História Never Let Me Go - You are special to me.

  Damon POV

Passou-se um mês desde que eu convidara Elena para um jantar pela primeira vez. Depois daquela conversa com Bonnie, eu senti que precisava me desculpar com Elena, mas não tinha em mente chama-la para sair. Entretanto foi isso que fiz e não me arrependo. Aquela noite eu pude conhecer um pouco mais da Elena Gilbert, não só seu lado empregada da mansão. Ela é muito mais que isso. Como não percebi antes? Bonnie estava certa, Elena mexeu comigo. Eu não a vejo apenas como uma empregada, pois agora somos próximos, arriscaria dizer que somos amigos.

Depois da noite do nosso primeiro encontro, Elena e eu nos aproximamos. Eventualmente quando ela está cuidando da parte exterior da mansão eu a faço compainha. Não apenas por ela estar sozinha, mas porque eu gosto da compainha dela. Nós também saímos mais algumas poucas vezes, o que ajudou mais a nossa aproximação.

FLASHBACK:

— Esse lugar é lindo, Damon. - Elena disse olhando todo o ambiente do restaurante, seus olhos brilhavam ao ver cada detalhe.

— Eu tenho bom gosto. - me gabei e ela sorriu, seu sorriso é tão meigo.

— Por que me trouxe aqui? Mais um pedido de desculpas? - disse ela.

— Não. Eu te trouxe aqui porque gosto da sua compainha, Elena Gilbert. - falei sorrindo e Elena fez o mesmo, olhando para o cardápio com as bochechas coradas.

— Eu também gosto da sua compainha, Salvatore. - Elena sorriu olhando para mim e depois voltou sua atenção para o cardápio.

Eu a observei por um minuto e percebi o quanto aquela morena estava se tornando especial para mim.

FLASHBACK OFF

— Já sei para onde vamos hoje a noite. - Enzo disse abrindo a porta do meu quarto bom força e tirando-me de meus pensamentos.

— Oi pra você também Enzo. - falei e ele revirou os olhos - Para onde seria?

— Nós vamos para uma festa na casa de uma amiga da Bonnie. - disse ele sentando numa poltrona do meu quarto.

— Eu não estou a fim de sair hoje, Enzo.

— Você fala a mesma coisa á um mês. - dei de ombros e Enzo me encarou por um segundo - É ela, não é? Você está assim por causa da Elena.

— Isso não tem nada a ver com a Elena. - retruquei - Isso tem a ver com o Giuseppe. Hoje haverá uma reunião em um dos escritórios e ele insiste que eu esteja lá.

— É só por isso mesmo ou você está mudando pela Elena?

— Não estou mudando por ela. - falei sem ter certeza daquilo.

— Tudo bem, não vou insistir. - Enzo sorriu e se levantou saindo do quarto.

*

Dei partida no carro saindo da garagem sem saber ao certo aonde iria, vou apenas dirigir pela cidade. Eu só quero pensar, me entender. Aquilo que Enzo falara ficou fixado em minha mente o resto da tarde inteira. No decorrer desse mês eu percebi que mudei em alguns aspectos, como por exemplo não ir mais para festas como antes. Toda vez que Enzo vem e me faz algum convite para uma festa, o que eu penso inicialmente é em Elena, se ela gostaria que eu fosse. Não me entendo mais, minha cabeça não funciona como antes. É como se um novo Damon surgisse, deixando o antigo para trás.

De fato quando estou com Elena, sinto ser alguém diferente, alguém melhor. Não aquele Damon Salvatore insensível que não se importa com ninguém ao seu redor. Ela desperta o melhor em mim. É estranho e ao mesmo tempo incrível como alguém pode te afetar de tal forma, te fazendo conhecer sentimentos que até então eram desconhecidos. É isso que Elena Gilbert fez comigo.

Eu não sei ao certo o que sinto por ela, apenas sei que é forte e não consigo evitar. Eu não quero evitar. Elena e eu somos amigos e eu não pretendo estragar isso, porém não posso negar que apenas um toque dela faz meu coração acelerar.

Olhei para a janela e o sol já estava se pondo. Fiz o retorno em uma rua voltando para a mansão ao perceber que eu havia esquecido da reunião. Com certeza a reunião que Giuseppe fazia questão que eu comparecesse já acabara, pois ele havia dito que a mesma começaria ás 14:30 e meu relógio já marca 17:30hrs. Estacionei o carro na frente de casa, respirei fundo já sabendo o que irá acontecer se Giuseppe já estiver em casa.

Adentrei na mansão e infelizmente Giuseppe estava na sala, sentado numa poltrona de frente para a lareira com um copo de uísque na mão. Fechei a porta tranquilamente e peguei a garrafa de uísque que estava na mesinha e coloquei um pouco do líquido em um copo.

— Eu sinto muito não poder ter ido... - comecei a me explicar mas Giuseppe me interrompeu.

— Não precisa se explicar Damon, eu sei exatamente onde você estava. - diz sem olhar para mim - Por um minuto eu achei que você teria jeito, mas depois de hoje percebi que você sempre vai ser esse irresponsável.

— Será que você poderia pelo menos me ouvir antes de começar uma discussão?! - tentei falar o mais calmo que pude.

— Ouvir o quê? Você dá mais uma desculpa pra sua irresponsabilidade? - ele gargalhou irônico - Você não consegue sequer comparecer a uma droga de reunião que eu te pedi, Damon! - gritou.

— Eu não sou seu cachorrinho Giuseppe, não preciso fazer tudo aquilo que você me manda fazer. Eu não sou seus empregados! Eu sou seu filho! - eu gritei já totalmente tomado pelo estresse e pela raiva.

— Sim, você é meu filho! Só Deus sabe o quanto eu queria que você estivesse errado, Damon. Você é o pior filho que um pai poderia ter. - Giuseppe disse e suas palavras me atingiram como balas.

— Se eu sou assim a culpa é sua por nunca ter sido um bom pai. - eu disse quando ele já estava deixando a sala.

— Sabe por que eu nunca fui um pai presente? Porque eu não suportava olhar para sua cara. - ele cuspiu as palavras e saiu da sala.

De todas as brigas que Giuseppe e eu tivemos essa, sem dúvidas, foi a pior. Ouvir meu pai dizer aquilo foi como levar facadas no peito. Apesar de todo o rancor que sinto por ele, Giuseppe ainda é meu pai e as palavras dele me machucaram.

Joguei o copo de uísque contra a lareira fazendo as chamas subirem por alguns segundos. Saí da mansão batendo a porta e sentindo as lágrimas nos meus olhos, mas me resusei a derrama-las. Sentei nas escadas que davam acesso a varanda da mansão e alguns minutos depois ouvi passos atrás de mim. Não precisei olhar para ver quem era, Elena sentou ao meu lado e ficou em silêncio por alguns segundos, até que resolveu falar.

— Eu ouvi tudo. - diz cautelosa, como se estivesse com medo de me irritar - Sinto muito pela sua briga.

— Eu nunca pensei que ele falaria aquilo algum dia. - eu falei encarando o nada.

— Tenho certeza que ele falou aquilo da boca pra fora. Vocês estavam com raiva e não pensaram duas vezes antes de falar algo. - Elena dizia.

— Isso pode soar piega, mas as vezes eu sinto como se estivesse sozinho, como se eu não fosse bom o suficiente. - confessei o que eu nunca havia falado para ninguém.

— Ei. - Elena tocou meu queixo com as pontas dos dedos fazendo-me olhar para ela - Você é bom, Damon. Você é especial para mim. - ela finalizou sorrindo fraco.

— Obrigado por estar aqui. - sorri para ela e seus olhos castanhos brilharam como resposta.

Elena deitou sua cabeça em meu ombro entrelaçando nossos dedos. Nós ficamos sentados ali em silêncio, apenas a presença dela me fazia sentir-se melhor.