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História Never Really Gone - Pode Esperar Até Amanhã


Escrita por: LStilinski

Notas do Autor


HO HO HO FELIZ (QUASE) NATAL!
Essa semana não tem Teen Wolf (aaaaaaah) mas tem capítulo novo :)

p.s.: eu to vontade de começar outra fic, será que dá certo?

Capítulo 6 - Pode Esperar Até Amanhã


Fanfic / Fanfiction Never Really Gone - Pode Esperar Até Amanhã

Os dois dias seguintes ao jantar definitivamente entraram para a lista de Piores Finais de Semana de Lydia Martin.

Após chegar em casa na sexta a noite e chorar no chuveiro e embaixo das cobertas até cair no sono, Lydia não teve mais ânimo para levantar dali. Queria dormir até ficar velha e esquecer tudo que havia acontecido, mas sempre que fechava os olhos podia ver a expressão dura de Stiles, e suas palavras ecoavam pela cabeça da garota.

Talvez isso que você esteja sentindo seja culpa. Ele tinha razão. Lydia havia levado tempo demais para perceber que ela havia causado tudo aquilo. Stiles estava certo, ela havia cortado relações com os melhores amigos por egoísmo, porque era mais fácil começar uma vida nova tão longe de casa quando não há nada te prendendo. Não pensou no bando, não olhou para trás. E em troca eles a receberam de volta com braços abertos.

Lydia não merecia ser tratada daquela forma. Não merecia os sorrisos e abraços, não merecia os amigos que tinha.  Talvez fosse por isso que ela foi contra a forma que eles agiram com ela, sem hesitar em reintegrá-la ao bando: ela sempre soube que não merecia, mas preferiu botar a culpa neles. E se isso não a fazia um ser humano horrível, ela não sabia o que faria.

Grunhindo, Lydia colocou o travesseiro sobre a cabeça. Queria poder desligar a mente por um minuto, poder ter uma pausa para respirar. Queria gritar de raiva, espernear, voltar no tempo e concertar tudo. A garota tinha certeza de que, em seus dezoito anos, ela nunca se sentiu tão mal. Chorara como pouca vezes em sua vida.

Anoiteceu, amanheceu, e Lydia não saiu da cama. Mônica apareceu em seu quarto com café da manhã em uma bandeja, preocupada com a sobrinha que não comia há muitas horas.

- Não consigo comer – ela murmurou com a voz rouca. Sua tia suspirou e pousou a bandeja na escrivaninha, sentando-se ao lado da garota.

- Pode me contar o que aconteceu no jantar? – ela perguntou suavemente.

Lydia respirou fundo, seus olhos já enchendo de lágrimas.

- Eu estraguei tudo – respondeu, e logo já estava contando tudo. Mônica ouvia com atenção enquanto a sobrinha explicava o motivo de sua tristeza, entre soluços.

- Oh, Lydia – ela murmurou depois que a garota terminou de falar. Ela chorava, e a mulher a puxou para o seu colo, acariciando seus cabelos enquanto ela soluçava descontroladamente. Seu coração doía ao ver a sobrinha naquele estado.

- Eu preciso consertar... preciso fazer... – a garota tentava falar.

- Isso pode esperar até amanhã – disse Mônica. – O que você precisa fazer agora é comer alguma coisa, ok?

Lydia assentiu fracamente, sentando-se. Mônica pegou a bandeja e a colocou na cama, em frente à sobrinha. A garota pegou o copo de suco e começou a beber, olhando para a tia com gratidão.

- Vai ficar tudo bem – ela disse, sorrindo para a garota. Tudo que Lydia podia fazer era torcer para que isso fosse verdade.

Xxxx

Na manhã de segunda-feira, Lydia tinha um plano. Ela havia desligado o celular após ter passado horas tentando digitar uma mensagem com um pedido de desculpas perfeito, e então decidiu que aquele não era o jeito certo de lidar com o que aconteceu. Ela iria ter que cuidar daquilo pessoalmente, mostrar o quanto estava arrependida e que sentia muito.

O nervosismo de encarar os amigos a deixou acordada durante a maior parte de noite; sucumbiu ao cansaço pouco antes do amanhecer, o que a atrasou na manhã seguinte. Tomou o banho mais rápido da história, vestiu a roupa mais simples, uma calça jeans e uma camisa, e prendeu o cabelo numa trança folgada. Fez o melhor que pode ao tentar esconder as olheiras profundas, que ainda eram visíveis depois de camadas de maquiagem. Pegou sua bolsa e correu para fora do quarto.

Na mesa da cozinha, sua tia havia deixado a chave do carro e um aviso pedindo para a garota ir buscá-la à noite no hospital. Lydia pegou uma maçã e foi para o carro. Dirigiu na velocidade limite, chegando à escola no momento em que o sinal anunciando o início das aulas tocava. Correu para a sala de aula, torcendo para que o professor não estivesse lá, e desabou em uma cadeira no fundo. Seus olhos rondavam pela sala enquanto ela recuperava o fôlego; não dividia a aula com nenhum de seus amigos.

Concentrar-se na aula foi uma tarefa difícil. Matemática era uma de suas matérias preferidas, mas nem as equações gigantes e convidativas escritas no quadro conseguiam tirar a mente da garota do problema que tinha que resolver. Sua mão escrevia mecanicamente no caderno, seus olhos iam e voltavam para o relógio na parede. Os minutos insistiam em passam com sua velocidade normal, talvez até mais devagar.

Quando o sinal tocou, Lydia foi a primeira a sair da sala. Tinha alguns minutos antes do início da próxima aula, tempo o suficiente para caçar alguém do bando. Saiu andando pelo corredor com passos largos até seu armário, onde jogou sua bolsa e pegou o que precisava para a aula seguinte, depois o fechou com um pouco mais de força do que necessário e continuou sua caminhada.

- Lydia! – alguém a chamou, e a garota virou tão rápido que quase perdeu o equilíbrio. Ficou decepcionada ao ver um garoto desconhecido vindo em sua direção. – Você é Lydia Martin, certo?

- Ahn sim... – respondeu distraída enquanto procurava seus amigos entre as pessoas que andavam pelo corredor. Será que eles estavam evitando-a? Eles teriam um bom motivo para não querer tê-la de volta ao bando, mas ela precisava pelo menos pedir desculpas. Lydia havia sobrevivido a um fim de semana ridiculamente depressivo, saído de casa como um zumbi de maquiagem e quase se atrasado para a aula; a garota merecia uma chance de se desculpar.

- Hum, Lydia? – o garoto falou. Ela estava tão presa em seus pensamentos que não havia percebido que ele estava falando com ela.

- Desculpe, o que? – ela disse, piscando e olhando para o garoto pela primeira vez. Ele soltou uma risada curta, achando graça da distração da garota. Ele era alto, bonito, e tinha um sorriso charmoso; Lydia não o conhecia, e se não estivesse com tanta pressa (ou tão mal arrumada), aproveitaria daquela conversa para usar seu charme.

- Você esqueceu esse livro na sala – ele continuou, erguendo um livro de biologia. – Foi na sexta, e eu não tinha seu número, então levei para casa.

- Oh, obrigada – ela disse, pegando o livro de suas mãos. – Eu nem tinha percebido.

O garoto abriu a boca para dizer algo, mas neste momento Lydia avistou uma figura de cabelos escuros bagunçados e camisa quadriculada indo para a sala. Não precisou aproximar-se para saber quem era.

- Tenho que ir. Obrigada de novo – apressou-se em dizer, e saiu correndo antes que ele pudesse responder.

XXX

- Stiles! – ela chamou, andando o mais rápido que podia no corredor cheio. – Stiles!

O garoto franziu a testa e virou-se ao ouvir seu nome ser chamado. Seu coração acelerou ao ver a ruiva andando em sua direção. Lydia era a pessoa que ele mais queria ver.

Stiles não havia conseguido parar de pensar na discussão que tiveram por um minuto sequer. Sentiu-se um idiota por não ter notado o desconforto da garota durante o jantar, o que foi estranho, porque prestar atenção em Lydia era uma coisa que ele geralmente fazia sem perceber.  Ele ainda estava se acostumando com a sensação de não estar mais apaixonado pela garota, mas tinha que admitir que não era tão ruim. Era uma liberdade estranha, mas definitivamente bem vinda.

Mesmo assim, sua primeira reação quando Lydia levantou e foi embora foi ir atrás dela. Ela ainda era sua amiga; ele se importava demais para simplesmente deixá-la ir. Pediu para os outros esperarem e correu para fora. Viu em seus olhos que algo estava errado, e quis saber o que era, queria consertar tudo.

Suas palavras foram duras de ouvir. Ela não fazia ideia. Não fazia ideia de que anos atrás Stiles havia jurado que seria capaz de fazer de tudo para tê-la de volta. Não fazia ideia do buraco que deixou na vida do garoto, do que era ter seu coração completamente despedaçado ainda tão jovem. Ele sabia que não havia sido fácil para os amigos também. Lydia fazia uma falta absurda, e todos levaram muito tempo para se acostumar com sua ausência.

Stiles não pode se segurar; ela tinha que saber. Tinha que saber o quanto foi difícil, e o que sua volta significava. Mas ele não queria vê-la chorar. Não, essa era a última coisa que ele queria. Sua raiva momentânea dissipou-se quando viu aqueles olhos verdes brilharem com lágrimas. Foi tomado por uma ansiedade que já conhecia: era o impulso de sempre querer fazê-la se sentir bem. 

Quando ela deu as costas e foi embora, ele achou melhor deixá-la ir. Enquanto contava o que havia acontecido aos amigos, o garoto foi tomado por um arrependimento que fez seu peito apertar. Desejou ter escolhido as palavras certas, tê-la feito voltar para dentro e ter uma conversa calma. Sentiu-se um idiota, um completo otário.

- Lydia, eu...

- Stiles... – disseram ao mesmo tempo quando estavam cara a cara. O garoto abriu a boca para falar, mas ela levantou um dedo para silenciá-lo. – Não, você precisa me escutar, Stiles...

- Me desculpa – ele a interrompeu. Lydia franziu a testa.

- Quê? Não...

- Eu não deveria ter dito aquelas coisas. Foi grosseiro da minha parte, e eu me sinto um idiota. Tentei te ligar o fim de semana inteiro, mas você...

- Espere aí – ela disse, fechando os olhos por um segundo e balançando a cabeça, confusa. – Isso está errado.

Desta vez, Stiles franziu a testa.

- Como assim?

- Eu deveria estar pedindo desculpas, você está maluco?

- Ahn?

- Você tinha razão. – Lydia suspirou e continuou: - Você não deveria pedir desculpas porque tudo que falou é verdade. A culpa é minha. Deixei vocês para trás porque... achei que facilitaria minha vida em Nova York. Doía demais pensar em tudo que deixei para trás, e eu achei que precisava começar do zero. Foi muito egoísmo da minha parte, eu sei disso.

- Lydia... – ele murmurou, sem saber muito bem o que dizer. Stiles não gostava de ver a tristeza no rosto dela, ou as lágrimas que se acumulavam em seus olhos. – Está tudo bem.

- Não está tudo bem. – Lydia fungou, enxugando as lágrimas antes que elas caíssem; não havia planejado chorar no meio do corredor. – Eu fui ingrata e egoísta, e não deveria ter agido daquela forma. E eu... Eu preciso pedir desculpas, Stiles. Preciso que vocês me perdoem pelo que eu fiz.

Stiles colocou as mãos nos ombros na garota, sorrindo levemente.

- Se depender de mim, aquela noite nunca aconteceu – disse ele, e Lydia não pode evitar rir fracamente. Ele a puxou para o seu peito e a abraçou. Lydia enterrou o rosto em sua camisa, respirando fundo. O perfume em suas roupas e o calor do seu abraço pareceu ser exatamente o que ela precisava para sentir-se melhor. Stiles tinha esse poder. Quando era menor, Stiles era sempre quem a consolava nos seus piores momentos. Ele sempre a fazia rir, e a fazia acreditar que tudo ficaria bem. Stiles sempre foi seu porto seguro.

- Estávamos preocupados com você – ele disse quando se separaram. – Você não atendia ao telefone...

- É, eu desliguei – ela disse, lembrando do aparelho desligado que havia jogado na bolsa antes de sair de casa. – Quer dizer que eles não me odeiam?

Stiles revirou os olhos.

- Ok, vamos esquecer que você perguntou isso. Ninguém está irritado com você, Lydia – ele disse. – Bem, só Malia, mas é porque você não ajudou a pagar a conta.

Lydia riu, sentindo um peso enorme sumindo dos seus ombros. Mas uma vez, as coisas acontecem fora do planejado, mas de um jeito melhor. Sentia-se tão aliviada que podia sair flutuando. Mas, mesmo acreditando em Stiles, ainda pediria desculpas ao bando. Pelo menos sabia o que esperar.

O sinal tocou, e Stiles grunhiu.

- Não dá pra acreditar que hoje é segunda – resmungou ele, ajustando a mochila nos ombros. – Te vejo depois.

- Ok – disse ela, sorrindo. Virou-se e foi para sua sala de aula, feliz em ter conseguido um dia melhor do que um que entraria na lista de Piores Segundas-Feiras de Lydia Martin.

 



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