História Never Tear Us Apart - 14

POV Camila

Finalmente, a espera havia acabado. Após meses aprendendo as coreografias, fazendo arranjos novos para utilizar ao vivo, entrevistas em rádios etc. Daqui uma hora iremos embarcar para o Brasil, nós queríamos abrir lá porque particularmente, as meninas e eu amamos aquele lugar, e os harmonizers brasileiros são muito enérgicos, o que dá uma entrada “triunfal” nessa tour. Nós iríamos para o Brasil, depois seguíamos para Argentina, Peru entre outros, para então voltar aos EUA onde seria comprido já que passaríamos por vários estados, logo após Europa, Oceania e por último Ásia.

Lauren iria abrir nossos shows na parte Norte-Americana, devo acrescentar que ela está muito, mas muito empolgada mesmo, ela tem um carisma próprio e uma boa presença de palco, acho que vai ser ótimo para a divulgação dela e será uma abertura e tanto para nosso show, que é o principal. Como somos da mesma gravadora, viajaremos com dois ônibus, uma para nós meninas e outro para as duas equipes que eram meio que embutidas, ambas pessoas trabalhavam para os dois artistas.

- Gente, eu to muito ansiosa, vocês não tem noção – Dinah chegou saltitando com seu snap ligado – Chancho, da um oi pra câmera.

- Olá câmera – acenei com um largo sorriso até acabar a gravação. Dinah estava muito imperativa, tanto que ficou mandando mensagens para nós a madrugada inteira falando que estava empolgada e não conseguia dormir, o que inevitavelmente tirou nosso sono, até eu que sou como uma pedra quando durmo.

Allycat conversava com sua mãe no celular e Normani seguia a lábia da Dinah, essas duas são muito grudadas, não a toa que as pessoas shippam de pés juntos Norminah. As poucas pessoas que transitavam por ali nos encaravam como se fôssemos um bando de loucas, o que literalmente éramos não é mesmo?

Depois de um tempo esperando, embarcamos no avião juntamente com as pessoas da equipe, eu me sentei ao lado de Ally, enquanto na fileira de trás sentou Normani e Dinah. Ficamos bem no fundo para que pudéssemos fazer nossas palhaçadas sem querer irritar ninguém.

- Vocês viram o novo clipe da Bey? Gente, eu to passada, sério, nível de lacre ultrapassado – Normani comentou enquanto ajeitava seu travesseiro no assento.

- Eu vi Mani, e é verdade, aquela raba que domina tudo – Dinah seguiu a conversa e eu apenas observei aquela bolha delas. Não importa o quão ocupada estejam, se a Beyoncé não aparecer em algum momento de assunto delas, não seriam elas.

- Eu vou dormir meninas, quero estar descansada assim que chegar – Ally comentou e se cobriu a cara com sua pequena manta, colocando o fones de ouvido com um hap pesadão como ela adorava.

- Também vou dormir, porque ALGUÉM decidiu ficar mandando mensagens a madrugada inteira.

- Ei Chancho, você sabe como eu fico quando estou ansiosa, já devia ter se acostumado.

- As vezes eu penso que se eu me acostumar perde a graça.

- Então não reclame bunduda.

- Passar bem Cheechee – coloquei meu fones de ouvido e virei me cobrindo também, dei play aleatório e a voz de Lauren invadiu meus ouvidos, aquela maldita voz que sempre me estremecia, mesmo que sendo apenas um rápido “oi”, e o pior é que eu sabia que se eu nutrisse algo por ela, vir a pública era o maior obstáculo de tudo isso.

{...}

- ACORDA CHANCHO, CHEGAMOS BUNDUDA – Dinah me tapinhas na cara e eu acordei assustada com os berros.

- Pra que tanta agressão? Gente, você me paga DJ.

- Veremos, agora vamos que eles querem tentar sair do aeroporto sem tumulto o mais rápido possível, quanto mais rápido chegarmos no hotel, mais aproveitamos – assenti e me ajeitei, nem preocupei em ajeitar os cabelos desgrenhados, eu apenas desamassei a jaqueta e saí cambaleando de sono do avião. Estávamos em uma área totalmente vazia do aeroporto, mas bem no fundo, dava para ver o amontoado de gente, eram muitos, e muitos, tinhas 3 saídas segundo os guardas, então iriamos sair pela que não tinha gente.

Quando chegamos no hotel, eu fiquei de boca aberta com a vista de nosso quarto, estávamos no Rio de Janeiro, e a vista era diretamente para o mar e o grande céu. Eu não tinha observado muita coisa de dentro do carro, eu apenas fiquei ouvindo a Dinah falando de quantas pessoas bonitas andavam na rua, cantamos um pouco até que colocaram em uma rádio brasileira onde paramos de entender tudo que era pronunciado.

Depois de ter ligado para minha mãe, eu atualizei o twitter e o snap, respondi alguns fãs nas redes e então, como teríamos esse dia livre, as meninas me convidaram para ir na piscina do hotel, o que eu aceitei de bom grado já que estava quente e era uma boa oportunidade de relaxar.

Coloquei um biquíni, saída de banho por cima e peguei meu chinelos, arrumei uma bolsa com coisas necessárias e encontrei as meninas na entrada para o elevador, seguida por seguranças. Chegando na área esvaziada da piscina, eu joguei minhas coisas na cadeira retirei a saída de banho e dei um mergulho na piscina sentindo meu corpo inteiro relaxar com contato da água, eu era de Miami, piscinas e mar eram uma das melhores coisas para mim. As meninas entraram logo depois e fizemos guerra de água, competição de quem nadava mais rápido ou quem ficava mais tempo embaixo da água.

POV Lauren

Eu nunca havia trabalhado tanto em minha vida, foram meses muito intensos desde o jogo de basquete de Taylor, eu quase nem via mais as meninas, e nem a Normani, e olha que morávamos juntas. Apesar de toda essa correria e loucura, eu estava amando todo o processo criativo que a música envolvia, Ethan e eu tínhamos virado ótimos amigos, porque convivíamos  dias e semanas juntos tanto no estúdio quanto por fora. Ele estava namorando com a garota do restaurante, fazia umas 3 semanas e eu nunca o vi tão sorridente, sinceramente? Eu só vi ele com esse sorriso radiante quando eu consegui o contrato.

As meninas estavam no Brasil já, me mandaram snaps assim que pousara, tanto que o vídeo de entrada foi a Dinah acordando Camila com leves tapas e berros. Eu tenho sessões de gravação hoje, photoshots e reuniões com coisas que eu já nem me lembro mais, só sei que é importante. E também tenho que começar a me preparar a turnê das meninas aqui no EUA, já que eu vou abrir os shows delas, vantagem é que eu vou viajar no ônibus com elas, ou seja, diversão a mais.  

- Laur, quer fazer arranjo diferente em mais algo?

- Não, está tudo ótimo, gostei do nosso impasse.

- Okay, sei que está acostumada com público e tem presença, mas sempre dá aquele nervosismo inicial, também porque você vai ser abertura de tudo então né, e eu vou estar lá, atrás de uma gigante mesa com botões diversos, cuidando para que tudo na sua música saia perfeitamente.

- Você é um ótimo amigo Ethan – ele deu um sorrisinho de canto e me deu um tapinha no ombro. Já tínhamos terminado o ensaio, então eu iria ver Joey e Larry, mesmo com essa correria toda eu sempre arranjava tempo para vê-los, assim como eu conseguia um curto período de tempo para falar com meus irmãos quando eles saiam da escola, quando dava tempo eu ia no portão e falava com eles a tempo do meu tio chegar e busca-los.

Me despedi de Ethan e então eu saí do prédio sorridente, liguei para Larry pedindo se teria almoço e ele confirmou, então eu não precisaria levar nada para comer com ele.

- Olá amores – falei assim que adentrei a casa. Os dois estavam na cozinha mexendo em panelas e eu me sentei na primeira cadeira que vi ali.

- Oi menina Lauren.

- Oi branquela.

- Que cheiro ótimo, o que é?

- Bifes, purê de batatas e uma salada nova que Larry quis experimentar – Joey roubou um pepino da tábua de cortar e se preparou para se esquivar do tapa que levaria. Eu adorava eles, eram tão brincalhões, nem parecia que quase beiravam os 40.

POV Normani

Por que eu aceitei vir na piscina mesmo? Dinah queria me matar, ela usava um maiô, com algumas fendas bem sexys. Eu tentava evitar que meus olhos pousassem nela, mas é como se tivesse um imã que me puxasse para ela. Terminei de me secar também e me sentei embaixo do guarda-sol, as meninas que também se secavam foram para a mesa logo em seguida. O cardápio do hotel, tinha uma versão em inglês, o que agradeci e muito. Brasileiros tem tantas comidas que você fica em dúvida do que pedir. Na primeira vez que viemos para cá nos entupimos de pão de queijo, brigadeiro e um outro doce que um fã nos deu, acho que era doce de leite ninho.

Acabei que pedi um negócio chamado feijoada, que pelo que eu tinha lido, parecia ser uma delícia.

- Esse lugar é tão bonito, e tem gente linda, meu deus, vocês viram aqueles corpos na praia ou só eu que fiquei vigiando da sacada? – Dinah comentou e senti meu sangue subir um pouco. Não Dinah, você deveria apenas focar seus olhos em mim. Tudo bem que nem eu evitei de olhar, mas sei lá, eu estava mais confusa que a Lauren e Camila.

- Não, eu olhei também DJ – falei indiferente e ela me deu um leve sorriso.

- Vocês só pensam em olhar o corpo do outros? – Ally interviu e eu a encarei juntamente com Dinah, como se fosse uma sincronia.

- Allycat, é só um passatempo, e eu to solteira, diversão a mais.

- Ai droga, digitei errado – Camila resmungou para seu celular. Dinah sendo Dinah, roubou o celular e começou a ler as mensagens. Camila tentava a todo custo pegar o celular, mas Dinah a controlava com uma mão apenas. O que essas mãos não devem fazer em quatro paredes.

- Chancho, não importa quanto tempo passe, suas piadas serão sempre horríveis, como o Shawn te aguenta mesmo?

- Do mesmo jeito que vocês me aguentam – Dinah iria protestar, mas o garçom chegou com nossos pedidos então ela devolveu o celular para Camila e se calou para comer.

{...}

- Mani, desce no saguão comigo? Preciso pegar o cartão do meu quarto que eu deixei lá pra pegar depois da piscina, mas eu esqueci.

- Claro Dj, vamos? – larguei a revista que eu lia e então calcei uns chinelos que eu tinha ganhado de um fã no aeroporto, era um dos únicos que tinha seguido um caminho diferente do tumulto. Era uma marca que eu não conhecia, tinham desenhos muito fofinhos, eram havaianas. Caminhamos até o elevador que era vigiado por um de nossos seguranças pedindo permissão que foi logo concedida.

Descemos em silêncio e então, chegando no saguão Dinah foi falar na recepção. Eu fiquei esperando mais ao fundo. Um homem, alto, moreno e muito bonito se aproximou de mim com um sorriso galanteador.

- Olá.

- Hi – respondi meio sem graça.

- Você é muito linda – o encarei confusa, eu não tinha entendido nada que ela tinha falado – ah, você não deve ter entendido – movimentei a cabeça em sinal de negação e ele traduziu para inglês suas palavras. Estávamos em uma conversa descontraída até escutar um pigarreio, olhei para trás e Dinah nos encarava com cara de poucos amigos, ela fez sinal para subirmos e eu assenti, podia ser um cara bonito e legal, mas ele parecia que queria tirar minhas roupas ali mesmo.

- Quem era?

- O nome dele era... Acho que Paul, Paulo algo parecido.

- Hm, ele estava te comendo por inteiro.

- Eu percebi. Pegou o car... – não tive tempo de formular minha frase quando senti as mãos de Dinah me prensarem na parede de metal do elevador, ela me encarava com aqueles olhos com íris em tonalidade escura e pupila dilatada. Eu nem lembrava onde estávamos mais, ela foi se aproximando aos poucos, e meu corpo, automaticamente acabou com aquela pequena distância entre nós. Entrelacei meus braços em seu pescoço em a puxei em um ato possessivo tomando aqueles lábios para mim. Suas mãos passeavam pela minha cintura enquanto meus dedos brincavam com as mechas daquele longo cabelo. Logo senti sua língua invadir a minha sem aviso prévio e iniciamos uma leve batalha até seguirmos em uma sincronia. Quando eu ouvi o apito do elevador, Dinah se separou de mim assustado e encarou a porta que se encontrava aberta, ela estava ofegante e eu não estava diferente.

- O que ia falar?

- Ia pedir se tinha pego o cartão.

- Ah sim, peguei eu... Eu acho que vou para o quarto então.

- Eu também vou para o meu - falei rapidamente e fui para a porta do meu que era de frente pro dela praticamente. Entrei e fechei a porta e me deslizando sobre a mesma até o chão – que beijo maravilhoso... Mas o que foi isso? O que vai acontecer? – falava para mim mesma enquanto fitava as paredes em tom bege do quarto.

POV Dinah

O que eu fiz? Aquilo, foi... Foi ótimo, foi incrível. Da onde eu tirei coragem pra agarrar Normani em um elevador? Claro que eu tenho um crush nela, mas e ela em mim? Será que vamos nos afastar? O fato é que eu estava com ciúme daquele cara que foi falar com ela, eu só deixei me consumir e ataquei os lábios da mulata mais linda que eu já tinha visto.

- Cheechee, vamos tirar fo... – ouvi a voz de Camila entrando no quarto e me sentei na cama rapidamente a fitando com o olhar perdido – aconteceu algo?

- Não, por que a pergunta?

- Porque eu te conheço, e você está com cara de que aprontou algo, e também porque você só fica fitando um ponto qualquer quando fica pensando em coisas.

- Ah, é que eu é, como eu posso dizer, bom – eu estava nervosa pra compartilhar aquilo com Camila – Walz, Normani e eu, meio que nos beijamos no elevador – ela me encarou com uma expressão simples e começou a gargalhar – por que está rindo?

- Porque demorou... Finalmente vocês juntaram essas bocas.

- O que?

- Ai, ninguém é cego Cheechee, vocês duas se comem com os olhos o tempo todo, se está se preocupando com isso, é recíproco, está estampado na cara dela... Como foi?

- Como foi? FOI A PORRA DO MELHOR BEIJO DA MINHA VIDA, eu poderia me viciar facilmente no beijo dela, isso se já não estou, porque Chancho, vou te contar hein – eu era bem bipolar as vezes.

- Okay, achei que ia detalhar, mas com essa empolgação acho que não fico muito afim de saber os mínimos detalhes... Agora voltando ao assunto inicial no qual eu apareci aqui. Vamos tirar fotos Cheechee.

- Agora Walz?

- Sim agora, aproveitar que minha cara ta bonita, e tem uns lugares lindos aqui no hotel, vamos, você é minha principal fotógrafa.

- Okay, mas e a Normani?

- Vai falar com ela, te espero ali no elevador.

- Acho que vou falar depois.

- Cheechee, sabe que é melhor agora não é?

- Sei, mas é que eu só preciso de um segundo de coragem pra isso, e creio que não será agora que irei conseguir, então vamos tirar fotos, eu quero esfriar a cabeça – Camila assentiu e então seguimos para o elevador, o mesmo elevador que a minutos atrás eu ataquei a morena que é ou era minha melhor amiga, melhores amigas não se beijam não é?

{...}

- DJ, está tudo bem? – Ally me perguntou enquanto eu retocava minha maquiagem no banheiro do restaurante.

- Estou sim. Vamos?

- Vamos – Ally enganchou em mim por medo de se perder. Ela é tão pequena que poderia facilmente se perder no restaurante que estávamos. Nós seguimos até a mesa, e eu me sentei o mais longe possível de Normani, eu ainda não tinha coragem para encará-la, Ally me acompanhou já que Camila estava ao lado da Mani, seria uma longa janta. Tem noção do quão difícil é controlar seus olhos para que eles não pousem em um ser lindo?

POV Normani

Por que ela era tão linda? Eu estava brava com Dinah, ela me atacou no elevador e depois nem olhou em minha cara. Era muito cabeça quente, mas eu também meio que tinha erros aí, eu posso muito bem ir falar com ela, e falar que vamos ficar na amizade, porque eu realmente gosto dela e creio que nãos seja recíproco, o beijo deve ter sido algo de momento conhecendo Dinah. Estávamos voltando para o hotel na van, eu tinha ido em uma separada dela e quando chegássemos lá eu iria falar com ela, eu tinha que falar com ela, ou eu não me chamo Normani Kordei Hamilton.

Quando subimos eu não dei tempo para que Dinah fechasse a porta, pois só abria com cartão e não sei se ela abriria para mim. Empurrei a porta com força e a fechei, me deparando com uma Dinah estática na minha frente. Ela abriu a boca para falar algo mas eu a cortei.

- Você vai me escutar... Você me beija em um elevador e depois nem olha na minha cara Dinah.

- Mani.

- Espera, eu sei que você é uma garota impulsiva as vezes, e aquele beijo foi só mais uma de suas demonstrações, mas não é motivo para ter me ignorado a noite inteira, além de que nem olhou na minha cara, e isso é frustrante Dinah, porque eu não quero que um tocar de lábios mude nossos anos de amizade, referências com a Beyoncé, piadas internas, noites inventando coreografias e etc – Dinah foi se aproximando sem tirar os olhos de mim, e eu fui recuando, ela não podia me beijar de novo e fingir que nada aconteceu – para de me olhar assim, não deixei isso difícil, eu gosto de você droga, não pode me beijar, isso só me mostra algo que eu não vou poder ter e – seus lábios tocaram os meus e eu fiquei estática, eu simplesmente esqueci do que eu falava, não sabia o que fazer ou pensar. Minhas costas estavam presas na porta, como ela tentasse impedir que eu fugisse ou algo do gênero. Senti seus lábios se separarem bruscamente dos meus e ela permaneceu com suas mãos em minha cintura me encarando.

- Se acalmou? Sabe que quando fica nervosa você não fica quieta? – assenti olhando para ela – você disse que gosta de mim? – tinha um sorriso bobo em seu rosto que eu pensei em ignorar, podia ser apenas choque com a notícia.

- Sim, eu gosto de você Dinah, e você sabe que não é como amiga – abaixei minha cabeça para fitar meus próprios pés que se encontravam descalços. Senti lágrimas se formando nos meu olhos, eu queria chorar, porque eu não queria ter algo sem reciprocidade.

- Eu também gosto de você Mani, e é mais como amiga. E-Eu só te ignorei porque eu fiquei pensando a todo instante que você poderia não sentir o mesmo, e o problema é que toda vez que eu encaro você eu me apaixono mais – eu não estava ouvindo aquilo. Meu coração estava querendo pular do meu peito. ERA RECÍPROCO PORRA.

- Então a gente se gosta?

- É o que parece – ela falou calmamente.

- O que nós fazemos agora?

- Eu não sei, eu acho que vou para meu quarto.

- Tem certeza? – assenti e ficamos no encarando, me virei para abrir a porta, mas parei, eu não queria ir. Me virei e ataquei os lábios da loira, que foi pega de surpresa. Senti suas mãos descendo e então, entrelacei meus braços que antes estavam em sua cintura no seu pescoço e então ela me pegou no colo quando a rodeei com minhas pernas, nos jogamos na cama, e continuamos nossa sessão de beijos – Mani, e-eu não estou pro-pronta pra isso – Dinah parou de repente e eu fitei confusa, as bochechas dela estavam vermelhas. E eu entendi que aquilo estava ficando quente.

- Eu também não estou pronta.

- Então quer dormir aqui, ou vai para seu quarto?

- Vou dormir aqui mesmo, eu só vou lá tomar um banho e trocar de roupa eu já venho – falei e então eu saí do quarto rapidamente. Quando entrei no meu, eu me olhei no grande espelho – ela gosta de mim.

POV Camila

- Eu acho que as duas entraram em algum acordo Mila – Ally falou para mim assim que entramos no quarto dela. Sei que é errado, mas nós duas ficamos na porta ouvindo a conversa, queríamos nos certificar que ninguém iria se matar lá.

- A Normani quase nos viu, ainda bem que você ouviu os passos dela.

- Verdade. Bom, eu acho que vou dormir Mila, amanhã nós temos o dia cheio.

- Okay Allycat, também vou, se cuida – beijei a testa da pequena e fui para meu quarto que ficava no fim do corredor. Tranquei a porta e tomei um longo banho, relaxante. Coloquei um pijama curto, acho que era até demais, só que estava calor e eu ainda iria ligar o ar condicionado junto com aqueles edredons macios que eu não queria desperdiçar.

Eu estava sem sono, e o pior é que amanhã o dia seria realmente cheio. Peguei meu celular e tentei twittar algumas coisas em português, eu adorava os fãs brasileiros. Levantei e fui até a sacada e a lua cheia estava maravilhosa, na praia apenas algumas pessoas andando, o mar calmo, as luzes iluminando o calçadão, era lindo. Lauren iria adorar isso, ela é apaixonada pela lua.

- Será que eu ligo pra ela? Por que você é tão indecisa Karla Camila? – falei enquanto encarava meu celular. Eu nem sabia se seria normal eu ligar para ela, não tínhamos nada sério, quer dizer, não tínhamos muita coisa além de amizade, sei que a noite do carrossel teve revelações de ambas partes, mas não andou pra frente, nossos horários não batiam. Decidi chamar mesmo assim, a voz dela era calmante.

LIGAÇÃO ON

- Alô?

- Oi Laur, sou eu a Camila.

- Ata, eu vi que o número não batia aqui... Aconteceu alguma coisa?

- Não, é que eu estou sem sono mesmo e eu queria conversar.

- Camila, você tem show amanhã, aí deve ser 00:00 já.

- Eu sei Laur, mas é que eu estou acostumada com o horário daí e eu estou ansiosa também, amanhã vai começar a tour.

- Vai ficar tudo bem, vocês irão arrasar Mila.

- Obrigada pelo apoio moral... Como andam as coisas aí?

- Sem parar, trabalho duro eu já estou enjoando da cara do Ethan.

“Ei, eu escutei”

“Era pra escutar”

- Vocês dois vão se matar qualquer hora.

- Nah, acho que não pelo menos.

- Você viu a lua?

- Não consegui, aqui está nublado, como ela está?

- Cheia, gigante e brilhante.

- Descrição ótima.

- Desculpa, eu não sou detalhista que nem você Lo.

- Eu sei Mila. Já está com sono?

- Ainda não, por que? Se quiser eu desligo.

- Não não, eu quero conversar, Ethan já foi embora e eu não gosto muito de me sentir sozinha.

- Okay, vamos falar sobre o que?

- Eu não faço ideia... Eu fiz uma tatuagem hoje.

- Sério? O que fez?

- Fiz uma libélula no pescoço.

- Manda foto?

- Ainda não, está muito vermelho.

- Hm, maldosa. Doeu?

- Um pouco, mas é uma dor suportável, e o resultado vale a pena, eu com certeza irie fazer mais algumas, só que esperar um pouco.

- Eu não teria coragem.

- Você dormiu no avião?

- Sim por que?

- Lembra o que sonhou?

- Nem um mínimo detalhe, mas acho que tinha haver com banana, ou comida.

- Nossa, por que eu não pensei nisso. Você pensa em comida até nos sonhos, isso é normal?

- Sinceramente eu não sei... Eu estou ficando com sono e você?

- Um pouco, vamos dormir então?

- Vamos, boa noite Lo.

- Boa noite Camila

LIGAÇÃO OFF

Assim que ligação terminou eu encarei mais um pouco a lua e então fui me deitar, eu sonharia com comida ou com a Lauren? Que pergunta besta, mas se bem que se sonhar com os dois juntos não seria nada mal.