História Nem sei mais quem sou. - Irmã

Meus olhos estavam doloridos, meu pescoço dormente e o resto do meu corpo destroçado como se um cavalo tivesse me esmagado. Tentei abrir os olhos e eles arderam com a luz das chamas das velas, algo quente e felpudo me envolvia passei a mão para saber o que era e para minha surpresa um lençol feita de algum couro de animal, mas não cheirava à nada morto pelo contrário tinha uma fragrância agradável de hortelã misturada com o cheiro das folhas de pinheiro depois de uma noite de chuva. Puchei o lençol para mais perto de mim e me virei de lado para sentir melhor o cheiro quando sinto que havia alguém me observando. 

- Quem está ai? - Me virei e havia uma poltrona no canto escuro do quarto com um lindo homem nele. Foi neste momento que lembrei de tudo que havia acontecido, por alguns simples minutos eu havia esquecido de que eu não era prisioneira e nem ... - O que você fez comigo? - Deu um pulo da cama e griteu - O QUE VOCÊ FEZ COMIGO?

- Não precisa gritar, eu não sou surdo. - Ele se levantou e veio até mim - Mas respondendo sua pergunta eu não fiz nada - Com a ponta das unhas ele levantou meu rosto ate eu olhar nos seus olhos azuis - Ainda não fiz nada. 

- Não toque em mim. - Bati em sua mão para retira-la do meu rosto. - Você me da nojo. 

- Não era isso que seu corpo dizia. - Deu Seu um sorriso pequeno.

 - Por sua causa - lembrei da bebida que havia me dado. - O que tinha ... - Fui interrompida quando a porta foi arrombada por uma moça, a mesma da noite passada. Ela era branca, olhos azuis os mesmo dele, lábios vermelhos e com um vestido rosa cheios de babados e o tecido continha várias flores desenhadas.

 - Irmão está na hora de você levantar. - Ela me analisou e fez uma cara Feia- O que ela está fazendo aqui? 

 - Não preciso lhe dar explicações de minha vida. - Realmente não precisa, mas estou curiosa - Ela se aproximou de mim e andou em volta de mim. - Estranho, você nunca trás suas presas para seu quarto para não desarruma-lo. Ela por acaso é especial? - Foi até o irmão e fez um biquinho. 

 - Na verdade sim. - Mas que era aquilo realmente estava estranho, aproveitei enquanto ela o distraia para fugir, sai correndo do quarto para qualquer lugar longe dali. Virei um corredor depois outro, mas não conseguia achar a saída e nem uma janela, despois de passar uns 10 minutos correndo e tentando achar uma saída, finalmente encontrei a sala do trono, lembro-me bem de que havia uma pequena janela o suficiente para mim pula. Desci as escadas correndo e fui em direção da janela, quando ouso:

 - Gostou do castelo? - Era ele, estava sentado no trono e sua irmã estava do lado como uma estátua e é um sorrido falso estampado no rosto. - Demorou muito chegar até nós. Já iria mandar os guardas trás de você, pensei que tivesse se perdido. 

- Esse lugar não tem nenhuma janela?

 - Não - Respondeu a irmã - Meu irmão gosta de ficar mais nas sombras. - Se senti mais acomodada, agora que sabe onde é cada compartimento do Castela? - disse ele.

 - Me deixe ir embora. - Pedi com todo carinho. - Por favor. 

- Não. - Respondeu ele, me analisando e observando meu vestido que até ontem estava lindo, hoje está todo rasgado. - Katerina poderia leva-lá para tomar um banho e trocar esses restos de banos. - Olhou para irmã, que concordou com um sinal com a cabeça. 

 Ela saiu do lado dele e veio na minha direção com uma cara de nojo e disse:

 - Vamos? - Me direcionou a porta. 

 - Por favor me deixe ir. - sussurrei para Ela, enquanto ele nos olhava. Ela soltou uma risadinha e me olhou da mesma forma que ele, fria e sombria. - Você acha mesmo que pedindo socorro para mim irá resolver alguma coisa? Eu não sou uma princesa que podemos se dizer de Boa. - Ela se afastou de mim - Não sei exatamente o que meu irmão viu em você é também não estou muito afim de saber. Agora que tal parar de tentar fugir e vir comigo trocar esses trapos.

 "Aqueles irmãos não eram humanos e não tinham coração eram monstros, pensei que ela sendo mulher iria entender meu lado e me deixaria ir Mas me enganei. Ela poderia até ser pior que ele", fiquei olhando para ela pensando.

 - Vocês dois realmente são irmãos.

 - Minha cara ele não te explicou que eu posso ser pior que ele em alguns sentidos? Agora Vamos, não tenho o dia todo a sua disposição. 

Ela saiu na minha frente e a acompanhei, não iria ficar nequele mesma lugar sozinha na presença que ele. Eu poderia até tolerar estar no mesmo ambiente que a irmã dele, mais ele era totalmente diferente, eu sentia nojo e horror dele e me odiava por sentir as sensações que tinha sentido na noite passada. Ela abriu a porta de um quarto, diferente do resto do castelo o quarto tinha uma janela com uma linda cortina azul roial, havia uma sacada enorme, há cama era enorme com tecidos pretos e bordados de rosas de fios pratas, uma penteadeira com um espelho e em cima havia perfumes, uma escova, uma caixinha de música e é um bauzinho, um pouco distante da cama havia um guarda-roupa feito de madeira talhado inteiro, um criado mudo do outro lado da cama com um livro em cima. 

- Por aqui - Apontou uma outra porta que levava para um banheiro com uma banheira, e é um espelho enorme no lado, em redor da banheira havia velas e rosas jogadas no chão - Tome seu banho e quando acabar só chamar a empregada que estará lhe esperando. Não falei nada e nem concordei. Ela saiu e me deixou sozinha. 

Expirei o cheiro de rosas que estava espalhado por todo o banheiro, cheguei perto da banheira e toquei na água que estava morna, uma mesinha feita de pedras do lado da banheira tinha um líquido dentro de um potinho e um pente com pedrinhas preciosas. Me despir e entrei naquela banheira e comecei a me lembrar. Minha mãe sempre penteava meus cabelos, por serem grandes demais e sempre brincava que eu iria acabar me enrolando nos meus próprios cabelos, sua risada era tão boa. Nunca imaginei que acabaria isso tão rápido, como eu sinto falta dela, além de mãe era minha melhor amiga. Sempre apoiava minhas decisões mesmo eu estando errada e dando mal no final, ela sempre estava ali para me dar carinho e me ajudar. Agora estou pressa em um castelo com dois psicopatas, malucos por poder.

 - Mãe, me ajude onde a senhora estiver, por favor - Sussurrei e comecei a chorar em silêncio deixando aquela água morna retirar toda a sujeira que tinha em meu corpo, todo o sangue seco que restava no meu pescoço e o cheiro empreguinado em mim daquele ... daquele ... louco.