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História Never Really Gone - Queria Saber O Que Aconteceria


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


Heoo! Atrasada (de novo) mas postando!
Obrigada pelos comentários, seus lindos!!

Capítulo 22 - Queria Saber O Que Aconteceria


Stiles acabou sendo uma ótima adição ao time. Sua rapidez e agilidade - vantagens de ter uma mente hiperativa - ajudaram os Cyclones a marcarem os gols que garantiram a vitória.

O rapaz fazia de tudo para não pensar no que tinha acontecido antes de entrar em campo. Talvez por isso saiu-se tão bem; sua atenção estava completamente focada no jogo. Era isso, ou ele acabaria encarando o nada, babando.

Lydia, por outro lado, nem saberia dizer quem estava ganhando. Na arquibancada, ela torcia automaticamente, usando Allison para saber quando comemorar, bater palmas ou reclamar. Não prestava atenção no jogo, e contava os minutos para que ele acabasse. Queria ir para um lugar menos barulhento para que pudesse processar o que tinha acontecido. Precisava pensar no que diabos faria em seguida.

Stiles era seu melhor amigo, quase um irmão. Querer beijá-lo era uma sensação mais do que estranha; era confuso. Lydia nunca havia sentido nenhuma atração física por ele, não sabia ao certo como reagir. Beijá-lo piorava ainda mais as coisas. Quando repassava o momento em sua mente - e ela se pegou fazendo isso várias vezes - era difícil dizer quem havia se mexido primeiro, quem havia se aproximado. Eles eram como dois ímãs perto demais, dois carros em direções opostas, acelerando para a colisão.

Mas Lydia não queria acreditar que eles eram inevitáveis, como Monica havia dito. Ela simplesmente não via como aquilo podia ser verdade: era muito confuso, muito bagunçado, não fazia sentido. Por isso não via o beijo como nada além de um erro, algo que não tinha explicação, mas que não deveria ter acontecido.

As pessoas ao seu redor passaram a gritar insanamente e ela percebeu que o jogo havia acabado. Pela animação contagiando e o jeito que Allison pulava e balançava a amiga pelos ombros, eles ganharam. Lydia a abraçou e elas comemoraram juntas, logo correndo para se juntar aos torcedores que invadiam o campo enquanto os jogadores foram se livrar de todo o equipamento no vestiário.  A garota nunca foi muito fã de esportes, mas amava a energia e suporte vindo dos estudantes

Allison correu para Scott, que a pegou nos braços e a girou, depois a beijando apaixonadamente. Lydia sorriu e desviou o olhar, dando-os um pouco de privacidade. Ela avistou Stiles cercado de colegas de time e torcedores, que pareciam estar o parabenizando animadamente. O rapaz tinha uma expressão de puro espanto no rosto, mas também tinha um sorriso largo. Lydia ficou feliz por ele, embora soubesse que daria tudo certo.

Seus olhos se encontram. De repente, tudo que ele conseguia ouvir era seu coração batendo acelerado, tudo que podia ver era a linda garota ruiva, sorrindo para ele. Lydia levantou a mão e acenou para ele. Stiles fez o mesmo, como se estivesse hipnotizado. Estava a um segundo de empurrar todas aquelas pessoas para fora do seu caminho e ir até ela, tomá-la nos braços.

O chão sumiu dos seus pés e antes que ele percebesse, estava sendo levado para fora do campo nos ombros de metade do time. Não havia nada que pudesse fazer além de jogar os punhos no ar e gritar junto com eles. A multidão foi até o estacionamento, onde Liam, o co-capitão, subiu na traseira de uma picape e anunciou em um megafone:

 - Galera, comemoração na minha casa! - Todos gritaram em concordância e logo começou o movimento para os carros.

 - Ei Stiles você vai, né? - perguntou Danny, um colega do time.

 - Ahn... Não sei... - respondeu o rapaz que já havia sido posto no chão. Ele esticava o pescoço e olhava ao redor, tentando encontrar uma pessoa em particular. - Não sei se é uma boa ideia...

 - Vamos, são só algumas cervejas. Vai estar todo mundo vivo para a aula amanhã - o outro insistiu. Stiles franziu os lábios, indeciso, ainda tentando achá-la. Por fim, suspirou.

 - Tudo bem, eu vou - cedeu. Danny deu-lhe um tapa um pouco forte demais nas costas, incentivando-o a se animar mais. Stiles colocou logo um sorriso no rosto, que mesmo não sendo tão sincero, foi o suficiente.

Finalmente avistou a cabeça de Scott no meio da multidão. Pediu licença para o pessoal com quem estava e atravessou o estacionamento até o amigo.

 - Parabéns! - exclamou Allison, pulando para colocar os braços ao redor do pescoço do rapaz. Stiles riu e a abraçou de volta.

 - Valeu - disse ele ao se separarem. - Vocês vão para a casa de Liam?

 Scott olhou para a namorada, que deu de ombros.

-  Sim, claro.

 - Legal. Vocês, ahn... - Stiles olhou ao redor novamente. - Viram Lydia?

 - Ela foi embora. Dor de cabeça - respondeu Allison.

 - Oh... - O rapaz tentou não parecer tão desapontado quanto sentia. Mas, agora que parava para pensar, o que diria a ela? O que faria? Definitivamente agiria como um idiota. Ou entraria em pânico e sairia correndo. Devia estar aliviado que Lydia não estava mais ali; ele precisava retomar o controle dos seus pensamentos. - Okay... Vejo vocês na casa de Liam, então.

Stiles acenou e foi para o Jeep. Acabou dando carona para alguns alunos, que de repente acharam o carro super legal. A casa já parecia estar cheia quando chegaram. Assim que pisou no gramado, foi recebido com uma garrafa de cerveja e tapas nas costas. Era uma sensação muito estranha ser tão bem recebido pelas pessoas que ele nem sabia que o conheciam. O time era o centro das atenções de todos na festa, e agora ele fazia parte daquilo tudo.

A "comemoração" acabou durando mais do que esperado: entre conversas animadas e cervejas, ninguém prestou muita atenção no tempo passando. Scott passou pouco tempo na festa, saindo com Allison para o que parecia ser uma comemoração privada que Stiles não estava muito interessada em saber. O rapaz sentou no sofá na sala de estar do anfitrião e tirou o celular do bolso, só então percebendo as ligações perdidas do seu pai e que já passavam das quatro da manhã. Ele deu um pulo e começou a se despedir do pessoal que ainda estava lá.

 

Tentou ao máximo não fazer nenhum barulho ao chegar em casa o que, sem dúvidas, não deu certo. Não acendeu as luzes, e esbarrou na mesa da cozinha ao ir pegar uma água, derrubando uma das cadeiras. Xingou baixinho e a arrumou. Bebeu dois copos de água e subiu as escadas para o seu quarto, tropeçando em um dos degraus. Encontrou seu pai apoiado na parede do corredor, com os braços cruzados no peito.

 

- Meu trabalho seria bem mais fácil se todos os ladrões fossem como você – disse ele.

- Sorte minha que não tenho planos de largar a escola, hun? – brincou o rapaz, mas Noah apenas estreitou os olhos para ele. – Desculpe não ter ligado, eu não percebi meu celular tocando...

 

- Scott me contou onde estavam. Numa festa, em plena segunda-feira.

 

- Ahn... Nós ganhamos o jogo! – Stiles ergueu os braços teatralmente. Seu pai soltou uma risada, assentindo.

 

- Scott me contou também. Parabéns, filho – disse ele, indo até o rapaz e o abraçando, dando tapas em suas costas. – Fiquei sabendo que você foi a estrela do jogo.

 

Se afastaram, e Stiles deu de ombros.

 

- Bem, Scott pode ter exagerado um pouco nessa parte, mas sim, é verdade.

 

- Fico muito orgulhoso. Sei que tem se dedicado bastante – disse Noah, colocando a mão no ombro do filho. – Mas sem mais festas no meio da semana, ok?

 

- E quando ganharmos outros jogos?

 

- Certo, depois discutimos isso. – Ele o empurrou em direção ao quarto. – Agora vá dormir. E toma um banho, pelo amor de deus.

 

Stiles riu, disse boa noite e entrou no quarto. Jogou a bolsa de ginástica em um canto e pegou roupas limpas no armário, indo para o banheiro tomar um banho relaxante. Depois desabou na cama, encarando o teto.

 

Ali, deitado no escuro, sentiu que sua vida mudaria de alguma forma depois daquele dia. Ele já havia sentido o gosto do que aquela vitória traria para sua vida social. Scott, que sempre fez parte do time de titulares, já sabia o que era receber a atenção de jogadores e torcedores, e Stiles, que sempre foi seu amigo, nunca se encaixou muito bem nesse círculo. Agora, não se importava tanto em ser popular. Talvez fosse uma experiência legal.

E tinha seu beijo com Lydia. Stiles havia beijado a garota por quem estava apaixonado desde criança. E ela havia beijado de volta. Lydia Martin. Beijando. Stiles Stilinski.

O rapaz sorriu o colocou o braço sobre os olhos. Puta merda, aquilo tinha realmente acontecido. Ele havia imaginado aquele momento tantas vezes, e de tantas maneiras diferentes, e ele acabou acontecendo no lugar e na hora menos esperados. Stiles ainda podia sentir os lábios dela contra os dele, ainda podia sentir seu perfume. Fora isso, parecia um sonho: quase entrou o pânico enquanto olhava para o rosto dela, tão próximo do seu. Os olhos verdes dela estavam fechados, e ele achou que seu coração fosse explodir em seu peito. Se ficasse lá por mais um minuto, teria aberto seu coração para ela. Teria contado tudo que sentia. Finstock o salvou do embaraçamento e o rapaz, ainda em pânico, saiu o mais rápido que podia.

Stiles sabia que o beijo não significaria o mesmo para Lydia. Afinal, era ele quem estava preso na maior friendzone da história, aceitando seu lugar ao lado dela, portanto que estivesse perto. Era óbvio que ela não sentia nada além de amizade por ele. O rapaz não fazia ideia do que ela estava pensando naquele momento, e isso era o suficiente para tirar seu sono. Será que detestou? Ou gostou? Será que agora ficaria tudo estranho? Ou será que ela estaria disposta a outro beijo daquele?

- Jesus, Stiles – murmurou para si mesmo, enfiando a cabeça no travesseiro e fechando os olhos com força e concentrando-se em pegar no sono.

- Garoto, acorda! – seu pai gritou do outro lado da porta, batendo na madeira. Stiles abriu os olhos lentamente, piscando desnorteado. O sol vindo da sua janela clareava o quarto inteiro, fazendo-o franzir a testa. Quando tempo havia dormido, cinco minutos? Olhou as horas no celular e viu que já era hora de levantar e sair. O rapaz grunhiu e sentou-se na cama, sentindo-se nem um pouco descansado.

Arrumou-se, pegou a mochila e desceu as escadas. Sentou-se á mesa e logo encheu uma caneca com café preto puro e tomou um grande gole.

- Bom dia, campeão – disse Noah com um sorriso. – Dormiu bem?

Stiles resmungou algo sem sentido e mordeu uma torrada. O café talvez o ajudasse a acordar um pouco, mas ele definitivamente tentaria tirar um cochilo em uma das aulas. Checou as horas no celular novamente, estava quase atrasado para o primeiro horário.

- Tô indo – disse ele, voltando a encher a caneca e colocando uma torrada na boca. Pendurou a mochila no ombro e acenou para o pai, que acenou de volta, observando o garoto correr para o carro segurando uma torrada entre os dentes como um cachorro e uma caneca que provavelmente nunca mais voltaria para a casa.

Stiles entrou no carro, apoiou a caneca no painel e deu partida. Foi dirigindo e tomando café da manhã ao mesmo tempo, o que poderia até ser perigoso se ele não tivesse tanta prática. Estacionou e correu para o prédio, entrando na sala bem a tempo de assistir o primeiro horário. Sentou-se em uma cadeira no fundo e tomou outro gole de café, praticamente forçando seu corpo a absorver toda a cafeína. Uma garota sentada ao seu lado olhava com a testa franzida para a caneca na mesa dele, mas ele não se importou muito.

-Você está horrível – disse Scott com as sobrancelhas erguidas, quando se encontraram no corredor.

- Você está radiante – disse Stiles, colocando a caneca no armário e de lá tirando um livro. – Ambos resultados de uma noite maravilhosa.

O outro rapaz riu.

- Sim, com certeza... – disse, com o olhar meio distante. Stiles logo entendeu o que ele estava pensando e fez uma careta, fechando o armário com um baque. – Que horas chegou em casa? Seu pai estava puto quando me ligou.

- Umas quatro horas. Desculpe por isso. – Um grupo de estudantes do primeiro ano passou por eles, parabenizando-os pelo jogo. Os amigos sorriram e agradeceram, e Stiles achou graça da animação dos garotos ao receber atenção de dois titulares do último ano. – Será que eles trazem flores e chocolates também? – perguntou enquanto se afastavam.

- Você não é uma diva do pop, Stiles, abaixa a bola.

- Ah, vai dizer que você nunca ganhou nada dos seus fãs? Nem, sei lá, uma carta de dia dos namorados?

- Não sei se podemos chamá-los de fãs e sim, já ganhei algumas coisas no dia dos namorados. – Scott corou levemente e olhou para os lados. – Não conte para a Allison.

Stiles estreitou os olhos.

- Estamos falando de que nível de indecência?

- Altíssimo – ele respondeu, sério. – Espere até o dia dos namorados. É uma loucura.

O rapaz assentiu, de repente curioso em saber o que aconteceria na data.

No final do corredor, Lydia conversava com uma garota morena. Stiles piscou, seu coração já acelerando por antecipação. Ela virou o rosto e olhou diretamente para ele, como se tivesse sentido seus olhos nela. Foi um momento estranho em que tudo passou a se mover em câmera lenta ao redor deles. Lydia sorriu de leve e acenou. Stiles ergueu a mão e fez o mesmo, abrindo a boca para dizer oi mesmo com a distância entre eles.

O sinal ecoou pelo corredor, terminando bruscamente o momento dos dois. A garota piscou, despediu-se de Hayden e foi para sua próxima aula com passos rápidos. O rapaz franziu os lábios e suspirou. Estava ansioso para descobrir o que ela tinha em mente sobre o beijo, queria saber o que aconteceria com ele, com eles.

Por isso nem estranhou quando viu o rosto dela através do vidro na porta da sala de aula.  Ela gesticulou para que ele saísse para encontrá-la, e o rapaz nem hesitou ao pedir para ir ao banheiro, pulando da cadeira quando a professora o liberou. Lydia já estava andando quando ele fechou a porta atrás de si, e ele a seguiu até um corredor deserto, onde teriam mais privacidade.

A garota se virou para ele, mordendo o lábio nervosamente. Mal havia conseguido prestar atenção na aula, pensando naquela conversa. Procurava as palavras certas em sua mente, embora tivesse quase certeza que ele concordaria que aquele beijo havia sido um erro. Não queria magoá-lo, ou fazê-lo pensar que o problema era ele, o que definitivamente não era verdade. Lydia estava apenas botando a amizade deles na frente de qualquer tipo de estranha atração que passara a sentir por Stiles.

- Nós precisamos conversar – começou ela, revirando os olhos mentalmente porque ela não podia ter dito algo mais óbvio. – Sobre... Você sabe.

- Sim, eu sei – ele concordou, assentindo. Sua garganta estava seca e suas mãos estavam suadas. Esperava que ela não percebesse o quão nervoso ele estava. Os dois não estavam tão perto um do outro, mas o rapaz não conseguiu evitar pensar que não seriam pegos se ele a beijasse ali mesmo.

Lydia umedeceu os lábios.

- Eu não sei dizer exatamente como aquilo aconteceu. Quero dizer, eu nem sei muito bem o que aconteceu, foi tudo tão... rápido e...

- Inesperado – ele completou.

- Sim! Foi inesperado e foi... loucura. – A garota soltou uma risada nervosa. – Nenhum de nós estava esperando que aquilo acontecesse, né?

- Você pode dizer “beijo”, não é um palavrão – disse Stiles, dando de ombros. Lydia assentiu.

- Certo. Ahn... – Ela passou a mão pelos cabelos e o coração dele batia mais rápido a cada segundo; provavelmente desmaiaria de nervosismo antes de descobrir o que ela tinha para falar.

- Lydia – disse ele, esforçando-se para não soar tão desesperado. – Pode falar.

A ruiva assentiu novamente e respirou fundo.

- Eu não queria que as coisas ficassem estranhas entre nós. Ok, nós nos beijamos, e foi... Bem... – Ela pigarreou. – Enfim, aconteceu. Mas nós somos amigos, e não é como se aquele beijo tivesse significado alguma coisa, então eu acho melhor a gente esquecer o que aconteceu e... É isso.

Stiles não esperava que as palavras dela o atingissem com tanta força. Mesmo tendo aceitado o fato de que o que sentia por ela não era correspondido, inconscientemente nutria uma esperança de que ele estivesse errado. E agora que ela havia dito com todas as letras que o beijo significou absolutamente nada para ela, ele sentia seu coração se partindo aos poucos. O rapaz trincou os dentes e ergueu o queixo; não iria deixar aquilo acontecer novamente. Não ia se deixar machucar por ela de novo.

Lydia não via o que fazia com ele. Ela não percebia. Parte disso era culpa de Stiles, que preferia manter um segredo a se afastar dela. Mas tudo tem um limite, e ele havia chegado ao dele.

- Você concorda comigo, né? – ela perguntou.

- Concordo – ele respondeu, sério. – Absolutamente.

 



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