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História Never too late - Vinte e dois


Escrita por: Lilly-chibi

Notas do Autor


Boa leitura

Capítulo 23 - Vinte e dois


Eu acordei um pouco assustado naquela manhã.

Não sabia se tinha sido um pesadelo, pois nem mesmo me recordava do que fiz depois de deitar, ou era por outro motivo. Meu coração apenas se apertou de uma forma dolorosa e algo me dizia que meu dia iria ser cheio.

Me virei na cama, encarando Edward que dormia serenamente. Nós dois estávamos cansados e eu só queria dormir mais como ele estava fazendo, mas depois de acordar daquela forma não conseguiria dormir tão cedo.

Luna estava completando um mês naquele dia, eu não via motivo para ser um dia ruim, mesmo caindo uma tempestade do lado de fora.

Apenas suspirei, tentando ignorar aquela sensação ruim no meu peito. Depositei um beijo na testa de Edward e me levantei indo para o banheiro.

Lavei meu rosto e escovei os dentes rapidamente e saí do quarto, indo diretamente para o quarto de Luna. A porta ficava aberta assim como a do meu quarto, caso ela chorasse a noite, era possível ouvir.

Caminhei até o berço na ponta dos pés, tudo para não acordá-la. Mas ao chegar perto o suficiente, vi que Luna já estava acordada e quietinha. Estranhei sua quietude, pois o normal era ela fazer um escândalo assim que acordasse.

Encostei um dedo na bochecha dela e constatei que ela estava mais quente que o normal. Corri de volta para o meu quarto, onde Edward ainda dormia, e fui até o guarda-roupa e peguei um termômetro. Voltei ao quarto e coloquei o aparelho em baixo do braço de Luna, segurando-o até que o aparelho apitasse.

Mordi o lábio ao ver que Luna estava mesmo com febre, mas não tão alta. Peguei-a no colo e a mesma apenas choramingou, logo se aquietando.

Como estava muito frio ultimamente, pensei que ela poderia estar um pouco resfriada então iria usar as técnicas que o pediatra havia me ensinado.

-Vamos ter que acordar o outro papai. -Falei para a menina nos meus braços e ela se remexeu em resposta.

Fui para o meu quarto e me sentei ao lado de Edward. Coloquei Luna apoiada em um braço e com o outro comecei a acariciar os cabelos de Edward, o mesmo se remexeu e abriu apenas um olho.

-Hum… Bom dia. -Falou sorrindo, ainda não tinha notado Luna em meus braços.

-Luna está com febre. -Disse e foi como se eu tivesse lhe contado uma tragédia.

Edward se colocou sentado na cama e eu coloquei Luna em seus braços.

-Quanto? -Perguntou, se referindo à quantos graus estava a febre.

 

-Trinta e sete e meio. Vamos dar um banho nela, caso não melhore a levaremos para o hospital. -Disse e Edward concordou.

-Eu sinto como se meu tempo fazendo a faculdade de medicina foi totalmente perdido. -Edward suspirou, acariciando o rosto de Luna. -Me sinto mal vendo-a assim. -Completou e eu sorri.

-A culpa não é sua. Vai ficar tudo bem, agora vamos. -Peguei Luna dos braços dele e pedi que o mesmo preparasse o banho pra ela.

Ainda ali no quarto, tirei as roupas de Luna e a deixei apenas com a fralda. Assim que tirei toda a sua roupa, ela começou a chorar alto e eu a abracei para esquentá-la até chegar ao quarto dela.

Minutos depois, a banheira já estava parcialmente cheia e Luna sem qualquer roupa e pronta para o banho. Foi só o pezinho dela tocar a água morna que Luna começou a chorar mais ainda.

-Calma, amor, é rapidinho. -Falei, tentando acalmá-la mas foi completamente em vão.

-Vou pegar a roupa dela. -Edward disse indo até a cômoda que era acoplada ao berço.

Depois de dar um banho rápido em Luna, pedi para que Edward a vestisse enquanto eu me livrava da água da banheira. Sequei a mesma e a coloquei na lavanderia e voltei ao quarto.

-Tudo bem? -Perguntei, indo para perto de Edward. Ele colocava a fralda em Luna quando me aproximei.

-Sim, a febre já diminuiu um pouco mas não podemos relaxar. -Disse e eu senti meu coração apertar.

Era a primeira vez que eu me deparava com um bebê doente, e era ainda mais triste pois era a minha filha. Naquele momento eu me sentia o pior pai do mundo, mesmo a culpa não sendo minha, podia ser apenas um resfriado.

-Acho melhor colocar mais uma roupa, começou a chover. -Falei indo até a cômoda e pegando uma calça e uma blusinha de manga curta para vestir nela.

-Melhor só colocar a blusa, ela ainda está com um pouco de febre. -Edward disse e eu assenti, voltando a guardar a calça no lugar.

Depois de arrumarmos Luna devidamente, eu a peguei no colo e fomos para a cozinha. Eu estava morrendo de fome, mas eu não iria comer sem cuidar da minha filha primeiro, a mesma coisa para Edward.

-Você volta pro hospital semana que vem mesmo? -Perguntei enquanto me sentava em uma cadeira e aninhava Luna.

Edward caminhava pela cozinha, preparando a mamadeira da nossa filha primeiro.

-Infelizmente, mas eu vou ficar apenas um período. Não posso deixar você cuidando de tudo sozinho. -Falou e eu sorri.

Edward estava se mostrando bastante cuidadoso depois que Luna nasceu. Ele era o pai de primeira viagem mais centrado que eu conhecia, mais até que eu mesmo.

Saber que ele voltaria a trabalhar me deixava um pouco triste, afinal eu não o veria como ele estava agora, preparando o nosso café enquanto tentava fazer Luna sorrir. Pelo menos ele estaria aqui quando fosse a hora de colocá-la pra dormir.

Depois que Edward terminou de preparar o café, ele pegou Luna dos meus braços e começou a lhe dar a mamadeira enquanto eu tomava café. Conversamos sobre o que faríamos naquele dia já que sair estava fora de cogitação, graças a chuva forte, o resultado foi muito claro, ficaríamos em casa mesmo.

O que estava nos deixando preocupados é que, apesar da febre de Luna ter baixado, não cedeu. E ela estava começando a parecer cansada, o que deixou Edward em alerta pois poderia ser algo além de um resfriado.

Quando todos estávamos alimentados, pedi que Edward levasse Luna até a sala e comecei a arrumar a cozinha. Mesmo sendo um pouco chata, eu estava adorando a minha vida de dono de casa. Eu adorava deixar tudo limpo e em seu devido lugar, me dava uma sensação de paz indescritível.

Eu não poderia pedir coisa melhor pra mim. Tinha uma filha linda e um namorado atencioso… Tudo estava perfeito.









 

Quando a tarde chegou, Edward e eu decidimos levar Luna ao hospital.

A febre, que minutos atrás pensei que iria embora, voltou com força e chegou aos perigosos trinta e oito graus. Fiquei desesperado quando peguei minha filha nos braços e ela não reagiu como sempre, apenas ficou quietinha.

Edward corria atrás dos documentos dela enquanto eu arrumava uma bolsa para ela. Foi nesse momento que eu ouvi a campainha.

-Eu atendo. -Gritei para que Edward pudesse ouvir.

Quem poderia ser?!

Deixei Luna no berço e a mesma nem chorou quando saiu dos meus braços. Eu ainda estava com o pijama, não por preguiça de tirar, é que eu estava preocupado em deixar Luna um instante sozinha.

Cheguei até a sala e apertei mais o passo ao escutar a campainha mais uma vez. Quando abri a porta, dei de cara com duas mulheres vestidas em roupas sociais, ambas segurando uma pasta de couro e um guarda-chuva na mão.

-Senhor Thomas? -Uma delas perguntou e eu assenti. -Me chamo Marta e essa é a Sônia, somos assistentes sociais. -A tal Marta tinha uma voz grossa e uma expressão nada amigável.

-Algum problema? -Perguntei, nem me incomodei em mandá-las entrar.

As duas mulheres se encararam e depois voltaram a me olhar ainda com os rostos sérios. A mulher chamada Marta voltou a falar.

-Precisamos falar sobre sua filha. -Disse e eu senti meu peito se apertar.

De forma relutante, abri a porta e deixei as mulheres passarem. Elas fecharam seus guarda-chuvas e os deixaram próximo a porta.

-Sentem-se por favor. -Falei, apontando para o sofá maior e elas o fizeram. Tratei de me sentar no outro sofá que ficava exatamente em frente ao que elas estavam sentadas.

-Então. -A mulher chamada Sônia começou a falar enquanto abria sua maleta a procura de algo. -Nós atuamos na área de proteção à criança e ao adolescente, visitamos famílias e vemos suas condições, se elas podem manter uma criança ou adolescente como se deve. -Ela disse sem me encarar.

Apenas assenti e ergui uma sobrancelha. Elas estariam ali para checar se eu sabia cuidar bem da minha filha?!

-Nós estamos aqui porque recebemos uma denúncia, senhor Thomas. Alguém nos informou que sua filha estaria sofrendo maus tratos. -Marta disse e eu engasguei com o ar.

-Como é? -Eu gritei. Estava indignado com aquelas palavras, e a forma como a expressão daquela mulher estava, me deixava louco.

-Aqui, esse é a cópia do depoimento da pessoa. Claro, não poderemos lhe revelar sua identidade. -Sônia disse, me entregando algumas folhas se papel.

Peguei as folhas de sua mão com certa urgência, eu tremia dos pés à cabeça e meu coração parecia querer saltar do peito. Comecei a ler o depoimento e foi como se o nome daquela pessoa estivesse escrito ali em letras maiúsculas.

Com certeza eu sabia quem tinha feito aquilo.

-A única coisa que posso dizer a vocês é que isso é uma mentira. -Falei, entregando as folhas à elas. -Eu e meu namorado cuidamos bem da nossa filha desde que a mesma saiu do hospital, tudo que está aí é uma mentira absurda. -Disse indignado.

-Então quer dizer que o senhor não foi preso por porte de drogas? -Sônia perguntou e eu engoli em seco.

-Aquilo também foi um engano, já tomei as providências e tudo está sendo investigado.  -Disse desesperado.

Era só o que me faltava. Aquilo não podia estar acontecendo.

As feições da tal Marta se endureceram enquanto ela me encarava e eu senti um arrepio passar por todo meu corpo.

-O senhor tem que entender que essa é uma denúncia grave, mesmo que aparentemente esteja tudo bem, não podemos fazer nada. -Ela disse e eu estreitei os olhos

-O que quer dizer com isso? -Minha voz soou baixa e assustada.

A sala ficou em completo silêncio, o único barulho que se ouvia era o da chuva caindo lá fora.

Eu olhava para as duas mulheres de forma apreensiva, quase gritando para que elas me esclarecessem tudo de uma vez. Aquele silêncio estava me matando.

Depois de minutos naquele silêncio sufocante, Marta voltou a falar.

-Como eu disse, é uma denúncia grave. A lei diz que, em caso de denúncias como essa, a guarda da criança tem que ser retirada dos pais até que a investigação possa ser concluída. Caso seja provado que a denúncia foi falsa, a criança será devolvida aos pais e a pessoa que fez a denúncia pagará pela difamação. -Assim que a mulher terminou de falar eu senti meu mundo cair.

Nada se passava pela minha cabeça, a não ser a possibilidade de ficar longe da minha filha.

-Quer… Quer dizer que…? -Não terminei a frase pois senti minha garganta se apertar, mas logo Sônia completou minha frase.

-Quer dizer que viemos pegar sua filha. -Ela disse em uma voz seca. -Ela ficará em uma casa de acolhimento ou com um parente próximo seu ou do seu companheiro. -Disse e eu me coloquei de pé, quase avançado para cima delas.

-Vocês não vão tirar minha filha de mim! -Gritei. -Eu não vou deixar! -Me afastei das mulheres e elas se colocaram de pé.

-Isso é para o bem da sua filha, senhor Thomas. -Marta começou a dizer mas eu apenas corri para o quarto de Luna, me trancando lá dentro com ela.

Eu estava assustado. Abri e fechei os olhos com força, na esperança de milagrosamente acordar daquele pesadelo, mas era real… Elas estavam ali para tirar minha filha de mim.

Eu não deixaria aquilo acontecer.








 


Notas Finais


Entãão pessoal!
Bem, vou deixar claro que eu não conheço muito sobre esse assunto de leis, tribunais e etc, mas vou pesquisar e fazer ficar o mais real possível para não entediar vocês :)
Espero que estejam gostando
Até


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