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História Nem Tudo são Flores - Lembranças


Escrita por: Mikkie25

Notas do Autor


Oi meus anjos! Passando aqui para deixar mais um capítulo para vocês. Gostaria de estar agradecendo também aos novos favoritos e comentários e desejando a vocês as mais sinceras boas-vindas. Isso é tudo. Beijos e tenham uma boa leitura ; )

Capítulo 6 - Lembranças


 

Capítulo 5

 

Os primeiros raios de sol tingiam os céus das terras de Musashi quando finalmente Kagome conseguiu fechar seus olhos. As lembranças da noite passada ainda estavam frescas demais em sua memória para deixá-la dormir. Cada movimento e palavra dita faziam-na se remexer na cama, inquieta. Tudo ainda era tão nítido, como se aquelas cenas estivessem sendo vivenciadas naquele exato momento.

Ambos agora se encontravam um diante do outro. Kagome encarava Sesshoumaru seriamente, esperando que ele começasse a falar o que o havia feito ir até ali. Depois do grande espanto que foi achar o inu-youkai em sua cabana, a sacerdotisa pediu que o guerreiro esperasse ela colocar as crianças para dormir, antes de se sentarem para conversar. Após realizar essa tarefa, ela fez chá preto e o serviu em duas xícaras, colocando-as diante de ambos. Neste instante um fitava o outro, esperando a primeira fala, o primeiro movimento. Sesshoumaru resolveu tomar a dianteira.

— Onde está InuYasha? Preciso que ele também esteja presente. — o jovem falou em tom frio. Kagome o respondeu a mesma altura.

— Sinto lhe informar, mas ele não está. Partiu para uma viajem com Miroku e só retorna daqui a duas semanas. — a voz fria estava carregada de desprezo, fazendo o youkai supor que mais uma vez o hanyou magoara os sentimentos de sua esposa.

— Então eu o esperarei aqui. Fêmea, quero que você envie um mensageiro até onde seu macho está, pedindo para que volte o mais rápido que puder. O assunto que tenho para tratar é de extrema importância. — o senhor das terras do oeste ordenou, enquanto fitava a mulher a sua frente.

A sacerdotisa ouviu cada palavra com uma expressão de pura descrença em seu rosto. Se já não bastasse o marido filho da puta lhe encher de ordens, fazendo-a se sentir como uma formiga diante de seus pés, agora o irmão mais velho surge sabe-se lá de onde também querendo lhe mandar. Pouco a pouco a expressão boba  foi sumindo de seu rosto ao mesmo tempo que esses pensamentos passavam por sua mente e uma expressão de puro ódio contaminava a sua face. "Basta!Cansei de ser feita de capacho!", pensou enquanto se levantava num sobressalto, fazendo a xícara de barro a sua frente tombar e derramar todo o seu líquido sobre o assoalho de madeira.

— Chega! Em primeiro lugar, diferente de você, eu não sou um animal estúpido para ser chamado de 'fêmea', sou uma 'mulher'. E tenho um nome para seu conhecimento. Em segundo lugar, InuYasha não é meu macho e sim meu esposo, apesar que o cretino não serve nem pra um nem pra outro. E  em terceiro e último lugar, um 'por favor' não mata ninguém, e só por causa dessa sua maldita petulância eu não vou chamar mensageiro nenhum. Se quiser falar com InuYasha vá atrás dele! — a miko falou todo o discurso em voz alta, observando, atenta, os profundos olhos do outro, e, só depois de ter dito tudo foi que ela parou para pensar no teor das palavras, e isso a deixou assustada. Mas o que diabos estava acontecendo consigo? Desde quando se tornara uma pessoa tão rude a ponto de tratar outra daquela forma? Independente do jeito 'mandão' de Sesshoumaru ele estava ali para tratar de um assunto importante e ela não podia agir desse modo. Porém, pedir desculpas implicaria em chamar o mensageiro e ela não queria encarar InuYasha tão cedo. Não se sentia pronta para isso. Seus olhos fitaram o homem a sua frente agora com uma falsa fúria. Já que a merda estava feita ela a usaria a seu favor.

Quanto o inu-youkai, este estava tão surpreso que, se não fosse a sua frieza, sua face estaria naquele instante com uma expressão engraçada. Mas quem ela pensava que era para tratá-lo dessa forma? "Essa humana não sabe com quem está lidando. InuYasha é mesmo um grande idiota sentimental que não tem a capacidade nem de domar a própria fêmea. Acho que está na hora de mostrar a ela quem é que manda...", pensou, enquanto se levantava lentamente e se colocava diante da pequena mulher.

Apesar a altura exagerada de Sesshoumaru e sua imponência assustadora, Kagome não se deixou intimidar. Inclinou sua cabeça e devolveu o olhar frio do outro com a mesma intensidade. Se ele achava que ela se rebaixaria só por causa da sua pose de durão estava completamente enganado. A experiência com InuYasha havia sido o suficiente para lhe ensinar que nunca deveria abaixar a cabeça para nenhum homem e ela tinha aprendido bem a lição. Ver o modo como a fêmea lhe encarava, de cabeça erguida e expressão marrenta, fez o youkai quase soltar uma risada, dispersando qualquer ódio que pudesse ter da mulher. Era impressionante o modo como ela não se deixava abalar por nada e ele teve que assumir: aquela garota havia ganhado o seu respeito. Enquanto fitava sua face ele percebeu que mesmo com o tempo e os desgastes de um casamento, a miko continuava bonita. Seus olhos castanhos brilhantes, seu cabelo tão negro quanto ébano, sua pele tão alva que parecia feita de seda e seu corpo que, mesmo por debaixo de tantos panos, sabia que era curvilíneo e atrativo. Tudo nela o atraía, o chamava, implorava por seu toque. Ao mesmo tempo em que esses pensamentos passavam por sua cabeça, seu olhar percorria cada parte do corpo da jovem a sua frente com uma cobiça contida. Kagome, ao notar o modo como o youkai a olhava, sentiu seu corpo estremecer e num ato instintivo se afastou, porém, ela não viu o copo tombado atrás de seus pés e acabou pisando nele e escorregando. Sesshoumaru, prevendo a queda, num ato impensado segurou a mulher, envolvendo seus braços ao redor da cintura da mesma, trazendo-a para si. As mãos da garota rapidamente procuraram apoio nos ombros do jovem, para evitar que ela fosse ao chão.

Mesmo após ter se estabilizado, a sacerdotisa não se moveu. A verdade era que estava constrangida demais para se afastar do youkai e encarar sua face. Em seu interior, ela se condenava por ser tão desastrada a ponto de não ver o copo caído no chão e acabar naquela cena tão vergonhosa. "Meus deuses!O que ele vai pensar de mim?", pensava nervosa enquanto mantinha sua cabeça abaixada e fitava o chão. Por incrível que pareça, toda a sua ' coragem ' de tempos atrás havia evaporado em menos de um segundo. Ela não sabia o que fazer, mas não tinha outro jeito, tinha que se afastar dele.

M-me desculpe, eu sou mesmo uma d-desastrada. Obrigada.... por... me.... se... gu.. rar... — a jovem tinha começado a falar, sem jeito, quando, ao levantar sua cabeça e fitar o inu-youkai, sentiu as palavras quase morrerem em sua garganta. Ele a olhava, com seus olhos dourados intensos quase devorando todo o seu ser. Os seus lábios estavam repuxados em um meio sorriso debochado, enquanto que uma de suas sobrancelhas estava levemente arqueada. Kagome já havia visto aquele sorriso antes, toda vez que o mesmo humilhava InuYasha, mas nunca tinha parado para reparar no quanto ele era belo.... e tentador. Ao ter tais pensamentos a miko se condenou mais uma vez, fechando seus olhos. "Mas qual é o meu problema hoje? Desde quando eu dei para ficar pensando nesse tipo de coisa?!". A jovem despertou de seus devaneios num sobressalto, quando se lembrou de que ainda se encontrava nos braços do irmão de seu marido. Com isso ela tentou se afastar, mas só conseguiu que o enlaço em sua cintura se estreitasse ainda mais, fazendo seu com que seu corpo colasse ao de Sesshoumaru. Ela virou seus olhos para ele, o encarando agora com uma expressão de irritação.

O que pensa que está fazen.... — ia começar a perguntar quando sentiu um dedo indicador se pressionar sobre seus lábios, a calando.

Shhhhhhhh... fique quieta Kagome. Você fala demais. Apenas fique quieta. — o youkai sussurrava, a olhando atentamente. Ele notou o quanto a aproximação deles a havia afetado e a deixado confusa, e agora estava disposto a testar uma coisa. Enquanto a mantinha presa a si, seu rosto foi se aproximando do outro lentamente. Ao notar a aproximação, Kagome ficou assustada. Sua mente transformou-se em um verdadeiro caos. Uma parte de si desejava dar uma boa bofetada nele e sair correndo dali, já a outra parte queria se derreter naqueles braços fortes e provar daqueles lábios que lhes eram tão misteriosos quanto pareciam ser deliciosos. Ela não sabia o que fazer. Sua respiração, que agora se encontrava bastante ofegante, já se mesclava ao dele, seus lábios já se encontravam a poucos centímetros um do outro, quase se tocando. A sacerdotisa sabia que enquanto continuasse a fitar aquela face delicada de olhos semicerrados e lábios finos, ela não conseguiria se libertar. Seus olhos se fecharam, e suas mãos se dirigiram até os braços do youkai, apertando-os firmemente. Ela deixou que sua energia escapasse do seu corpo e passasse para o outro através de suas mãos.

Sesshoumaru estava prestes a beijar Kagome, quando uma forte descarga de energia espiritual surgiu em seus dois braços e se espalhou por seu corpo, fazendo-o se afastar da sacerdotisa e soltar um 'Argh' de dor. Após se recuperar do susto do choque, sua face se virou para fitar a mulher a sua frente, com uma expressão de fúria, porém, a mesma sumiu quando viu diante de si uma garota assustada, olhando pro nada. Ele sentiu algo estranho dentro de si ao vê-la daquela forma. Era um sentimento que, diferente dos outros, ele conhecia bem. Esse sentimento se chamava culpa.

— Acho melhor você se retirar, amanhã nós conversaremos. — a jovem falou aos sussurros, ao mesmo tempo que seu olhar se mantinha preso a um ponto qualquer na parede a sua frente. Ela esperou ouvir alguma resposta da parte do youkai, mas a única coisa que ouviu foi o som da porta da frente se fechando e depois o silêncio que se instalou no local. Após ter certeza de que estava sozinha, a miko foi até a cozinha, pegou um pano e um balde com água, e voltou até a parte principal de sua casa, onde ela havia derramado o chá preto, e começou a limpar tudo. Depois de terminar de tirar a sujeira do chão, seu olhar pousou sobre a outra xícara que estava ali, a poucos centímetros do dela, e a pegou. O conteúdo da mesma continuava intocado, e ao olhá-la, a mulher viu submerso ali todos os seus problemas, e, principalmente, o ato que quase acabara cometendo. Com isso foi impossível evitar que perguntas surgissem em sua mente: O que teria acontecido se ela não o tivesse impedido? Ela teria gostado do seu  beijo, ou teria se sentido revoltada? E se ela tivesse gostado, aonde eles poderiam ter ido parar? Todas aquelas questões pesaram tanto em seu interior que fizeram sua mente cansar e, consequentemente, seu corpo também, fazendo-a dar aquele assunto por encerrado e seguir de volta para a cozinha, onde deixou os objetos de limpeza, e depois se dirigiu em direção ao ofurô de sua casa. Após tomar um longo e relaxante banho, onde ela se deixou pôr seus pensamentos em ordem, Kagome colocou sua roupa de dormir e se enfiou em seu futon, pronta para descansar, porém, era impossível fechar seus olhos e as fortes lembranças do que acontecera a pouco não virem, sempre com uma intensidade ainda maior, fazendo-a se remexer na cama por diversas vezes, completamente incomodada. Desse modo a sacerdotisa acabou passando a noite em claro e só conseguira finalmente adormecer ao raiar do dia, vencida pelo extremo cansaço.

— Kaa-chan, Kaa-chan acorde. — uma voz suave sussurrava baixo enquanto balançava o corpo da sacerdotisa, fazendo-a acordar. Seus olhos se abriram, confusos, fitando o pequeno Shibuya ao seu lado.

— Meu bem, o que aconteceu? — perguntou vendo o modo aflito com que o filho a olhava.

— Sattoro está chorando e eu não sei o que fazer para acalmá-lo. Por isso eu vim te acordar. Me desculpe. — o menino pediu com a voz baixa ao mesmo tempo que fitava o chão. Se tinha uma coisa que não gostava era de incomodar o descanso de  sua mãe. Ele reconhecia o trabalho que ela tinha para cuidar dele e do irmão e por isso fazia o máximo que podia para ajudá-la. Ao ouvir as palavras do filho, a miko o fitou com carinho.

— Está tudo bem meu lindo. Já estava mesmo na hora de eu acordar. — a mulher falou soltando uma risada leve, se levantando. Ao ficar de pé, sentiu o corpo pesar, reclamando da noite mal dormida, mas ignorou. Seguiu para o quarto ao lado, onde estava o seu filho mais novo e, após pegá-lo, ela viu que o mesmo estava com fome. Com isso ela foi para a cozinha  preparar a comida para eles, mas não sem antes deles fazerem a sua higiene matinal. Depois da refeição pronta ela serviu as crianças que, após comerem, seguiram com a mãe até a casa de Sango. Ao chegarem lá, a primeira figura que a sacerdotisa viu foi a da exterminadora, sentada na soleira da porta. Ela estava com um sorriso radiante no rosto.

— Kagome-chan! — a mulher de cabelos castanhos falava, enquanto via a outra se aproximar — Onde você estava? Chegou tarde hoje. — ela comentou, vendo a amiga se sentar ao seu lado.

— É que eu não consegui dormir noite passada. — a jovem respondeu e em seguida deu um profundo bocejo. Ela viu Sango virar-se para si irritada.

— Por acaso essa sua insônia não teria relação ao extermínio que fizemos ontem não né? Por que se você me disser que está se remoendo por ter desobedecido o canalha do InuYasha, eu juro que vou te bater. — a mulher falou com a voz séria, vendo a reação de sua amiga, que rebateu assustada.

— Não, claro que não! — Kagome respondeu apressadamente. Após isso ela começou a olhar para os lados. — Mas Sango-chan, mudando de assunto, você viu o Sesshoumaru por aí? — a miko perguntou, enquanto seus olhos vasculhavam cada canto ao seu redor, em busca da imagem altiva de seu cunhado.

— Não, eu não o vi. Ele estava na aldeia? Por que está procurando por ele? — a exterminadora perguntou, com a curiosidade  brilhando em seu olhar.

— Sim, ontem ele apareceu lá em casa e falou que queria conversar comigo e com InuYasha, mas eu disse que meu marido tinha viajado e pedi para que ele voltasse no dia seguinte. — a jovem falou, ocultando algumas partes. Seria melhor que a outra não soubesse os detalhes daquela conversa ou então poderia até recriminá-la por seus atos. — Eu queria encontrá-lo para falar disso e também perguntar se ele tinha alguma notícia da Rin, já que ontem eu não tive a oportunidade. — ela respondeu, se justificando.

— Tsc, essa daí não me importa nem um pouco. Agradeço aos deuses por ela ter ido embora deste vilarejo para se casar com Kinta. Foi a melhor escolha que ela poderia ter feito. — a outra mulher falou com puro rancor em sua voz. Sua expressão de leve se tornando raivosa.

— Sango-chan! Não diga isso! Antes de qualquer coisa, ela é nossa amiga. Você deve deixar essa confusão entre ela e Kohaku para trás e perdoá-la. Afinal de contas, você não tem nada a ver com que aconteceu e não deve odiar a menina só porque ela não aceitou se casar com seu irmão. — a mais nova falava com a voz indignada. Sango não tinha o direito de odiar Rin só por causa do que ocorrera com Kohaku. Se ela realmente amava  o irmão tanto quanto falava, deveria entender que a menina só fizera aquilo para evitar que o garoto sofresse mais, já que este a amava e ela não o correspondia. A exterminadora a olhou com raiva antes de falar.

— Está ficando tarde Kagome, e eu tenho que dar banho nas crianças. — disse séria enquanto se levantava — Acho melhor você ir também. Até logo. — a mulher não esperou a outra responder e em seguida entrou em sua casa, deixando a sacerdotisa sozinha. Ela ainda ficou durante algum tempo olhando o lugar por onde a amiga havia ido. Soltou um longo suspiro e se pôs de pé, se pondo a caminho do seu trabalho.

Depois de deixar os filhos na casa da vovó Kaede, seguiu até o campo de ervas e também às casas de alguns camponeses que necessitavam de seus serviços. Quando deu por si, já anoitecia e ela resolveu ir embora para casa. Antes de ir para sua cabana ela passou na casa da velha sacerdotisa para buscar seus filhos, porém, ao chegar lá, encontrou a senhora com uma expressão preocupada.

— Kaede-obaa-chan, o que houve? — a jovem perguntou, sentindo um mal pressentimento se apossar de seu corpo.

— Kagome! Que bom que você chegou! Eu mandei alguns rapazes irem atrás de você, mas ninguém te achava! — a velha dizia afobada segurando os ombros da miko — Kagome, hoje a tarde Shibuya saiu para pegar flores para você perto da cabana de Sango, mas não voltou. Pedi para todos procurarem mas ninguém o encontrou. — ela terminou, vendo surgir uma expressão apavorada no rosto da mulher a sua frente.

— A meu deus! Meu filho! Eu vou atrás dele! — a moça disse desesperada enquanto dava meia volta e, sobre os protestos de Kaede, saia correndo em direção a floresta escura a sua frente.

Kagome embrenhou-se pela mata, iluminada apenas por um fraco luar. Olhou em cada canto, enquanto gritava alto o nome de seu filho, e amaldiçoou-se por não ter o faro aguçado de InuYasha. Na verdade, naquele momento, pela primeira vez desde a descoberta da traição, ela desejou do fundo de seu coração que seu marido estivesse ali. Após passar o que seria mais ou menos duas horas procurando, ela sentou-se sobre uma pedra, completamente exausta. Seus olhos viraram-se para a grande estrela que reinava alto no céu e suas mãos se uniram em uma prece. "Meus deuses, por favor, tragam meu filho em segurança de volta para mim.", ela pediu em pensamento, depois, voltou a caminhar, porém, o som de passos parou o seu movimento. Sua mão foi automaticamente até aljava, cheia de flechas, às suas costas e com agilidade retirou uma e a posicionou no arco, esperando o suposto inimigo aparecer. Quando a imagem do mesmo surgiu a luz do luar, ela soltou a respiração e amoleceu os braços. Era Sango.

— Kagome-chan! Assim que Kaede-sama me falou sobre o sumiço do Shibuya eu saí a procura dele. Teve alguma pista de onde ele possa estar? — a jovem perguntou preocupada.

— Não, Sango, nada. Estou apavorada! Shibuya cresceu nessa floresta então é impossível ele se perder. A única explicação para isso é que algum youkai atacou ele, e só os deuses sabem onde meu filho pode estar agora. — a miko falava enquanto começava a chorar. A exterminadora,  ao ver as lágrimas da amiga, correu para ampará-la, a abraçando.

— Não vamos perder as esperanças Kagome-chan. Vamos retornar a vila e formar grupos de busca, porque procurar pelo menino sozinho nessa floresta é perigoso, mesmo para nós duas. Juntos poderemos ajudar um ao outro. — a mulher completou, vendo a miko concordar com a cabeça, e assim, ambas voltaram para a aldeia. Ao chegar lá, a sacerdotisa levou Sattoro, que havia dormido após tanto chorar, para sua cabana. Quando estava saindo para se juntar aos outros aldeões que iam ajudá-la a procurar pelo filho, ela avistou uma figura surgindo na floresta. Os ventos na noite batiam leves sobre ele, agitando seus longos cabelos prateados. Os olhos dourados pareciam brilhar em meio a sombra que cobria seu rosto. A jovem manteve seu olhar sobre o rosto do youkai por um tempo, até baixar sobre o ser que ele carregava nos braços, envolvido em seu mokomoko. Ao visualizar aquilo a mulher sentiu seu coração acelerar, e seus pés começaram a se mover em direção ao homem.

Enquanto se movia até Sesshoumaru, Kagome percebeu algumas manchas negras na felpuda calda branca e, ao se aproximar, ela viu que aquilo era, na verdade, extensas manchas de sangue. Quando percebeu do que se tratava, seus olhos já se encontravam repletos de lágrimas, como que prevendo o que viria a seguir. Ao se colocar de frente ao inu-youkai, ela percebeu que o mesmo estava com uma expressão preocupada em seu rosto.

— Kagome. — foi a única palavra que ele pronunciou antes de afastar a manta alva e revelar a jovem a imagem do pequeno corpo de seu filho coberto de sangue, e provavelmente morto.

 

 

 

 



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