História Never Gonna Leave This Bed - Dez.

Três semanas já haviam se passado desde o desconfortável jantar na casa de Naruto. Sakura e Gaara agora tinham firmado namoro e todos os jovens shinobis já sabiam disso, inclusive Sasuke. Aquilo o incomodava muito, mas nada podia fazer, a não ser respeitar a vontade da mulher. Droga! Tinha voltado por nada?! Quando decidiu voltar, pensou que seria tudo mais fácil, e que agora já estaria morando junto com aquela que ele amava e ao invés disso, tinha que dormir numa cama que, sob o céu da vila, parecia ainda mais vazia.

Sakura acordou quando já era quase meio-dia  naquele sábado e logo foi se arrumar, já que Gaara chegaria em breve. Estava satisfeita com seu parceiro, mais satisfeita que com todos os outros rapazes com os quais se envolveu – com uma única exceção, é claro.  Seu namorado atual era carinhoso e gentil, além de atencioso e paciente. Em pouco tempo de relacionamento, ele já tinha visto Sakura surtar algumas vezes por estresses vindos do hospital e, ao contrário do comum, ele não a criticava ou opinava, apenas ouvia suas queixas acerca de tudo e de todos. Sakura não acreditava ter encontrado alguém tão bom para ela como Gaara.

Afinal, ninguém é perfeito, e tudo estava bom demais para ela acreditar.

Após tomar um longo banho vestiu uma roupa casual: uma calça preta colada ao corpo, valorizando sua silhueta e  uma blusa vermelha mais soltinha. Após secar os cabelos foi direto à cozinha preparar o almoço. Quando a refeição estava quase pronta,  ouviu a campainha tocar. Ele chegara. Seu coração acelerou, feliz ao pensar na tarde maravilhosa que teria com o Kazegake. Quando ela abriu a porta, mal pôde dar um oi, pois Gaara já havia entrado e colocado-a em seus braços. Beijou-a com voracidade, empurrando-a até a parede ao lado da entrada principal. Sakura correspondeu o beijo à altura, já sentindo o volume por baixo das calças do rapaz. Seu corpo estremeceu e ela sentiu um calafrio por todo corpo. Ela sabia o que o rapaz queria, e o pior de tudo é que ela também queria a mesma coisa, embora tivesse receio de se entregar a alguém além do seu primeiro amor.

                — Mal podia esperar para te ver. — Disse Gaara, beijando a pele macia do pescoço de Sakura.

                Ela se esquivou das carícias.

                — Vamos comer? Estou morrendo de fome, mas quis esperar pela sua companhia. —disse, puxando o rapaz pela mão.

Após uma tarde passeando pela vila, a noite chegara e com isso o casal já havia voltado para casa. O clima estava muito quente e por isso eles decidiram ficar na varanda do segundo andar conversando e aproveitando a brisa fresca que soprava graciosamente as folhas das árvores.

Ali, eles dividiram histórias e sonhos. Gaara abriu seu coração, contando como teve uma infância triste e solitária e como sua vida mudara desde que se tornara Kazekage. Hoje ele tinha um propósito, um bem precioso pelo qual lutar: a aldeia da areia. Sakura também compartilhou sua trajetória de vida, contando como estava realizada por ser uma médica ninja e como seu treinamento fora intenso e rígido. Perderam horas ali sob o céu estrelado. Gaara estava tão feliz naquele momento... Feliz pelo rumo que sua vida tomara, por estar com aquela mulher maravilhosa ao seu lado. Não conseguia parar de observá-la, ela era tão linda...

—Bom, eu já vou indo. Pretendo passar a noite em Konoha, preciso tratar de alguns assuntos com Naruto amanhã. – Gaara disse enquanto colocava a mão fria sobre a nuca da garota. O corpo de Sakura estremeceu ao sentir seu toque e, num impulso, levou seus lábios de encontro aos do rapaz. O beijo se intensificou e ela passou os braços em volta do pescoço dele.

— Pode passar a noite aqui se quiser. — Ela disse num sussurro que exalava desejo.

— Eu adoraria — sorriu e sentou-se novamente, pegando-a no colo, posicionando as pernas dela em volta do seu quadril. Pousou as mãos nas coxas da garota, a maciez da pele delicada fazia seu sangue ferver em puro desejo. Precisava dela de um modo mais intenso do que tivera até agora. Não conseguiria se controlar por muito tempo, ele tinha certeza disso.

Em resposta, Sakura encaixou-se ainda mais sobre ele e ao sentir o volume sob sua calça, gemeu baixinho puxando os cabelos ruivos. Sentir o quanto ele a desejava excitava todas as células do seu corpo. Há tempos não sentia um toque como aquele, de extrema volúpia. Movimentou levemente os quadris, justamente procurando sentir mais daquele membro entumecido. Gaara suspirou alto, subindo as mãos pelas pernas da garota, sentindo uma leve mordida no lóbulo da sua orelha esquerda. Buscou pelos lábios de Sakura com desespero, e levantou-se dali, carregando a garota com a mão em sua bunda. Não queria mais se controlar.

Caminhou enquanto a beijava até alcançarem o quarto, procurando a cama com rapidez. Inclinou-se sobre o móvel, deitando-se sobre o corpo de Sakura, que não demorou a tirar a blusa do rapaz, esfregando seus braços fortes. Ela, num ato um pouco mais ousado,  desceu a mão ao abdômen definido, arranhando levemente enquanto seguia uma trilha até a borda da calça, tratando de abri-la com facilidade. Pegou o membro enrijecido, esfregando-o por cima da cueca, mas quando fez menção de puxá-la para baixo, Gaara a repreendeu.

 — Não, hoje você é quem vai aproveitar. — Disse enquanto tirava a blusa da garota.

Deu leves beijos na parte descoberta dos seios e apertou-os com gentileza, subindo os lábios para o pescoço, onde pressionou a boca com mais intensidade, deixando pequenas marcas roxas na pele clara. Abriu o sutiã com destreza e parou por um momento para analisar os belos seios da garota, médios e perfeitamente empinados. Viu-a corar levemente e deu um sorriso pelo canto da boca, incapaz de ignorar a atração que aquele comportamento causava sobre ele. Mostrar que estava com vergonha evidenciava seu mínimo contato com homens naquela situação, e ele gostava de saber que era um dos poucos que estava desfrutando daquele contato. Esfregou seu membro ainda coberto pelas roupas no corpo dela enquanto beijava seus lábios e deslizava as mãos pela cintura curvilínea. Sem mais demora, tomou um dos mamilos na boca, sugando-o com vontade. Sakura gemeu um pouco mais alto, passando os fios ruivos por entre os dedos.

Em seu desejo máximo, Gaara desceu os beijos pela barriga da garota, já abrindo e puxando a calça dela com rapidez. Sakura instintivamente abriu as pernas, já ansiosa pelo toque que viria a seguir. Sentiu quando ele enconstou os lábios em  sua virilha, puxando também sua roupa íntima, e seu coração acelerou quando se viu nua em frente àquele rapaz que estava apenas com uma peça de roupa. Caramba, como tinha deixado chegar a esse ponto?

Fechou os olhos para disfarçar a vergonha da situação, mas suspirou alto quando sentiu o rapaz tocar a língua em sua intimidade. Ele explorava o ponto mais frágil de sua feminilidade com lentidão, dando leves chupadinhas ali. Percorreu a língua até a entrada, afundando-a o máximo que pôde, voltando até o clitóris em seguida. As lambidas suaves de Gaara faziam-na perder os sentidos, e ela só sabia pedir por mais. Sem se dar conta do que estava fazendo, puxou os cabelos ruivos e rebolou os quadris, sentindo o toque quente e macio se intensificar. Ele acelerou os movimentos com a língua, intercalando com chupões fortes porém delicados, até que Sakura atingiu seu ápice, gritando tão alto que até mesmo o rapaz gemeu enquanto bebia seu líquido.

-Delícia... — ele disse com a voz rouca, beijando as coxas dela.

Sakura ofegava discretamente, até que viu Gaara tirando o resto da própria roupa enquanto pegava uma camisinha do bolso esquerdo da calça. Sakura assistiu, sem pudor, ele vestir o preservativo, aproveitando também para olhar mais aquele corpo másculo. Em poucos segundos sentiu a ponta do membro rígido em sua entrada e respirou fundo, pronta para recebê-lo.

Gaara foi carinhoso e gentil, penetrando-a devagar. Não queria ser rude e machucá-la, apesar do seu corpo ter se incendiado em desejo ao sentir a lubrificação da garota. Movimentou-se de modo a sempre afundar-se um pouco mais, sentindo as paredes de Sakura apertando-o.

— Nossa... — sussurrou nos ouvidos de Sakura, que apesar do leve incomodo inicial, já estremecia, sentindo-o preencher seu corpo. Ele manteve um ritmo lento, beijando os lábios inchados da garota, mas oh céus, como era difícil se segurar.

— Garaa... — ela mordeu o lóbulo da sua orelha — eu quero mais...

As palavras dela vieram como um presente, permitindo que ele se movimentasse mais rápido, sentindo a pressão sobre seu membro aumentar. Não podia mais se controlar, precisava libertar todo o desejo que  queimava seu corpo. As investidas foram aumentando, cada vez mais fortes, fazendo a cama ranger, ele ofegava e Sakura gemia seu nome em tom alto.

— Calma... Calma... — Ele manteve-se dentro da garota, diminuindo o ritmo do seus quadris e fechando os olhos, numa tentativa de retardar seu ápice.

Sakura podia ouvir os batimentos do coração do rapaz sobre ela, e quando passou as mãos nas costas dele, sentiu a fina camada de suor sobre a pele lisa. Decidiu que era hora de tomar iniciativa. Empurro-o para o lado, ficando sobre ele em poucos segundos. Posicionou o membro em sua entrada e sentou lentamente. Gaara suspirou alto.

  — Você é... muito gostosa... — disse apoiando as mãos na cintura fina.

  — Você ainda não viu nada. — Ela disse, dando um sorriso malicioso, rebolando a cintura, até que o ele pousou uma mão sobre seu ponto mais íntimo. Ela não conseguiu controlar as intensas ondas de prazer que percorriam seu corpo, começou então a cavalgar sobre o rapaz, balançando a cama inteira. Ele acelerou o ritmo de seu polegar, fazendo-a movimentar-se cada vez mais rápido. Os dois já não conseguiam conter o prazer que transbordava naquela cama e quando Sakura gozou pela segunda vez, Gaara trincou o maxilar, atingindo também o orgasmo.

Sakura deixou seu corpo cair sobre o do rapaz, e os dois se beijaram apaixonadamente. Pela primeira vez em muito tempo ela se sentiu satisfeita em seu apetite sexual, além de que estar em cima de um rapaz como aquele lhe passava a sensação de realização como mulher, desejada e amada. Sorriu, sentindo o cheiro masculino do namorado, queria ficar ali por horas, mas teve que se levantar.

 —  Vou tomar um banho, você vem? — Andou rebolando o corpo nu em direção ao banheiro.

Gaara assentiu positivamente com a cabeça, retirando o preservativo e jogando-o no lixo assim que chegou ao banheiro. Pôde escutar o barulho do jato de água sendo ligado e seus olhos se perderam mais uma vez no corpo de Sakura.  Observou ela primeiro fechar as mãos em forma de concha e molhar o rosto, conferindo se a temperatura da água estava boa, em seguida enfiou a cabeça e o resto do corpo embaixo do chuveiro, molhando-o enquanto empurrava os fios de cabelos para trás.
O ruivo não perdeu tempo ao vê-la se virar de costas e caminhou até ela, fechando o box e abraçando-a por trás.

— Hum... Soube que Uzumaki Karin está doente. — Ele murmurou enquanto passava as pontas dos dedos pelo caminho do pescoço feminino. Sakura arrepiou-se e de algum modo achou aquele toque familiar. — Gosta disso? — Sorriu, beijando o local depois de retirar os dedos.

— Sim, Tsunade-sama estava trabalhando para achar alguma saída para o caso dela, um tratamento complicado, mas Karin insiste que não quer. — Suspirou, sentindo Gaara tatear suas costas, acariciando-as. — Ela só toma uns remédios produzidos em uma pequena aldeia no pais do ferro, infelizmente é a vontade dela.
 

— Soube que Sasuke Uchiha está cuidando dela junto com Suigetsu Hozuki. — Ele retirou as mãos das costas dela, pegou a esponja e despejou o sabonete liquido, em seguida colocou os cabelos róseos para a frente do colo, passando a esponja nos ombros e na curvatura do pescoço. — Acho que desistiu de você, não?

— Ela era companheira do time Taka. — Fechou os olhos quando sentiu a esponja massagear sua espinha e a outra mão dele apertar seu quadril, puxando-o de encontro ao corpo dele de forma possessiva. — Não me interessa nada que envolva o nome dele.

Mesmo estando de costas para Gaara, pode desenhar na mente de forma perfeita o sorriso presunçoso nos lábios dele por sua resposta.

— Fico feliz em saber disso. — Sem soltar a esponja ele envolveu o corpo dela, abraçando-a e beijando o topo da sua cabeça  embaixo d’água. — Você é uma das melhores coisas que já aconteceu na minha vida, pequena flor.

Sem saber como responde-lo, simplesmente se virou e beijou-o carinhosamente.

— Vire-se. — Sakura sorriu, pegando a esponja da mão direita dele a obedeceu com prontidão. Tratou, então, de fazer os mesmos movimentos anteriores feitos por ele com a esponja. — Sua vez.

Estava, de certo modo, feliz com seu namorado, mas por que não se sentia completa? Parte de si, mesmo depois de tudo ainda pensava em Sasuke. Tentava, de toda a sua alma e coração amar Gaara, mas sentia que nunca poderia amá-lo com fez com seu primeiro homem.

Sem se dar conta, já que estava perdida em pensamentos que vieram em má hora, lágrimas formaram em seus olhos enquanto ensaboava o corpo do Kazekage. Como estava embaixo do jato que vinha do chuveiro, deixou que elas caíssem junto á água, agradecendo a todas as divindades existentes por Gaara não notar em nenhum momento.

Naquela noite depois do banho, fizeram amor mais uma vez e Sakura, sem conseguir evitar, pensou em Sasuke quando ouvia palavras de carinho ditas por seu companheiro. Também imaginou como seria se o Uchiha a estivesse tocando naquele momento, ao invés do Sabaku.

Lançou mil maldições a si mesma por estar pensando coisas do tipo enquanto estava com outra pessoa, mas simplesmente não podia, não podia evitar de forma alguma e isso de certa forma a deixava apavorada.

...

O brilho dos olhos pelo Sharingan e o Rinnegan eram as únicas coisas visíveis ao meio da escuridão da noite na floresta. O vento assoviava e faziam sua capa negra balançar com força enquanto saltava pelos galhos das árvores.

Estava voltando para a Konoha após ir ao Pais do Ferro para pegar os remédios especiais de Karin na pequena vila nos arredores. Não quis nem mesmo pousar, apenas pegou o que precisava e se dirigiu ao caminho de volta de onde partiu.

Sentiu uma pequena gota d’água molhar a ponta de seu nariz afilado, retirando-o de seus pensamentos. Suspirou e diminuiu a velocidade, pousando no chão e olhando para o céu que estava cheio de nuvens, indicando que uma grande tempestade estava prestes a dar as graças de acontecer.

— Maldição. — Praguejou, puxando a capa para cima da cabeça enquanto apertava a bolsa com seus pertences mais ao corpo, voltando a velocidade anterior.

Teria que parar até a tempestade cessar. Também não havia se alimentado e dormido direito desde os dias que havia saído da Vila para buscar os medicamentos, deixando Karin na companhia do antigo companheiro do Taka, Suigetsu.

Após alguns minutos de corrida, avistou uma pequena caverna e não pensou duas vezes em entrar quando sentiu que a chuva estava aumentando.
Sentou-se no chão da caverna e comeu os Onigiris comprados na Vila, olhando o crepitar das chamas que acendeu com seu Katon logo depois de pegar lenha.

“Já se passaram três semanas. Três semanas. Três semanas desde que encontrei Karin de novo e decidi seguir os conselhos dela de não ir atrás de Sakura mais uma vez. Minha vontade de procura-la se desvaiu assim que soube, três dias depois daquele jantar, que ela engatou um relacionamento sério com o Kazekage. Quando Naruto me informou sobre essa notícia, minha raiva era tão grande que eu diria que era capaz de destruir o País do fogo inteiro sozinho. E talvez eu destruísse se ainda fosse o Uchiha de antes. Insano. Aquele que eu fui no País do Ferro quando atentei contra os cinco Kages, incluindo Gaara, que está com ela hoje. Naquela ponte quando tentei matar Sakura, Karin e qualquer um que ousasse cruzar o meu caminho, eu estava perdido, navegando em um mar de ódio sem fim, me sentia no fundo de um buraco do qual ninguém poderia me tirar, mas eu estava errado ao tirar essas conclusões. Eu tinha Naruto, Sakura e Kakashi, eles lutaram por mim até o final. Me afundei em minhas próprias mentiras, menti para todos eles e principalmente para mim. Eu achava que cortando os laços nada me atrapalharia a cumprir meus objetivos... Mal sabia eu que meus laços com o time 7 não podiam ser desfeitos, porque, apesar tentar de todas as formas cortá-los, não os conseguiria tirá-los de mim. E no fundo, agradeço muito por esses laços serem assim, inquebráveis.”

“Eu não me sentia pronto para receber o amor de cada um deles quando parti, precisava sair em busca da minha própria redenção, não me sentia pronto para ser amado por ela, e nem por ninguém. Não me sentia digno de qualquer sentimento bom vindo de qualquer um, não depois de tudo o que eu fiz. Mas antes de partir, Sakura insistia que quando eu estivesse pronto, eu deveria voltar para ela. Quando eu finalmente voltei, nada foi como eu esperava. Ela não me recebeu com o sorriso doce que sempre dava quando me via, não me chamou da forma que sempre me chamava e não me tocou da mesma forma que sempre me tocava. Tudo porque, naquela noite, eu não tive coragem de me despedir dela.”

E assim, submerso em seus pensamentos e com o crepitar das chamas,  Sasuke adormeceu.