História Never Let Me Go - Job interview.

Elena POV

Olhei para o relógio em meu pulso e percebi que já estou atrasada para a entrevista de emprego, peguei minha bolsa e saí depressa do meu apartamento trancando a porta logo atrás de mim. Fui demitida a duas semanas atrás, eu trabalhava em uma loja de roupas, aqui em Nova York, por quase um ano. No entanto, Louise, a dona da loja, precisou demitir alguns funcionários e eu fui uma delas. Chamei um táxi e o mesmo chegou alguns minutos depois, entrei no carro e o motorista sorriu simpático para mim que retribui seu sorriso. Abri um pouco a janela do táxi e deixei aquela brisa fria e gostosa da manhã invadir o veículo.

Há quatro anos atrás, meus pais morreram em um acidente de carro, nós estávamos indo para casa depois de uma festa que eu e meu irmão Jeremy tínhamos ido sem a aprovação dos meus pais. A pista estava escorregadia por causa da neve que caía.

  FLASHBACK 

Minha mãe dizia o quanto eu estava sendo irresponsável por levar meu irmão de 16 anos a uma festa sem que eles permitissem. Eu olhava pela janela do carro enqunto ela falava, eu não diria nada, pois sei que ela está coberta de razão. Jeremy, por outro lado, reclamava do modo como nossa mãe o trata, segundo Jeremy, ela acha que ele ainda é uma criança. Depois de uma longa discussão, os dois enfim fizeram silêncio, mas então eu decidi falar.

— Pai, mãe, me desculpem - comecei a falar - eu sei que fui totalmente irresponsável ao levar Jeremy a essa festa, mas eu só queria me diverti um pouco com meu irmão. Me desculpem. - olhei para meus pais, minha mãe me olhava carinhosa assim como meu pai.

— Nós te amamos filha, amamos vocês dois. Eu espero que essa história não se repita. - meu pai disse.

— Eu amo vocês. - minha mãe nos olhou nos olhos e sorriu para mim e meu irmão.

— Nós amamos tanto vocês. - falei e Jeremy sorriu concordando comigo. 

Nós quatro ficamos em silêncio, então, sem que eu percebesse como aconteceu exatamente, o carro capotou, derrapando da ponte e caindo na água. Quando dei por mim já estávamos afundando, tentei tirar o meu cinto e assim que o fiz olhei para Jeremy que já estava desacordado e libertei ele do cinto. Olhei para o meu pai e ele tentava desesperadamente tirar minha mãe do carro, quando viu que meu irmão e eu já estávamos soltos, meu pai gesticulou para que eu tirasse Jeremy dali e assim eu fiz. Tirei meu irmão da água e deitei ele na margem. Minha cabeça rodava e meus olhos queriam se fechar, mas eu me obriguei a ficar com eles abertos até que meus pais saíssem da água; o que não aconteceu. O desespero tomou conta de mim e meus olhos se encheram de lágrimas.

— Pai... Mãe... - minha voz saiu fraca. - Por favor, voltem. - sussurei e encarei o grande rio a minha frente. - Voltem! - gritei sentindo as lágrimas desceram. Meus olhos se fecharam aos poucos e fui deitando devagar ao lado de Jeremy, escutei ao longe a sirene da ambulância e meus olhos enfim se fecharam me deixando inconsciente.

     FLASHBACK OFF

O táxi parou em frente a uma grande casa que parecia mais uma mansão, paguei ao motorista e sai do carro. Caminhei até a porta e toquei a campainha respirando fundo antes, alguns minutos depois uma mulher com aparência de quarenta anos com um sorriso simpático abriu a porta.

— Olá, estou aqui para ver a senhora Lillian Salvatore. - eu disse um pouco nervosa.

— Você deve estar aqui para a vaga de empregada. - ela disse e eu assenti. - Pode entrar. - adentrei na mansão Salvatore e a mulher me guiou até a sala. - Vou chamar a Senhora Salvatore.

Pensei em sentar no sofá e esperar, mas imaginei que a senhora Salvatore não iria gostar. Depois que saí da loja de Louise, ela ficou com um certo arrependimento de me demitir, afinal, eu sempre fui uma boa vendedora, entretanto a demissão foi precisa para os negócios. Louise é uma amiga próxima de Lillian e ela me indicou o emprego na mansão. Eu rodei meus olhos pela sala e observei todo o local, ao lado esquerdo tinha uma prateleira grande de livros que ocupava boa parte da parede, dois abajures ficam em pontos diferentes na sala, o sofá marrom escuro de couro fica no lado direito e atrás dele fica uma mesinha com várias garrafas diferentes de bebidas. A lareira chama atenção de qualquer um, ao lado dela tem duas poltronas também marrom, alguns vasos ficam distribuídos pela sala como decoração e nas paredes estavam fotos do que eu imaginei ser a família Salvatore. Os Salvatore são uma família muito rica, eles tem vários imóveis espalhados por Nova York, até onde eu sei, Lillian e Giuseppe Salvatore tem um filho, Damon, cujo eu nunca vira.

Eu estava me aproximando para olhar melhor o quadro quando ouvi passos na escada.

— Elena Gilbert. - uma voz feminina chamou minha atenção, virei olhando para a escada onde Lillian Salvatore descia elegante em seu salto preto e vestido vermelho escuro até o joelho que realça seus olhos azuis - Olá, é um prazer conhece-la. - ela disse caminhando até mim.

— É um prazer conhece-la também, Senhora Salvatore. - estendi a mão como cumprimento mas Lillian a ignorou, me dando apenas um sorriso, recolhi minha mão.

— Sente-se. - ela gesticulou para o sofá e eu sentei cruzando a perna. - Então, Elena, quantos anos você tem? - Lillian começou a entrevista.

— Vinte e três. - eu disse e ela apenas anotou em uma caderneta.

— Você faz faculdade ou algo do tipo?

— Eu fazia faculdade de medicina, mas tranquei há alguns meses.

— Você tem família?

— Apenas meu irmão. - falei e ela me olhou confusa. - Meus pais morreram em um acidente há quatro anos. - Lillian arqueou as sobrancelhas mas pareceu não se importar.

— E quantos anos seu irmão tem? Ele ainda é uma criança? Se no caso você for contratada, não quero crianças aqui. - disse ela séria e elegante ao mesmo tempo.

— Não, Jeremy tem vinte anos. - Louise já havia me avisado que antes de contratar alguém, Lillian gosta de saber o máximo da vida dessa pessoa.

— Ótimo. - ela escreveu alguma coisa no papel. - Qual sua experiência como empregada? - Qual minha experiência como empregada? - Louise me falou muito bem de você, no entanto você trabalhou em uma loja antes, como poderei saber que será uma boa empregada?

— Bem, sou muito boa na limpeza. - dei de ombros sem saber o que responder e Lillian me encarou.

— Você parece ser uma boa pessoa Elena, mas acho que não serve para trabalhar aqui. - ela fechou o pequeno caderno em suas mãos e se levantou.

— Por favor, Senhora Salvatore, me de uma chance. - eu quase implorei. - Eu preciso muito desse emprego. - e isso é verdade, já estou sem trabalho há duas semanas, se continuar nesse ritimo acabarei atrasando o aluguel do apartamento. Lillian me encarou pensativa por um minuto e então voltou a falar.

— Tudo bem Gilbert, a vaga é sua. - suspirei de alívio. - Você começa amanhã, esteja aqui ás 07:00 horas, sem atraso.

— Obriagada. - sorri para ela.

— Aqui está a chave da porta dos fundos, ela dá direto para a cozinha, é por lá que você vai entrar. - Lillian pegou a chave e me entregou.

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Sai da mansão e chamei um táxi que demorou um pouco a chegar, entrei no carro pegando meu celular e mandei uma mensagem para Jeremy informando que eu havia conseguido o emprego. Alguns minutos depois o táxi parou um pouco afastado do prédio onde moro, desci do carro pagando ao motorista. Peguei meu celular e liguei para Caroline.

— Oi Lena. - minha amiga disse no outro lado da linha - Como foi a entrevista?

— Consegui o emprego Car. - eu disse animada caminhando até o prédio.

— Que ótimo! - ela soltou um grito animada - Estou tão feliz por vo... - senti um corpo bater no meu, meu celular caiu da minha mão e eu me desiquilibrei quase caindo.

— Olha por onde anda! - uma voz desconhecida disse.

— Olha você por onde anda! - gritei - Você quebrou meu celular! - peguei o aparelho que estava com a tela rachada e olhei para o homem na minha frente. Tenho certeza que minha boca ficou aberta num "O", ele tem o cabelo preto com os fios finos lindamente bagunçados e seus olhos azuis são da cor do mar.

— Não vai pedir desculpas? - ele disse cruzando os braços.

— Você quem quebrou meu celular, você que me deve desculpas. - falei como se fosse uma coisa óbvia.

— Que se dane. - disse ele e logo em seguida foi embora.

Mal educado. Pensei comigo mesma pegando minha bolsa que caira no chão. Entrei no prédio e fui até o elevador entrando no mesmo. Olhei para o meu celular já sabendo que ele não pegaria novamente e que com certeza vou ter que comprar outro. As portas do elevador se abriram e eu caminhei até meu apartamento e entrei. Joguei minha bolsa no sofá preto e liguei a TV, alguns minutos depois fui vencida pelo sono.