem, chamando a atenção de Rin mais uma vez. — ¿Cual es tu edad?

— Dezoito.

— Dieciocho. ¡Tan joven!

— E você, Naraku?

— Treinta y dos.

— Trinta e dois... Você é jovem também.

— Yo soy una DIVA, Rin.

A menina arregalou os olhos. Naraku se levantou, com um sorriso misterioso.

— Você o que? Eu não entendi — inquiriu ela, acreditando que tinha entendido errado. Afinal, o significado de “diva” em espanhol poderia ser outro.

Te voy a explicar... — e o espanhol acessou o smartphone mais uma vez. Uma voz sintetizada soou através do aparelho e Rin ficou boquiaberta ao ver aquele homem alto flexionando os joelhos e requebrando sensualmente diante dela, enquanto repetia junto à música: — I'm a, I'm a, a diva! I'm a, I'm a, a diva! I'm a, I'm a, a diva!

A mente da jovem brasileira se desligou temporariamente ao ver tal cena. Então, Naraku Octavio jogou os cabelos para o lado, numa imitação quase fidedigna da cantora Beyoncé, cantando a canção com sua voz grave e cavernosa. Rin bem que tentou, mas não resistiu e explodiu em gargalhadas.

— Gente! Quanta viadagem... — exclamou ela. — Você é uma diva mesmo, Naraku! Adorei você!

Logo, Izayoi assomava à porta com uma caixinha de remédios, curiosa, e rindo também da coreografia um tanto exagerada do rapaz, que já nem se importava mais com as dores das pancadas que levara do melhor amigo, que, de longe, deitado em sua cama, ouvia o som da música e franzia o cenho, emburrado. Era possível ouvir também o som melodioso da gargalhada da cabocla brasileira de rosto e corpo sestrosos e belos.

— Aquele viado cuzão filho de uma cadela está mesmo fazendo isso para a indiazinha? Ele só se expõe assim para quem ele gosta...

Sesshoumaru rosnou, furioso.

— Não importa o que eles digam, ou como eles a tratem... Eu não quero essa índia na minha vida.

 

***

 

 


Notas Finais


DIVA - Beyoncé (a coreografia de Naraku): https://www.youtube.com/watch?v=u_A3TrI7ccM
Vejam e divirtam-se! XD

Perdoem eventuais erros... Espero que tenham gostado. rsrs

Voltarei depois para editar estas notas. Abraços! *-*

~Okaasan


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