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História Nem tão Fascinante - Byun Baekhyun é a regra


Escrita por: sebaekdreams e wonderbaek

Notas do Autor


wonderbaek: oi amigos do social spirit, é com muita tristeza que trazemos o último capítulo dessa fanfic que deu tanto trabalho e trouxe tanta felicidade pra minha vidinha mundana
como já diz aquele famoso ditado: a vontade de rir é grande, mas a de chorar é maior ainda!
Então sentem-se, fiquem confortáveis e se preparem para lerem esse novo testamento, porque sério, esse capítulo ficou maior do que eu esperava kkkkkk
acho que tô tão triste que nem tenho muito o que falar aqui
falei isso pra Kath e vou falar aqui de novo: sinto que é um filho que tá saindo de casa. Não consigo mais me imaginar na paranóia de ter que escrever capítulo e não conseguir, ou se abrir o docs e ficar arrumando o maior fuzuê com a Kath na hora de escrever
AAAAAAAAAAA
sad reactions only

enfim, não vamos entrar em depressão antes de ler, garanto que o fim compensará tudinho!
Amém Do Kyungsoo
espero que vocês gostem, pimpolhos! Boa leitura <33

xiuniverse: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA CHORANDO SE FOI, QUEM UM DIA SÓ ME FEZ CHORAAAR
eu tô bem triste, bastante mesmo, sério
enquanto escrevia a fanfic, não queria parar mesmo, sério :(((( eu acabei me apaixonando profundamente pelo universo que a gente criou, sinto que posso até virar o novo George Martin qqqqqq
Mas sinceramente, a gente deixa as lágrimas pras notas finais, VAMOS LOGO VER O QUE VAI ACONTECER AQUI, PORQUE É AGORA QUE A GENTE CHORA DE RIR QQQQ

BOA LEITURAAAAAAAAAA <3

Capítulo 3 - Byun Baekhyun é a regra


 

Sehun e Baekhyun conheceram o inferno assim que decidiram caçar os poderes nas profundezas dos sentimentos do Oh, poderes que não tinham ideia do que seriam e nem como poderiam se manifestar.

Era uma droga, porque Sehun poderia ter qualquer tipo de poder, o que deixava tudo ainda mais difícil para descobrirem qual era. Qualquer mudança no clima fazia os garotos sentirem uma pontada de esperança que logo era massacrada ao verem que na verdade era Minseok quem estava triste, ou Chanyeol que estava muito bravo, ou até mesmo Jongdae quando estava em período de provas.

Cogitaram até mesmo que o poder de Sehun fosse algo como super inteligência, mas essa opção fora prontamente descartada quando o garoto tirou uma nota muito abaixo do esperado na matéria de História dos Poderes III.

As coisas definitivamente estavam indo de mal a pior.

E se nada parecia estava bom antes de começarem aquela missão impossível de caça aos poderes, de alguns meses pra cá tudo havia ficado infinitamente pior.

Haviam começado primeiro com testes simples, como beliscões ou chicotadas nas pernas, nada que o mais novo não pudesse aguentar.

Depois de nada ter dado certo, tiveram a ideia de: tentar ficar submerso na piscina por mais de uma hora, quebrar tijolos ao meio, ser enforcado e não ter falta de ar, escalar árvores como se tivesse chakra, tentar carregar duas pessoas em cada um dos braços, tentar desviar de facas que vinham em sua direção (e isso lhes rendeu uns bons dias na enfermaria), olhar fixamente para o professor tentando ler a mente dele, entortar colheres com a mente e se jogar numa parede e sair do outro lado.

O último teste de loucura causou uma suspensão nos dois, por alugarem um objeto — vulgo cama elástica — do mundo dos Exceção, para que Baekhyun fizesse Sehun ser jogado do último andar e, caso o poder não fosse voar, ele poderia ao menos cair em segurança.

Bingo!

Deu tudo errado.

Quando Baekhyun foi empurrar o amigo, uma faxineira passou na frente, e a empurrada foi ela, que imediatamente denunciou os garotos para o diretor da escola.

Foi um fiasco, e nem descobrir se Sehun podia voar, eles conseguiram!   

 

O mês anterior ao do meio do ano estava logo no comecinho, e aquela seria a primeira aula prática que Sehun participaria desde que pôs os pés no Internato.

No mês anterior, quando havia aceitado aquele pedido louco de Baekhyun para tentarem despertar os poderes de Sehun, ele havia decidido que cabularia todas as aulas práticas até que seus poderes fossem descobertos. Não deu muito certo.

A verdade toda é que o Oh não conseguia negar nada para os olhos pidões de Baekhyun — ok, não precisava de olhos pidões, ele nunca negava nada para Baekhyun —, ainda mais depois dele dizer aquelas palavrinhas mágicas que mexiam com seu coração: “Tomo Bubble Tea com você todos os dias no intervalo”. Pff, claro que Sehun não iria perder essa oportunidade.

Ah, e Sehun nunca se sentiu tão trouxa por ter aceitado.

As coisas poderiam correr bem se o professor não tivesse decidido de última hora que aquele era um ótimo dia para uma aula bastante incomum — para Sehun, é claro — e colocasse todo mundo num tipo de queimada onde poderes nocivos eram completamente válidos e Sehun acabou ficando no mesmo time que Baekhyun, correndo do lado dele — lê-se colado com ele — de um lado para o outro.

Claro que Sehun não queria menosprezar o poder de Baekhyun nem nada, mas cara, ele era Luz, literalmente. Não era lá um poder tããão útil assim enquanto Chanyeol e Kris estavam mandando bolas de fogo a torto e a direito, e Minseok estava congelando os pés das pessoas no lugar para serem queimadas.

Foi a coisa mais horrível que o pobre Exceção já havia visto em todos os seus poucos anos de vida.

Os jogadores eram bastante ágeis, inclusive Baekhyun, que de bobo não tinha nada e quase cegava todo mundo só para não ser atingido, mas Sehun era a maior pamonha do século. Ele não conseguia correr rápido e só não havia sido carbonizado por Kris devido a Junmyeon, que levantou uma enorme barreira de água a sua frente no exato momento que a bola vinha praticamente chiando em sua direção.

Eles pareciam estarem acostumados com aquele jogo, tão acostumados que pareciam até se divertirem enquanto riam e xingavam uns aos outros. Até Kyungsoo, que estava sempre de cara fechada, estava rindo e gritando a plenos pulmões afrontas e xingamentos para o time de Sehun.

Ninguém estava saindo gravemente ferido, não que o professor parecesse ligar muito para aquilo, mas cada queimado ia direto pra enfermaria sem nem serem orientados para isso. Eles só saiam da quadra e iam.

Sehun estava literalmente se cagando de medo.

As coisas ficaram piores quando Jongdae foi dar uma de Zeus e jogou um raio bem entre ele e Baekhyun, os obrigando a se afastarem para não serem feridos. O que foi um grave erro, porque num momento de distração, Kyungsoo fez sua jogada, e cara, foi um caos.

Sehun estava se protegendo — ou se escondendo — atrás de Kim Jongin, usando o garoto como uma espécie de escudo ou algo do tipo, mas acabou que o cara não foi de muita ajuda, porque quando Kyungsoo xingou um palavrão muito feio e lançou a bola na direção do moreno, ele apenas se teletransportou de lá como o Noturno dos X-Men, deixando-o completamente desprotegido.

Parecia que a bola vinha em câmera lenta para Sehun —  mesmo que ela estivesse rápida pra caramba pela força colocada no lançamento. Ele observava ela vindo mais perto, e mais perto e mais perto. Podia ouvir todo mundo gritando coisas como “Faz alguma coisa, Sehun!” “Usa algum poder!” “Para a bola!” “Desvia, otário!” — esse último foi de Baekhyun —, mas ele não fez nada. Só ficou lá, parado, esperando o impacto final.

Impacto esse que veio com uma força descomunal bem no estômago de Sehun, o que resultou numa enorme poça de vômito, um desmaio por falta de ar e o time em que ele estava, perdendo o jogo.

E foi aí que começou o suicídio social.

Não tinha uma vez em que ele passava pelos corredores que não ouvia coisas como “Não foi ele quem desmaiou na queimada?”, “Hey, esse não é o panaca da poça de vômito?”, e daí em diante as coisas só pioravam.

O pior de tudo é quando ele estava com Baekhyun — o que era frequente — e as pessoas comentavam sobre o porquê de Baekhyun, uma pessoa legal e querida por todos, inteligente e cheio de expectativas para o futuro, estar andando com alguém como Oh Sehun, um Exceção.

O único momento em que não comentavam nada é quando estava com Kyungsoo, porque por ele ser um guardião e ter um soco que faria qualquer pessoa atravessar uma parede, as pessoas tinham um pouquinho de medo dele. Todavia, o Oh sabia que pensamentos ruins não eram calados, só guardados para si.

Tudo o que Sehun havia lutado para esconder desde que havia chegado no Internato estava indo por água abaixo. As conversas que corriam os corredores do colégio era que ele era um Exceção. Pior ainda, o primeiro Exceção em dez anos. A única pessoa que esperou completar a idade obrigatória para ir para o Internato.

É, as coisas não estavam indo muito bem.

Agora era quinta-feira e eles estavam tendo dois dias de folga, já que no início da semana seguinte começariam os excruciantes dias de exames mensais, então os diretores sempre davam para os alunos aquele momento para que voltassem para suas casas e relaxarem antes dos testes.

Entretanto, estávamos falando de Oh Sehun, claro que as coisas nunca estariam a seu favor.

Havia ligado para seus pais minutos atrás e sua mãe quem atendera, dizendo que ele não poderia ir para casa pois eles estavam em um tipo de viagem maluca para aproveitar a semana de folga do pai de Sehun.

Irritado, ele saiu do quarto batendo os pés e controlando ao máximo possível aquela louca vontade de chorar — ele sentia falta de Vivi, dos biscoitos de chocolate, das suas coisas e da sua família, poxa.

As coisas não estavam muito a seu favor, porque além do dia particularmente frio — Chanyeol havia ido visitar sua família no litoral e Minseok era o único disponível para cuidar do clima —, assim que ele pisou para fora do castelo, indo para o pátio traseiro para encontrar Baekhyun, começou um vento forte que bagunçou seus cabelos, fazendo parecer que algum bicho tinha dormido na sua cabeça.

Sehun odiava andar com os cabelos despenteados.

Baekhyun estava sentado no banco de pedra que havia sido construído debaixo do salgueiro, com alguns cadernos a sua frente e xingava palavrões amaldiçoando a porcaria do vento que virava as folhas e não o deixava escrever.

—  E aí. — Sehun cumprimentou ao se sentar no banco de pedra bem ao lado dos cadernos de Baekhyun, vendo o garoto parar de xingar e levantar o olhar para si, abrindo um sorrisão gigante.

Ver Baekhyun sorrindo daquela forma era algo bom, fazia Sehun esquecer um pouquinho da onda de azar em que estava surfando e começar a pensar que talvez, apesar dos pesares, as coisas não estivessem assim tão ruins.

Trazia um sentimento quentinho no peito, ainda mais porque durante todo o tempo em que haviam começado aquela loucura para ajudar Sehun, Baekhyun sempre estivera consigo o apoiando e defendendo-o o máximo que podia das fofocas maldosas que corriam por aí.

— Olá, Hunnie — Baekhyun colocou um lápis para marcar a página onde estava e fechou o caderno, colocando uma perna por cima para que o vento não incomodasse. — Não foi viajar para ver sua família? Todo mundo ‘tá indo.

E realmente a galera toda estava indo. No máximo o Internato tinha quinze ou vinte alunos contando com ambos.

— Meus pais estão em um tipo de viagem louca para aproveitarem que meu pai teve folga de uma semana. Minha mãe comentou algo sobre um óleo afrodisíaco e eu estou com muito medo de ter um irmão quando voltar pra casa — ambos riram com aquilo, mesmo que a possibilidade assustasse Sehun um pouquinho. — E você, por que não foi pra casa também?

Felizmente o vento foi abrandando aos pouquinhos, fazendo com que fosse mais fácil conversarem sem terem que ficar o tempo todo tirando cabelo dos olhos ou algo do tipo.

— Na verdade eu não costumo visitar os meus pais, moro aqui faz alguns anos e minha mãe me visita nas férias ou nos feriados — Baekhyun suspirou e sorriu triste. — Meu pai é humano puro, ele se casou com minha mãe sem saber que ela era uma Fascinante, ou então ele nem teria casado, porque ele não gosta muito dos ‘bruxos demoníacos’. — fez aspas com as mãos e revirou os olhos — Meus poderes despertaram quando eu tinha uns 5 ou 6 anos, e minha mãe achou melhor me mandar pra cá antes que meu pai percebesse que as luzes acendiam sozinhas quando eu estava, ou coisas do tipo. Ele não ia aceitar muito bem.

— Wow… eu... Eu não sei o que dizer… — meio boquiaberto, o mais novo encarava Baekhyun.

Sehun não esperava uma história como aquela. Talvez fosse aquele o motivo de todos conhecerem Baekhyun e dos professores gostarem tanto dele. Ele havia sido criado ali, praticamente.

— Não tem muito o que dizer na verdade. Eu estou bem com isso. Sério. — Baekhyun deu um sorriso mais convincente. — Minha mãe contou pra ele quando eu fiz dezesseis anos. Ele não se separou dela, mas também não me quer em casa e eu estou ok com isso. Seria ótimo se ele me aceitasse, mas nem todo mundo tem a vida perfeita.

— Você não pensa em como teria sido sua vida se tivesse ficado com sua família? Se seu pai tivesse te aceitado? — Sehun perguntou enquanto fazia desenhos circulares em sua própria perna.

— Bom, às vezes eu penso, mas eu não consigo imaginar outra vida além da que eu tive. Quer dizer, eu conheci J.K Rowling quando ela veio aqui após escrever Harry Potter. Eu tenho ótimos amigos e eu gosto de morar aqui, de poder usar meus poderes para algo útil e as pessoas realmente acham que eu sou uma pessoa legal.

Baekhyun sorriu e dessa vez foi sincero, então Sehun decidiu aproveitar o momento para poder mudar de vez aquele assunto e acabar com o clima meio mórbido que havia se instaurado. Ele não gostava nada daquele sentimento.

— Cara, como assim você conheceu a J.K Rowling?

— Sehun, sério mesmo que tu não percebeu como o Internato é igual à Hogwarts? — Baekhyun perguntou retoricamente e riu, achando graça da ingenuidade do garoto. — Anos atrás J.K Rowling foi uma das maiores e mais brilhantes Fascinantes que pisaram aqui. E depois de ir embora, em uma viagem de trem, ela acabou se lembrando das viagens que fazia da sua casa até aqui e se baseou em algumas coisas para escrever a saga. Legal, né?

— Demais! Será que ela vai voltar aqui algum dia?

— Talvez em algumas férias, mas você vai estar em casa com seus pais.

— É, então nas próximas férias você pode ir pra minha casa, pra conhecer meu cachorro Vivi e comer os biscoitos da minha mãe. Se eu não for ver a J.K, você também não vai.

Riram juntos por alguns instantes, e então, Sehun percebeu que Baekhyun tinha um bloquinho de anotações nas mãos, não igual aos cadernos que ele usava para as aulas, mas um menor, do tamanho da palma da mão, algo que ele não tinha visto até o momento. Havia algo escrito na capa — que ele não conseguiu ler —, e aquilo atiçou a grande curiosidade do mais novo, esquecendo totalmente do assunto Harry Potter.

— O que é isso? — apontou para o caderno menor, se aproximando para tentar ler.

Baekhyun imediatamente puxou o caderno para baixo dos outros, o escondendo de Sehun.

— Nada. — respondeu, simplista.

— Então por que escondeu de mim? — Sehun franziu a testa.

— Não escondi de você. — disse no mesmo tom.

— Então deixa eu ver!

— Não.

Os dois se encararam por algum tempo, num silêncio torturante até que o Oh tomou a iniciativa de ir para cima do mais velho em busca do tão misterioso caderno. Sehun foi com tudo, tentando puxar os livros das mãos alheias, que naquele momento pareciam ainda mais fortes, determinadas a não deixarem o mais novo pegar o bloquinho de anotações.

Toda aquela reação exagerada só o deixou mais curioso ainda, tratando de usar toda a força que tinha para conseguir arrancar aquele bloco das mãos de Baekhyun, que não parecia demonstrar sinais de desistência.

— Qual é… o problema… em me deixar ver? — com certa dificuldade pelo esforço, Sehun perguntou.

— Para de se meter… no que é meu! — rebateu o Byun, puxando com força o caderno e o retirando por completo das mão do mais novo.

— Você tá escondendo o quê de mim, hm? — perguntou, desconfiado.

— Pelo amor de Deus, Sehun! Não é nada, caramba… não é interessante pra você, tá? — impaciente, Baekhyun respondeu. — É coisa minha, dá pra respeitar meu espaço pessoal?

A mudança repentina do humor do mais velho não havia o surpreendido, já que diariamente tinham aquele tipo de discussão, então tudo o que Sehun fez foi assentir, mesmo que estivesse bravo.

Baekhyun não só se encontrava impaciente pelo caderno, mas também pela ventania que havia começado e hora ou outra bagunçava todas as folhas de caderno que ele tentava deixar organizado. Ele já tinha diversas teorias em sua mente, e uma delas — possivelmente a mais maluca de todas —, era que Sehun causava tudo aquilo, porque nos últimos dias, sempre que estava perto de si, agia diferente. Era mais cauteloso, mas sempre queria um abraço ou algo do tipo.

Esquisito.

Talvez, por estarem cada vez mais próximos, esse tipo de intimidade fosse comum, e embora o Byun nunca tivesse tido um contato como aquele, estava sendo legal para a primeira vez. Era legal ter alguém para abraçar e ser abraçado, ou rir de piadas no estilo das avós, discutir provérbios chineses e olhar para as estrelas quando não conseguiam dormir.

Eram raros os momentos em que Baekhyun arrumava coragem para ligar para Sehun durante a madrugada, alegando não conseguir dormir e então os dois se encontravam no jardim mais próximo, observando o céu e a brisa noturna.

Mas o mais velho reparou em algo durante os últimos dias, e este algo era a razão daquele misterioso caderno.

Quando estava com Oh Sehun, as brisas eram mais fortes.

E não! Não é sobre drogas ou bebidas, mas sobre o vento em si. Era mais difícil segurar as folhas dos livros e cadernos quando Sehun estava por perto por causa do vento, e em momento algum Baekhyun o viu reclamar sobre isso, porque parecia ser o único afetado diretamente.

Era estranho, mas não podia tirar conclusões precipitadas apenas em hipóteses. Precisava fazer testes, e estava disposto a testar tudo, levar Sehun aos limites humanos e além deles. Não queria vê-lo sofrer, porque já tinha ideia de que estava sendo difícil conviver com olhares e cochichos pelas costas, então só precisava que o Oh apoiasse a ideia de arriscar a própria vida tentando descobrir o que ele dominava.

— Achei que fôssemos amigos. — provocou Sehun, trazendo a mente do Byun de volta a realidade.

— E nós somos, novato. — Baekhyun revirou os olhos.

— Eu não sou mais o novato, sou o Sehun.

— Quem foi o último a entrar na escola?

— … — Sehun suspirou, desistindo. — Eu.

— Então você é o novato. — concluiu, satisfeito.

— Vai se ferrar, Byun.

— Olha como fala com os mais velhos, peste! — deu um soco leve no ombro de Sehun, rindo. — Respeite os anciãos, tá ouvindo?

— Disse o garoto que sentou em cima de mim sem nem me conhecer. — o mais novo ergueu as sobrancelhas, num tom acusativo.

Baekhyun bufou e deixou os cadernos de lado. Queria fazer uma experiência, e ela só funcionaria se estivesse livre.

— E sentaria de novo, quantas vezes fosse preciso.

— … Quê? — Sehun piscou, sem entender.

Num revirar de olhos, o Byun estava novamente no colo dele, exatamente como da última vez. A ação repentina assustou tanto Sehun, quanto o próprio Baekhyun, que estava desacreditado dos limites que ultrapassava apenas para saciar a própria curiosidade. Em um momento, Sehun tentava assimilar o que o amigo tinha dito, e no outro, estava engolindo em seco qualquer reação que pudesse ter ao ter, novamente, Baekhyun em cima de suas pernas.

— Não duvide de mim, Oh Sehun. — disse baixo, contra o ouvido dele.

Baekhyun podia sentir duas coisas, a primeira era o vento que começou a vir mais forte na sua direção, balançando o tecido da blusa, desarrumando os fios negros; a segunda era que Sehun parecia mais nervoso que o normal, já que a boca estava entreaberta, os olhos arregalados e a respiração levemente descompassada.

Se perguntou por alguns segundos porque ele poderia estar naquele estado — muito bonito, por sinal —, e logo chegou à conclusão de que era nervosismo. Sehun provavelmente não tivera muito contato com ninguém, seja romanticamente ou não, então aquele tipo de posição era algo novo.

— Pode sair de cima de mim? — foi o único pedido que o Oh conseguiu fazer, sem coragem o suficiente para encarar Baekhyun nos olhos.

E daquele jeito, o mais velho parecia lindo. Na verdade, para Sehun, Baekhyun sempre estava bonito, e ultimamente, era até difícil permanecer ao lado dele sem conseguir não pensar nisso, ou no quanto ele cheirava bem, ou no quanto sua voz era bonita, ou no quanto sua boca parecia ser macia…

De todos os livros que ele já tinha lido, nenhum desses explicava amizades daquela maneira.

E isso assustava o Oh. Assustava não saber até que ponto poderia chamar Baekhyun de amigo, quando queria saber de tudo da vida do garoto; se ele estava bem, se a saúde estava legal, se as notas estavam boas, se ele conseguia dormir direito. E era horrível esse tipo de sentimento, porque não era o que tinha ao olhar para Do Kyungsoo.

Do Kyungsoo era seu amigo, Baekhyun também.

Por que tinham efeitos diferentes, então? Por que seu coração só acelerava quando estava perto do Byun?

— Não. — respondeu o Byun, colocando os braços em volta do pescoço dele.

Pareciam namorados, e aquele pensamento também assustava Sehun. Nunca achou que um dia pudesse ser amigo daquele garoto que estava em seu colo, e muito menos que um dia teria sua boca preenchida pela dele. Nunca, em todos os momentos da sua vida, poderia imaginar que alguém era capaz de trazer tantos sentimentos diferentes em tão pouco tempo.

— Então me conta o que tem naquele caderno. — pediu numa tentativa de tom fofo, que resultou numa risada gostosa do mais velho.

— Também não. — respondeu, travesso. — Vou te dar uma dica: é sobre alguém importante.

Alguém importante que deveria ser mantido em segredo de Sehun.

— É a menina que você gosta, não é? — arriscou, o nó se formando na garganta aos poucos.

— Bom, talvez seja realmente sobre alguém que eu gosto… — Baekhyun deu um sorrisinho de lado, e Sehun se sentiu a pior das pessoas por ter desejado que o mais velho não gostasse de ninguém. Ele merecia alguém que o fizesse feliz, afinal.

— Espero… hum… espero que ela seja legal — Sehun respondeu tentando ignorar a vontade de mandar Byun Baekhyun se foder.

Baekhyun não respondeu, apenas revirou os olhos e ajeitou as pernas ao lado do corpo.

Sehun não tinha reparado até aquele momento nas belas coxas que o rapaz tinha, e no quanto eles pareciam se encaixar naquela posição. Merda, tudo parecia tão bom no mundo ilusório do mais novo, que ao perceber a realidade, se sentia completamente injustiçado.

Quantas vezes não fez Baekhyun sorrir durante as noites em que ele mal conseguia pegar no sono? Ou furou as filas da cantina para comprar os lanches favoritos dele, e que acabavam rápido? Ou elogiou o amigo pelas boas notas, e ainda comemorou até tarde da noite, mesmo com aula no dia seguinte?

Ele se sentia a pessoa perfeita para Baekhyun, e mesmo que tivesse defeitos, queria que se tornassem qualidades aos olhos do mais velho. Mas era mais complicado do que pensava, convencer uma das melhores pessoas do mundo a namorar alguém… alguém. Sehun era alguém.

Alguém que seria lembrado com o Exceção, como o amigo de Baekhyun, o primeiro garoto que ele sentou em cima. Apenas isso.

A única parte boa de toda a situação, era tê-lo sentado em cima de si. Era uma ilusão, mas uma muito boa, que começava a se tornar incômoda, porque acima de tudo, os hormônios adolescentes existiam, e ao ter o @ sentado em cima de si, não podia deixar de imaginá-lo, mesmo triste com a situação, em seu colo sem roupas, sem inocência no olhar… rebolando em seu colo, sentado não só em seu colo, como em seu… Chega, Sehun, puniu-se mentalmente.

No fundo, desejou que aquilo fosse uma fanfic. Porque em fanfics, os finais seriam com ele cansado e satisfeito pelo trabalho do Byun para dar-lhe prazer, com o mais velho deitado em seu ombro, ofegante e sussurrando uma confissão tão esperada.

— Baek… — Sehun suspirou, tentando arrumar disfarçadamente o volume que se formava em sua calça. — Sua camisa é nova?

— Hm… é, mais ou menos. — respondeu, sem entender a pergunta.

— Ela é importante pra você?

— Huh… acho que sim, eu uso ela várias vezes, então… é, é um pouco.

Os dedos seguiram até os ombros de Baekhyun.

— Então me desculpa, por favor. — pediu Sehun.

— O que voc- OH SEHUN!

Mas antes que Baekhyun pudesse mesmo reclamar, ele estava no chão, caído, sentindo a dor do impacto primeiramente em sua bunda.

O mais novo o havia empurrado com certa força para trás, o que o fez se desequilibrar do colo e cair com as costas na grama verde, possivelmente sujando toda a camisa branca.

— Merda… — praguejou baixinho, procurando uma desculpa decente enquanto se levantava. — Desculpa, Baek… nossa, desculpa mesmo...

Pediu várias vezes enquanto se afastava em passos rápidos, ignorando todos os pedidos de ajuda que o mais velho gritava. Enquanto corria, pensou que deveria ter pego o maldito caderninho, mas no momento… tinha um problema maior, um problema bem maior no meio das pernas.

 

 

 

 

 

 

 

Kyungsoo naquele dia parecia muito mais falante do que normalmente era, e em dias normais Sehun ficaria feliz pelo amigo estar deixando de lado aquela pose de pessoa centrada e calada, mas ele nunca quis tanto na vida que o Do calasse a porcaria da boca.

— Cara, você viu a ventania que fez a pouco tempo? — Kyungsoo perguntou sem realmente esperar por uma resposta. — Eu havia lavado umas cuecas e as deixei secando no meu varal improvisado, mas a janela estava aberta e começou a ventar, elas voaram todas. Todas mesmo!

— Kyung…

— Eu fiquei puto. Só uma que consegui recuperar porque ela ficou presa naquela janelinha, mas mesmo assim. Eu estava escovando os dentes e as janelas começaram a bater. Foi horrível. — Kyungsoo falava, falava, e falava.

— DO KYUNGSOO! — Sehun gritou e finalmente o amigo pareceu se dar conta de que ele tinha algo para falar.

Talvez gritar no meio do refeitório não tivesse sido uma ideia tão boa assim, porque todos os que estavam perto de si viraram suas cabeças para olhar Oh Sehun, o menino calado e recluso, gritando com Do Kyungsoo Punhos de Ferro.

— Eu vou fingir que você não gritou comigo porque foi a primeira vez, mas saiba que se houver uma segunda eu faço você engolir sua própria língua. — Kyungsoo ameaçou baixinho, fazendo Sehun se encolher dentro do próprio moletom, sabendo que se Do Kyungsoo falava, Do Kyungsoo fazia. — O que foi, Sehun?

— Hyung… — Sehun começou a com a voz baixinha, com medo que alguém os ouvisse, pigarreando para tomar coragem e prosseguir. — É normal chorar-

— Claro que é normal chorar, todo mundo chora. Até eu.

— Você também chora batendo punheta? Então é realmente normal? — Sehun perguntou esperançoso, mas após ver o olhar estranho que recebeu do seu amigo, pensou que talvez não fosse tão normal assim.

Foram uns dez segundos de silêncio agonizante. Pela primeira vez Kyungsoo parecia não saber o que falar, e Sehun não sabia como reagir. Ele nunca tinha tido aquela conversa com seus pais antes, até porque a  família do garoto nunca sequer achou que precisassem, pois as chances de Sehun transar um dia eram as mesmas de um porco povoar a lua: 0% de chances.

— Bom Sehun, é normal, né? Quer dizer, tudo nessa vida se resume a emoções… Talvez sua punheta tenha sido muito emocionante e você não conseguiu segurar as lágrimas, né? — Kyungsoo perguntou meio vacilante. Ele mesmo não acreditava nas próprias palavras, mas sentia que devia tentar fazer o amigo se sentir bem. — Foi a primeira vez que você gozou na sua vida?

— Não, hyung. Eu já gozei antes, mas eu não chorei, sabe? — Sehun pegou o pão que estava em seu prato, tirando um grande pedaço e colocando na boca para se distrair da vergonha. — Só que eu já comecei chorando, hyung. É normal bater uma quando você está triste?

— Por que caralhos você estava batendo uma se você estava triste, Oh Sehun?

— Porque eu estava me sentindo culpado, Kyung. Não parecia certo homenagear o meu amigo, fiquei me sentindo muito sujo, mas eu realmente não estava conseguindo me segurar.

— Espera! Você bateu uma punheta…. pensando em mim!? — Kyungsoo se exaltou tanto que sua voz acabou saindo mais alto do que o esperado, chamando a atenção de alguns alunos que estavam por perto. Alunos esses que não disfarçaram o descontentamento ao pegarem suas bandejas e saírem de perto dos amigos.

— Não! Soo, você está louco? Credo! Eu sequer consigo aceitar o fato de que você toma banho porque acho meio nojento te imaginar pelado — Sehun fez uma careta ao pensar naquilo. Era bizarro.

— Que outro amigo você tem, então? — Kyungsoo não tinha muitas opções para avaliar, então foi rápido encontrar uma resposta para aquela pergunta. — Espera. O Baekhyun então…?

— Sim, hyung. — admitiu num suspiro. — Você também já bateu uma pensando em algum amigo seu? — Sehun perguntou esperançoso. Se Kyungsoo já tivesse feito aquilo, significava que o Oh não era o único a ter aqueles tipos de pensamentos com seus amigos. Talvez todos os Fascinantes fossem assim, afinal.

— Sinto muito te decepcionar, Sehun, mas se você bate uma punheta pensando em alguém, significa que você gosta dessa pessoa mais do que como apenas um amigo.

Pois é. Oh Sehun estava ferrado, literalmente — ou quase.

Sehun não respondeu, apenas ficou em silêncio, absorvendo aquela informação. Era coisa demais para si. Oh Céus, como se já não fosse ruim o suficiente ele ser um Exceção, ainda tinha que se apaixonar pelo seu amigo — que por sinal já gostava de alguém.

— Então quer dizer que você gosta de Byun Baekhyun? — Kyungsoo perguntou após alguns minutos de silêncio.

— Ao que parece sim. Hyung, você não ouviu nada do que eu disse não? — Sehun indagou indignado. Será que Kyungsoo havia fingido prestar atenção na conversa e ainda continuava a pensar em suas cuecas perdidas? — Eu acabei até de confessar que chorei enquanto o homenageava hoje mais cedo.

— E você já fez isso mais de uma vez ou foi só uma experiência…? — Kyungsoo estreitou os olhos, com um sorriso travesso em seu rosto.

— Hoje… hoje foi a primeira. — silêncio por alguns seguntos. — … De muitas. Ah, Soo! Eu sou muito sujo por pensar nessas coisas?

Sehun só não imaginava que atrás de si, a poucos metros de distância alguém ouvia toda a conversa com um enorme sorriso no rosto.

— Sim, Sehun. Você é imundo, um pecador nato, batendo punheta e pensando no seu melhor amigo! E ainda chora! — Kyungsoo respondeu, mas depois deu um sorrisinho de lado bem sacana. — Mas não se preocupe. Todo mundo é um pouquinho sujo, eu só não aceitaria se você tivesse pensado em mim... Aí eu socaria sua cara.

— Mas… eu não penso só nisso, Soo! Eu não bati uma pensando só nisso… — explicou-se rapidamente. — Depois que eu terminei tudo, eu pensei que… se fosse verdade, eu poderia estar, sabe… cuidando dele. Eu queria dar carinho pra ele depois… você sabe. — bufou, irritado consigo. — Eu queria fazer ele feliz, mas olha só onde eu fui parar! Sabendo que ele gosta de outra pessoa, e ainda sim, pensando nele enquanto eu bato uma! — choramingou, batendo a cabeça na mesa propositalmente. — Kyung… você disse que socaria a minha cara, não é?

— Huh… é, se você tivesse tocado no seu pau imaginando que fosse eu, eu com certeza socaria sua cara. E dependendo do tempo, suas bolas. Até porque olha pra mim, eu tenho cara de rapidinha? — indignado, pediu por uma resposta, apontando para o próprio corpo. — Eu sou uma foda completa, com direito a realizações de fetiches e tudo mais que há de bom.

Sehun revirou os olhos, ignorando as informações.

— Você acha que o Baekhyun vai socar a minha cara também? Eu posso até poupar as bolas, porque demorou um pouco… meu pulso quase deslocou!

— Sabe, Sehun… — Kyungsoo olhou por cima dos ombros do mais novo, e os olhos grandes se encontraram com os do espião, logo, ergueu uma sobrancelha, rindo internamente. — Ele não vai te bater se não souber.

— Oh… Hohoho. — Sehun riu, maléfico, sem sequer perceber que Kyungsoo não olhava para si enquanto falava.

— É… Hohoho. — o mais velho devolveu o riso.

— Hohoho… — riu novamente, ao ouvir o amigo também rindo.

— Hohoho… — Kyungsoo repetiu, já sem vontade.

— Hoh-

— Chega, desgraça! — interrompeu-o antes que pudesse ouvir aquela risada ridícula novamente. — O que você vai fazer, Sujohun? Como vai encarar seu amorzinho?

— Eu não sei! — colocou as mãos na cabeça, desesperado. — Ele não merece um amigo sujo como eu, Kyungsoo! O Baek é… é demais pra alguém como eu.

— Ah, não! Eu não acredito que você é desses que fica se depreciando por quem gosta… — revirou os olhos, cheio de tédio no tom de voz. — Vai conquistar ele, Sehun, para de perder tempo chorando e gozando, torna isso real!

— Soo… ele gosta de alguém já.

— Ah…

— É…

— Huh…

— Eu sei…

— Que tenso, cara…

— Bastante, né?

— Pode crer…

— Eu só espero que ele não deixe de ser meu amigo, não vou contar nada disso pra ele, mas vai ser bem complicado ter que olhar pro Baek todos os dias e ainda não poder tascar o beijo nele. Você já se sentiu assim, Kyungsoo?

— Uhum, sempre que eu me vejo no espelho. É uma força estranha, cara… — negou com a cabeça. — Mas eu resisto, sou forte o bastante, e você vai conseguir também, Sujohun. — ajeitou os fios do cabelo, impaciente com o vento. — Caramba… tá ventando bastante aqui, né?  Espero que minhas meias não voem pela janela também...

Depois de ouvir tudo aquilo, Baekhyun tinha uma grande teoria que supunha ser certeira e estava na hora de testar, nem que isso lhe custasse a amizade.

 

 

 

 

 

 

 

Baekhyun encarou o pequeno caderno que estava em sua mão, abrindo logo na primeira página, onde haviam informações com datas e as vezes até horários das estranhas ventanias que subitamente apareciam pelo Internato.

O estranho é que tudo havia começado após Sehun chegar ali.

— No dia em que brigamos pela primeira vez, ventava quando Sehun estava bravo, mas ele mesmo não sentia. — Baekhyun murmurou para si mesmo, anotando aquilo no caderno, já que havia se esquecido desse pequeno detalhe.

Virou a página e encarou o que havia escrito de caneta vermelho e sublinhado:

“PODERES SÃO DESPERTADOS POR FORTES EMOÇÕES”

— Ultimamente tem ventado bastante, mas nada comparado com a ventania de hoje. — Baekhyun analisou, arregalando os olhos ao se lembrar da conversa de Kyungsoo com Sehun no refeitório mais cedo. — Puta merda, Sehun devia estar mesmo muito excitado.

Baekhyun riu consigo mesmo, mas logo ficou sério novamente, virando páginas e mais páginas, lendo com atenção as datas daquelas estranhas ventanias e as associando com episódios que havia passado com Sehun.

Acabou lembrando-se dos dois no banco de pedra, e em como havia surtado por horas em seu quarto, xingando-se pela loucura de ter ficado no colo dele. O Byun se preocupou por horas sobre o que Sehun poderia pensar de si, se era um tarado, atirado como vários outros e estava completamente nem aí para a amizade dos dois, se amaldiçoou por tentar de tudo, sem nem ao menos se importar com o amigo, e no fim, estava rindo, abraçado ao travesseiro, imaginando como seria se a mesma cena se repetisse, mas com o mais novo o abraçando de volta, ou o beijasse, naquela mesma posição, naquele mesmo lugar.

Queria sentir o vento novamente, bagunçando seus cabelos, levando embora toda a saudade que tinha, substituindo pela pessoa desejada. Baekhyun queria na verdade estar abraçado ao mais novo, ao invés daquele travesseiro, que tinha um cheiro bastante diferente de Sehun.

Já estava claro que era o Oh quem provocava tudo aquilo, todas aquelas ventanias, aquela bagunça nas folhas que caíam no outono, nos restos de lixo espalhados pelo chão, nas provas largadas por aí, ele só ainda não tinha consciência. Sehun já não era mais um Exceção, ele só precisava agora ficar ciente de seus poderes e aprender a controlá-los.

— Oh Sehun, nós vamos acabar logo com isso. De hoje não passa! — Baekhyun disse para si mesmo, pegando sua caneta e escrevendo em letras grandes no meio da última folha do caderno.

“Oh Sehun gosta de mim

e eu gosto dele também”

 

 

 

 

 

 

 

Sehun e Baekhyun caminhavam sem pressa pelo extenso corredor que levava para o jardim traseiro.

Estavam indo para o que Sehun imaginava ser mais um dia de treinamento, onde tentariam coisas malucas para ver se conseguiam algum avanço na ‘Operação Poderes’ — que por sinal não estava dando resultado nenhum. Bom, pelo menos era o que Sehun imaginava.

— Estou com um bom pressentimento hoje, Hunnie — Baekhyun sorriu e colocou a mão no ombro de Sehun, fazendo um carinho sutil ali com o polegar.

Por algum motivo o mais velho vinha sendo cada vez mais carinhoso e prestativo desde o momento em que se encontraram. Ele chamava Sehun de Hunnie mais vezes do que o normal e arrumava qualquer motivo para fazer contato corporal com o Oh, seja esse qual fosse, desde um bagunçar de cabelo ou um roçar de braços.

— Não sei não, Baek. Não quero me iludir com isso, no final vou acabar me frustrando.

Chegaram ao fim do corredor e começaram a atravessar o jardim, indo em direção para o lago que delimitava as propriedades do Internato. Lá eles estariam sozinhos e poderiam fazer o que quisessem sem serem interrompidos.

Um grupo de alunas vinha caminhando na direção contrária deles mais a frente. A do meio, que estava com um vestido rendado, bateu os olhos em Baekhyun e corou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e acenando de longe.

— Assanhada… — Sehun murmurou baixinho, mas ao que parece não havia sido tão baixo assim, pois Baekhyun ouviu e deixou escapar uma risadinha.

— Hunnie, eu vou testar uma coisa, ok? — Baekhyun disse, porém Sehun nem deu muita atenção para aquilo. Somente murmurou um ‘ok’ meio frouxo, sem vontade alguma. Estava ocupado demais se corroendo de raiva.

Vendo que não tinha a atenção do amigo, o Byun se colocou de frente para Sehun, segurando o rosto dele entre as mãos, forçando o Oh a olhar para si.

— Oh Sehun, eu te acho uma delícia, você é muito bonito e gostoso. Se estivéssemos sozinhos eu te beijaria aqui e agora! — Baekhyun disse com convicção, olhando bem nos olhos do outro.

A cara de espanto de Sehun foi impagável. Ele arregalou os olhos e corou dos pés a cabeça, e a imagem foi tão fofa que Baekhyun sequer se importou com a rajada de vento que levantou o vestido da tal garota assanhada.

Com certeza ele teria dado boas risadas se visse a calcinha branca com estampa de vaquinhas amarelas, mas estava ocupado demais concentrado em algo muito melhor. Opa, em alguém.

Satisfeito com sua pequena pesquisa, Baekhyun saiu da frente de Sehun, começando a caminhar ao lado dele. O Oh ainda meio em estado de choque, quase não percebeu quando o mais velho colocou um pequeno caderno em sua mão.

Sehun encarou o caderninho de capa vermelha, podendo reparar que rodeado de adesivos de corações e emojis, estava escrito:

"Sehun é fascinante (literalmente)

e eu posso provar”

 

— O que é isso? — O (ex)Exceção perguntou meio bobo, sorrindo abestalhado para o caderninho, morrendo de amores por aquele título.

Se sentia melhor do que nos dias de domingo em que sua mãe fazia biscoitos com gotas de chocolate para comerem enquanto assistiam séries.

— Lê para você descobrir. Quando você terminar eu te mostro — Baekhyun respondeu sem olhar para si, tímido demais para isso.

Continuaram caminho, enquanto Sehun lia cada página com atenção.

Parte de si estava feliz porque se tudo aquilo fizesse tanto sentido como parecia, ele não era mais um Exceção e finalmente poderia renascer para a sociedade. Adeus vida solitária. Mas a outra parte — a maior parte —, estava feliz porque Baekhyun reparava em si, e fora cuidadoso o suficiente para anotar cada mínimo detalhe.

E o melhor de tudo: Baekhyun não tinha uma crush, ele havia mentido quando disse que o caderno era sobre alguém que ele gostava. Não tinha ninguém na cabeça do Byun e isso deixava o Oh mais aliviado, só não tirava a culpa que sentia pela homenagem.

Pararam de caminhar assim que chegaram na beira do lago. Baekhyun esperou pacientemente que Sehun lesse e não o apressou em momento algum, apenas ficou parado ao seu lado, com as mãos no bolso e olhando para o chão.

Com os dedos trêmulos, Sehun passou para a última página, lendo algo que fez seu coração falhar umas boas batidas. Se fosse em outras ocasiões ele até consideraria fortemente que aquilo fosse princípio de infarto, mas ele sabia que era só o seu coração apaixonado se alegrando por saber que era correspondido.

Não conseguiu segurar o caderninho por muito tempo por causa das mãos trêmulas, sentindo que não tinha nenhum controle sobre si naquele momento. Tudo agora era sobre Baekhyun, que estava a sua frente, o encarando com os olhos brilhando em expectativa e insegurança.

Talvez ele estivesse mais nervoso do que si, até.

— Terminei de ler — Sehun anunciou o óbvio, mal sabendo como havia conseguido pronunciar algo.

— E eu disse que te mostraria quando você terminasse, não disse? — Baekhyun respondeu e sorriu nervoso.

Não houve tempo para Sehun pensar em muita coisa, porque no instante seguinte Baekhyun já estava na ponta dos pés com os lábios colados aos seus, puxando a gola de sua camisa para aproximar-se mais.

Sehun nunca tinha beijado ninguém antes, ele nunca sequer tinha se interessado por isso, mas podia dizer com certeza que aquela sensação era a melhor do mundo. Não por ser um beijo, mas por ser O beijo. Ou melhor, por ser O beijo de Baekhyun. Era simples, um toque quase puro, mas fazia tudo dentro do mais novo se remexer inquietamente.

Talvez pelo fato de ser Baekhyun ali, mas Sehun não conseguia se contentar só com aquilo. Ele queria mais. Porque com o Byun muito nunca era suficiente, era preciso sempre mais, e mais.

Já estava preparado para realmente colocar sua língua na boca do outro — coisa que ele nunca se imaginou fazendo antes, nem quando batia uma para ele —, quando uma maldita folha bateu na cara dos dois, fazendo-os se separarem meio risonhos, meio desconcertados, sem graça e bastante corados.

Sehun nem havia percebido que ventava, não até olhar para Baekhyun e ver os cabelos dele se agitando de um lado para o outro, como se eles estivessem na praia ou algo do tipo, mesmo que o mais próximo disso fosse o laguinho de água preta que havia atrás deles.

— Eu acho que agora já descobrimos seus poderes, né? — Baekhyun perguntou sorrindo, satisfeito pelo contato que haviam tido minutos antes.

Por algum motivo, ele tinha vontade de sorrir o tempo inteiro, mesmo que suas bochechas fossem doer depois. Provavelmente pela ótima sensação de gostar de alguém que gosta de você de volta.

— Na verdade eu ainda estou com uma dúvida... Será que você pode me mostrar de novo? — Sehun resolveu apostar na cara de pau, e deu certo, porque a gargalhada de Baekhyun foi uma coisa que o fez ganhar o dia.

— Tem certeza que é só uma dúvida? — Baekhyun entrou no joguinho também. — Porque você sabe, se for mais de uma eu posso te mostrar mais vezes.

— Oh sim, são muitas dúvidas. Inúmeras. Você não faz ideia do quanto. Acho que vou precisar de muitas aulas práticas até pegar o jeito, você sabe… essa coisa de poderes é um pouco complicada. — Sehun sorriu de lado. — Pode me mostrar de novo? — pediu novamente.

— Com o maior prazer! Mais do que com aquela sua “homenagem”. — brincou, deixando o mais novo completamente sem graça ao perceber que Baekhyun havia descoberto sobre suas aventuras sozinho.

Porém, nem a vergonha foi capaz de o impedir de retribuir o beijo, porque era Byun Baekhyun, e com ele não se desperdiça uma chance dessas.

E dessa vez Sehun já sabia muito bem o que fazer, por isso não perdeu tempo ao colocar as mãos na cintura do Byun, colando os corpos, porém quando finalmente iam dar um beijo de verdade — com língua e tudo —, o mais velho se inclinou para trás, separando as bocas, deixando o Oh confuso com aquela atitude.

— Qual é, Baekhyun? Me beija direito, cara! Eu não esperei tanto tempo pra ter só um beijinho assim!

O Byun riu, roçando os lábios macios nos dele.

— Você reclama demais, Sehun… — sussurrou contra a boca do moreno, divertindo-se com aquilo. — Me mostre então, novato, como é que se beija direito.

— Achei que o professor aqui fosse você — Sehun retrucou de forma atrevida.

— Não faz mal trocar um pouco, vou ser o aluno dessa vez. — Baekhyun sorriu e Sehun viu ali sua deixa para mostrar que apesar de leigo, de bobo ele só tinha a cara. — Então me ensine direito, Oh Sehun.

— Ah, Baekhyun… você não tem ideia do que eu posso fazer.  

 

 

 

 

 

Nota rápida: Do Kyungsoo não recuperou suas cuecas e suas meias realmente voaram.

Nota rápida²: Sehun acabou babando no Baekhyun por não saber usar a língua para beijar. Talvez trocar os papéis não tenha sido uma ideia tão boa assim, mas tudo bem, o Byun era um professor paciente.

 

Sehun é Fascinante (literalmente)

e eu posso provar

P. 93

No dia de hoje, Sehun tentou me beijar pela décima quinta vez, me empurrou contra o muro e eu acabei batendo a cabeça na parede.

Ele precisa de aulas para controlar os poderes urgentemente. Já cansei de tentar ser pego nos becos da escola e acabar com o cabelo bagunçado de tanto que venta perto dele… Deus, isso é uma punição por eu ter me passado por você? Porque se for, já chega, né? Me deixa beijar o novato direito!

ps: pelo menos ele tem pegada

ps²: Sehun é realmente um cara de palavra. Quando começamos a namorar ele disse que me faria uma pessoa muito feliz.

Bom, ninguém aí está me ouvindo reclamar, né?

 

 

FIM

(da história, porque Oh Sehun e Byun Baekhyun continuam firmes e fortes nas aulas de beijos. Opa, de poderes)

 


Notas Finais


wonderbaek: se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi
como já disse nosso amigo do Kyungsoo: tudo se resume a emoções, e bota emoção nisso viu galera, porque nossa senhora

Escrever essa fanfic foi um dos maiores desafios da vida, começou com eu me sentindo inútil e não conseguindo escrever nada, depois foi fluindo e aí vieram as risadas e o sentimento de ‘meu deus, isso deveria ser long-fic’, e agora aqui estamos, chorando pelo fim. Chorem com a gente, por favor, aí eu vou me sentir menos bobinha, porque eu tô muito triste. AAAAAAAAAAAA
A Kath vai me fazer chorar com as notas dela, xinguem ela pq eu sou chorona, cacete. eu já tô triste demais, não me faz chorar.

Eu não sei nem colocar em palavras o quanto eu me sinto honrada por estar no sebaekdreams e ter oportunidades como essa, de verdade. Conhecer pessoas maravilhosas como essas que conheci.
Primeiro a Lare com esse plot maravilhoso que por um acaso do destino veio parar nessas humildes mãozinhas, e quando eu disse que não ia conseguir sozinha a Kath não deu dois segundos pra se propor a me ajudar, e, céus, eu não conseguiria sem ela. Nunca tinha escrito em parceria antes, mas se for sempre assim eu sei que é a melhor experiência do mundo.
Tenho que agradecer a Gi, porque ela foi um amor comigo, super paciente, mesmo que eu seja uma droga no docs e tenha mandando mil links errados com edição desabilitada. Gi, muitíssimo obrigada, tu é maravilhosa <33

Outra coisa que eu tenho que agradecer a essa fanfic também, porque eu e a Kath acabamos nos aproximando mais e isso é algo que me deixa extremamente feliz, porque sério, conversem com a Kath pra vocês verem que pessoa maravilhosa ela é. As vezes eu me sinto uma poeirinha perto dela, porque bicho, ela é demais. e tá me fazendo chorar agora porque estamos escrevendo as notas em conjunto e lendo tudo em tempo real.
desculpa por todas as vezes que eu te incomodei no wpp, por ser insegura e por qualquer outra coisa que eu tenha feito, porque eu sei que sou chatinha, e eu me sento um porre, mas obrigada por ser paciente comigo!! Vc é um brilhinho de luz, ok? <3333 um pãozinho de mel!!!

Espero, do fundo do meu coração, que essa não seja nossa última parceria no mundo das fanfics e que venham mais momentos como os que compartilhamos durante esse tempo.

E também, obrigada a todos que leram essa fanfic, que favoritaram, que apoiaram e deixaram um comentáriozinho cheiroso pra gente. Vocês não sabem o quanto isso é importante, o quanto faz o dia da gente!!! amo vcs, pimpolhos, do fundo do meu coração!!

Deem amor ao sebaek dreams, à fanfic, à Kath e esperem por mais fanfics cheirosas vindo por aí.
A gente tá muito triste, então deixem um comentário dizendo ‘força kath e ana’ porque eu não sei como seguir a vida. Brincadeira gente, mas se vocês quiserem deixar o comentário eu vou adorar <33
Até qualquer dia, espero que tenham gostado da fanfic tanto quanto a gente. Amamos vcs, pimpolhinhos <3333


xiuniverse: eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não quero eu não querOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
sabe quando seu peixinho é levado pela descarga? quando seu passarinho foge? quando sua mãe diz que vai comprar na volta e se afasta do mercado?
eu tô assim

MAS VAMOS LÁ: Ana, Lare, ADMs do SBD, eu agradeço TANTO mas TANTO por vocês terem me proporcionado essa experiência, que nem dá pra descrever. Eu não achei que fosse conseguir, que iria desistir no meio, mas sei lá… Escrever com a Ana foi algo que me fez esquecer por alguns instantes de tudo, é como se eu não tivesse problemas enquanto pensava na fanfic, e o único problema de verdade era o Sehun e os poderes dele. :( Eu fiquei com tanto medo da gente acabar não conseguindo se entender, ou de eu acabar estragando a história, e tudo ocorreu exatamente o contrário.

Vocês podem não perceber, mas eu senti uma química maravilhosa enquanto a gente escrevia, era sempre uma completando a outra, debatendo ideias… foi cara, eu não consigo MESMO passar em palavras como eu me senti, mas sério, Ana, eu não quero que essa parceria acabe nunca. Que venham mais 1000 fanfics nossas, que a gente continue conversando e falando sobre as coisas da vida, reclamando da escola, porque o que aconteceu nesse meio tempo não dá mesmo pra ser apagado.

Lare, obrigada por ter doado esse plot incrível e amorzinho, e ter confiado na gente para desenvolver ele. Espero que tenhamos atingido suas expectativas, porque sério, nos esforçamos bastante para criar o universo, então o mínimo que a gente espera é um “HINOOOOOOOOOOO”. Brincadeira qqqqq

E obrigada ao SBD, por ser tão acolhedor e paciente, mesmo com esse atraso de entrega :(
Por fim, obrigada Ana, por ter me aceitado como parceira, e agora como amiga qqqqq AI QUE NOJO DE MIM CHEIA DE MEL
Tô enrolando nessas notas pra não ter que me despedir da fanfic, mas AAAAAAAA como é difícil…

Obrigada a todos vocês que leram, favoritaram e barra ou comentaram, espero do fundo do kokoro que tenham gostado! Deixem suas dúvidas aí, caso tenham alguma, e comentem o que acharam dessa coisinha fofa <333333

Nota rápida: EU AMO O KYUNGSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Nota rápida²: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

até uma próxima, e tchaaau <3


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