Elena POV
Damon dançava com seu corpo próximo ao meu, suas mãos seguravam em minha cintura gentilmente, acompanhando cada movimento meu. Nesse momento, eu esqueci completamente de que ele é Damon Salvatore, meu chefe. Me virei ficando de frente para ele, apoiei meus braços em seus ombros e Damon permaneceu com as mãos em minha cintura. Nossos corpos dançavam em sincronia junto com a música, levantei meu olhar e meus olhos encontraram mais uma vez os de Damon e como sempre, ficamos perdidos um no olhar do outro, como imãs. Damon levou sua mão direita até a minha nuca, repousando a esquerda no meio das minhas costas. Ele aproximou seu rosto do meu, eu conseguia sentir sua respiração se chocar com a minha, que já estava irregular. Damon aproximou-se ainda mais de mim e quando eu olhei por cima do seu ombro, vi Caroline em cima de uma mesa com uma garrafa de bebida na mão. Isso é típico de Caroline, sempre que ela bebe demais, acaba fazendo a mesma coisa sempre. Me afastei aos poucos de Damon, finalmente voltando a realidade, olhei para ele e sua expressão era de dúvida.
— O que foi, Elena? - questionou-me curioso.
— Eu preciso ir. - apenas sai dali e corri para o local onde Caroline estava.
Ela dançava e tomava um gole do líquido que estava na garrafa, enquanto Enzo a observava sorrindo.
— Você enlouqueceu Caroline? Desce daí! - eu gritei para que ela pudesse me ouvir.
— Eu estou feliz, Elena. - respondeu levantando a garrafa.
— Porquê você não a impediu de subir aí? - eu disse áspera para Enzo.
— Ela está feliz, Elena, como ela mesma disse. - ele falou sarcástico.
— Ela está bêbada! - falei e Enzo revirou os olhos - Caroline Forbes, não me faça subir aí para te buscar. - eu disse encarando Car num tom ameaçador e ela deu de ombros.
Suspirei subindo em cima da mesa onde Caroline estava, segurei em seu braço mas ela insistia em ficar, puxei mais uma vez o braço de Caroline e ela obedeceu os meus comandos. Descemos da mesa e Caroline reclamava num tom do qual eu não conseguia entender.
Saímos da pista de dança e quando eu estava abrindo a porta para sair da casa, senti alguém segurar em meu braço. Me virei automaticamente e Damon me olhava.
— Quer uma carona? - perguntou sorrindo.
— Não é preciso. - respondi.
— Elena, Caroline não está em condições de dirigir e, de certa forma, nem você. - ele estava certo, Caroline de longe não estava apta para dirigir e eu também havia bebido. Mesmo assim eu não queria que ele nos levasse até em casa, eu estava com vergonha de quase ter beijado meu chefe.
— Eu agradeço pela gentileza, Damon, mas realmente não será preciso, eu ligo para um amigo. - eu disse e saí da casa antes que ele insistisse mais.
Peguei meu celular na minha bolsa e liguei para Klaus, que atendeu logo em seguida. Expliquei para ele a situação, sem muitos detalhes, disse para ele onde estávamos e Klaus disse que ja estava a caminho. Sentei na calçada da casa de Enzo com Caroline quase dormindo ao meu lado, não pude deixar de lembrar o que acontecera lá dentro. Eu quase beijei o meu chefe! Onde eu estava com a cabeça? Eu poderia dizer que minha atitude foi baseada na bebida, no entanto algo dentro de mim queria beija-lo, chega a ser estranho o efeito que Damon Salvatore tem sobre mim.
Alguns minutos depois o carro prateado de Klaus parou na minha frente, ele desceu do mesmo correndo ao ver Caroline deitada em meu colo.
— O que aconteceu com ela? - Klaus perguntou nervoso.
— Ela bebeu demais, por sua causa. - eu disse alterando minha voz e ele me olhou sem entender.
— O que eu fiz? - Klaus disse me ajudando a levar Caroline para dentro do carro.
— Eu não quero me meter na relação de vocês. - suspirei dando uma pausa antes de voltar a falar - Caroline te ama mais do que tudo nessa vida, quando vocês brigam ela fica muito magoada e acaba resultando nisso.
— Eu também a amo, Elena. - ele disse acariciando de leve os cabelos de Caroline.
Klaus nos levou até a casa de Caroline, decidi que dormiria lá essa noite se no caso ela precisasse de mim. Klaus me ajudou a colocar Caroline na cama e logo em seguida foi embora, prometendo que voltaria no dia seguinte.
Tirei meus sapatos e coloquei em um ponto no quarto de Caroline, tomei um banho e vesti uma de suas camisolas, eu sei que Caroline nunca se importaria. Deitei-me no sofá e logo fui vencida pelo sono.
*
Acordei com a luz do sol no meu rosto, olhei a hora na tela do meu celular que marcava seis da manhã, por sorte não acordei tarde, pois ainda tenho que passar no meu apartamento e trocar de roupas.
Escutei barulhos de pés se arrastando e logo ouvi Caroline resmungar alguma coisa.
— Bom dia. - eu disse me levantando.
— Só se for para você, minha cabeça dói tanto que parece que vai explodir. - ela queixou-se se sentando na cadeira da mesa da cozinha, eu ri do seu comentário.
— Você se lembra do que fez ontem?
— Não. - Caroline me encarou séria - Não vai me dizer que eu fiz de novo. - ela disse e eu balancei a cabeça confirmando. - Oh meu Deus! - ela levou as duas mãos até a cabeça.
— Eu tentei te vigiar, mas você acabou saindo do meu campo de visão. - falei.
— Eu lembro que antes de tomar todas, nós duas estávamos dançando até que o Damon chegou. - Caroline disse e me encarou esperando uma explicação, que não veio - E então Elena, aconteceu alguma coisa entre vocês dois?
— Não exatamente.
— Como assim?
— Nós estávamos quase nos... beijando, então eu vi você fazendo aquela cena e corri para te ajudar. - olhei para Caroline e ela estava com as duas mãos na boca.
Eu tive que ouvir Caroline falar sobre meu quase beijo por um bom tempo, até que a mesma cansou de falar sobre o assunto e eu tive a oportunidade de me trocar e ir até meu apartamento. O táxi parou na frente do prédio onde moro e eu entrei no mesmo. Adentrei no meu apartamento e corri para o banheiro tomar banho, terminei minha higiene e saí do mesmo. Sequei meu cabelo e vesti uma calça jeans preta, uma blusa de mangas longas vermelho vinho e coloquei um sapato vans cinza. Chamei um táxi que chegou alguns minutos depois, eu realmente preciso de um carro, porém meu salário não é o suficiente para comprar um. O táxi parou na frente da mansão Salvatore vinte minutos depois, paguei ao motorista e adentrei na casa.
Como sempre, Josy já estava na cozinha e Mary também iniciara seu trabalho, junto com as outras empregadas. Coloquei meu uniforme e guardei minha bolsa no armário, peguei todos os matérias que eu precisaria e comecei meu trabalho a partir da sala. Limpei os porta retratos, a prateleira de livros, o piso e em meio a tantas tarefas eu ouvi risadas vindo das escadas. Me virei para encontrar Damon descendo as escadas junto de uma mulher morena de cabelos longos e lisos. Ele pareceu não perceber minha presença, o que é quase impossível já que eu estava no meio da sala e ele passou ao meu lado junto com a morena. Damon abriu a porta para que a mulher saísse e antes que ela passasse pela mesma, ele depositou um selinho em seus lábios. Ele fechou a porta e se virou, finalmente olhando para mim e eu o encarei séria.
— Que cara é essa, Gilbert? - Damon caminhou até mim.
— Não é nada, senhor Salvatore. - falei voltando ao meu trabalho.
— Não é o que parece, está chateada com alguma coisa? - questionou.
— Eu apenas estou observando que até ontem, o senhor estava sendo gentil comigo e tentou me beijar, para no mesmo dia dormir com a primeira mulher que aparecer. - eu falei encarando Damon mais uma vez.
— Você está certa, eu tentei te beijar, mas você acha mesmo que eu iria querer algo mais, Elena? - Damon disse e eu me encolhi - Você é só mais uma empregadinha bonita. - nesse momento eu senti meu sangue ferver em minhas veias e a raiva dominou todo o meu corpo.
Dei um tapa no rosto de Damon com toda as minhas forças sem me importar se ele me demitiria ou não. Ele me olhou e eu pude ver a raiva em seus olhos.
— Eu te odeio. - falei e saí da sala em seguida sentindo uma lágrima descer pela humilhação de Damon.
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