A leve e inusitada brisa repentina, fez com que os sedosos cabelos escuros e úmidos de Jeon desalinhassem, deixando seu penteado um tanto quando comico ao meu ver.
Notando o leve riso vindo de minha parte, num ato de reflexo Jungkook levou sua destra à cabeça buscando de maneira falha e desajeitada alinhar suas madeixas em desordem, todavia, só piorando o caso.
“Deixe-me ajudar” — falei por puro impulso seguindo rumo a sua frente, talvez um tanto quando próximo de mais, e desta vez concertando o estrago que o vento acabou por fazer. —, “acho que está bom”.
“Obrigado” — ele respondeu, sua face continuava com o leve tom de rubor, porém já não sabia se era só pelo frio predominante desta manhã ou tinha algum outro motivo para tal.
Consegui apenas sorrir em resposta encostando-me em uma das paredes do quiosque.
No momento escutavam-se apenas as gostas d’água estalando ao chão e alguns pássaros corajosos que insistiam em cantar.
O maior suspirou pesado, quebrando o silencio e chamando minha atenção — “Sabe... Acho que preciso te contar algo”.
“Então conte...” — pedi, observei seu respirar começar a intensificar-se — “Está tudo bem?”
“Jimin, eu...” — começou —“ já faz alguns tempos que estou, como posso dizer isto... reparando em você e ...”
Vê-lo sem jeito, tomando coragem e procurando as palavras exatas para dizer-me o que provavelmente já sabia, era tudo tão inusitado quando encontra-lo aqui, por puro acaso abrigando-se da fraca chuva que dava inicio a temporada fria, chuva esta que começava a intensificar-se e as rajadas de vento transformaram-se numa forte ventania.
“Jungkook, não precisa dizer, eu já sei.”
Seu olhar surpreso já era esperado, afinal, ver o cara que gosta de ti e lhe envia mensagens anônimas demonstrando seu afeto tentando se declarar já não é muito comum, muito menos quando você o interrompe dizendo que já sabe de tudo. — “Na verdade eu meio que descobri por acaso a identidade daquele que me envia mensagens dizendo ser meu novo namorado, desculpe caso tenha estragado sua ‘surpresa’”.
“Essa é a hora que você me rejeita, não é?” — perguntou, dava para perceber a angustia em sua voz, o medo da rejeição, de ser chutado sem nem ao menos ter tido uma chance.
Eu ri de sua preocupação, não era a intenção fazê-lo. Virei-me para encara-lo nos olhos, na mesma proximidade anterior— “Não” — respondi — “essa é a hora que te dou uma oportunidade de me pedir em namoro, desta vez, oficialmente”.
Continua...
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