História Nem tudo é perfeito - Sobrenome

Enzo Povs.

Acordei com o celular tocando, pego e vejo que é uma ligação, atendo sem ver quem é.

Enzo – Alô?

Vero – Viado, cadê você ?

Enzo – Como assim cadê você ? Eu tô em casa, na minha cama.

Vero – Enzo...

Só ouvi a respiração de Vero ficando pesada.

Vero – Você viu as horas?

Enzo – Claro que não, por que veria as horas se eu tô dormindo?

Vero – Por que? Porque são 7 horas da manhã demônio.

E se você não lembra o portão fecha as 7:10.

Enzo – O QUE?

Grito sem ligar se vou deixar ela surta ou se vou acordar alguém. Levanto com pressa, mas acabo enrolando o meu pé no coberto.

Vero – Para de gritar Jauregay.

Enzo – Tchau Vero

Vero – Mas ...

Desligo na cara dela, depois me explico, vou ao banheiro, olho pra baixo, me dá, ereção matinal, ninguém merece...

[...]

Termino de fazer tudo em 20 minutos. Desço correndo, chego na cozinha vendo um bilhete. Pego ele, minha chaves e minha mochila e vou pra escola. Faço um caminho que leva 10 minutos em 5 minutos.

Imploro por tiozinho abrir o portão e vão correndo pra sala, nem sei quem é agora. Bato na porta e o professor de matemática abre.

Professor M. – Está atrasado Senhor Enzo

Enzo – Desculpa, o relógio não despertou.

Professor M. – Certo, entre é a última vez que deixo você entrar.

Entro na sala e vejo que só tem um lugar disponível que era ao lado de Vero. A mesma está segurando a risada não sei porque. ‘vai entender essa louca aí’

Vero vendo que não falei com ela, ataca uma bolinha em mim, na verdade várias mais a última tava mais pesada e foi jogada com mais força. Viro pra sua direção, ela levanta seu caderno escrito “De nada seu irresponsável”. Reviro os olhos pra sua besteira. Olho, sem querer, por cima do ombro de Vero, vejo uma cena que preferi morrer do que ter visto isso. A cena era o menino que machucou o braço de Camila ontem e Camila se beijando, mas lê-se comendo. Para alguma coisa na minha frente, olho pra cima vendo o Professor olhar pra mim com a cara feia. Respiro fundo e fecho os olhos para revirar.

Professor M. – Perdeu alguma coisa lá ?

Olho pra onde ele estava apontando, vejo Camila olhando pra mim com curiosidade e culpa? Enquanto menino está tentando beijar ela de novo.

Enzo – Não senhor.

Professor M. – Então por que estava olhando pra lá ?

Enzo – Bom, tenho olhos pra olhar, e são meus então faço o que quiser, aqui é um lugar público, então todos podem olhar pra eles e também estou olhando e me perguntando o por que o senhor deixa isso acontecer em uma aula de matemática, pois que eu saiba a aula de matemática é sobre números e não sobre o corpo humano.

Só escuto a sala falar “ooooh” e a respiração do professor pesar. Ele se abaixa ficando cara a cara comigo.

Professor M. – Sabe por que eu deixo?

Balanço a cabeça em não.

Professor M. – Porque eles e os pais deles são importantes, mas e você é seus pais tem importância?

Sala de novo “oooooh”, enquanto aparece um sorriso vitorioso no rosto dele e no meu um irônico. Levanto e vou pra frente da sala, olho pra onde está o casal, Camila me olha curiosa, já o garoto me olha com um sorriso debochado. Pego um giz e aponto pra lousa. Olho pro professor que ainda está com o sorriso vitorioso mas não por muito tempo.

Enzo – Posso?

Professor M. – Claro aqui você ainda tem esse direito.

Reviro os olhos pra ele.

Começo escrever o meu nome na lousa.

Enzo – O Senhor me conhece como Laurenzo, certo?

Professor M. – Certo.

Enzo – Imagino que você não sabe o meu nome completo, correto ?

Professor M. – É afinal por que eu saberia o nome completo de um ser igual à você ?

A sala de novo “ooooh” e com isso, se for possível, o seu sorriso vitorioso aumenta. E o meu também.

Enzo – Ok, Mas voltando aqui, Meu nome é Laurenzo Michelle Jauregui Morgado.

Quando ele e a sala arregalo os olhos, Vero, o grupo da Camila e a própria Camila começam a rir da cara do professor.

Enzo – Imagino que o senhor conheça meu pai, Mike Jauregui, e uma coisa eu te garanto, ele não iria gosta de saber que um professor que deveria ensinar os alunos à valorizar os outros pelo características e não pelo sobrenome.

Quando falei isso ele, veio na minha direção praticamente correndo, reviro os olhos pela falsidade das pessoas.

Professor M. – Queira me perdoar senhor , digamos que meu dia começou ruim.

Enzo – E isso é motivo pra tratar os alunos assim?

Professor M. – Não senhor, me perdoe.

Diz abaixando a cabeça pra mim. Ponto só faltou a falar alteza.

Enzo – Tá, tá bom.

Sento na cadeira de novo, viro pra trás vendo Camila me olhando com admiração e o menino com raiva...

É o dia vai ser longo...