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História Never Really Gone - Simplesmente Ignorante


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


HEOO! Achei que não fosse conseguir postar por causa na minha internet bosta but here I am! Espero que gostem!

Capítulo 25 - Simplesmente Ignorante


A primeira coisa que Stiles fez ao perceber que não estava em sua cama foi checar se ainda vestia sua calça. Em situações como aquela, quando o travesseiro não era confortável o suficiente sob sua cabeça e os lençóis não tinham o mesmo cheiro que os dele, o rapaz geralmente se encontrava seminu, ou completamente pelado, ao lado de uma garota cujo nome ele não lembrava.

Assim que se certificou de que estava com todas as peças de roupa em seu corpo, soltou um suspiro aliviado; dormir com uma garota e depois não se lembrar de absolutamente nada poderia resultar na última coisa que precisava no último ano de colégio: um filho. Depois que sue corpo voltou a relaxar, deu atenção a dor de cabeça lancinante que sentia e as voltas que seu estômago dava. O rapaz gemeu e colocou o braço sobre os olhos, querendo se afastar da luminosidade. O que havia acontecido na noite anterior?

- Ah, que bom que acordou – Ele ouviu a voz de Scott se aproximando.  – Dormiu bem?

- Scott onde eu tô – perguntou Stiles com a voz abafada pelo braço. Ouviu o amigo dar uma risada curta ao sentar na cama.

- No meu quarto, obviamente. Quem mais dá abrigo a sua cara bêbada? – Stiles gemeu em concordância. – Toma, vai bebendo.

Scott entregou uma garrafa d’água ao amigo, que a pegou e se sentou com as costas apoiadas na cabeceira da cama. Tomou dois longos goles do líquido refrescante enquanto olhava pensativamente para o quarto.

- Como vim parar aqui? – perguntou. Scott ergueu as sobrancelhas.

- Você não se lembra de ontem?

Stiles franziu a testa, esforçando-se para que os eventos da noite anterior voltassem a sua mente apesar da dor. Tido ido á Casa, como de costume. Encontrou seus amigos, como também era de costume. Mas viu Lydia. Lembrou-se que ficou bastante chateado e... Tudo voltou como uma avalanche. Viu a si mesmo se levantando e indo até onde ela estava, confrontando-a. Estava aproveitando o momento em que as consequências eram um problema para outra hora, em que o álcool trazia a tona a coragem e o fazia esquecer do medo. Lembrou-se de não pensar duas vezes antes de falar. Lembrou-se da expressão dela – chocada, confusa - ao ouvir suas palavras, e de detestá-la. Depois de arrastado dali e, pouco tempo depois, desmaiar no banco de trás de um carro.

- Ah meu deus – murmurou.

- Pois é.

- Não, isso não pode ter acontecido.

- Aconteceu.

- Vou vomitar.

- Tem um balde do seu lado.

O rapaz inclinou o copo para fora da cama, pegou o balde colocado numa posição estratégica para aquilo e deixou o ácido sair pela sua boca. Tossiu algumas vezes, e após ter certeza de que não vomitaria novamente, limpou os lábios com um pouco do papel higiênico deixado ao lado do balde e voltou a se reclinar na cabeceira da cama.

- Não quero acreditar nisso – disse, fechando os olhos com força. – Me recuso.

- Você pode recusar o quanto quiser, mas aconteceu. Você se declarou para Lydia na frente de todo mundo.

- Ai, puta que pariu. – Stiles cobriu os olhos com as mãos, desejando com toda sua força que aquilo não passasse de um pesadelo e que quando acordasse pudesse culpar o álcool. – Ah não, Scott. Ah não, não, nãããão. Por que você me deixou fazer isso?

- Juro que tentei te impedir, cara, você quem não me escutou – disse Scott. Stiles gemeu e deixou seu corpo cair até ter seu rosto contra o colchão. – Pode não ser tão ruim assim. Pense pelo lado bom. Agora que ela sabe de tudo pode ficar mais fácil seguir em frente.

- Não existe lado bom nessa situação, Scott – disse Stiles, virando-se na cama e encarando o teto. – Eu sempre achei que fosse me sentir, sei lá, aliviado se um dia contasse para ela. Mesmo sabendo que ela não corresponde, seria bom tirar esse peso dos ombros. Mas eu joguei na cara dela que estou apaixonado por ela e basicamente a chamei de burra por não perceber. Duvido que ela vá querer olhar na minha cara agora.

- Stiles, não vai ser assim.

Stiles balançou a cabeça, suspirando profundamente.

- Eu não sei o que vai acontecer. Não devia ter feito aquilo, não devia. – O rapaz voltou a cobrir o rosto com o braço, sentindo seus olhos arderem. – Lydia deve me odiar. Deve me achar um covarde por ter escondido isso por tanto tempo. Que merda eu faço agora? Meu plano nunca foi perdê-la.

- Cara, você não vai perdê-la – disse Scott. – Tudo bem, não deve ser fácil descobrir que seu melhor amigo é apaixonado por você há anos. Ela só vai precisar de tempo para absorver tudo. Mas isso não vai fazer com que você seja menos importante para ela. Lydia não vai simplesmente te excluir da vida dela. Só dê tempo a ela.

- Mas tudo vai ficar estranho agora. Se Lydia ainda me quiser como amigo... ela nunca mais vai me olhar da mesma forma. E o que eu vou fazer? Chegar para ela e dizer “Então, eu sou apaixonado por você, que louco né?”? – Stiles passou a língua pelos lábios. – Essa declaração ridícula vai sempre ficar entre nós.  Acho que estraguei tudo, mesmo.

 Scott suspirou.

- Bem, eu acho que você está exagerando um pouco. Vai ver você até se surpreende com a reação dela.

Stiles virou o rosto para o amigo e o olhou com uma expressão séria.

- Sério, Scott? Tentando me dar esperança a essa altura do campeonato? Que crueldade.

Scott ergueu as sobrancelhas e as mãos, num gesto de rendição.

- Só estou dizendo.

- Não diga. Eu já aceitei. – O rapaz suspirou novamente. – Esse é um dos piores dias da minha vida.

- Ah, quer saber, chega disso. – Scott levantou-se na cama e deu um tapa na perna do amigo. – Vamos, levanta e toma um banho.

Stiles gemeu e colocou o travesseiro sobre a cabeça.

- Eu nunca mais vou sair de casa.

- Primeiramente, você está na minha casa. E você vai levantar e se recompor nem que eu tenha que te obrigar – disse Scott. O outro rapaz apenas levantou o dedo do meio para ele. – Juro que vou derrubar esse balde de vômito na sua cara.

- Tudo bem, tô levantando. Grosso do caralho– ele resmungou enquanto saía da cama. Scott pegou o balde do chão e ameaçou jogá-lo no amigo, que correu para a porta. – Muita falta de consideração sua, Scott.

- Vou te mostrar o que é falta de consideração, rainha do drama.

Xxxx

Lydia permaneceu em silêncio durante toda a viagem de volta, observando as árvores passando pela janela no carro enquanto Allison a lançava olhares preocupados, sabendo que a mente da amiga devia estar á mil. A ruiva não se mexeu ao estacionarem em frente a sua casa.

- Você sabia? – perguntou de repente, quebrando o silêncio no carro. Allison umedeceu os lábios.

- Sim – respondeu. Lydia respirou fundo e fechou os olhos.

- Por que não me contou?

- Não era meu segredo, Lydia. Eu não tinha o direito. – A ruiva assentiu; a amiga tinha razão.

- Ele te contou ou você simplesmente... sabia? – ela perguntou. Uma coisa que ele disse – TODO mundo percebia, menos a gênia Lydia Martin – a incomodava bastante.

- Lydia...

- Como você soube? – ela insistiu. – Por favor, Allison.

A morena suspirou.

- Eu sempre suspeitei que ele gostasse de você, desde quando éramos pequenos. Stiles te tratava como uma princesa, era engraçado e fofo, e até um pouco estranho. Você não via nenhum garoto tratando uma garota daquele jeito. Fomos crescendo, e minha suspeita se transformou em certeza. Chegou a um ponto que Stiles sabia que Scott e eu sabíamos. Nunca precisamos perguntar. Aí você foi embora e... – Allison olhou para Lydia com incerteza, mas a ruiva assentiu para que ela continuasse. – Você foi embora e ele ficou mal. Muito mal. Só então soube que o que ele sentia por você não era coisa de criança. Era sério e verdadeiro. Stiles sentia sua falta mais do que Scott e eu juntos.

Lydia sentia um nó se formando em sua garganta e os músculos do seu rosto se contraindo á medida que as lágrimas chegavam aos seus olhos.

- Eu quebrei o coração dele – murmurou. Como pode ter feito aquilo com ele? Como pode ter sido tão cega? Ofegante por causa da crescente dor em seu peito, Lydia abriu a porta do carro e jogou as pernas para fora.

- Lydia, espera – chamou Allison.

- Preciso ficar sozinha – ela disse, saindo do carro, fechando a porta e correndo para casa sem olhar para trás.

Subiu a escada com pressa e bateu a porta do seu quarto, trancando-se. Ainda tendo dificuldade em respirar, a garota sentou em sua cama e se encolheu, abraçando seu travesseiro e deixando as lágrimas escaparem.

Um dia, jurou que sabia tudo sobre seu melhor amigo. Sabia das suas comidas preferidas, filmes preferidos, bandas preferidas. Sabia de todos os seus costumes e manias, do que gostava e não gostava de fazer. Sabia de tudo que acontecia em sua vida, dos momentos bons e ruins. Jurava que conhecia Stiles tão bem quanto ele a conhecia. Mas nunca esteve tão errada. Lydia, tão inteligente e brilhante, não foi capaz de perceber que ele não a via apenas como amiga coisa que, aparentemente, era clara para todos.

Lydia limpou as lágrimas do rosto e pegou o celular da bolsa. Abriu os contatos e deslizou o a tela até chegar à letra S. Deu dedo pairou sobre o nome de Stiles. Queria ligar, ou mandar uma mensagem. Precisava dizer que sentia muito e pedir que ele a perdoasse por ser tão ignorante. Precisava dizer alguma coisa, mas sabia que nenhuma palavra apagaria o que ela havia feito com ele. Ela havia quebrado seu coração sem perceber; o que dizer depois disso?

Furiosa consigo mesma, jogou o celular para longe. Enterrou o rosto no travesseiro e gritou de frustração, de raiva.

Então, Stiles era apaixonado por ela. Sempre foi, aparentemente. O que aconteceria se ela tivesse descoberto anos atrás? Teria se afastado, assustada, ou teria ficado por perto? Teria mudado por ele? Teria se esforçado mais para manter o contato, visitado quando podia?

Teria se apaixonado também?

Xxxx

Lydia abriu os olhos lentamente, franzindo a testa quando foi atingida pela claridade. Moveu-se na cama e gemeu de dor quando mexeu o pescoço duro por causa da posição em que dormiu. Ainda vestia as mesmas roupas da noite anterior, nem havia tirado as botas. Suspirando, jogou as pernas para fora da cama e se levantou. Pegou roupas limpas e uma toalha e foi para o banheiro, onde tomou um banho morno para relaxar seus músculos. Ao retornar para o quarto, notou o celular no chão ao lado da porta, onde ela tinha o jogado, e o pegou. A tela, que esperava encontrar em pedacinhos, apresentava uma única rachadura, que ia de ponta a ponta.

Lydia sentou na cama e desbloqueou o aparelho. Havia algumas mensagens de Allison e Scott, mas nenhuma de Stiles. Ficou desapontada, mas não surpresa; afinal, era ela quem devia ir falar com ele. Tomaria coragem e iria até ele assim que descobrisse o que dizer. Naquele momento, nenhuma palavra ou desculpa parecia ser boa o suficiente.

Perdida, ela voltou a deitar na cama. Lembrou-se da noite em que foi jantar com Allison, Scott, Stiles e Malia, a primeira vez em que se juntaram depois que ela voltou para Beacon Hills. “Sabe qual é a sensação? De perder alguém e saber que essa pessoa está por aí, fazendo o possível para te tirar da vida dela?” Ela não havia entendido o quanto aquelas palavras ditas por Stiles significavam. Não havia visto a quantidade de dor guardada por trás delas. Lydia era simplesmente ignorante do quanto ele havia sofrido por sua causa.

Sentindo a vontade de chorar voltar com tudo, ela colocou o travesseiro sobre a cabeça. Queria poder voltar a dormir e acordar no passado, com tempo de concertar tudo aquilo.

Passou o dia na cama, escondendo-se. Segurava seu celular, esperando alguma coisa, calculando o que fazer. Nada pareceu bom o suficiente então ela deitou ali, vendo a manhã passar, afogando-se em seus próprios pensamentos. Quando o sol começou a se pôr e a garota não podia mais ignorar seu estômago roncando, arrastou-se para fora da cama e saiu do quarto.

Mônica estava deitada no sofá sob um cobertor grosso enquanto assistia a um filme qualquer, comendo pipoca de uma grande tigela em seu colo. Lydia sentou-se próximo as pernas da tia e encheu a mão de pipoca, enfiando tudo na boca.

- Você passou o dia inteiro no quarto? Achei que nem estava aqui – disse a mulher, olhando-a com as sobrancelhas erguidas. A ruiva continuou mastigando lentamente, mantendo seus olhos na televisão embora não visse nada. – Está tudo bem?

Lydia engoliu e passou mais alguns segundos em silêncio antes de perguntar:

- Por que achava que Stiles gostava de mim?

Mônica sentou-se rapidamente, olhando para a sobrinha com a testa franzida, sem entender o motivo da pergunta.

- Bem, ele sempre te tratou com muito cuidado, dava pra ver que ele tinha um carinho especial por você....

-Não, não quando éramos crianças. Digo agora. Por que acha que Stiles gosta de mim agora?

A mulher abriu e fechou a boca, piscando rapidamente enquanto pensava em como responder.

- Hum... Ele ainda te olha da mesma maneira – disse ela, sorrindo de leve, satisfeita com sua resposta. – Ás vezes parece que você é a única coisa que ele vê. Nunca percebeu que ele está sempre te admirando?

- Não... – respondeu em voz baixa. Incontáveis vezes já o pegou a observando e sentir seus olhos nela a fazia se sentir protegida, segura.

- Pessoas vivem vidas inteiras sem encontrar alguém que as olhem como Stiles olha pra você. É bonito de ver, parece poesia. Também tem a forma que o rosto dele se ilumina quando você chega, e mesmo depois de tanto tempo, você ainda parece o deixar um pouco nervoso... –A mulher parou de falar e observou a sobrinha, que encarava a televisão com o rosto contraído. Pegou o controle remoto e pausou o filme, ajeitando-se no sofá para poder ouvir ao que a garota claramente tinha a dizer. – Por que está perguntando?

- Ontem à noite, Stiles ficou bêbado e de declarou para mim. Na frente de todo mundo. Disse que estava apaixonado, mas que eu não precisava me preocupar porque ele estava lidando com isso. – Lydia suspirou e esfregou os olhos. – Seja lá o que isso signifique.

Mônica a encarou com a boca entreaberta durante alguns segundos, chocada.

- Oh, meu deus – arquejou quando encontrou sua voz.

- Pois é.

- Ele falou mesmo que estava apaixonado? Com todas as letras? – A garota assentiu e sua tia soltou um gritinho de animação. – Lydia, isso é incrível!

- Não, isso é terrível. Você acabou de citar mil coisas que indicavam que ele gostava de mim, e aparentemente todo mundo percebia essas coisas menos eu. Tenho certeza que um dia ele pensou bem, não vou mais me dar o trabalho de esconder nada, Lydia não vai descobrir mesmo.  – Lydia bufou frustrada.

- Acho que você nunca percebeu porque as coisas que denunciaram os sentimentos dele eram comuns para você. O Stiles que você sempre conheceu te olha dessa forma, e se preocupa com você e te faz rir. É tão normal para você que não viu que haviam entrelinhas a serem lidas.

- Bem, eu devia ter visto, ok? Stiles sofreu bastante durante esses anos por causa da minha burrice, e eu não sei como consertar isso.

Mônica mordeu o lábio, pensando. Depois de um tempo, olhou para a sobrinha com curiosidade.

- Lydia, você o ama?

- Claro que sim, ele é meu melhor amigo.

- Não, digo... Nunca passou pela sua cabeça que você pode amá-lo do jeito que ele te ama?

Lydia franziu a testa. Sua mente imediatamente se lembrou do que sentiu ao vê-lo com aquela garota no corredor. E das vezes em que seus olhos se perderam admirando seu corpo, da vez que quase o beijou e da vez que se beijaram de verdade. Ás vezes, quando se distraía, pegava-se pensando nos lábios dele nos dela. Seu coração sempre acelerava e rubor subia ao seu rosto. Ela o amava, mas não estava apaixonada.

- Não, eu o amo como amigo. – Ela suspirou. – Talvez se eu tivesse descoberto isso antes... Não sei. Acho que seria fácil me apaixonar por ele. Stiles é... Stiles.

- Agora não seria fácil também?

A garota olhou par a tia com incerteza nos olhos. Seria sim muito fácil se apaixonar por ele, mas se fosse para acontecer, já não teria acontecido? Se esses sentimentos tiveram tempo, e motivos, para crescer nela, por que não cresceram? Não seria lindo se os dois se apaixonassem um pelo outro ao mesmo tempo?

O barulho da campainha quebrou a linha de pensamento dela. Suspirando, Lydia se levantou do sofá, foi até a porta e a abriu. Stiles estava em pé do outro, pálido e assustado. Antes que pudesse perguntar o que estava acontecendo, seus olhos encontraram o problema: as mãos do garoto apertavam o lado do próprio corpo, onde uma mancha escura de sangue tingia sua camisa branca, saindo do que parecia ser uma ferida bem profunda.

- Lydia... – ele ofegou, mas antes que ela pudesse dizer alguma coisa, os joelhos dele falharam e seu corpo tropeçou para frente. Lydia se adiantou para segurá-lo antes que ele caísse, mas não suportou o peso e acabou tendo que se ajoelhar no chão.

- MÔNICA! – berrou, apertando as mãos dele contra a ferida enquanto olhava com pânico para o rosto do garoto desacordado em seu colo.


Notas Finais


E AI???


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