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História Néon e o Sabor das Estações - Quem tem boca come uma baguete


Escrita por: rainfiorest

Notas do Autor


1. Eu provavelmente devia ter atualizado mais cedo, mas se calhar também devia ter esperado mais uns dias. Mas fazer o quê, se não me decido? O que é certo é que
2. eu passei os últimos dias em posição fetal e a chorar porque fiquei sem internet (já voltou, cruzem os dedos e rezem a deus) e acabei por escrever uns capítulos extra e bem safados e
3. De 5 caps muito fluffy, esta fanfic passou a ter 8, e o fluffy já não é só fluffy, e mais não digo
4. Além disso, eu SEI que o título deste cap é sugestivo kkk mas eu juro que é inocente... cof cof por enquanto cof

Capítulo 4 - Quem tem boca come uma baguete


Fanfic / Fanfiction Néon e o Sabor das Estações - Quem tem boca come uma baguete

 

O contacto de Chanyeol encarava Kyungsoo com um ar ameaçador. Era a quinta vez que ele abria o número sem pressionar o botão de chamada e, tal como das outras vezes, acabou por bloquear o ecrã sem ter coragem para fazer o que queria.

Na sua mente distorcida, ainda era cedo demais para se interessar por alguém novo.

A festa de Yifan já tinha sido há duas semanas, e desde esse dia nunca mais tinha falado nem com Baekhyun, nem com Chanyeol. Entretanto, não era raro que Junmyeon o encontrasse enrolado na cama a choramingar por Baekhyun ou no Instagram a rir de alguma foto nova de Chanyeol. O rapaz estava tão dividido que parecia uma versão bipolar de si próprio.

Contudo, tinham entrado em época de exames e Kyungsoo precisava de todas as suas energias para estudar. Pensar em Baekhyun, Chanyeol ou qualquer outro problema era um luxo a que não se podia dar.

Claro que encontrava frequentemente este na aula que tinham em comum, mas raramente havia tempo para conversar com ele ― Kyungsoo passou a chegar antes mesmo do horário de entrada para conseguir um lugar e desaparecia antes mesmo que o outro tivesse tempo de dizer um olá. Não é que o estivesse a evitar (mas estava) ― é só que não podia perder tempo a conversar com uma potencial crush, quando tinha formulários para entregar na secretaria, candidaturas de estágio para enviar a empresas e exames para que estudar.

Quanto a Chanyeol? Já lhe tinha enviado um total de dez mensagens nos últimos dias ― duas a falar sobre como se divertiu, três a perguntar se queria ir com ele ao café, à hamburgueria nova que abrira no quarteirão, ou beber um copo no bar ao fundo da rua; e as restantes a corrigir gafes ortográfica que eram obras evidentes do corretor ortográfico.

Kyungsoo respondeu à primeira ― dizendo que também se tinha divertido, mas não mais que isso ― e ao primeiro convite ― “não posso, tenho de estudar”. Desde então visualizava sem responder, atirando com a culpa para um cantinho no fundo da mente para se poder voltar a concentrar no estudo.

Teria sido isso?

Teria sido a pirâmide de prioridades de Kyungsoo a razão porque Baekhyun se cansara dele? Mas as pirâmides de ambos eram bastante parecidas ― apesar da vida mais libertina de Baekhyun ― no que toca aos estudos. Ainda assim, poderia ter sido isso? Ou fora outra coisa? Baekhyun fora bastante vago na sua explicação e, no final, Kyungsoo também não o deixou falar mais… O que lhe teria escapado?

Olhou para o iPhone, pousado na mesa junto com os seus livros e as canetas de várias cores que usava nos seus apontamentos. O ecrã estava bloqueado, mas a hora e data ainda estavam acesas. Tinha um exame no dia seguinte, tinha de continuar a fazer revisões. Contudo…

Ele realmente queria responder a Chanyeol. E queria voltar a vê-lo. Aquela noite na festa ― e fora dela ― fora tão divertida, conversando até de madrugada na companhia da Coca-Cola que entretanto perdeu o gás e das batatas fritas já frias. Chanyeol era uma companhia decente e amigável. E mesmo que Kyungsoo ainda não estivesse pronto para se lançar numa nova aventura, não havia mal nenhum em fazer uma nova amizade, pois não? Se Junmyeon estivesse ali, estaria a ralhar com ele para responder ― e com razão.

Kyungsoo pegou no telemóvel e abriu as mensagens, respondendo rapidamente a Chanyeol com um simples “Onde e quando?”. A resposta veio dois minutos depois.

 

Chanyeol

Em quinze minutos à tua porta.

 

Kyungsoo entrou em pânico. Em quinze minutos?! Mas ele estava a estudar! Amanhã tinha exame! E… e… e estava de pijama! Analisou as suas opções ― que, na verdade, não eram muitas ― e procurou algo que resolvesse todos os problemas da sua vida ― apenas para concluir que isso não existia e ter de contentar-se em resolver só aquele.

Mandou rapidamente uma nova resposta, perguntando se não poderia ser no dia seguinte ou no fim de semana.

 

Chanyeol

Nope, já estou a chegar ao dormitório.

 

Oh, deus.

Kyungsoo olhou para o seu quarto desarrumado ― Junmyeon iria matá-lo se chegasse e encontrasse o quarto naquele estado ―, para o seu pijama, os livros espalhados em cima da mesa e, por fim, o telemóvel de novo.

Tinha de se apressar.

Levantou-se de um pulo, correndo para o guarda roupa e procurando algo minimamente decente para uma saída amigável ao final do dia. Ainda não eram nove horas, o que significava que a temperatura iria cair ― e Kyungsoo não sabia bem a que horas regressaria, mesmo estimando que dificilmente chegaria depois das onze.

Portanto… Sim. Aquele casaco de ganga escura seria ideal para vestir com aquelas calças pretas. E talvez… ali estava, a sua t-shirt do Esquadrão Suicida. O filme tinha sido péssimo, mas ele gostava dos personagens. O telemóvel apitou no momento em que começava a calçar as suas sapatilhas brancas favoritas e ele apressou-se a apertar os atacadores e a ir busca-lo.

Chanyeol estava já no corredor.

Correu novamente para o espelho, verificando o estado do seu cabelo. Deplorável ― nem se tinha penteado naquele dia ―, então passou rapidamente os dedos por ele, numa tentativa desesperada de o domar um pouco.

Três pancadinhas na porta assustaram-no.

Inspirou fundo, nervoso, e agarrou na carteira e no telemóvel enquanto se dirigia à porta. Abriu-a lentamente, como se do outro lado estivesse a própria Medusa à espera de o petrificar.

― Olá ― Chanyeol abriu um dos seus sorrisos enormes, erguendo a mão à laia de cumprimento. Kyungsoo deu por si a sorrir de volta, apesar do ritmo cardíaco acelerado.

― Olá. ― respondeu.

― Estás pronto?

― Ah… sim. Só… só um momento. ― afastou-se da porta, mas deixou-a aberta, enquanto regressava à mesa e arrancava um post it do caderno. Escreveu um recado rápido a Junmyeon, pedindo desculpa pela confusão, e colou-o no candeeiro dele. Depois regressou a Chanyeol e, pegando nas chaves, saiu.

 

✶✶ ✶✶

 

― Nunca ouvi falar deste sítio.― comentou Kyungsoo, seguindo Chanyeol. Este tinha deixado o carro do outro lado da estrada e as luzes néon por cima da entrada do clube refletiam na chapa deste.

Tinham demorado vinte minutos a chegar ali e pelo caminho inteiro Chanyeol recusara-se a dizer onde iam. Agora que ali estavam, Kyungsoo questionava-se seriamente se seria o sítio ideal para um encontro.

Não, espera ― aquilo não era um encontro… pois não?

Chanyeol agarrou-lhe no pulso, levando-o de volta ao momento, e puxando-o através da entrada. Kyungsoo nem percebera que tinha abrandando o passo.

― Eu sei o que estás a pensar ― disse o mais novo, lançando um sorriso a Kyungsoo ― mas prometo que este sítio é bom e que vale a pena vir cá.

Kyungsoo duvidava ― era um clube, sinónimo de álcool, e Kyungsoo não era muito amigo deste ―, mas não comentou e acompanhou o outro. Havia um pequeno hall de entrada, seguido de uma porta de correr e uma escadaria. Pelo aspeto do interior daquele sítio, dava a sensação de que era uma antiga casa, remodelada para criar um espaço público mais versátil. Uma plaquinha junto às escadas indicava que lá em cima havia uma cafetaria, e a porta que dava para o lado era a pista de dança e o bar.

Kyungsoo esperou que Chanyeol o encaminhasse para essa porta, mas foi surpreendido quando este continuou em frente, pelas escadas. A mão de Chanyeol ainda rodeava o seu pulso e o mais velho tinha alguma dificuldade em levar esse pequeno facto sem nervosismo.

― A pista de dança é ok ― diz Chanyeol, quando estão a meio da escadaria ― mas eu gosto de vir cá é pelas baguetes de atum. Nunca irás na tua vida provar baguetes tão boas, mon amie.

Kyungsoo teve vontade de rir pelo sotaque de Chanyeol ― duvidava que ele soubesse falar muito mais do que aquelas palavras em francês. Quando chegaram ao topo da escadaria, Chanyeol largou-lhe o pulso ― para grande desilusão de Kyungsoo ― e encaminhou-se para uma das mesas vazias.

O espaço era estranhamente elegante para algo pertencente a um clube noturno ― decoração moderna e mesas que baste para receber a pista de dança inteira lá de baixo. Num dos cantos, um pequeno balcão de gins satisfazia as vontades de quem queria álcool sem ter de passar pelos dançarinos lá de baixo, e uma das paredes laterais era integralmente ocupada por um comprido balcão de pastelaria, padaria e outras guloseimas. Kyungsoo ficou genuína e positivamente surpreendido com o espaço ― e quando viu que serviam todo o tipo de bebidas quentes, ainda mais.

― Bem ― deu por si a dizer, enquanto se sentava em frente de Chanyeol ― não pensei que uma cafetaria num clube poderia ser tão…

― Agradável? ― completou o mais novo.

― Sim. ― Kyungsoo franziu o sobrolho, mas sorria. Virou-se para o outro, encontrando-o já a olhar para si com suavidade. O estômago deu uma reviravolta estranha, deixando-o atordoado por ficar tão afetado com um simples olhar. Apressou-se a tentar quebrar o momento antes que ficasse desconfortável. ― Então, servem aqui baguetes?

― Todo o tipo que conseguires imaginar. ― Chanyeol perdeu rapidamente o ar meigo, substituindo-o por um entusiasmo quase contagiante ― Até de Nutella!

Nutella fez Kyungsoo lembrar-se de Baekhyun, mas fez por se concentrar em Chanyeol e pegou no cardápio em cima da mesa.

― Não vais precisar disso ― Chanyeol tirou-lho da mão ― Como é a tua primeira vez aqui, eu trato das recomendações. ― piscou o olho.

― Ok ― Kyungsoo recostou-se na cadeira, cruzando os braços de forma desafiadora ― Mas desta vez fica tudo pela minha conta.

Chanyeol abriu a boca para protestar, insatisfeito com o negócio, mas Kyungsoo arregalou os olhos de forma ameaçadora e o mais novo tornou a fechá-la. Passaram-se alguns segundos de silêncio, em que se entreolhavam como se esperassem que o outro fosse mudar de ideias, até Kyungsoo dar-se por vencedor.

― Então, é uma baguete de atum e mais o quê?― questionou suavemente.

― Hmm… ― Chanyeol coçou o queixo, rapidamente esquecendo a batalha que travava ainda há pouco ― Eu gosto bastante do sumo de laranja natural deles. Mas! ― ergueu o indicador ― Algo me diz que provavelmente vais gostar mais da limonada.

Kyungsoo encolheu os ombros, dizendo que confiava nele. Uma empregada aproximou-se, de bloco na mão e sorriso no rosto, perguntando o que queriam. Chanyeol pediu duas baguetes e ambos os sumos que mencionara. Depois de a moça ir embora, voltou-se novamente para Kyungsoo.

― Então.. ― começou, relutante ― Porque é que só me respondeste hoje?

― Ah ― Kyungsoo sentiu-se tão embaraçado quanto culpado ― Eu tenho passado imenso tempo a estudar. Amanhã tenho um exame.

Viu o choque apoderar-se de Chanyeol, assim como uma vaga expressão de culpa.

― Ah, não. Devias estar a estudar! O que é que eu fui fazer? ― o moço levou as mãos à cabeça, em pânico ― Porque é que não disseste logo?

― Eu é que aceitei vir ― Kyungsoo riu com a reação dele ― Também preciso de relaxar um pouco.

Chanyeol acalmou, mas só mais tarde é que abandonou completamente a relutância. Uma hora depois, os sumos estavam no fim do copo e as baguetes completamente comidas, e eles conversavam entre gargalhadas e boa disposição.

No final da noite, entraram ambos no carro de Chanyeol completamente sóbrios, mas não menos alegres por isso, e regressaram ao campus. Depois de estacionar, Chanyeol fez questão de acompanhar Kyungsoo à porta do quarto deste ― por mais que o seu próprio quarto ficasse dois pisos abaixo ― e os protestos do mais velho foram completamente inúteis.

Como despedida, Chanyeol deu-lhe um beijo no rosto – leve e rápido, mas suficiente para que o estômago de Kyungsoo desse outra daquelas voltas nervosas. Reparou na forma como as bochechas de Chanyeol ficaram mais encarnadas e como o seu sorriso era um tanto embaraçado. Demasiado adorável para um rapaz daquele tamanho.

Resistindo à vontade de rir, mas criando coragem que não sabia bem de onde vinha, pôs-se em pontas de pés e devolveu-lhe também um leve e apressado beijo no rosto ― que, comicamente, ficou mais perto do queixo do que da bochecha ― e deu um sorriso reconfortante (que, por dentro, era uma pilha de nervos prestes a explodir).

Chanyeol arregalou os olhos ― mas o seu sorriso duplicou de tamanho.

E quando, minutos depois, Kyungsoo se foi deitar, sentia que podia ter um ataque de arritmia ali mesmo, tão acelerado estava o seu coração.

 

✶✶  ✶ ✶

 

 


Notas Finais


Volto a implorar que vão ler a fanfic da Lullaby, que é a Chansoo mais linda que este universo alguma vez conheceu, mais belo que os malmequeres e mais doce que os bemmequeres: https://spiritfanfics.com/historia/os-malmequeres-9956160

Ah é: e se gostam do design da fanfic, eu criei um style com ele: https://spiritfanfics.com/personalizar/style/exo-all-of-the-seasons-9994935


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