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História Netuno - Por hoje, eu estou apenas obcecado em você.


Escrita por: kyravee

Capítulo 26 - Por hoje, eu estou apenas obcecado em você.


Fanfic / Fanfiction Netuno - Por hoje, eu estou apenas obcecado em você.

“Big Bang.”

 

 

...***...

 

-Aqui é o Disque Denúncia de Direitos Humanos. Estamos prontos para lhe ajudar seja qual for o seu caso. Qual seria a sua queixa?

 

 

Tenho certeza que todo o meu medo podia ser percebido pela telefonista. Eu tremia, o celular poderia facilmente cair da minha mão e ir de encontro a água. Tratei de o segurar firme e tentar falar algo a mulher.

-Mantenha a calma e nos diga seu problema, senhora. – Eu respirei fundo e comecei a andar pelo concreto. – Poderia nos dizer o seu nome? Gostaria de fazer uma denúncia anonimamente?

-E-eu... – Murmurei a ouvindo suspirar com cuidado.

-Diga-nos apenas o seu gênero para podermos começar. Lembre-se de respirar fundo e manter a calma.

-Sou um garoto. T-tenho vinte e um anos. – O frio me fez se encolher um pouco, o que me deu na cabeça quando resolvi sair sem roupa do hotel?

-Anotado. – Ela respirou fundo – Fale quando estiver preparado.

Mordi o lábio apreensivo. Cada pequena parte de meu corpo estava tensa, meus músculos pareciam que estavam pesados. Mesmo que aquilo fosse o certo a se fazer eu não tinha voz! Minhas cordas vocais tinham falhado, negavam ajuda. Como eu poderia errar tanto até quando vou fazer a coisa certa?

Inflei meus pulmões e fechei os olhos, eu iria tentar.

-Eu presenciei um crime que viola os direitos humanos. – Disse com uma seriedade espantosa. – Mas... Não tive forças para ajudar a vítima. Ela me pediu ajuda, e... e-eu ignorei.

-Senhor, consegue especificar o crime que testemunhou?

-Estupro. – A moça suspirou.

-A partir de agora, se for melhor para você, pode me chamar de Deena. – Estralei um de meus dedos. – Como isso aconteceu?

-Eu estava com meu namorado dentro de um confessionário. – Ao iniciar a história com essa fala pude perceber o quão complicado toda aquela situação era. – Fui obrigado a ir para um seminário, este tinha uma igreja em que meu namorado achou melhor para nos encontrarmos. – Suspirei longamente – Escutamos sons estranhos e nos escondemos... mas... – Fechei os olhos com força tentando não lembrar daquela cena nojenta e desprezível. – E-eu fechei os olhos quando comecei a ouvir os gritos dela, meu namorado me abraçou mas não podia me impedir de ouvir tudo aquilo... – Meu timbre era baixo e trêmulo – Mas ele não pode me segurar por tanto tempo... Eu acabei por ver a garota sendo... abusada por um padre...

-Senhor, vou fazer algumas perguntas. Pode responder se quiser e se achar certo. – Sua voz trazia calma. – Primeiramente, qual sua atual localização?

-Taean Haean. M-mas os acontecimentos foram em PyeongChang.

-Há quanto tempo foi ocorrido?

-Acho que há um mês e meio. Desculpe... e-eu não m-me lembro bem... – Deena murmurou um “tudo bem”.

-Sabe me dizer a idade dos envolvidos?

-O padre deve ter sessenta e cinco anos. A menina tem catorze anos e meio. E meu namorado vinte e três anos.

-Por que denunciou este fato só agora?

-Porque eu sinto uma tristeza terrível ao lembrar que não fiz nada! O padre foi sim denunciado para a polícia, acham que ele fugiu da cidade. Eu só liguei porque... – Algumas lágrimas saíram por meus olhos – Eu não consegui ajudar aquela menina, e parece que a polícia não fez nada para mudar toda a situação! E-eu só queria ter feito diferente...

 

Eu só queria poder voltar no tempo.

 

 

...***...

 

 

Fitei Yoongi arrumando com delicadeza seus fios negros, observava seu reflexo no espelho do enorme do banheiro. Sorri para ele, nunca o vi se arrumar tanto na vida. O moreno fixou o olhar no meu e sorriu sem jeito para mim. Deixei Min Yoongi envergonhado, que milagre de Deus! Saiu de frente do espelho e pegou em minha mão.

-Está tudo bem? – Assenti. – Tem certeza, babe? Não quero que esses pesadelos continuem a te perturbar... – Murmurou acariciando minha bochecha.

-Yoongie... – Falei com o mesmo tom de sua voz – Estou bem, já passou! – Exclamei com seu perfume invadindo minhas narinas – Está tão perfumado está noite, por que isso?

-Vamos a um show, meu amor... Quero estar bem para você! Quero que me exiba como um troféu! – Me puxou para que saíssemos do quarto – Eu também irei te exibir!

-Estou bonito? – Indaguei a ele que parou seus passos e selou minha bochecha.

-Está maravilhoso! – Seus lábios atacaram os meus com a ajuda de um rastro de saliva pela minha pele.

Foram necessários apenas cinco segundos para que nossas línguas iniciassem uma coreografia lenta. As mãos macias e firmes percorreram meu tronco, prevaleceram em minha cintura e me trouxeram para mais próximo a si. Meu corpo se entregou à ele, posicionei minhas mãos em seu pescoço, não permitindo que ele cortasse contato.

Quantas vezes aquele beijo extremamente viciante me prendeu a não me importar com memórias ou com opiniões? Eu não consigo nem contar nos dedos as inúmeras vezes em que sua língua quente me fazia sorrir entre um beijo e esquecer de tudo!

-Vamos, Jiminie! – Exclamou apertando uma de minhas mãos – Vamos acabar nos atrasando para o tal show... – Meus dedos se entrelaçaram aos seus e decidimos seguir rumo a entrada do hotel. – Como descobriu esse conserto? – Indagou enquanto o elevador descia e fazia um barulho engraçado.

-Essa madrugada, quando eu saí pra respirar um pouco, eu andei tanto que chegou a doer! E depois de eu xingar Deus, o mundo e até o sol, um cara veio conversar comigo. Me disse que talvez fosse bom sairmos um pouco só da areia, mar e árvores... Cansou fazer aquela trilha, ok?! – E de repente, Min Yoongi conseguiu excluir tudo o que eu falei e focar em um mínimo detalhe.

-Quem é esse tal cara, Park Jimin? – Alguém com ciúmes de outro alguém que se chama Rogério. Essa é nova.

-Um cara ai.

-Que simplesmente te disse sobre um conserto enquanto você usava nada menos que uma boxer curtinha, pretinha que deixa sua bunda gostosinha? – Por que a palavra bunda não está no diminutivo também?

-Está com ciúmes do seu namorado, Min Yoongi?

-Não, só quero fazer amizade com um desconhecido que viu o corpinho lindo do meu namorado. – Respondeu apertando meus dedos enquanto nos dirigíamos até o carro. – Ande, me diga, o que fez um cara do nada se aproximar de ti e te convencer a me levar em um maldito show em um karaokê!? – Coloquei o cinto de segurança e fitei o para-brisa do carro, as estrelas já nos davam o ar da graça assim como o olhar firme de Yoongi em mim. – Ande, loirinho, me explique como conseguiu essa façanha...

-Vai insistir nisso? – Murmurei e o olhei – Você vai rir... – Disse com um sorriso – Mas pra que tanto caso?

-Eu... – Quando finalmente olhei para seu rosto, Min desviou seu olhar e abaixou a cabeça – Sabe o quanto me deixou preocupado saindo sozinho, praticamente nu, em uma cidade que não conhecemos direito de madrugada e só com seu celular em mãos? Óbvio que fiquei balançado em saber que... – Ele deu partida no carro, mas antes olhou para mim – um cara simplesmente te disse sobre um show e você concordou.

-Ficou preocupado?

-Sim... Idiota filho da mãe! – Gritou para um carro que não ligou o pisca. – Jimin, eu sei que não está bem... só quero ajudar.

-É o Rogério. – Ele freou o carro com força – O cara que nos convidou para o show é o Rogério. O recepcionista do hotel. Ele é casado e não é coreano, nem a esposa. Hoje de manhã conversei com ele e ontem, após chegar em casa depois da nossa mínima conversa, a mulher o avisou que estava grávida. Rogério está muito feliz e nem lembra de ter visto o meu corpinho lindo! – Yoongi bateu a cabeça contra a buzina enquanto ria escandalosamente.

-Você é mau! – Exclamou batendo em minha coxa – Precisava me torturar daquele jeito, seu... seu... – Ele continuava a se bater na buzina e causar baderna na rua. – Olha, essa noite eu te juro... Você vai pagar por isso!

 

 

...***...

 

 

Me sentei confortavelmente no colo do Yoongie, dividíamos a mesa com Rogério e sua esposa, e apesar da intromissão daquela morena doida de nome estranho em nossa vida pessoal, lê-se sexual, nós tivemos um jantar completamente agradável. Algumas pessoas se atreviam a subir ao palco e cantar desajeitadamente uma música ou duas sobre algo engraçado, já que o objetivo do local era entreter o público até o momento do show.

Sam Kim era um homem não muito alto, dava para sentir sua emoção ao pisar no palco e ainda mais quando ele sorria de forma alegre para todos que o aplaudiam. O moreno suspirou nervoso e se apresentou, declarando sua primeira música a todas as pessoas que sempre admiravam o toque de um bom pianista.

 

Posso correr e se esconder

Eu estou preso dentro de minhas memórias

 

O calor de Yoongi passou a aquecer-me, a noite aqui era fria, gélida. A voz do garoto sobre o palco era suave e acalmava, ainda mais em um abraço apertado e quente.

 

Afaste-se de tempos

Leve-me para um lugar

Onde eu nunca vá envelhecer

 

Respirei fundo, Min selou meu pescoço e me fez sorrir por alguns segundos. O vi admirar o piano que o menino tocava, estou ciente do quanto Min Yoongi tinha saudades do piano de seu orfanato. Tanto é que na primeira vez que nos chapamos, ou seja a vez em que mesmo proibindo drogas a trupe das cheiradas levou tudo que tinha direito, ele me levou até o orfanato para me mostrar seu antigo piano.

 

Estou cansado todos os dias

Estou com sede para a chuva

Que as águas todas as minhas melodias

 

Não contei a vocês? Foi a minha única lembrança concreta daquela noite perturbante. A noite em que jogamos Eu Nunca, eu mergulhei no lago, me entreguei a todos os toques do Yoongi mesmo que eu vivesse dizendo que não era gay, a madrugada onde tudo que eu fiz foi esquecido.

 

A agulha no céu

Nunca falha para iluminar minha noite

E costura meu coração

Na minha manga esfarrapada

 

Yoongi me levou até o orfanato para que pudesse me mostrar seu primeiro piano. O instrumento que ele tanto cultivava amor e carinho. Que, infelizmente, fora queimado junto com toda a madeira velha, algumas freiras, roupas infantis, brinquedos, documentos e duas crianças.

 

Oh por favor, meu coração é tudo para você

Só por favor, cuide de mim

Eu sou tudo para você

 

Parei de observar o cantos com a voz serena e mirei todo meu foco em Min Yoongi, o moreno ainda fitava o piano com um pequeno sorriso no rosto. Ele provavelmente tinha em sua mente a imagem de seu tão amado instrumento queimado.

-Minnie... – Sussurrei para ele – Está tudo bem? – O mesmo assentiu e parou de observar o piano sobre o palco – As outras músicas dele não são tão pesadas, amor, eu prometo! – Beijei o topo de seu nariz.

-Jimin... – Ele murmurou, envolvei meus ombros com seus braços e me esmagou contra seu corpo. Começou a beijar minha bochecha seguidamente, o que me fez sorrir sem parar. – Nunca pare de falar comigo! – Eu sou o namorado dele, como que vou parar de falar com ele?

-Não vou! – Respondi em meio a risos e continuei a sentir beijos e mais beijos em minha bochecha – Está me deixando sem ar, seu idiota! – Ele selou fortemente minha pele uma última vez. – Por que isso?

-Eu não quero que pare de conversar e falar comigo! É só isso! – Eu ri minimamente.

Outra música já tocava e dava outro humor a todo o lugar, voltei a deitar minha cabeça sobre o ombro de Yoongi. Estou aguardando o momento em que o karaokê vai começar para ver o mico que aquelas pessoas conseguem passar para ganhar um simples troféu e uma foto na parede!

Um menino loiro subiu ao palco e cantou uma música do KARD, Hola Hola, vestido de macaco em referência ao Brasil. Racismo? Não, imagina, faço isso todo dia lá na esquina de casa. Suspirei e virei minha atenção ao Rogério e sua esposa, ambos olhavam aquilo abismados. Ri minimamente ao ver a indignação de ambos, ele podem sim meter o processo minha gente!

Min acariciou meu cabelo e pediu para que nos levantássemos, queria parabenizar Sam Kim pela voz. Saí de seu colo e saímos em direção ao garoto – provavelmente – mais novo, o mesmo conversava com algumas pessoas pertencentes ao público. Apertamos sua mão e o prestigiamos, era bom ver o trabalho alheio, assim você não se limita a pensar só em si mesmo.

-Aproveitando que estamos em pé e com a cara a tapa, que tal ganharmos um troféu essa noite? – Perguntou Yoongi com um sorriso sacana no rosto – Eu escolho a sua música e você escolhe a minha, está bem? – Eu sei que ele vai me foder, e não é que eu não queria isso, mas é a minha oportunidade de fazer ele tomar no cu também...

-Ok, Min Yoongi. Quem vai primeiro? – Perguntei, mas assim que ele respirou e abriu os lábios para dizer algo eu fui chamado por uma garota que anunciava os participantes da lista.

 

-E agora, apresentando a música I’m Not Gay do Jpee, Park Jimin!

 

Mas eu vou matar esse vagabundo filho de uma santa mãe!

Corri até o palco para que não desse tempo do Min se atrever a dizer algo, ou rir da minha situação. Eu ainda vou matar esse garoto, ele nem me deu tempo para eu me preparar! Universo ingrato esse! Peguei o microfone que a moça tinha me entregado e sorri sem jeito para ela.

E então eu contemplei toda aquela multidão pronta para me julgar de todas as maneiras possíveis. Meus lábios tremeram, precisava “dar a minha cara a tapa”, era esse o objetivo do Yoongi. Ele me conhece. A miniatura de satanás me conhece muito bem.

A batida da música soou, o que me deu certo susto, quando você está em um palco o barulho é muito mais alto do que você pensa que é.

Ok, Jimin, vai dar tudo certo! Você vai arrasar com esse putedo!

 

-Saindo com meus amigos até loja de ferramentas, LOJA DE FERRAMENTAS YEAH! – Berrei mesmo, sou desses – Comprando parafusos e pregos, coisas de homem você sabe? VOCÊ SABE, YEAH! – Berrei de novo, não gostou? Me processa. – Meus amigos me perguntam "que tipo de furadeira que você quer?" Então eu disse que eu queria uma na bunda. – Distanciei o microfone de minha boca e ouvi algumas pessoas rirem as minha desgraça, “dar a minha cara a tapa”, vamos lá! Suspirei interpretando a personagem batendo na minha própria bunda. Mico do ano. – O quê? Eu não sou gay! Eu não sou gay! – Gritei enquanto alisava a minha saia preta. Ah, eu não mencionei que estou usando saia? – Foi uma piada caras, vamos lá! Eu não sou gay! Eu gosto mais de vagina que um ator pornô escandaloso – Eu nunca menti tanto na minha vida. - Mas eu posso pegar a furadeira cor de rosa brilhante?

 

-YEAH, BABY! – Um cara gritou do fundo da plateia. Sim eu me assustei, e não foi pouco. Mas o show deve continuar.

 

-Jogando futebol com meus amigos no parque; tive que me agasalhar porque estava ficando escuro... – Saí de cima do palco enquanto uma luz me perseguia, estava fazendo minha melhor apresentação. - O outro time estava parecendo assustador demais. Mas o meu zagueiro, ele não está tendo nada disso.

 

-Ele não estava assustado! – Mirei o telefone para uma senhora de idade cantar, SENHORAS E SENHORES ELA CANTOU!

 

-Ele olhou pra mim e me disse que não importava onde eu estivesse; minha prioridade era proteger a bola... – Me aproximei do Yoongi, que estava em pé próximo ao palco, já que depois de mim quem iria pagar mico era ele. Analisei seu corpo de cima a baixo com uma expressão engraçada, pisquei para o público, que riu em resposta. – Então deu "fourth down", ele se inclinou e gritou "vai!" Então eu fui e agarrei suas bolas! – Quando mencionei que agarraria Yoongi ele subiu em cima do palco e começou a correr, e eu, como um bom namorado que sou, comecei a correr atrás das bolas dele! É a vida, amiguinhos! – Uhhh... – Todos cantaram comigo – Eu não sou gay; EU NÃO SOU GAY! – Esbravejei em comemoração quando finalmente consegui agarrar as bolas de Min Yoongi. Eu vou me arrepender de tudo isso! – Eu apenas estava fazendo meu trabalho, se afasta – Empurrei o moreno para longe, que caiu sentado e boquiaberto com a minha atuação – Eu não sou gay! Não é como se eu estivesse propositalmente tentando sentir suas bolas! – Novamente, fui privilegiado com o riso das pessoas. – Eu só estava preocupado com a segurança dos seus futuros filhos! Oh deus!

 

-Eu não sou gay, eu não sou gay! – Pude ouvir Rogério e sua esposa gritando essa parte da música.

-Para de dizer isso pra mim, cara! Eu não sou gay! – Gente, o povo desse lugar é animado! Eu nem precisei cantar essa parte, fizeram isso por mim, virgem do céu!

-Na próxima vez eu vou apenas deixar suas bolas serem mutiladas, cara – Antes de pular do palco eu fitei Yoongi se levantando – P.s eu não sabia que você estava com tudo em cima! – Comecei a andar pelas mesas e dançar de um jeito muito hétero. – Passeando com meus amigos no oeste de hollywood!

-Hollywood!!

 

-Não foi minha ideia porque eu não sou gay! Um cara passa por mim sem camisa, e eu fiquei como... – Levantei um garoto qualquer que estava junto da namorada, porém Min Yoongi se atravessou na frente do menino, ele até tirou a camiseta, o que fez todos ali presentes soltarem o riso! – “Nossa cara, você arrasa!" ...Merda – Andei com todo o estilo até o centro da pista – Eu não sou gay gente! Esse não sou eu. Eu só estou confortável com minha sexualidade; então eu posso admitir quando eu vejo um cara que tem um rosto perfeito, e olhos lindos... E um peitoral durinho, e um tanquinho... E uma bunda apertável, e aquelas covinhas esculpidas... E aqueles quadris, e o corpo perfeito...E ohhh meu deus, tira logo sua calça! – Essa música foi feita especialmente para mim ou algo assim? – Hum...Foda-se.

-Eu sou gay! Sou muito gay! Eu sou o cara usando esmalte gritando "hey!" Sou o cara que na festa agarra sua bunda... Esse sou eu! E quando você olha pra trás e me olha eu estarei tipo "oque?"

-Yeah! Eu sou gay! Eu sou tão gay cara... – E, felizmente, toda a minha pagação de mico teve seu maravilhoso fim. Deus é precioso e sabe o que faz!

Entreguei o microfone ao Yoongi, o mesmo sorriu alegre para mim.

-Pronto, você já me pagou pela tortura de hoje cedo! – Sussurrou em meu ouvido, desceu seus dedos por minha saia com leveza – Mas não totalmente.

-Não me deixe duro aqui, daddy! – Min sorriu.

-Termino o trabalho mais tarde!

O moreno então subiu no palco, me olhou orgulhoso e confiante. Voltei a me sentar ao lado do Rogério e da Claudia, finalmente lembrei o nome dela!

 

 

 

Min Yoongi, meu namorado, futuro marido e pai dos meus filhotes de cachorros – SEM CRIANÇAS – fez um boquete em um microfone na frente de idosos.

Eu quero fugir daqui. Todos riram daquilo, mas os velhinhos ficaram constrangidos. Eu quero realmente ir embora desse lugar pecaminoso.

Yoongi cantou a música My Whole Family, que basicamente é sobre a família inteira dele achar que ele é gay, inclusive o namorado dele pensa isso. Eu fiz uma boa escolha, apesar de ele ter chupado a porra de um microfone na frente de pessoas doces e fofas.

O maior voltou para nossa mesa enquanto ouvia os aplausos, acabei por rir do tamanho da sua cara de pau ao dizer que sua apresentação foi melhor que a minha. Estendi minhas pernas sobre as suas enquanto bebia Coca-Cola. Suas mãos começaram a massagear o lugar calmamente, o casal ao nosso lado conversava animadamente conosco mesmo com as apresentações cômicas que aconteciam.

Até que o momento em que os grandes vencedores seriam anunciados chegou, a menina ruiva que antes apenas mencionava a música de cada participante subiu ao palco, sorriu para todos nós com certo desconforto e apanhou o microfone.

 

 

Minha apresentação foi claramente lacradora. E a do Yoongie também.

 

 

Mas adivinhem quem ganhou? O cara racista que cantou um hino do KARD muito mal.

 

 

A vida é triste.

 

E por que ele ganhou? Homofobia não é algo legal, só queria avisar.

 

 

...***...

 

 

Os grãos de areia amaciavam nossos pés, deixávamos pegadas onde pisávamos e as ondas faziam um som analgésico. Apertei sua mão em sinal de demonstração de frio, Yoongi sorriu e passou seu braço por meus ombros, rodeando meu corpo ao seu para que eu me esquentasse. Yoongi tinha em torno de seus braços um lençol branco que dividíamos, e em seus lábios um baseado que o mesmo dividia comigo. Ele tinha me prometido que esse era o nosso último. Certas coisas tem de serem esquecidas para que novas coisas surjam. Fora que nem está mais dando o efeito inicial de antes, acontece que quando você não é realmente viciado em algo – ou alguém – seu vício não dura. É algo de momento.

Seus fios negros balançavam com ajuda do vento suave que nos atingia, estávamos próximos a uma região de pedrinhas. Suspirei o vendo parar de andar e estender o lençol no chão. Mesmo com o tecido devidamente arrumado, com a lua nos iluminando e com o baek tendo seu fim, Min e eu não fomos para ele logo de cara. Ficamos nos encarando. Nos testando. Porém, enfim, Min gostaria de dizer algo, eu sentia isso.

-O que foi, Yoongie?

-Ficou triste por não termos ganhados o troféu só porque somos gays? – Eu sorri enfraquecido.

-Claro que não. – Min ficou em silêncio – Sei que vamos passar por esse tipo de arrogância, eu teria de passar por isso de qualquer modo. Mas sei que passarei tudo isso contigo ao meu lado, e vale a pena! – Yoongi me tomou em um beijo necessitado, agarrando meus fios louros, maltratando minha pele, sendo violento e gostoso em seus movimentos.

Em meio aquele toque incrivelmente agressivo, minha saia negra foi removida de meu corpo, e como uma forma irônica de ser engraçado com o Yoongi, minha boxer também foi lançada de forma bela até a areia. Desabotoei os botões de sua camisa escura, diferente de nossas ações anteriores, eu fiz isso com calma. Para que pressa quando – FINALMENTE – temos o universo ao nosso favor? Yoongi pausou lentamente nosso ósculo, suas mãos que antes me machucavam deslizaram por minhas coxas com carinho.

-Não quero ferir. – Disse rente aos meus lábios, com os olhos fixos aos meus. – Não quero machucar. – Selou meus lábios carinhosamente – Hoje eu não vou ter prazer em te ver sofrer. – Seus dedos se movimentaram em minha bochecha, e logo a sua mão retirava a minha blusa calmamente – Só por essa madrugada... Só por hoje eu quero... – Beijos delicados e intensos foram depositados em meu pescoço durante sua fala gostosa. – ...foder com carinho.

Seu toque em meu corpo foi delicado e lento. Cada milímetro de minha pele tremia com sua caricia intensa. Os dígitos de Min Yoongi me percorriam com tanto afeto que os arrepios se tornaram mais presentes que das outras vezes. Mesmo que a famosa foda violenta fosse sempre a realizada por nós dois, por culpa da minha obsessão em sentir dor e a obsessão dele em me ouvir implorando pelo seu toque, uma transa com tanto sentimento envolvida sempre terá “algo a mais”. Um arrepio. Um suspiro. Um gemido. Um arranhão. Um sussurro. Um “eu te amo”. Sempre haverá uma formigação não somente em seus pontos de intimidade, mas sim em todo seu peito por sentir que tudo o que sente é correspondido.

A maneira com que seus atos me tornavam totalmente dele me assustavam. Os apertos suaves me faziam perder a cabeça, e meu membro já sofria as consequências da vagareza e intensidade de toda aquela conexão gostosa. Meu corpo foi precisamente colocado sobre o lençol, Yoongi retirou sua calça e sua boxer, sorriu fofo para mim e veio de encontro com minha boca. Nos beijamos com desejo, delicadeza e com aquele toque de Min Yoongi. Seus lábios umedeceram meu pescoço, meu peitoral, meus mamilos que foram graciosamente chupados, meu abdômen, minhas coxas que foram levantadas cuidadosamente, minha virilha e novamente o meu abdômen.

Com os joelhos dobrados e coxas levantas e firmemente seguradas pelas mãos fortes do mais velho, Yoongi me penetrou vagarosamente. Não sem antes me dar um beijo molhado e feroz. Apesar de todo o momento delicado, o beijo foi extremamente feroz! Eu conhecia essa posição, nunca a fazíamos quando praticávamos sadomasoquismo. Dói. Entretanto, provavelmente era a melhor para o momento. Era a posição que Yoongi poderia me atingir forte, profundamente, e me preenchendo totalmente. E devagar, com lentidão, reboladas vagarosas e certeiras de certa forma.

Meus gemidos estavam em ritmo com as ondas do mar, assim como os de Yoongi. Tão gostosos de se ouvir, transmite uma completa paz para o meu corpo e uma luxuria enorme que me predomina e me arrepia. Mordi o lábio novamente, minha pele já possuía os famosos pingos de suor. Eu estava delirando em puro desejo, o meu pré-gozo já havia nos lambuzado e toda a minha porra logo seria liberada. Eu só sei que o meu ápice pareceu ser mais profundo que das outras vezes, mais real, mais gostoso, mais foda.

 

 

...***...

 

 

Acordei com o som de uma música calma e com o canto dos pássaros a minha volta, as ondas se movimentavam e o vento batia forte. A luminosidade do sol tinha me assustado mas nada que eu não podia lidar, mirei meus olhos em Yoongi, o mesmo estava sentado e abraçava as próprias pernas. Sorri ao ver seus olhos brilhando por poder ver aquele belíssimo amanhecer!

-Bom dia... – Falei com voz de sono, o moreno sorriu para mim com compreensão enquanto eu me posicionava na mesma posição que ele. – Está acordado desde quando?

-Desde que meu celular vibrou com uma ligação do meu pai. – O fitei mais sério. Já começa o dia assim. – Não consegui dormir pensando em tudo o que aconteceu nesses últimos meses, tanta coisa boa, tanta coisa ruim. É um misto. Eu não me decido o que prevalece. O bem ou o mal.

-Yoon... Quer mesmo se mudar para Taean Haean?

-Quero Jimin. Namjoon e Hoseok também vem para cá. E meus negócios aqui serão mais calmos e me deixaram mais felizes. Mas sei o que está pensando. Eu não consigo perdoar meu pai nem que ele more na mesma casa que eu, ou seja, não estou fugindo dele.

-Na verdade... Estou pensando em como esse seu jeitinho de ver o mundo me conquistou e me fez te querer mais a cada dia! – Exclamei com os olhos entreabertos. Yoongi sorriu.

-O que foi fazer ontem de madrugada?

-Ligar para o Disque Denúncia. – Ele virou o rosto para mim – Não suporto saber que não ajudei alguém que precisava de mim. Sabe... O Disque 100 me informou e... Acho que todas as pessoas que são abusadas ou que viram algo deveriam ligar para lá... Gays, trans, drags, héteros... Qualquer um que precisa de ajuda. – Yoongi suspirou e fez uma expressão fraca. – O que foi? Acha que eu errei em ter ligado?

-Não, é que eu pensei um pouco agora e... – Ele voltou sua atenção para o brilho do mar – Será que meu pai já foi abusado e nunca ligou para alguém? Ontem sofremos com homofobia, imagina tudo que ele passou... – O moreno ficou cabisbaixo.

-Yoongie... – Murmurei o chamando.

-Tudo bem. Eu só pensei que talvez eu pudesse ser útil para ele nessas horas. Mesmo que ele tenha me jogado como lixo, eu não negaria ajuda a ele se visse como o tratam.

-Então... por que negamos ajudas a Allegra? – Ele respirou profundamente – Por que ficamos parados?

-Allegra era o nome da minha mãe. Eu não consegui me manter forte quando ouvi esse nome. Eu queria ter ido contra, eu queria ter... Impedido toda aquela merda! – Agarrou os fios de cabelo – Mas eu fui um inútil medroso!

-Eu também fui... Yoon... – O peguei pelo queixo – Vai dar tudo certo, tá?! Pare de se culpar e eu também pararei. Vamos dar um jeito em tudo isso!


Notas Finais


Se Park Jimin pegou no saco de Min Yoongi em público enquanto gritava que não era gay e Min Yoongi fez um boquete no microfone na frente de idosos, agradeçam a Rogério que sugeriu essa atividade <3

momentos yoonmin sendo baseados na minha vida de novo rsrs (ao mesmo tempo q tenho saudade eu qro esquecer, bem triste sim)

Músicas:
I'm Not Gay and My Whole Family

Músiquinha lindinha: Seattle - Sam Kim

P.s. estou indo responder os comentários do outro cap, bye <3


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