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História Never Really Gone - Pode Dizer De Novo?


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


HEOO! Pois é gente, esse é o capítulo final. Mas antes eu gostaria de dizer algumas coisas:
1 - Juro pra vocês que essa fic tomou um rumo inesperado até para mim, mas foi uma surpresa muito boa. Me sinto confortável escrevendo romance docinho, e de repente me encontrei escrevendo uma espécie leve de, sei lá, drama policial. E, quer saber? Foi massa! NRG foi uma boa experiência para a minha eu escritora, e eu estou bem satisfeita.
2 - VOCÊS SÃO DEMAIS! Ás vezes eu mal acreditava nos comentários que vocês postavam. Sou uma pessoa muito crítica quando o assunto são as coisas que eu faço, e vê que vocês estavam realmente gostando da minha história significa muito para mim. OBRIGADA A TODOS <3
3 - I'll be back :) Há um tempo eu comecei a escrever uma one shot, mas tive que parar por falta de tempo. Agora, vou terminar de escrever e postar, finalmente! Estou gostando muito do resultado e espero que vocês gostem também. Quando postar, passo aqui pra avisar e deixar um presentinho pra vocês, ok?
É ISSO GENTE, OBRIGADA POR TUDO E ESPERO QUE GOSTEM DO FINALE <3 <3

Capítulo 34 - Pode Dizer De Novo?


1 MÊS DEPOIS

Lydia andava distraída para a saída do prédio principal do Beacon Hills High School. Abraçou a jaqueta que vestia ao sentir o vento frio bater em sua pele quando chegou ao lado de fora. Ergueu a cabeça enquanto andava para o estacionado e sorriu ao ver Stiles casualmente apoiado no pára-choque do seu Jeep. Ele usava os tênis de sempre, calça jeans e um moletom azul, com as mangas puxadas até os cotovelos, expondo seus antebraços musculosos. O rapaz tinha os braços cruzados no peito e a cabeça baixa enquanto brincava distraidamente com as pedrinhas sob seus pés. O vento bagunçava ainda mais seus cabelos rebeldes.

Ela se certificou de que tinha aquela imagem guardada em sua mente antes de se aproximar. A cada dia que se passava, ela parecia achar mais motivos para achar Stiles Stilinski o homem mais atraente da face da terra. Detalhes que antes passavam despercebidos, como a forma que ele gesticulava enquanto falava e seus dedos longos pareciam não conseguir ficar parados, ou como coçava a nuca quando não achava uma resposta rápido o suficiente. Lydia estava grata por ter começado a olhar para o amigo daquela forma; era ridículo o número de coisas que ela tinha deixado despercebido.

A garota andou nas pontas dos pés para não chamar atenção, parando atrás dele e inclinando o rosto em sua direção.

- Ei – ela murmurou, dando-lhe um beijo na bochecha. Stiles sentiu um leve arrepio correr por sua pele e sorriu, seguindo-a com os olhos enquanto ela ia se posicionar ao lado dele, também apoiando suas costas no carro.

- Ei – ele respondeu. Lydia Martin estava linda, como sempre. Vestia um vestido rosa claro florido que acabava acima dos seus joelhos, botas de cano médio e uma jaqueta jeans clara. Usava uma maquiagem natural no rosto, e seus lábios estavam pintados com um tom de vermelho mais escuro que o normal. Seus cabelos ruivos caíam pelos seus ombros, terminando em cachos suaves logo abaixo dos seus seios. Stiles não cansava de admirá-la e não havia um dia que se passasse sem que ele tivesse certeza de que ela era a garota mais linda que ele já viu.

O rapaz sempre fazia questão de que Lydia soubesse o quão bonita ela era. Naquela manhã, a primeira coisa que ele murmurou para ela depois do beijo de bom dia foi um “você está linda” que a fez corar e lhe dar um tapa de leve no peito. Lydia sempre foi muito confiante em relação a sua aparência e nunca se cansava de ouvir elogios, mas Stiles via além da beleza da garota: ele reconhecia sua inteligência, e sempre falava do quanto ela era genial e brilhante. Para Lydia, isso fazia muita diferença. Significava que o que havia entre eles ia muito além da superfície.

- Ah, esqueci de te dar isso – disse ele, afastando-se do pára-choque do carro abrindo a porta de trás. De lá ele tirou o que parecia ser um taco de baseball cuidadosamente envolvido por um papel de presente infantil e decorado com um laço cor de rosa. Ele entregou o presente a Lydia. - Desculpe pelo papel de presente, foi o único que eu achei. E você tem que adivinhar o que é.

A garota riu.

- Meu deus, o que será – ela brincou, rasgando o papel. - Uau, um taco de baseball. Por essa eu não esperava.

- Uma coisa que todos deveriam ter por perto - disse Stiles, orgulhoso. - Mais seguro que uma arma, tão eficaz quanto.

A garota balançou o taco lentamente, testando o peso em suas mãos.

 - Allison tem habilidades estranhas de luta livre, você é meio ninja, Scott deve ter algum poder sobrenatural ou algo do tipo e eu tenho um taco de baseball.

Lydia não pode evitar a gota de ressentimento em sua voz. Pensar sobre aquela noite a fazia mal por vários motivos, e o maior deles era que não gostava de se lembrar da fraqueza que sentiu. Ela não soube se defender; estava impotente e inofensiva. Sentiu-se pequena demais, tentando ganhar uma briga com palavras. Detestou a sensação de não poder fazer nada por si mesma, e assim que pode, tratou de começar trabalhar para nunca se sentir daquele jeito novamente.

A ruiva olhou para o taco e sorriu. Aquele presente era Stiles querendo que ela se sentisse melhor. Cuidando dela, como sempre. Lydia ficou nas pontas dos pés e deu um selinho no namorado.

- Obrigada, eu amei – ela falou com toda a sinceridade. O rapaz sorriu. - E não esqueça que você ainda me deve aquelas aulas.

- Claro que não. É um encontro – disse ele. Durante o mês que se passou, Lydia sempre o lembrava de que, assim que estivesse com o ferimento completamente curado, ele teria que ensiná-la todos os golpes que sabia. Stiles nunca pensou que um dia chegaria a usar as técnicas de desarmamento ensinadas insistentemente pelo seu pai, mas agora estava grato por ter levado as aulas tão cansativas a sério. Além de ensinar a Lydia tudo que tinha aprendido, tinha planos de continuar com a luta em sua vida.

Toda a investigação que precisou fazer enquanto tentavam descobrir o que realmente tinha acontecido com Erica Reyes, embora curta e relativamente simples, foi uma experiência e tanto para Stiles. A euforia de resolver um crime foi uma sensação que ele nunca tinha sentido antes, e que definitivamente gostaria de sentir de novo. Isso juntado ao prazer que teve em derrubar Theo e deixá-lo indefeso no chão, pronto para ser levado para a cadeia onde passaria boa parte da sua vida, fez com que o rapaz não tivesse mais dúvidas sobre o que gostaria de fazer no futuro. O Xerife se encheu de orgulho quando o filho lhe contou os planos de iniciar uma carreira no FBI.

Lydia balançou o taco novamente, acertando-o de leve no braço.

- Isso pode até ser um bom incentivo para os seus estudos – disse. Stiles fez uma careta.

- Eu preferiria que me acertasse na cabeça. Por que temos que fazer isso hoje? É sexta-feira, pelo amor de deus.

- Porque minha mãe vem me visitar no final de semana. Além disso, você já não está mais tão atrasado assim. Hoje é a última sessão de estudos, prometo.

O rapaz gemeu. Depois de tudo que havia acontecido e meses sem ver a filha, Natalie Martin avisou que faria uma visita e não abriu espaço para discussão. Estava chateada com a filha por ela não ter citado a bagunça que acontecia em sua vida durante as ligações. Enquanto Lydia se preparava para dizer desculpas mil vezes, Stiles se preparava para ser apresentado novamente á mulher, dessa vez como namorado.

- Não se preocupe, ela te adora – a garota o tranquilizou.

- As coisas podem dar muito errado, e bem rápido, Lydia.

- Acredite em mim, eu também preferiria outra aula particular a isso.

O rapaz estreitou os olhos para ela.

- Você simplesmente adora passar horas me ensinando matemática, não é?

- Eu adoro passar horas com você. – Ela sorriu docemente. – Mas, sim, eu também adoro matemática.

Stiles revirou os olhos e se virou para entrar no carro. Lydia riu e fez o mesmo, sentando no banco do carona.

A ruiva tinha aceitado de bom grado o cargo de professora particular do namorado, que tinha perdido muitos assuntos importantes durante sua estadia no hospital. As horas que passavam no quarto dele, rodeados de livros e anotações de matérias diferentes, eram uma boa distração da loucura que a vida deles tinha se tornado. A exposição dos crimes cometidos por Theo Reaken causou uma comoção em toda a cidade, chamou atenção não só de curiosos, mas também da imprensa. Lydia, Stiles, Scott e Allison passaram a ser perseguidos por repórteres que insistiam em pedir uma entrevista exclusiva com os jovens envolvidos. Nenhum dos quatro aceitou as propostas, deixando que a imprensa soubesse suas histórias quando contadas em frente ao juiz.

Os adolescentes focaram em continuar com suas vidas, o que era um pouco difícil quando os olhos de todos os moradores estavam virados para eles. No colégio, o envolvimento deles era assunto de muita fofoca. Os estudantes estavam curiosos, aproveitavam todas as oportunidades que tinham para fazer perguntas e mais perguntas, querendo saber cada detalhe. Era difícil achar um momento de paz, dentro ou fora das salas de aula, mas não tinham opção além de levar um dia de cada vez.

Stiles parou o carro em frente a sua casa e os dois entraram. Chegando ao quarto do rapaz, Lydia tirou os sapatos e a jaqueta, sentindo-se á vontade como se o quarto fosse dela. Na verdade, sentia-se mais confortável ali do que em sua própria casa; lá, ela não conseguia passar pela porta da frente sem ser atingida pelas memórias daquela noite. Os pais de Allison a aceitaram de braços abertos em sua casa, e as garota passaram a ser colegas de quarto desde então.

Ele sentou na cadeira junto à escrivaninha e esfregou suas mãos uma na outra.

- Ok, vamos nessa – disse, determinado.

- Gostei da atitude, Stilinski. – Lydia sorriu, tirando seu caderno da bolsa.

A sessão de estudos durou horas. Eles repassaram reações químicas de todos os tipos, resolveram dezenas de fórmulas e equações. Stiles aprendia rápido e a garota adorava ver a expressão dele ao conseguir entender as questões mais complicadas. Sentada com as pernas dobradas embaixo de si, as costas apoiadas na parede e o cobertor sobre seu colo, Lydia o observava. Ele encarava o caderno com as sobrancelhas franzinas, batia o lápis insistentemente na mesa, passava a mão pelos cabelos. Ele era a cara da concentração, e um pequeno show particular.

Em um movimento rápido que a pegou de surpresa, Stiles jogou o caderno e o lápis para cima e empurrou a cadeira para trás, fazendo-a rolar para longe da escrivaninha.

- Ok, já chega. Não quero mais fazer isso – ele disse, jogando as mãos para cima.

- Acho que aquele era o último...

- Nah. Não quero. – O rapaz se levantou e foi até a cama. Lydia encolheu as pernas e ele deixou seu corpo cair no colchão, enterrando o rosto no travesseiro. A garota riu, esticando as pernas e as apoiando nas costas do namorado.

- Tudo bem, você merece um descanso – disse.

- Vamos fazer outra coisa – ele ofereceu, virando-se e sentando com as costas contra a cabeceira da cama. – Qualquer coisa que não envolva matemática, química ou física. Ou qualquer outra matéria.

Lydia mordeu o lábio e sorriu. Retraiu as pernas antes estendidas sobre o colo dele e se ajoelhou na cama. Stiles a encarou com os olhos levemente arregalados enquanto ela posicionava seus joelhos em cada lado do quadril do rapaz.

- Posso pensar em uma boa distração – disse ela, inclinando o rosto e o beijando.

- É mesmo? – ele murmurou sem afastar sem rosto nem um centímetro. Suas mãos estavam espalmadas sobre as coxas dela, e a sensação de tê-lo a tocando daquela forma já fazia o quarto esquentar alguns graus.

- Sim – ela assentiu, passando o dedão de leve pelo lábio inferior do rapaz. – Mas envolve um pouquinho de química básica.

Stiles sorriu contra os lábios dela.

- Hm, tão inteligente – disse, antes de beijá-la. Lydia suspirou contentemente, entrelaçando seus dedos nos cabelos dele. – É por isso que eu te amo – ele murmurou entre beijos.

A ruiva inclinou a cabeça para trás é o olhou nos olhos. Stiles não tinha problemas em dizer que a amava. Tinha passado tempo demais escondendo o que realmente sentia, então não tinha vergonha de que todos soubessem o quanto estava apaixonado por aquela garota.

Lydia se lembrou da conversa que teve com Allison na noite anterior. As duas já estavam embaixo dos cobertores e as luzes já haviam sido apagadas, mas a garota ainda não estava pronta para dormir.

- Allison? - ela chamou em voz baixa.

 - Oi - disse a morena, virando o corpo para a amiga, que olhava para o teto.

 - Como você soube que estava apaixonada por Scott? - Lydia perguntou no mesmo segundo. Tinha passado a semana inteira na intenção de fazer aquela pergunta, e a vontade de saber a resposta crescia a cada dia. Seu relacionamento com Stiles chegava a um lugar que ela não conhecia e ela estava confusa e ligeiramente irritada consigo mesma. Infelizmente, sentimentos não eram auto-explicativos, e a garota tinha fome de conhecimento.

Allison soltou uma risadinha e dobrou as mãos embaixo do queixo.

 - Pergunta difícil - disse. - Você não vai aceitar se eu disse que simplesmente soube, né?

 - Não mesmo.

 - Ah, cara. Ok, hum... Acho que aos poucos eu fui começando a pensar sobre as coisas que ele me fazia sentir. Sabe, como eu me sentia segura com ele por perto, como ele sempre conseguia me fazer sorrir, mesmo sem querer. Como meu corpo reagia ao seu toque, como eu me esquecia de tudo quando estava em seus braços. Esse tipo de coisa. Aí um dia, eu olhei para ele, lembrei de tudo isso e pensei "Ei, eu amo mesmo esse garoto." - Allison sorriu, com os olhos distantes. - Eu nunca tinha me apaixonado antes. Quer dizer, eu achava que sim, mas quando comecei a namorar Scott percebi que estava enganada. Estar apaixonada por ele é... completamente diferente. Você sabe quando é de verdade.

Lydia pensou no que ela disse. Estava ciente de todas as coisas diferentes que o garoto em sua frente a fazia sentir. Ele mexia com seu coração, seus nervos, sua mente, e a ruiva já estava viciada nos efeitos da presença dele. Allison tinha razão: não era tão difícil depois que você colocava tudo sob perspectiva. De repente, tudo ficou muito claro, e a garota já não entendia mais o motivo de tanta confusão.

- Eu também te amo - confessou com o coração acelerado. Para sua surpresa, Stiles soltou uma risada curta, fechou os olhos e balançou a cabeça.

 - Eu falo isso demais, né? Desculpe, eu não quis te pressionar ou algo assim. Vou tentar me controlar.

Lydia franziu o cenho.

 - Como assim?

Ele deu de ombros.

- Você não precisa dizer porque eu disse. Tá tudo bem.

 - Quê? Não, não... - A garota soltou uma gargalhada enquanto ele a olhava, confuso. - Estou dizendo isso porque é verdade.

Stiles piscou.

- Sério?

 - Estou apaixonada por você - ela simplificou, olhando-o nos olhos. - É sério.

O rapaz a encarou com o rosto sem expressão. Lydia ergueu as sobrancelhas, mas ele parecia estar fora do ar.

 - Stiles? - ela chamou, ligeiramente preocupada que tivesse quebrado ele.

 - Desculpe, eu... - Stiles balançou a cabeça, como se saísse de um transe. Ainda assim, ele a olhava como se fosse a primeira vez. - Pode dizer de novo?

A ruiva sorriu.

- Eu amo você... - Assim que terminou de dizer as três palavras, os lábios dele já estavam de volta nos dela. Stiles a beijou com urgência, como se ela fosse ar e ele estivesse sufocando.

Em um movimento, ele ergueu o corpo da garota e a deitou na cama. Lydia soltou um gritinho e riu quando sua cabeça afundou no travesseiro, colocou as mãos no pescoço do rapaz e o puxou para si. O beijo foi ficando mais quente e logo a pele da garota estava arrepiada de desejo. Seus dedos famintos puxavam a camisa que ele usava, loucos para diminuir a barreira de tecidos entre eles. Stiles ergueu o torço, tirou a camisa e a jogou no chão, voltando a se inclinar sobre a garota. Lydia admirou seus ombros definidos, e algo no jeito em que ela o olhava era absolutamente surreal para ele.

Aquele momento parecia ser retirado de um dos muitos sonhos que Stiles teve com a garota. Seu subconsciente a adorava de tal forma que a ruiva era a personagem principal de todas as suas fantasias. Os sonhos mais ousados do rapaz eram aqueles em que Lydia declarava seu amor por ele, porque pareciam ser os mais difíceis de tornar realidade. Mesmo depois de já ter aceitado que ela nunca gostaria dele da mesma forma, o desejo de ouvir aquelas palavras saindo da boca dela ainda resistia. Mesmo que eles fossem melhores amigos e aquelas palavras não significassem o mesmo para ela, Stiles sabia o que queria. Queria ela.

E agora lá estavam eles, e Lydia tinha acabado de provar que Stiles estava errado. Ela disse as palavras que achou que nunca iria escutá-la dizer. E quantas vezes ele sonhou em tê-la ali, em sua cama? Incontáveis. Sonhou em ter suas mãos naquele corpo perfeito, em beijar aqueles lábios cheios. Lydia tinha seus cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro do rapaz, os olhos fechados e os lábios entreabertos e levemente inchados. Parecia uma miragem, difícil de acreditar.

Lydia sentiu a respiração dele falhar, como se de repente começasse a ter dificuldade em encher os pulmões de ar. Stiles afastou o rosto e sentou sobre seus calcanhares, mantendo os olhos fechados enquanto se concentrava para controlar sua respiração. Aquele não era o momento para uma crise, mas ele não pode evitar. O fato de que ele estava ali, com Lydia Martin, a garota dos seus sonhos, em sua cama, em seu quarto excessivamente bagunçado, era quase demais para assimilar.

- Stiles... – ela murmurou, erguendo o corpo e o olhando com preocupação. – Está tendo um ataque de pânico?

Stiles balançou a cabeça. Estava estragando tudo. Ela acabaria se afastando, e o momento chegaria ao fim. Aquela era a última coisa que ele queria: que aquele momento acabasse.

- Desculpe. – Ele franziu os lábios e respirou fundo, expirando lentamente. Fechou as mãos trêmulas com força, tentando retomar o controle sobre o seu corpo. – É só que... Isso é...

 - Xii... Olha pra mim. - Ela colou sua testa na dele, colocando as mãos em seu rosto. Ele abriu os olhos e tudo que viu foi o verde brilhante da íris da garota. - Está tudo bem.

- Eu não estou pirando, ou algo assim – disse ele. – É só que isso é simplesmente...

Lydia sorriu docemente, acariciando o rosto dele.

- Está tudo bem.

 - Você é tudo que eu sempre quis – ele confessou, olhando no fundo dos seus olhos para que ela visse que aquelas palavras vinham do fundo do seu coração, de dentro da sua alma. A sinceridade nas íris cor de âmbar do garoto a fez sorrir. Ela inclinou o rosto e o beijou lentamente e apaixonadamente, fazendo sumir toda a dúvida de se aquele momento era real ou não.

Sem afastar os rostos, ela voltou a se reclinar na cama até sua cabeça estar no travesseiro. Lydia tinha as penas encaixadas ao redor do quadril dele. Stiles apoiava o antebraço ao lado da cabeça dela enquanto sua outra mão apertava a cintura dela. Uma insegurança insistia em limitar seus movimentos

- Eu amo você - ela sussurrou contra os lábios dele. O rapaz ofegou quando Lydia segurou a mão dele e a colocou em sua perna, guiando-a para sua coxa, embaixo do vestido. - Eu quero você.

Ele colocou ambas as mãos sobre a barriga da garota e as usou para tirar o vestido do caminho, aproveitando para sentir a pele morna dela, deixando que suas palmas passeassem sem pressa pelas curvas da ruiva. Desta vez, era Lydia quem estava tendo dificuldades em respirar. Mordeu o lábio inferior quando as mãos dele chegaram a suas costelas.

- Pode tirar – murmurou. Stiles engoliu a seco antes puxar o vestido gentilmente pela cabeça dela e descartando-o junto com sua camisa. Os olhos arregalados do rapaz passearam pelo corpo dela, coberto apenas por uma lingerie azul escura, que fazia com que seus cabelos avermelhados se destacassem ainda mais. Stiles podia passar o dia admirando-a, memorizando cada curva, cada sarda, cada detalhe da sua pele.

- Puta merda - ele deixou escapar. Lydia Martin era uma deusa. – Você é tão linda.

A garota corou sob o olhar maravilhado do rapaz.

- Obrigada – disse. Ela ergueu a mão e afastou o cabelo que caía nos olhos dele, acariciando sua bochecha de leve. – Você também é lindo.

- Mas você é tipo... Linda pra caralho – ele insistiu. – Como você foi para com um cara como eu?

Lydia aproximou seus lábios do dele.

- Pura sorte – murmurou, antes de beijá-lo. Colocou os braços ao redor do pescoço dele e o puxou mais para perto. As mãos dele apertavam suas coxas, quadril, cintura; Stiles não acreditava que conseguiria tirar as mãos dela depois daquela noite. Tudo sobre Lydia era intoxicante demais para ele se afastasse um centímetro sequer, sendo o viciado que ele já era.

A garota abaixou os braços para que seus dedos fossem até o botão do jeans que ele usava. Stiles balançou as pernas, tentando chutar a calça para fora. Soltou um grunhido impaciente e se virou na cama, sentando-se ao lado de Lydia e tirando a calça com as mãos. Quando voltou para a posição que estava, viu a garota franzindo os lábios para segurar uma risada.

- Desculpe - disse ela, sem soar tão arrependida.

Em resposta, Stiles levou uma das mãos para as costas da garota, abrindo seu sutiã sem dificuldade. A garota parou de rir imediatamente e o olhou com as sobrancelhas erguidas enquanto ele deixava a peça íntima cair na pilha de roupas no chão.

- Surpresa? - ele provocou, sorrindo maliciosamente.

- Na verdade, nem tanto. Sei que você é habilidoso - ela respondeu, mas o rapaz já não escutava direito o que ela dizia, tendo seus olhos focados nos peitos nus da garota. Desta vez, foi Lydia quem abriu um sorriso malicioso. - Surpreso?

- Eles são melhores do que eu imaginava - disse ele. Não que eu… Ah, quer saber, eu já passei muito tempo pensando neles, sim. Não tem por que fingir que não. Sou uma causa perdida.

- Em sua defesa, eu estou lisonjeada.

Stiles passou a língua pelos lábios e ergueu os olhos, olhando-a com incerteza.

- Posso…?

Lydia soltou uma risada curta.

- Á vontade, eu não sou louca de dizer que n- Ooh… - Ela mal terminou a frase e ele já tinha a atenção voltada novamente para os seus seios. Começou com beijos leves, testando a liberdade que ela havia o concedido. Lydia soltou um gemido baixo quando ele mordiscou a pele sensível, e ele sorriu. O rapaz tomou seu tempo provocando-a, eventualmente subindo seus beijos quentes para o pescoço dela, mapeamento mentalmente todos os pontos que a faziam suspirar. Lydia fechou os olhos e mordeu o lábio inferior, amando cada segundo daquilo. Ela arranhava a nuca e as costas do rapaz, mas eram os pequenos gemidos que escapavam da sua boca que o enlouqueciam.

Stiles ergueu o rosto e seus olhos encontraram com os dela. Eles tinham o mesmo tom e expressão daquela noite no hospital, e Lydia caiu aos pedaços. Era a expressão que dizia que ele faria uma loucura se não a tivesse naquele instante. A garota nunca tentaria impedi-lo; seu corpo demandava mais ela precisava de mais. Enterrou a mão nos cabelos do rapaz e o puxou em sua direção, mostrando com um beijo o quanto ela o queria também.

Stiles quebrou o beijo apenas para esticar o braço para procurar uma camisinha no criado-mudo ao lado da cama. Impaciente, ele começou a jogar no chão todo o conteúdo da gaveta, até que seus dedos encontraram o pacotinho.

- Isso! - ele comemorou, aliviado, erguendo o pacote. Rapidamente de livraram do pouco tecido que havia entre seus corpos e então eles eram um do outro.

Lydia estava certa: foi diferente. Foi algo que ela nunca tinha experimentado antes, foi lento, intenso e absolutamente maravilhoso. Seus corpos se encaixavam perfeitamente, movimentando-se no mesmo ritmo enlouquecedor. Seus corações batiam na mesma velocidade, alta e frenética. Suas respirações se misturavam, seus lábios deixavam trilhas de beijos quentes e desleixados em toda pele que estivesse por perto. A garota não durou muito, e foi o maior espetáculo do mundo para ele assisti-la arquear as costas e gemer seu nome. O rapaz aproveitou seu tempo, acelerando o ritmo e não demorando muito a levá-la ao limite novamente. Desta vez, os dois caíram juntos. Atingida pelo o que com certeza era o melhor orgasmo da sua vida, Lydia enterrou os dentes nos ombros dele enquanto Stiles a segurava como se sua vida dependesse daquilo.

O rapaz rolou para o lado, exausto, e deitou ao lado dela. Ela tinha os olhos fechados e um pequeno sorriso no rosto, formigando da cabeça aos pés.

- Isso foi...

 - Bom pra caralho - ele completou, ainda respirando pesadamente.

Os dois se olharam antes de abrirem sorrisos largos. Lydia virou o corpo e deitou a cabeça no braço dele. Stiles beijou os cabelos dela. Ficaram assim, em silêncio, por um tempo, recuperando suas respirações.

 - Hey, quer tomar um banho, ou algo assim? - ele ofereceu. Não havia nenhuma insinuação em suas palavras, apenas ele querendo deixá-la mais confortável. A garota o olhou com afeto.

 - Seria legal - respondeu suavemente.

Stiles assentiu. Esticou o corpo para pegar a cueca do chão e a vestiu. Foi até o armário e pegou uma toalha limpa, entregando a ela. Lydia se levantou e se enrolou com ela.

- Eu vou usar o outro banheiro - disse ele, pegando uma toalha para si e roupas limpas. - Pode pegar roupa no meu armário se quiser e, hum... fica à vontade. Eu já volto.

A garota assentiu, colocou a mão sobre o peito do rapaz e deu-lhe um beijo rápido. Stiles abriu um meio sorriso e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Lydia suspirou contente e foi para o banheiro dele. Fechou a porta e se olhou no espelho. Sua pele parecia brilhar, não apenas por causa do suor. Era felicidade genuína. A garota riu consigo mesma, cobrindo o rosto com as mãos. Stiles Stilinski, seu melhor amigo que um dia ela quase esqueceu que adorava, o garoto que salvou sua vida e a fez se apaixonar perdidamente. Além de tudo isso, incrível na cama. As pernas dela ainda estavam fracas.

Lydia se desenrolou da toalha, torceu o cabelo em um coque alto e entrou no chuveiro. A água estava morna e relaxante, e o sabonete que usou tinha o cheiro dele. Enxugou-se e saiu do banheiro, encontrando o quarto ainda vazio. Ela foi até o armário, pegou uma cueca box preta de uma das gavetas e procurou uma camisa para usar por cima. Seus lábios se curvaram em um sorriso quando achou a camisa do time de lacrosse dele. Ela se vestiu, e a camisa a cobria até quase a metade das suas coxas.

Tomar banho no chuveiro dele, usar seu sabonete e suas roupas, deitar em sua cama, tudo estava em um nível de intimidade que Lydia nunca tinha chegado com um garoto antes. Mas ela não estava surpresa; Stiles não parava de levá-la a lugares onde ela nunca esteve.

A ruiva se deitou embaixo da coberta e esperou por ele. Stiles apareceu pouco tempo depois, vestindo uma calça de moletom cinza e uma camisa simples azul escura, passando a toalha nos cabelos úmidos. Seus movimentos pararam quando seus olhos se fixaram na garota em sua cama.

- Meu Deus – disse ele, olhando com os olhos arregalados. – Você está usando minha farda.

Lydia sorriu.

- Sou time Stilinski – brincou. O capaz continuou a encará-la sem piscar, seu rosto sem mudar de expressão. O sorriso sumiu aos poucos do rosto dela, substituído por confusão. – Quer que eu troque?

- Não! – ele quase gritou. Jogou a toalha molhada de qualquer jeito sobre a cadeira, apagou a luz e foi até a cama. – Por favor, nunca mais tire essa camisa. Ela fica melhor em você do que em mim.

A garota riu e deitou a cabeça no peito dele. Stiles colocou o braço ao redor dela e a puxou para perto, e ela entrelaçou suas pernas nas dele.

- Á propósito, eu vou dormir aqui hoje, ok? – disse ela, erguendo o rosto para ele.

- Você está deitada na minha cama, usando minha farda. Acha mesmo que vou te deixar ir a algum lugar? – ele murmurou, beijando-a. Ela suspirou e sorriu, beijando-o de volta.

Os dois adormeceram no calor um do outro, respirando pacificamente, corpos colados. Aquela cama havia virado o melhor lugar do mundo, o lugar onde eles eram mais felizes, completos, seguros. Onde eles podiam ser um só.

Stiles acordou com o cheiro doce dos cabelos dela em deu rosto. Tinha um braço firma ao redor dela enquanto Lydia tinha as costas apoiadas em seu peito. O rapaz abriu um sorriso sonolento e deu um beijo demorado na nuca dela. A ruiva se mexeu, murmurando algo quase inaudível quando ele a beijou novamente.

- Bom dia – disse ela, com a voz rouca.

- Bom dia – ele respondeu. Lydia fez menção de se virar para ele, mas o rapaz a impediu. – Eu não posso te beijar. Estou com bafo.

- Ugh. Eu também.

- E estou com fome – ele completou. – Devíamos descer para tomar café.

Mencionar comida fez o estômago da garota roncar.

- Sim, por favor – disse. Ergueu o corpo em uma posição sentada, mas ele a puxou para baixo, voltando a abraçá-la e enterrar o rosto em seu pescoço. Lydia soltou uma gargalhada. – Stiles!

- Tá tão bom aqui – ele murmurou, e ela teve que concordar, porque havia acabado de descobrir que não havia forma melhor de acordar do que nos braços dele.

- Precisamos acordar. Minha mãe chega hoje. – Stiles gemeu, descontente, mas afrouxou o aperto ao redor da garota e a deixou levantar. Ela saiu da cama, voltou a fazer um nó nos cabelos que tinham se soltado durante a noite e o puxou pelo braço. – Vamos. Café. Bacon.

- Hm, bacon – ele murmurou, jogando as pernas para fora da cama.

Lydia entrelaçou seus dedos nos dele e o arrastou até a porta. Stiles puxou a maçaneta ao mesmo tempo em que a porta do quarto do seu pai abriu e eles ouviram uma risada feminina vindo de dentro.

- Oh, meu deus - Lydia murmurou ao ver o Xerife pisar no corredor com um dos braços ao redor de Monica, que vestia uma blusa de botões que com certeza não a pertencia e também tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo bagunçado. Noah, que vestia roupas quase idênticas as do filho, abaixou o braço e os olhou com os olhos meio arregalados.

- Stiles, eu ahn... - Ele pigarreou. - Não sabia que estava em casa.

O rapaz coçou a nuca.

 - Eu também não... Quero dizer, eu sabia que eu estava em casa, mas não sabia que você... Não te ouvi chegar ontem á noite.

Monica e Lydia se entreolharam, ambas franzindo os lábios para controlar a risada. O momento era embaraçoso e cômico, com os dois homens claramente sem saber o que fazer. A garota lembrou-se de quando contou ao namorado sobre os dois.

Stiles teve que voltar ao hospital depois do acontecido, por causa dos pontos que fechavam seu ferimento, que haviam partido. Lydia tinha prometido a tia que não abriria a boca, mas não conseguiu continuar com um segredo daquele na ponta da língua.

 - O que você tem em mente? - ele perguntou casualmente, observando a expressão pensativa dela. A garota mordeu o lábio e olhou para ele. Seria tão terrível se ela contasse?

 - Tenho algo para te contar uma coisa que eu não deveria, mas eu acho que você precisa saber porque, bem... é da sua conta.

Stiles franziu a testa.

 - O que é?

- Prometa fazer uma cara de surpreso quando seu pai te contar.

 - Meu pai?

- Sim. Prometa.

- Tá, eu prometo. O que tem o meu pai?

Lydia suspirou mais aliviada, e abriu um sorrisinho animado.

 - Ele e minha tia estão namorando - disse ela. - Bem, não oficialmente, mas eu acho que eles se gostam de verdade e... Você está me escutando?

O rapaz encarava a parede atrás dela com o rosto vazio de expressão. Ela balançou a mão em frente aos olhos dele, e ele a olhou, piscando rapidamente.

- Meu pai está namorando Monica? - ele perguntou, parecendo chocado, e a garota se perguntou se contar o segredo havia mesmo sido uma boa ideia.

- Você está bem?

 - Sim, é só que isso é... Uau. - Ele soltou uma risada curta. - Meu pai está namorando. Finalmente.

Desta vez, foi ela quem franziu a testa.

 - Sério?

- Há um bom tempo venho torcendo para que ele encontrasse alguém. Sei que ele amava minha mãe, mas também tenho certeza que ela iria querer que ele fosse feliz. O velho merece - disse. - Além disso, Monica é demais. Se ele está feliz, eu estou feliz.

Dias depois, Stiles a contou que seu pai havia trazido a notícia de uma forma tão formal que foi quase ridículo, e que definitivamente ficou surpreso com a reação do filho. Lydia duvidou que o rapaz tivesse cumprido sua promessa e fingido uma cara de surpresa, mas ficou feliz que não houvesse mais nada no caminho para que Noah e Monica ficassem juntos.

Mas nem o pai, nem o filho, imaginavam se encontrar naquela situação, se encontrando no corredor da casa com suas respectivas namoradas.

 - Bem, eu estou com fome. - Monica quebrou o silêncio. - Alguém quer panquecas?

- Ah, eu quero! - Lydia aceitou, sorrindo. Sua tia assentiu e pegou a mão do namorado.

 - Vamos tomar café, então - disse ela, puxando o Xerife para a escada.

A garota olhou para Stiles, que ainda estava desnorteado. Ficou nas pontas dos pés e deu um beijo na bochecha dele.

 - Vamos - disse, apertando sua mão e seguindo sua tia para a cozinha.


Notas Finais


Btw, em breve vou estar postando a história em inglês, vou deixar o link :) Até a proxima!


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