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História Never let me go - Capítulo I


Escrita por: Sury_M

Notas do Autor


Olá a todos! Essa fic será baseada no filme Never let me go, ou Não me abandone jamais, quem nunca assistiu, assista! Quem já assistiu, chore comigo, esse filme me matou aos poucos e esse tema sempre me encantou demais!

Como eu disse, a fic é baseada, porém não terá a mesma estória do filme, o tema de clonagem humana e algumas falas do filme serão usadas vez ou outra, mas a fic terá uma estória completamente diferente.

Estou repostando ela, já que minha antiga conta foi banida. Ela está disponível no Wattpad tbm.

Como será uma fic com um tema forte eu peço que peguem seus lencinhos e boa leitura...

Capítulo 1 - Capítulo I


Fanfic / Fanfiction Never let me go - Capítulo I

Eu me chamo Harry S., tenho 18 anos. Fui criado por uma fecundação in vitro no laboratório da Human Code Corporation, ou HCC. Eu cresci em uma instituição privada com outros doadores como eu. O motivo de o meu sobrenome ser 'S', nem eu sei, mas foi isso que me forneceram, então devo aceitar sem contrariar.

Oh, desculpe, não disse para quê fui criado, certo?

Sou um doador de órgãos. Não escolhi ser. O fato é que alguém em alguma parte do mundo pagou para que me criassem, quando eu obtiver a idade correta para poder doar então assim será feito. Sem despedidas, sem sofrimento, porque ninguém me conhece além dos funcionários e doadores daqui.

Nós possuímos alimentação regrada para um bom funcionamento do organismo e para manter uma vida saudável, sempre achei isso uma besteira. Detesto brócolis e me obrigam a comê-los todos os dias, enquanto Jorge, um dos seguranças, se delicia com uma fatia de sua torta de morango com chantili.

Reviro meus olhos para aquilo.

Caminho lentamente para o refeitório, é hora do café. Avisto Zayn de longe sentado em uma das primeiras mesas do refeitório, vasculha seu copo de suco vazio como se fosse encontrar algo dentro dele, analisando cuidadosamente a lateral.

Eu sei por que ele faz isso.

Zayn possuía um irmão gêmeo, Zack era seu nome, ninguém nunca distinguia a diferença entre eles, mas eu sim, crescemos juntos, eles sempre foram meus melhores amigos. Nunca me ocorreu que nossas vidas, que eram tão entrelaçadas, poderiam ser separadas tão rapidamente, se soubesse talvez os mantivessem ainda mais próximos.

Quando Zayn e Zack completaram 16 anos, a instituição levou Zack para sua primeira cirurgia. Ele nunca mais voltou.

Zayn chorou por duas semanas seguidas e eu chorei junto a ele, cheguei a pensar que ele morreria de depressão, não comia ou falava até que o obrigaram a comer. Primeiro por alimentação intravenosa e aos poucos ele voltou a se alimentar. Mas nunca mais foi o mesmo.

Eu não diria que me ternei indiferente a perda de muitos dos meus amigos de infância, mas acho que me acostumei.

O motivo de ele analisar o copo era que Zack costumava fazer caretas do outro lado para a imagem aparecer distorcida, pra falar a verdade eu nunca achei muita graça nisso, mas Zayn adorava, talvez analisar o copo o faça lembrar de Zack ou estar mais perto dele.

Suspiro baixinho caminhando para perto da mesa.

- Oi. - sorrio para Zayn que retribui um sorriso fraco.

- Oi. -murmura ele

- Como estão os ovos? - pergunto sabendo que ele os odeia.

- Horríveis. - resmunga revirando os olhos castanhos claros e eu rio fraco.

- Ei, gente! - Gregory e Marcus juntam-se a nós na mesa. - Como estão? - pergunta Marcus.

- Bem, por enquanto. - resmunga Zayn que volta a atenção ao copo.

- Coma seus ovos, Zayn! - senhora Marta grita do outro lado do refeitório. Sempre me perguntei se ela tinha olhos biônicos, provavelmente sim.

- Já estou comendo, senhora Marta. - Zayn sorri falso para a megera e preciso prender o riso para não acabar em apuros por mau comportamento.

- Eu fiquei sabendo de uma coisa interessante enquanto limpava o consultório do Dr. Brad, - começou Marcus. - estavam dizendo que é possível se sobrevivermos à primeira doação sermos liberados para viver nossas vidas. - vejo a animação em seus olhos e não quero acabar com ela, então apenas sorrio e permaneço calado, mas Zayn tem outros planos.

- Não fale besteiras. - resmunga.

- Eu falo sério! Eu ouvi uma das enfermeiras cochichando no saguão. - assegurou Marcus.

- Deve ter escutado errado. Todos sabem que ninguém sobrevive à primeira doação e se sobreviver, a instituição irá matá-lo. - Zayn rosna com os olhos frios, impassível e por mais doloroso que isso seja, ele está certo. Dr. Brad me confirmou isso há uns anos, nos tornamos amigos assim como Natasha, uma das enfermeiras.

- Como pode ser tão frio? - pergunta Marcus enquanto eu e Gregory ainda estamos quietos. - Seu irmão pode estar vivo e você nem se importa! - Marcus sabe que o assunto 'Zack' é delicado de se tratar, mas quando está bravo ele ignora toda a moralidade.

- Zack está morto, assim como eu e você estaremos daqui alguns dias ou meses. Não alimento minhas esperanças com mentiras e você deveria fazer o mesmo. - Marcus levanta da mesa com os olhos úmidos de lágrimas, mas ele não irá chorar, é orgulhoso demais pra isso.

Permanecemos em silêncio pelos próximos vinte minutos, agora sem Marcus incluso na mesa.

- Você pegou pesado com ele. - sussurro para Zayn quando Gregory nos deixa sozinhos para tentar repetir o prato.

- Ele precisa ouvir verdades.

- Mas elas não precisam vir de você. - digo o olhando nos olhos. - Deixe-o ter esperanças, Zayn. É apenas isso o que teremos. - sussurro e acho que o irritei porque ele se levanta rapidamente.

- Isso é patético. - é a última coisa que ele diz antes de ir para o quarto. Olho novamente no meu prato e vejo os ovos mexidos de Lucy, a cozinheira nada habilidosa. Levanto-me da mesa e caminho para meu quarto, ele tem uma cama de solteiro, uma escrivaninha com minhas roupas impecavelmente brancas fornecidas pela instituição e uma janela com grades de aço.

É minha parte favorita do quarto.

Olho para fora da janela vendo o tempo úmido, ouso passar minha mão pela fresta da janela na tentativa que capturar algumas gotículas de água que vez ou outra caem do céu. É o mais próximo do lado de fora que já cheguei e a sensação é maravilhosa. Sorrio para mim mesmo sentindo as gotas escorrerem entre meus dedos.

- Harry... - escuto a voz do Dr. Brad e recolho minha mão assustado. - Você está bem? - perguntou com curiosidade e senso de humor.

- Sim! - sorrio para ele que retribui.

- Vim perguntar se você se importaria de servir como exemplo para alguns universitários que virão visitar a HCC essa quinta feira?

- Exemplo?

- Sim, irei mostrar nossos avanços na clonagem humana e nos avanços científicos.

- Sem problema. - sorrio para ele. De fato será ótimo conhecer novas pessoas, poderei até perguntar como é uma universidade.

Ele sai do quarto e me deixa sozinho novamente, volto correndo para a janela como uma criança feliz contemplando a paisagem vasta que rodeia o instituto, é um campo verdadeiramente verde, para mim este é o mais bonito dos campos mesmo eu nunca tendo visto nenhum outro.

Na manhã de quinta-feira depois do café, caminhei para o consultório do Dr. Brad para encontrá-lo no saguão junto com os universitários. Sorrio para o médico enquanto me aproximo e tem cerca de sete pessoas com ele, o olhar de Brad se ilumina quando me vê e acena para que eu me aproxime mais.

- H!

- Oi, Dr. - sorrio tímido por estar próximo de pessoas desconhecidas.

- Este, como podem ver, é um dos clones da HCC, desenvolvido especialmente para o bem da humanidade.

- Mas eles são humanos também. - diz um garoto que está mais ao fundo do grupo e apenas agora que eu o noto. Ele usa um suéter azul escuro e uma calça preta possuindo óculos de grau na ponta do nariz e uma prancheta nas mãos, acabo me perguntando o que ele escreve nela.

- Eles são clones, senhor Tomlinson. - diz Brad secamente. - Clones são projetados para não sentir nada, não ter sentimentos. Eles não ficam felizes ou tristes. Eles apenas existem. Existem para manter os humanos vivos.

Estou pasmo com o relatório do doutor. É claro que eu fico feliz ou triste! Tenho sentimentos também! Mas não é novidade a HCC dizer isso para a população não se importar conosco. Percebo que o garoto de óculos está me observando e acabo me encolhendo sob seu olhar analítico com olhos azuis penetrantes. Engulo em seco.

- Vamos continuar. - chama Brad e eu o acompanho deixando que todos fiquem a minha frente para não correr o risco de eu me perder em pensamentos e tropeçar ou trombar em alguém. Continuo o trajeto sozinho, enquanto o grupo está a uns dois metros de distância.

- Qual seu nome? - pulo quando escuto alguém falar comigo ao meu lado.

- Harry. - respondo ao notar que é o garoto de olhos azuis. - E o seu? - ouso perguntar, não sei se posso dirigir a palavra a ele, nunca encontrei com alguém de fora antes.

- Louis. - ele sorri e acabo sorrindo junto. - Há quanto tempo está aqui?

- Ahm... toda a minha vida. - digo e ele continua atento a mim, acho que espera uma resposta melhor. - 18 anos. - ele assente e continua a caminhar ao meu lado e isso me deixa nervoso. - Como é a universidade? - pergunto eufórico e ele me olha intrigado com minha pergunta. - É que eu sempre quis ir para a universidade. - justifico e ele reprime os lábios em um sorriso contido.

- É legal e corrido. - ele diz e ri e seu riso é como o canto de pássaros, tão suave e doce.

- O que você cursa?

- Direito. - ele responde e eu sorrio amplamente.

- Jura? Que incrível! Você já defendeu algum ladrão ou assassino? - não controlo minhas perguntas e acabo me envergonhando de minha reação quando ele se afasta arregalando os olhos.

- Calma, ainda estou no segundo ano. - ele responde e eu sinto uma diversão em sua voz. Ele me acha engraçado! Ou um idiota, meu subconsciente aponta.

- Desculpe. - peço e ele murmura um 'Não se desculpe', ficamos em silêncio por um tempo depois disso até ele voltar a falar.

- Como é aqui? - ele pergunta e eu franzo a testa, por que ele quer saber? - Eles te tratam bem? - ele para de andar e me encara esperando pacientemente pela minha resposta e chego a pensar que talvez haja uma preocupação genuína em seu olhar e isso faz meu coração disparar estranhamente.

- Ahm... sim, creio que sim. - digo incerto de minha resposta, não sei o que devo responder ou o que é permitido, sinto que foi uma besteira aceitar o convite de Brad para isso. - Quero dizer, eles não me batem ou algo do tipo, me alimentam, me educam e me examinam até chegar minha doação. - digo e sorrio para ele.

Ele suspira e parece triste, não quero que ele fique triste.

- Harry... - Dr. Brad chama e eu me afasto de Louis no mesmo segundo, o médico me encara com uma expressão fechada e tomo isso como sinal que não devo falar com Louis então me afasto mais dele e caminho para perto de Brad. Olho para trás e vejo que Louis ainda está me observando. - Você está dispensado para ir para seu quarto agora Harry, obrigado por se juntar a nós.

- Foi bom falar com você. - sussurro para Louis que sorri para mim em despedida, apesar de eu querer escutar sua voz uma última vez me contento com o sorriso e rumo para meu quarto.


Notas Finais


Comentem, por favor, digam o que acharam >_<


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