História Never let me go - Nunca desafie Simone

Após aquela patada que eu dei na Fionna, decidi que o melhor a fazer era avisar a Simone que iria dormir fora, porque caso contrário, eu não voltaria vivo amanhã de manhã.
Bati, pela primeira vez na vida, na porta de casa, esperando ser respondido logo.
O seu rosto amedrontador apareceu detrás da porta, e todo o seu mal humor a acompanhou com um encato que só ela tinha.
-O que você quer?- Perguntou ácida- Pode entrar, vamos.
-Olha...eu...- Como falar isso?- Vou dormir fora de casa hoje.
Ela levantou somente uma sobrancelha, formando uma imagem desafiadora.
-Aonde?
-Na casa do Gumball- Respondi corado.
O problema foi que ela percebeu minhas bochechas levemente avermelhadas de vergonha por conta da minha pele extremamente pálida.
-Fazer o quê?- Perguntou mais um vez, me analisando com cuidado.
-Hum...dormir, eu já disse.
Ela suspirou cansada, mas não estava afim de ser prestativa.
-Entrando, rapaz- Ordenou abrindo a porta, Me encarando mortífera- E se não me obedecer, eu arranco todos os pelos do seu nariz.
-Mas...- Tentei implorar, mas eu ouviu um "pelos do nariz" mais uma vez e desisti- Ok, ok, vou entrar.
Como Simone podia ser tão má? Agora irei ter que avisar a Gumball que não dá pra ser hoje.
Ao chegar no meu quarto, eu pus minha cabeça para fora da janela, bombardeando a janela do quarto do Gumball a distância com pedras, assustando o mesmo.
-Marshool?- Perguntou abrindo sua janela, na hora que eu finalmente parei de jogar pedras.
-Ei, Gumball- Cumprimentei com um sorriso cansado- Não vou poder ir ao consultório hoje, tenho patrulha- Informei apontando para trás, ajudando-o a entender que foi Simone que proibiu.
-Hum...e como foi lá com a Fionna?- Perguntou desapontado, como se seu dia estivesse estragado completamente.
Bufei só de lembrar daquela vaca, mas aposto que Gumball irá adorar a história.
Contei tudo que aconteceu, desde seus xingamentos infantis até as minhas últimas palavras, sem querer soltando o fato que chamei-o de namorado.
Minhas bochechas coraram ao ver sua expressão radiante, mas não sabia como reagir a aquilo.
Será que ele não percebeu que eu o chamei de...
-Então você já me considera seu namorado?- Perguntou malicioso, deitando no parapeito da sua janela, assim como eu.
-Você nunca me pediu em namoro- Argumentei desafiador, mas com um sorriso malicioso em rosto.
-Então...- Começou um tanto timido- Quer namorar comigo?
-Vou pensar no seu caso- Respondi sem objetivos.
Não sei se eu realmente quero deixar tão fácil assim.
-Por quê?- Perguntou desapontado.
-Eu aparento ser tão fácil assim?
-Pelo amor de deus, Marshool- Reclamou revirando os olhos- Você foi o mais fácil aqui.
-Ah, qual é!- Argumentei desafiador- Você foi o mais fácil.
-Eu fui o mais fácil?- Exclamou surpreso- Você que me beijou, idiota.
-A culpa não é minha se você era cu doce.
-EU? Você deve estar se confundindo com você mesmo.
E assim nós discutimos um pouco, durante muito tempo, pelo menos até Gumball informar sono e me obrigar a dormir também, mesmo que em casas diferentes e não na mesma cama.
Ele ainda parecia meio chateado por Simone ter me proibido de ir, mas entendia perfeitamente a situação e prometeu não quardar rancor, o que me deixou aliviado.
-Ei...-Chamou ele quase fechando a janela- Eu também te amo- E a fechou completamente.
Eu sorri meio bobo, encarando aquela janela com carinho, mas eu sabia que precisava dormir logo, senão eu não acordaria no outro dia.
Eu pensava que hoje seria um dia ruim por conta de Fionna, mas nada melhor que o Gumball para me fazer sentir melhor.