História Never Let Me Go - She is my girlfriend.

Elena.

Depois de Mary, Lilian demitiu mais três dos seus funcionários e definiu nossas funções de agora em diante. Para minha infelicidade Lily continuou com sua decisão que eu ajudaria na cozinha e na limpeza. Me surpreendi com tamanho autocontrole que tenho, pois o que eu mais queria era gritar com Lilian Salvatore e dizer o quanto ridícula ela está sendo em me sobrecarregar de afazeres pelo simples fato de ter conversado com Damon. Entretanto isso é melhor do que ter sido demitida.

Eu espero.

Após a declaração de Lilian, todos nós empregados, começamos com nossos determinados afazeres. Fui até o quarto das empregadas onde Mary colocava suas coisas em uma mochila, cujo antes estavam no seu armário. Ela pegava alguns objetos e os jogava dentro da mochila enquanto reclamava emburrada.

— Mary, está tudo bem? - perguntei cautelosa. Mary me olhou arqueando as sobrancelhas com uma expressão de "sério?" - Desculpe... - sorri fraco - Pergunta idiota.

— Eu ainda não acredito que ela fez isso! Pior, com uma desculpa esfarrapada como aquela. Você sabe, eu realmente precisava desse emprego. - sua voz subiu algumas oitavas e Mary fechou a porta do armário com uma batida. - Eu a odeio. E como odeio. 

 — Então compartilhamos do mesmo sentimento. - falei e Mary me olhou confusa - Lilian me colocou no seu lugar. Agora vou ter que cuidar da limpeza e ajudar Josy na cozinha. 

 — Não acredito que ela fez isso! - disse Mary tão incrédula quanto eu. Ela pegou a mochila e voltamos para a cozinha.

— Sim, ela fez. Ainda não sei como vou poder cuidar da limpeza e ao mesmo tempo da cozinha. - eu disse e logo ouvi alguém abrir a porta da cozinha, seguido por uma voz extremamente familiar.

— Do que você está falando, Elena? - Damon disse entrando na cozinha e eu virei para encará-lo.

Oh merda!

— A Lilian me demitiu e pôs Elena no meu lugar, sobrecarregando-a de afazeres. - Mary disse antes que eu pudesse falar algo.

— Você não precisa me ajudar, querida. Eu consigo dá conta de tudo sozinha. - Josy disse parando ao meu lado.

— É claro que preciso. Não apenas por Lilian, mas por você Josy. Sei que não conseguiria lidar com a cozinha sozinha. - eu disse dando-lhe um sorriso gentil.

Eu estava certa do que acabara de dizer. Josy pode não ser uma senhora de idade, mas também não é tão jovem, os fios brancos em seu cabelo são a prova disso. Ela precisa de ajuda na cozinha, é impossível alguém cozinhar, lavar os pratos e limpar a cozinha ao mesmo tempo. Se antes desse ser mais um trabalho para mim eu o fazia — quando eu podia — por que agora seria diferente? Sei que isso resulta em bem mais trabalho para mim, porém irei faze-lo.

— Porque diabos Lilian fez isso? - Damon quase gritou, chamando minha atenção.

— Eu realmente não sei. - Mary disse e eu a olhei sugestiva.

— Você não está ajudando Mary. - falei para que apenas ela ouvisse e Mary deu de ombros.

 — Eu vou falar com ela. - disse Damon. 

— Damon, eu não preciso de um advogado. - eu disse e ele me olhou como se eu tivesse acabado de falar a pior coisa do mundo.

— Você realmente acha que eu vou deixar que ela te trate assim, Elena? - agora ele gritava.

Quando abri minha boca para falar algo, Lilian adentra na cozinha com sua melhor cara de raiva. Hoje não é meu dia, com certeza não é. Assim que percebeu a presença da mãe, Damon virou-se ficando de frente para ela.

— O que diabos está acontecendo aqui? Que gritaria é essa Damon? - Lilian perguntou cruzando os braços.

— Eu que te pergunto. Porque encheu Elena de trabalho, sabendo que ela não dará conta? - Damon disse ainda com seu tom de voz elevado.

— Você está realmente se impotando com isso, Damon? Ela é uma empregada e esse é o trabalho dela. - Lilian disse com frieza.

— Foi por isso que demitiu a Mary, não é? Apenas para que Elena ficasse sobrecarregada. Quantos anos você tem, Lilian?! - disse Damon com a mesma frieza da mãe, entretanto ele estava nitidamente irritado.

— Demiti Mary por ela ser uma incompetente, mas isso não vem ao caso. - ela disse e eu ouvi Mary resmungar algo ao meu lado - Agora, eu preciso saber de uma coisa. Porque se importa tanto com a Gilbert? O que ela tem de tão especial que te faz defende-la dessa forma, Damon? - Lilian perguntou-lhe, sua voz soava lentamente.

Por alguns segundos, nossas respirações eram as únicas coisas que podiam ser ouvidas. Até que Damon resolveu falar, fazendo minha garganta quase se fechar.

— Não é o que ela tem e sim quem ela é. Elena é especial e eu a irei defender até o fim. Eu me importo com ela por estar... apaixonado por ela. - ele deu uma breve pausa e virou o rosto um pouco para me olhar - Ela é minha namorada. - ele sorriu e eu fiz o mesmo mordendo meu lábio inferior. Meus olhos já estavam molhados.

As últimas palavras de Damon não surpreenderam só a mim, mas também a todos que estavam presentes naquela cozinha. Mary me olhou com a boca aberta e logo depois sorriu, já Josy sorria para mim alegre, como se já soubesse que aquilo aconteceria. Lilian nos olhava confusa.

 — O quê? - ela disse incrédula.

— É isso que você ouviu, Lilian. Elena e eu estamos juntos. - Damon disse voltando sua atenção para Lilian.

— Tudo bem, se é isso que você quer... - o rosto dela se suavizou um pouco - Sejam felizes. - ela sorriu fraco

Isso realmente aconteceu?

 — Você está bem com isso? - Damon perguntou tão confuso quanto eu.

— Sim, eu só... estou atrasada. - ela olhou para o relógio em seu pulso por alguns segundos e saiu da cozinha.

Eu não estava preparada para contar tudo a Lilian, principalmente dessa forma. Aliás, eu não imaginava que Damon falaria aquilo para ela, ele não havia feito o "pedido" diretamente para mim antes, de forma que me surpreendeu. Mesmo depois de Lilian estar sabendo de tudo, algo dentro de mim me alertava que isso está errado. Porque ela agiria de tal forma, sendo que Lilian já deixou bem claro que não gostava de mim? Sim, algo está errado.

— Oh meu Deus. Vocês estão juntos! - Mary disse animada - Ainda bem que não perdi isso. - finalizou nos fazendo rir.

— Fico tão feliz por vocês, queridos. - Josy falou quando Damon se posicionou ao meu lado - Eu sempre quis que você fosse feliz, Damon. Sempre tive esperança que isso acontecesse e agora sei que irá ser muito feliz. - ela disse afagando o rosto de Damon com um sorriso sincero nos lábios.

— Tudo bem, agora vamos voltar a realidade. - disse Mary e nós a olhamos - Preciso me despedir de vocês. - ela falou triste.

Nós nos despedimos de Mary e ela foi embora com lágrimas nos olhos. Mesmo tendo apenas quase dois meses de convivência, Mary é uma amiga para mim. Sentirei a falta dela.

Depois de um beijo de despedida, Damon disse que iria sair. Segundo ele, estava procurando emprego em algum escritório de advocacia. Eu estou extremamente feliz e orgulhosa por Damon tomar essa decisão. Ele está diferente do Damon que eu conheci quando cheguei na mansão. Ou até mesmo daquele Damon que esbarrei na rua.

Eu nunca imaginaria que um dia iria me apaixonar por Damon Salvatore. 

                            [...]

O dia passou-se mais rápido do que eu esperava e isso é realmente bom, pois eu estava muito cansada pelo excesso de trabalho. Diferente de antes, hoje eu saí mais tarde da mansão, ás 18:30pm. Damon chegou quando eu estava indo para o ponto de táxi e insistiu que me levaria para casa. Durante o caminho até meu apartamento nós conversamos sobre nossos planos para o futuro — um futuro individual — e eu contei para Damon sobre a possibilidade de voltar para a faculdade. Ele achou uma ótima ideia e disse que isso é o certo a se fazer, o que me deixou feliz em saber que ele me apoiava.

Damon parou o carro na frente do meu prédio e ambos saímos do veículo.

— Então, aquilo que falou para Lilian é verdade? Estamos em um relacionamento? - falei colocando minhas mãos na nuca de Damon.

— É claro que sim. - ele disse olhando nos meus olhos e passou suas mãos por minha cintura, me levando de encontro a ele.

Damon colou nossos lábios em um beijo doce e ao mesmo tempo sensual. Nossos lábios se encaixavam perfeitamente e eu puxei Damon para mais perto de mim, querendo o sentir mais. Eu poderia passar a noite inteira assim se eu não precisasse de ar para sobreviver. É tão natural e confortável estar nos braços dele. Então, quando o ar se tornou necessário, separei nossos lábios para depois deixar um selinho nos lábios de Damon.

— Boa noite, Salvatore. - falei dando-lhe um sorriso.

— Boa noite, Gilbert. - sorriu de volta.