História New Boyfriend - Hiatus - Carmim

Demorou alguns bons e longos segundos para que conseguisse raciocinar direito. Quando ouvi a campainha ser acionada três vezes seguidas desci as escadas exasperado em direção à porta, senti com ambos os pés descalço a frieza do chão em que pisava, o inverno irá ser tenso esse ano.

Alcancei a maçaneta metálica igualmente gelada logo em seguida fazendo a porta abrir.

Lá estava ele, trajado com boas três camadas de blusas junto a uma pesada jaqueta que o revestia e um cachecol negro envolto até parte do rosto que se avermelhava devido ao frio ambiente.

"Finalmente"- disse ao reparar que já estava a sua frente e que vestia nada mais que um pijama verde do ursinho pooh. Fazendo Jungkook rir ao reparar no detalhe.

"Ei!" — exclamou — "Não ria! Foi a vovô que deu e ele é muito quentinho!”.

"Oh, certo... Se você já está bem aquecido creio que não precisa mais de meus abraços, não é?"

"Idiota! Vamos para o meu quarto..." — o agarrei pelo braço puxando-o aos tropeços para perto das escadas, consequentemente subindo-as e indo ao cômodo citado.

Meu quarto não era lá grandes coisas, as paredes eram brancas assim como o resto dos moveis, contrastando os detalhes cinza nos fechos e puxadores, de mesmo modo como o jogo de cama, aquele qual fui atirado por um garoto ofegante pela curta corrida.

Foi a minha vez de rir, enquanto Jeon retirava seus sapatos e algumas camadas das roupas superiores, notei suas meias um tanto quanto infantis. 

“Serio Jungkook?” — perguntei vendo-o me encarar confuso— Você tem meias do Iron Men?

“Isso não importa, não é? Vim aqui para te deixar quentinho.” — Jeon foi aproximando-se de mim envolvendo-me em seus braços firmes e acolhedores.

  Apesar de estar de noite, ele tinha cheirinho de Sol e maças, e eu amo maças. Retribui seu abraço gostoso mantendo meu rosto na curvatura de seu pescoço aspirando ainda mais o aroma gostoso que ele exalava.

Não sei por quanto tempo ficamos desta maneira, mas eu amei cada segundo, cada minuto tanto quando eu o amava.

Suas orbes escuras buscaram as minhas e seus grossos lábios aproximaram-se vagarosamente de minha boca, sua serena respiração batia contra minha face gélida e tão rubra quanto um tecido de ceda carmim. Fechei meus olhos com o leve e carinhoso roçar de nossas peles enquanto as famosas borboletas faziam-me sua primeira visita em longos dezessete anos vividos.

Não é nenhuma mentira quando digo que já beijei outras bocas ou deixei-me ser tocado por outras pessoas, afinal, não sou de ferro e como mamãe sempre diz, meus hormônios estão à flor da pele.

Entretanto estaria mentindo caso falasse que com Jungkook toda a coisa que passamos e estamos passando é a mesma; pelo contrario, é diferente, tão diferente a ponto de ser irreconhecível, a ponto de eu achar que encontrei a outra ponta do Akai Ito. Clichê, não? Mas se clichês fossem tão ruins como dizem, não existiria tantos por aí.

Meu coração palpitava tão forte que considerei a hipótese de ter um ataque. Suas mãos ávidas começaram a tocar sutilmente na pele exposta de meu pescoço puxando-me para um contado tão próximo que sequer cogitaria na ideia de existir.

Abri minha boca sentindo sua língua invadi-la timidamente como se tivéssemos todo o tempo o mundo para tal, assim como eu tinha todo o tempo do mundo para Jeon Jungkook.

"Já disse que te amo?" — perguntou em meio às inúmeras caricias e selares trocados.

Apenas neguei — "Não pessoalmente"

"Já pedi para namorar comigo?"

Neguei novamente dando a mesma e monotoma resposta anterior, e então ele falou, falou tudo aquilo que eu queria ouvir desde o momento que me encontrei apaixonado pelo garoto de sorrisos de coelho.

"Eu te amo Jimin... O que acha de ser oficialmente meu namorado?"

"Sim!" — respondi empolgado com um dos maiores sorrisos que já dei em minha vida estampados em minha face.

 Só depois de aceitar reparei na aliança já posta em seu dedo.

"O que é isto?" — questionei confuso.

"É a aliança que comprei para nós" — explicou — "Porém não fui paciente o bastante para esperar sua resposta antes de coloca-la, a sua é esta" — Jeon apanhou num dos bolsos a típica — e clichê — caixinha aveludada que continha o anel prateado com seu nome escrito em letras clássicas, logo o colocando em meu anelar direito.

"Kookie, essa é a mão de noivado”– disse entre risos.

"Eu sei, quem disse que não vamos casar?"

E ele me beijou, de novo, de novo e de novo.