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História Never Really Gone - Uma Dose De Realidade


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


HEOO NVR CHEGOU AOS CEM FAVORITOSSS YEEEE!!! Também tô postando no dia certo (finalmente) yeee
OBRIGADA POR TODOS OS COMENTARIOS LINDOS E FAVORITOS <3
p.s.: capítulo contém spoilers de how I met your mother... mas nada demais

Capítulo 23 - Uma Dose De Realidade


Seria difícil? Com certeza. Impossível? Provavelmente sim. Mas Stiles estava disposto a fazer o que podia para acabar com o que ele sentia por Lydia.

Tomou essa decisão ao ver o sorriso aliviado que ela deu depois que ele concordou em esquecer o beijo, quando se despediu e voltou para a aula como se aquela conversa nunca houvesse acontecido. Tomou a decisão ao perceber o idiota que estava sendo, simplesmente aceitando que sempre seria apaixonado por ela. Não poderia ficar mais óbvio que aquele sentimento só fluía de um lado: Lydia nunca sentiria por ele o que ele sentia por ela, e não foram poucas as vezes que isso se provou verdade. No entanto, Stiles continuava ali. Sem expectativas, mas também sem planos de escape.

O rapaz sentou no chão do corredor com joelhos dobrados e encostou a cabeça na parede. Lydia Martin e as coisas que ela fazia com ele sem saber. Stiles se lembrava de como foi difícil tentar esquecê-la quando ela foi embora sem olhar para trás. Foi dolorido e complicado e, no final das contas, não funcionou. Ele não fazia ideia de como se livraria daquele amor idiota tendo que vê-la todos os dias, tendo-a sempre por perto. Não fazia ideia de como faria para passar a ver a garota dos seus sonhos apenas como uma amiga.

O sinal tocou e ele se levantou lentamente. Andou pelo corredor até sua sala, onde entrou sorrateiramente para pegar as coisas que havia deixado ali. O rapaz funcionou automaticamente durante o resto do dia, andando pela escola e indo para suas aulas sem pensar muito no que fazia. Durante o almoço, sentou-se quieto á mesa com os amigos, que logo estranharam.

- Está tudo bem? – perguntou Lydia, olhando-o com atenção.

- Ahn sim, sim... – ele respondeu rapidamente, sem se atrever a olhá-la nos olhos. Deu de ombros e fez um gesto desdenhoso com a mão. – Só preocupado com... química.

- Posso te ajudar, se quiser – ela ofereceu. Stiles assentiu, brincando com a sua comida e pensando que nem fodendo que ele iria ter uma sessão de estudos privada com ela. Percebeu que Scott ainda o encarava, tendo percebido que algo estava errado com o rapaz. Stiles o deixou saber que contaria tudo depois; para um bom entendedor, ou para melhores amigos de uma vida inteira, um olhar passava uma mensagem completa.

O treinador deu uma folga bem merecida ao time, portanto depois da aula, Stiles foi direto para casa. Jogou a mochila em um canto, tirou os sapatos e jogou-se no sofá com um grande saco de batatinhas e uma cerveja que achou na geladeira. Zapeou pelos canais, procurando alguma coisa boa para assistir. Acabou se acomodando numa maratona de How I Met Your Mother, série que ele já havia acabado há tempos, mas que nunca enjoava ver.

Algumas horas depois, o rapaz ainda se encontrava no mesmo lugar, enterrado embaixo das almofadas, rindo e fazendo comentários revoltados em voz alta enquanto enchia a boca de batatinhas e goles de cerveja. Seu celular vibrou em seu bolso, ele terminou a garrafa que bebia e a jogou na pilha que se formava no chão e pegou o aparelho.

- Heoo! – ele cumprimentou Scott ao atender a chamada.

- Hey... – disse o outro rapaz, provavelmente sem esperar a animação do amigo. – O que está fazendo?

- Tô vendo televisão e comendo umas... batatas... – ele respondeu com a voz meio embolada.

- Stiles, você está bêbado? – perguntou Scott, achando graça.

- Essa é uma acusação muuito séria, mocinho. Calúnia e... difamação e algumas cervejas... – Stiles soltou uma risada curta e histérica, colocando a mão no rosto. – Scott eu tô bêbado em plena terça-feira, é o fundo do poço.

Scott riu.

- Achei que você tivesse que estudar química.

- Eu tinha... Ah cara, foda-se química. Eu tô meio mal.

- O que aconteceu?

- Ted tá enchendo a porra do saco. Tipo, ele e Robin... Eu não sei, eu tô puto. Você é um idiota, Ted Mosby – ele falou para a televisão. – Mas você já percebeu que somos parecidos, Scott? Ted e eu, dois otários. Eu tenho vontade de bater nele, você já sentiu vontade de me bater?

- Ás vezes é inevitável – respondeu Scott. – Mas, cara, do que diabos você está falando?

- Mas Lydia não é Robin, porque ela se apaixonou por Ted e eles ficaram juntos por um tempo. Ou talvez ela possa ser Robin depois que eles terminaram, porque ela estava meio que cagando para ele. Eu sempre vou ser Ted, o idiota que não segue em frente. Muito triste isso.

- Então isso me faz ser Marshall?

- Você pode ser Marshall, eu não ligo – resmungou Stiles.

- Tudo bem. Eu ainda não entendi aonde você quer chegar com essa conversa, mas eu tenho um palpite de que é sobre Lydia. - O rapaz soltou um grunhido em concordância, enchendo a boca de batatinhas. – O que aconteceu?

- Nada... – ele murmurou.

- Stiles.

- A gente se beijou.

- O QUE?!

- É, mas eu não quero falar sobre isso.

- Stiles, nem pense em...

- Falou, Scott.

- Stiles! – O rapaz encerrou a conversa e jogou o celular no sofá, afundando nas almofadas. No dia seguinte sabia que se arrependeria de ter contado a Scott, mas naquela tarde ele estava chateado demais para se preocupar.

Acabou pegando no sono. Acordou duas horas depois com um pulo, sentando-se rapidamente. Pegou o celular e, ignorando todas as mensagens e ligações perdidas de Scott, viu que seu pai chegaria a qualquer momento. Seus olhos arregalados correram para a bagunça que estava a sala, com batatinhas e garrafas vazias largadas pelo chão. Stiles correu para pegar um saco de lixo e uma vassoura. Jogou as garrafas de qualquer jeito no saco e fez o melhor que podia para varrer a sujeira. Assim que acabou, ouviu o barulho das chaves abrindo a porta da frente. Olhou freneticamente para os lados, sem saber onde colocar o lixo. Acabou subindo as escadas com toda a velocidade e indo para o seu quarto, jogando o saco de qualquer jeito embaixo da sua cama.

- Stiles? – seu pai chamou do andar de baixo.

- Hey! – ele respondeu, descendo as escadas rapidamente e encontrando seu pai em pé no meio da sala. – Como foi o trabalho? Muitos, hum, bandidos?

Noah estreitou os olhos para o filho, que estava apoiado contra a parede numa posição que seria casual, se ele não tivesse usando sua inconfundível expressão de havia feito algo errado.

- Eh, foi um dia quieto – disse o homem, decidindo que estava cansado demais para lidar com as maluquices do filho. Stiles assentiu e foi para a cozinha, onde encheu um copo de água e bebeu tudo em grandes goles, voltando a encher assim que terminou. Ainda sentia os efeitos do álcool pesando em seu corpo, e de forma alguma aceitaria acordar com uma ressaca no dia seguinte. – Há quantas horas você não bebe água? – ele perguntou, vendo o filho beber o terceiro copo.

- Sou um atleta, tenho que me manter hidratado – disse Stiles. Enxugando a boca com as costas da mão. – Já jantou?

- Comi com os rapazes – respondeu, olhando para ele com suspeita. O garoto o encarou de volta e os dois jogaram aquele jeito por alguns segundos que se arrastaram. Stiles perguntou-se se o pai podia sentir o cheiro de cerveja em seu hálito. O que o fez lembrar que teria que comprar mais cerveja.

- Legal. Eu vou dormir – disse ele, colocando o copo na pia e acenando para o pai antes de ir para a sala. Desligou a televisão, pegou seu celular e foi para o quarto. Tomou um banho rápido e jogou-se na cama, encarando o teto.

Da última vez que deitara ali, no escuro, sua mente revivia os melhores momentos de um dia que ficou para a história. Agora, Stiles encontrou-se agradecido pelo álcool que o deixava mais sonolento do que já estava. Não demorou em cair em no sono.

Xxxx

Seus cabelos soltos dançavam ao redor do seu rosto, acompanhando o vento. O sol atrás dela os fazia brilhar ainda mais, como se carregassem raios de luz entre as mechas ruivas. Seus olhos grandes o olhavam com atenção e divertimento. Seus lábios cheios se curvaram em um sorriso doce e confiante. Ela adorava a cara de bobo que ele fazia. Será que sabia que estava o matando.

- Me beije, Stiles – murmurou Lydia, e ele não hesitou, zerando o espaço entre os dois com um passo largo.

Stiles sentou-se tão rápido que sua cabeça girou. Ofegante, olhou ao seu redor e viu que ainda estava em seu quarto, em sua cama. No criado mudo, o despertador em seu celular apitava irritantemente. O rapaz jogou as pernas para fora da cama e o desligou. Suspirou pesadamente e deixou a cabeça cair em suas mãos. Lydia o assombrando em seus sonhos era tudo que ele precisava agora que decidiu esquecê-la. Ele deveria saber que aquele beijo o mudaria; agora que ele não precisava mais ficar imaginando, que ele já havia descoberto a sensação dos lábios dela contra os seus, tinha medo de seu corpo não descansar até ter outra dose daquilo.

Aprontou-se para sair, pegou sua mochila e chaves e desceu as escadas. Havia acabado de chegar á cozinha quando seu celular vibrou em seu bolso. Ele o pegou, viu o nome de Lydia e gemeu. O universo definitivamente não estava do seu lado.

- Hey – disse ao aceitar a ligação.

- Bom dia! Já saiu de casa? – perguntou Lydia.

- Não.

- Ai, que ótimo! Será que pode me dar uma carona? Desculpa por estar pedindo em cima da hora, mas esqueci que minha tia ia precisar do carro...

Stiles abriu a boca para dizer “Claro, sem problemas”, mas logo a fechou. Teria um longo caminho até parar de sempre dizer sim para ela.

- Eu, ahn... Não vou poder porque meu carro, ele, hum, quebrou. Tá na oficina – disse ele, parabenizando a si mesmo por ter conseguido inventar uma desculpa plausível tão rápido. – Scott vai me levar.

- Oh, ok. Vou falar com Allison então – disse ela. – Te vejo depois.

O rapaz assentiu, como se ela pudesse vê-lo, e assim que terminou a ligação apertou o número que ligava para Scott na discagem rápida. Mastigava uma torrada nervosamente enquanto esperava o amigo atender.

- Stiles, seu...

- Scott, preciso que me leve para a escola hoje.

- Que? Por que? – pergunta, e Stiles pode imaginá-lo franzindo a testa do outro lado da linha.

- Porque eu falei para Lydia que meu carro estava na oficina.

- E para que merda você disse isso?

Stiles franziu os lábios e balançou a cabeça.

- Longa história. Resumindo: preciso de uma carona.

- Bem, diferente de você, seu otário, minha moto está realmente em uma oficina.  Porque quebrou de verdade. Como eu te contei ontem, lembra gênio?

O rapaz piscou. Scott havia mesmo contado que teve que deixar a moto com um mecânico. Talvez a desculpa que inventou não tivesse sido tão boa assim.

- Como você vai para a escola, então?

- Allison vai me levar.

Stiles grunhiu, colocando a mão no rosto.

- Pode pedir para ela me levar também?

- Cara, vai com o seu carro!

- Ele está quebrado!

- Qual é o seu proble- Quer saber, nós dois precisamos ter uma conversinha – disse Scott. – Te vejo daqui a pouco.

E por causa da sua idiotice, quinze minutos depois de ter terminado a ligação, Stiles se encontrou no banco de trás do carro de Allison, ao lado de Lydia, que olhava distraída para a janela. Ele olhava com raiva para o banco em sua frente, esforçando-se para não notar o cabelo dela voando com o vento, seu perfume o rodeado. Obviamente, estava fazendo um péssimo trabalho.

Assim que Allison estacionou o carro, Stiles despediu-se de todos e correu para o prédio. Dedicou seu dia a evitar a todos, principalmente uma certa ruiva que parecia estar em todos os lugares que ele ia. Também era difícil fugir de Scott, que caçava o amigo pelos corredores á procura de respostas. Stiles jurava que ele estava seguindo seu cheiro. Na hora do almoço, depois de andado nas pontas dos pés pelo corredor e comprado alguns lanches na máquina, escondeu-se em um canto da biblioteca. Pegou um livro de química e começou a ler as explicações, comendo como um rato para não chamar atenção para si.

- Você é ridículo. – O livro quase voou das mãos do rapaz e um grito de susto ficou preso em sua garganta. Arregalou os olhos para Scott, encostado casualmente na parede ao lado dele.

- O que você está fazendo? – Stiles perguntou com a voz meio estrangulada. Seu amigo gargalhou e balançou a cabeça e sentou-se ao lado dele.

- Nós precisamos conversar.

- Precisamos? Eu estava querendo estudar um pouco...

- Não brinque comigo, Stiles – disse Scott. – Vamos falar sobre o beijo.

Stiles gemeu e passou a mão pelo rosto.

- Eu não deveria ter te contado isso.

- Mas contou, e eu quero detalhes.

- Sério, eu não...

- Stiles.

O rapaz suspirou, já sabendo que não conseguiria escapar daquela conversa.

- Foi antes do jogo. Eu estava no vestiário, Lydia veio conversar comigo, eu tive um pequeno ataque de pânico, nós nos beijamos. Só isso.

- Como assim “só isso”? O que deu em você? – Scott olhou para o amigo como se ele tivesse ficado louco, e o rapaz apenas deu de ombros, com os olhos baixos. – Stiles, você e Lydia se beijaram. Eu sempre achei que você soltaria fogos ou algo do tipo quando isso acontecesse.

Stiles bufou. Quando isso acontecesse. Aparentemente ele não era o único que precisava desistir dele e Lydia.

- Eu preferia quando o beijo só acontecia em minha cabeça – ele murmurou. Scott se mexeu para sentar em frente ao amigo e o olhou com as sobrancelhas franzidas.

- Por que está dizendo isso?

- Porque – Stiles jogou as mãos para cima, frustrado. – Lydia não sente nada por mim, e nunca vai sentir. Eu não sei por que eu demorei tanto para entender isso, é muito óbvio. Sabe esse beijo, que deveria ter sido a melhor coisa que já me aconteceu? Não significou nada para ela. Absolutamente nada.

Scott balançou a cabeça.

- Você não sabe disso.

- Ah, eu sei sim. – O rapaz sorriu amargamente. – Ela mesma me disse, com todas as palavras. Disse que seria melhor se nós esquecêssemos o que aconteceu.

- E você concordou com isso?

- O que você queria que eu fizesse, Scott? Não posso obrigá-la a sentir o mesmo que eu. Mas foi até bom que ele tenha me dito aquilo. Eu precisava de uma dose de realidade. Meus sentimentos por Lydia não vão a lugar nenhum, não vão me levar a lugar nenhum. Eu tenho que... me livrar disso. Não posso ser apaixonado por ela para sempre. Não quero mais.

Stiles sentiu seus olhos arderem com lágrimas que ameaçavam chegar. Scott olhava para o amigo com olhos preocupados, detestando ver o sofrimento no rosto dele. Ele sempre soube dos sentimentos de Stiles em relação à Lydia, e que eles não eram fracos. Era uma pena que ela não pudesse ver isso, e que ele sempre acabasse com o coração partido.

- O que vai fazer agora? – perguntou. Stiles fungou.

- Vou esquecer Lydia Martin. Mesmo que me enlouqueça, vou esquecer Lydia Martin.



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