História New History, New Reality - First - Pessoas Queridas

First - Pessoas Queridas.

A noite estava bem arejada e fresca em Konohagakure no Sato (Vila Oculta da Folha), vila shinobi principal do Hi no Kuni (País do Fogo), um dos cinco maiores países das Cinco Grandes Nações Elementares e atualmente a que mais poderia se aproximar de ser a mais forte das cinco grandes vilas e nações, sendo que foi a que melhor lidou com os ataques em larga escala das outras grandes vilas em conflitos de escala continental conhecidos posteriormente como “Grandes Guerras Ninja”, além de, em grande parte dos conflitos, sairem com uma “vitória” quase incontestável pelas outras vilas.

Claro que a maior parte disso era graças aos poderosos, e em alguns casos “excêntricos”, ninjas que deram suas vidas nas guerras e garantiram boas posições e ganhos nas duas guerras, e consequentemente, levaram a tranquila e pacífica noite que a vila experimentava, sem medo de ataques ou retaliações das outras vilas batendo nos grandes muros que rodeavam a vila. Claro que, apesar de tais fatos, a Força Policial Uchiha caminhavam firmemente pelas ruas e telhados da vila, mantendo a paz e monitorando qualquer irregularidade, claro que em conjunto com as forças especiais ANBU, escondidos nas sombras e qualquer canto que pudessem achar.

Em algum momento, todas as conversas sussurradas ou murmúrios bêbados das pessoas que estavam acordadas até tarde na vila, abruptamente cessaram ao sentirem uma súbta mudança no ar, sendo ninja ou não, parando imediatamente o que faziam para, mesmo que apenas por um momeno, olhar para cima, vendo um homem, já com grande idade, aquilo era claro por conta das marcas dos anos presentes em seu rosto por baixo do chapéu branco e vermelho com o símbolo de “Fogo” pintado logo na frente.

Ele andava a passoas firmes e calmos por uma rua que talvez pudesse ser considerada uma das mais pobres da vila. Pelo menos tão pobre quanto tal vila próspera pudesse ser, já que as divisões sociais em Konoha eram, graças aos esforços dos líderes anteriores, quase inexistente, mas ainda assim, estava lá.

Aparentemente, ele já tinha um destino em mente, era claro pela forma que andava, enquanto quatro membros da ANBU o seguiam rápida e silenciosamente, slatando de sombra para sombra com uma habilidade simplesmente impressionante, era fato, não vistos por ninguém e preparados para prpoteger seu líder e eliminar qualquer possível ameaça a segurança do mesmo.

Este era o conhecido líder da vila e comandande do contingente militar da mesma, mesmo que atualmente fosse apenas interino. Reconhecido, temido e adorado por todos aqueles que viviam em Konoha, seu nome era Sarutobi Hiruzen, mais conhecido como “O Professor” ou simplesmente “Sandaime Hokage (Terceira Sombra do Fogo)”, fácilmente reconhecido pelas roupas vermelhas e brancas que constantemente vestia conforme se locomovia pela vila – quase como se estivesse deslizando ao invés de andar – seguindo reto pela rua até um prédio, não muito grande, mas em claro mal estado, parando por um momento no portão da frente, encarando as pichações presentes nas paredes, tanto de fora quanto de dentro.

“Morra”, “Demônio” e “Suma daqui, monstro” eram umas das poucas (e talvez mais gentis) palavras ou frases que ele podia claramente ver nas paredes.

Já se fazem anos desde o ataque da Kyuubi, ele pensou tristemente enquanto suspirava com certa raiva enquanto empurrava o velho portão enferrujado, o fazendo ranger com o movimento. Por que essa vila ainda carrega tanto ódio? 

Rapidamente, os quatro ANBU que o seguiam se separaram em dois grupos. Dois seguiram diretamente para dentro do prédio em pequenos borrões de pura velocidade e dois seguindo para pontos de melhor visão em cima dos prédios enquanto o próprio Hokage seguia para um dos últimos andares do prédio, passando por uns bons três lances de escada antes de chegar numa porta simples com uma pequena plaquinha de metal, já gasta pelo tempo e mal colocada, quase caindo da porta onde podia ser lido “Uzumaki Naruto”.

Desde que conseguia se manter sozinho, Naruto vivia sozinho naquele apartamento e basicamente, no prédio todo, já que assim que o garoto se mudou para o lugar, todos os inquilinos, até mesmo o próprio síndico e dono do prédio se mudaram quase de imediatamente, deixando o garoto sozinho em um prédio basicamente abandonado que estava, em alguns pontos, quase caindo aos pedaços e, muito provávelmente, já teria sido condenado, se não fosse pelos pequenos esforços de Hiruzen, que vez ou outra contratava ele próprio um ou outro time de Gennis para fazer os reparos necessários para tornar o lugar, no mínimo, habitável.

Como um hábito de todo mês, Hiruzen imediatamente levantou sua mão para bater na porta do apartamento para entragar a mesada mensal que podia garantir para Naruto, pelo menos algum conforto e fundos para as necessidades básicas que todos precisavam, deixando o som das batidas ecoar pelo corredor enquanto, mais uma vez, se permitia pensar no que estava acontecendo com o pequeno loiro, não pela primeira... e também certamente não pela última vez.

De certa forma, ainda havia uma parcela em Hiruzen que não parava de se culpar por não ter sido capaz de meter juízo na cabeça de seu sucessor e atual Yondaime (Quarto) Hokage de Konoha, marido de Uzumaki Kushina e atualmente, pai de Uzumaki Naruto junto de Uzumaki-Namikaze Mito, irmã, em partes, gêmea de Naruto e igualmente portadora do mesmo motivo de Naruto ter sido isolado e deixado de lado nos últomos anos, já que, na noite do nascimento dos dois, 10 de outubro, uma tragédia caiu sobre a vila na forma de uma raposa com mais de dez metros de altura, nove caudas e um temperamento para lá de terrível.

Tal raposa, conhecida por Kyuubi no Youko (Espírito Raposa de Nove Caudas) se livrou de seu hospedeiro anterior, conhecida como Uzumaki Kushina em meio ao parto por motivos desconhecidos para o povo, mas que tanto Hiruzen quanto Minato e mais algumas poucas pessoas que souberam que o casal foi, logo no fim do parto, atacado por um homem mascarado sem identidade oficial tirando o fato dele ser claramente um Uchiha por conta do Sharingan em seu olho direito, claramente visível para que Minato pudesse o ver e identificar. 

No fim das contas, a luta foi para a vila e muitas vidas foram perdidas, civis e shinobis que tentaram, sobreviveram ou falharam em lutar por sua vila ou proteger as pessoas importantes para eles antes de Minato levar a luta para longe e, numa tentativa de selar a raposa, decidiu selar em seus dois filhos recém nascidos com um selo chamado Shiki Fuuin (Selo do Ceifeiro da Morte) antes de Jiraya, que havia voltado para a vila de última hora com um selo de emergência preparado caso algo desse errado com o parto, junto de Hiruzen, juntaram suas perícias em selos junto do selo de Jiraya e uma última tentativa de restrimgir a raposa com as Kongo Fusa (Correntes de Chakra Adamantinas) de Kushina, os três conseguiram selar a raposa, a separando em duas partes de proporções basicamente iguais, sendo que o espírito da raposa ficou com Naruto enquanto a pequena Mito, mais frágil e pequena, ficou com basicamente todo o poder da mesma.

O resultado final não foi agradável e Hiruzen ainda tinha problemas em o aceitar. 

**Alguns Anos Atrás**

– Minato, por favor, reconsidere o que está fazendo – Hiruzen pediu, já no limite de sua paciência e força enquanto segurava um pequeno embrulho nos braços.

O embrulho em sí não era ninguém menos do que Uzumaki Naruto, o pequeno garotinho que tinha os olhos ligeiramente abertos, mostrando um azul bem claro desde o início de sua vida enquanto também tinha cabelos dourados, espetados como o pai e diferente de Mito, que era, basicamente, uma cópia carbono de Kushina, com cabelos vermelhos lisos e olhos violetas.

– Você não pode negligenciar... melhor, abandonar uma de suas crianças apenas porque uma representa mais riscos do que a outra – Hiruzen ainda protestava com todas as suas forças quase abandonando a abordagem diplomática e levantando a voz, fazendo a criança em seus braços se remexer e soltar um pequeno gemido por causa da mudança repentina do homem que a segurava. – Shh... shhh, não se preocupe, criança.

– Eu tenho que fazer isso, Hiruzen-sama – Minato falou, sabendo que, mesmo em tese, deveria ser difícil deixar um de seus filhos para trás. – Mito deve aprender a controlar o chakra corrosivo da Kyuubi ou pode acabar perdendo o controle, você sabe disso melhor do que ninguém.

– Não precisa se preocupar tanto, sensei (professor/mestre) – Jiraya, que ia junto da família na viagem, decidiu intervir. – Só vão ser alguns anos e logo depois voltamos e tudo fica bem. Tenho certeza que o gaki (pirralho) vai ficar feliz em ver a família.

– Kushina, pense bem no que está prestes a fazer aqui e agora – uma terceira voz se juntou a discussão.

Tal pessoa presente se tratava de ninguém mais ninguém menos do que Uchiha Mikoto, esposa de Uchiha Fugaku, lider do clã Uchiha e meio que lider interina do clã, já que Fugaku estava tendo um tempo difícil organizando o clã e a força policial de Konoha por causa do ataque, que não estava tendo tempo de conciliar os deveres do clã com os da polícia, acabando por ter que pedir à Mikoto que assumisse seu papel no Conselho da vila e como líder do clã até as coisas afrouxarem um pouco para ele poder voltar ao seu posto.

– Deixar uma criança aqui apenas para se focar em outra vai além de irresponsável, é basicamente patético – Mikoto falou, sendo mãe de três crianças, duas sendo gêmeos, ela entendia bem o que era ter que dividir a atenção entre todos e deixar todo mundo feliz, mas jamais pensou em negligenciar ou deixar de lado nem um dos três filhos para melhorar as coisas com outros.

– Mikoto, eu sei o que quer dizer com isso, mas da parte de nossos filhos quem decide o que fazer somos eu e Minato – Kushina falou, tão cabeça dura como sempre.

– Como Mikoto falou, isso está se provando desnecessário e realmente patético – Hiruzen suspirou antes de endireitar os ombros. – Pois bem, como Hokage interino que está reassumindo o posto até a volta e Minato, Naruto terá que ficar em um orfanato até completar seis anos, ninguém deverá saber de seu parentesco ou qualquer outra coisa, se perguntarem diremos que foi para completar documentos ou algo assim e depois ele terá um apartamento próprio. 

    Minato parecia querer protestar, mas Hiruzen o parou, levantando a mão.

– Você quis deixar a criança aos meus cuidados, Minato, então vou fazer o que for necessário para a manter segura – Hiruzen falou, sua voz firme como aço e fria como gelo. – Você fez muitos inimigos durante as duas guerras que participou e todos eles ficariam mais do que felizes em matar uma dessas duas crianças para se vingarem e você. Como Mito ficará mais do que bem protegida com vocês três perto dela, minha única opção é manter a ascendência do garoto escondida até ele ter total e pelna capacidade de se defender do que jogarem contra ele. E essa é minha palavra final como Hokage.

– Tudo bem, Hiruzen-sama – Minato falou finalmente. – vamos logo, temos que nos preparar para a viagem.

E então, sem nem sequer olhar para trás, naquele dia, Minato saiu em uma viagem estendida para treinar a filha a controlar o chakra da Kyuubi. 

**Presente**

Quase não se passava um dia em que Hiruzen não se culpasse por não ter conseguido convencer Minato a, pelo menos, levar Naruto junto dele naquela viagem para não o condenar ao que via naqueles últimos anos.

Como dito antes, não era realmente algo inesperado ou tolo manter a identidade dos pais de Naruto escondida, mesmo que isso garantisse um aumento de hostilidade e problemas para com o loirinho, já que em Iwagakure no Sato (Vila Oculta da Pedra) em Tsuchi no Kuni (País da Terra), um rancor enorme por Minato havia se instalado durante a Terceira Grande Guerra Ninja. Rancor esse que ainda não havia superado e era passado por gerações a frente dos ninjas de Iwa, que, se soubessem que o grande Yondaime Hokage, o temido Konoha Kiroii Senkou (Raio Dourado da Folha), teve um filho antes de desaparecer, as tentativas de assassinato e captura iriam chover na vila em uma sequência quase interminável, além de que, em algum momento, acabariam por ter sucesso. Seria algo simplesmente inevitável.

Não, aquilo deveria ser guardado e compartimentalizado.

Bom, pelo menos até Naruto ter crescido o suficiente para poder se defender.

Claro que em todo seu esforço, Hiruzen em conjunto com mais alguns de seus companheiros ninja tentaram enfrentar a opinião pública e a bola de neve que se formou ao informar que Naruto era o carcereiro da besta. O que realmente não funcionou bem, já em todo o seu luto pelos entes queridos, além de toda a raiva e ódio que se formou com o ataque da raposa, basicamente toda a aldeia e uma boa parcela dos membros do Concelho Civil de Konoha atacavam e depreciavam Naruto de uma forma tão aberta que quase beirava o ridículo. 

E o pior de tudo era que Hiruzen não podia fazer muita coisa, já que se tentasse proibir, prender ou fazer qualquer coisa para ajudar ou favorecer Naruto, aquilo poderia muito bem o fazer perder prestígio político e, talvez, até mesmo perder seu posto como Hokage. Aí não teria ninguém para dar um pequeno apoio para Naruto. 

Claro que, depois de testemunhar e receber diversos relatórios de seus ANBU tendo que parar ataques ou tentativas de assassinato em direção a Naruto, Hiruzen passou uma lei que proibia toda na vila, até mesmo os próprios Conselheiros e todo o Conselho de Konoha a jamais falar algo sobre a Kyuubi. Claro que sob pena de morte, esperando que, de alguma, forma todo esse ódio e rancor não passase para a nova geração que viria depois da atual.

Era a esperança de um tolo, era fato, mas aquilo era melhor do que nada.

Anos após o ataque da raposa, o Conselho Civil estava barrando constantemente qualquer tentativa de adoção ou acolhimento para com Naruto. Era claro que famílias comuns não o adotariam, mas as famílias Ninja como os Yamanaka (os que mais tentavam adotar o garoto) e até mesmo Hataque Kakashi estavam sendo constantemente barrados ou atolados com constantes relatórios ou documentos para impedi-los de chegarem perto o suficiente do garoto.

Além de que, cegos por todo o seu ódio pela Kyuubi, o Conselho Civil não apenas impedia que ele fosse barrado das filas de adoção, mas como também encorajava que as pessoas começassem a lhe negar até mesmo as coisas mais essenciais da vida, fazendo as lojas regidas pelos civis o expulsarem de qualquer estabelecimento, aumentarem os preços até que ele não conseguisse nem pagar uma fração do que queria ou até mesmo o entregando coisas velhas ou comida vencida.

Felizmente, qualquer tipo de ataque físico não acontecia com Naruto naqueles momentos, especialmente pelo fato de todos saberem que o garoto tinha um guarda ANBU 24 horas por dia com ele, além de saberem bem que o Hokage havia dado permissão de uso de força letal contra qualquer um que chegasse perto do garoto com más intenções.

Por um pequeno momento, Hiruzen se permitiu abrir um pequeno sorriso ao se lembrar de um de seus ANBU mais promissores, além de ser o mais forte e também meio que seu braço direito, que era, de certa forma, bem protetor com relação a Naruto na vila. De fato, o ANBU o via basicamente como um irmãozinho, o que era bom na hora de intervir em cituações que poderiam acabar fora de mão. 

Infelizmente, mesmo em todo o seu poder como Hokage, havia pouco que Hiruzen pudesse fazer por Naruto, especialmente pelo fato de que haviam poucas provas que ligassem a atitude do povo ao Conselho, e as provas que ele conseguia recolher eram escassas e com pouca força, não lhe dando poder suficiente para abrir um inquérito ou punir quem quer que estivesse por trás das tentativas de isolamento de Naruto, o que só piorava pelo fato de que o garoto não tinha nem um amigo de sua idade, já que os pais ou parentes responsáveis pelas crianças empre os recomendavam ou mandavam ficar longe de Naruto, sem motivo aparente ou firme, mas ainda assim impassíveis em suas decisões.

De todas as formas, Hiruzen logo foi tirado de seus pensamentos pelo silêncio anormal que se instalou logo após as batidas. Seus instintos ninja lhe alertando claramente que aquilo não era normal, afinal ele tinha certeza que Naruto estava em seu apartamento. Ele sempre estava lá naquelas horas da noite, além de que aquele dia já era comum dos dois, afinal era o único dia do mês que Hiruzen tirava para levar Naruto pessoalmente para o Ichiraku Ramen, o único restaurante de toda a vila que não tinha preconceito algum para com o loiro.

Mesmo assim, para confirmar suas suspeitas, Hiruzen acenou rapidamente com sua mão e logo dois ANBU pareceram se projetar para fora das sombras dos cantos das portas, se ajoelhando de imediato em frente a Hiruzen.

– Inu (Cão), por algum acaso Naruto-kun deixou o apartamento esta noite? – O Hokage perguntou para um ANBU com um cabelo de cor prata que, de alguma forma, parecia desaficar a gravidade.

Claro, tal ANBU na verdade era conhecido como Hatake Kakashi, o famoso Copy Ninja (Ninja que Copia) ou Sharingan no Kakashi (Kakashi do Sharingan). Claro que apenas quando não estava usando sua máscara do batalhão especial de Konoha.

– Não, Hokage-sama – Kakashi falou firmemente. – Ele entrou lá por vouta das três da tarde depois de ter seguido sua rotina usual. Além de ter amloçado no Ichiraku, nada de interessante ou importante aconteceu.

Por um momento, Hiruzen considerou as palavras de Kakashi, pensando se Naruto já poderia estar dormindo aquela hora, mesmo sendo claro que era algo incomum antes de Kakashi acrescentar depois de um tempo de dúvida.

– Mas... algo parecia estranho com ele. Eu acredito que talvez ele tenha desenvolvido algum tipo de depressão. 

Um pequeno arrepio subiu pela espinha de Hiruzen enquanto um pensamento surgia em sua mente quase que de imediato após ouvir as palavras de Kakashi.

Não pode ser, Hiruzen pensou de forma preocupada. Deveria ser impossível para uma criança tão pequena pensar sobre... “aquilo”.

Rapidamente, Hiruzen apontou para a porta e os dois ANBU se viraram de imediato. O com a máscara de cachorro se ajoelhando na frente da fechadura da porta logo antes de a arrombar enquanto mais dois surgiam às costas do mesmo, entrando no apartamento em um ensaio perfeitamente executado das normas shinobi dos livros, vasculhando qualquer centímetro do apartmento, fosse procurando por ameaças ou por seu objetivo principal: Uzumaki Naruto antes do próprio Hokage entrar.

De primeira, logo todos notaram um silêncio incomum misturado com uma escuridão relativamente natural que estava impregnando o apartamento. Claro que algo não estava certo para a mente dos ninjas, já que, mesmo que Naruto estivesse apenas dormindo, uma leve respiração ou um outro som qualquer ainda poderia ser escutado pelos ouvidos treinados dos ninjas presentes. 

Inu e seu parceiro, que tinha entrado com ele logo depois dos dois primeiros, rapidamente foram para a cozinha, vasculhando qualquer sinal de irregularidade no local enquanto seus dois companheiros vasculhavam a sala, que também erao quarto. Claro que, depois de poucos segundos de busca, dois deles notaram uma fraca luz vazando da fresta da porta do banheiro.

Hiruzen torcia com todas a força presente em seu ser que Naruto estivesse apenas tomando banho naquele momento.

Entretanto, tal esperança foi despedaçada assim que Inu voltou a falar. Seu tom tinha uma nota de urgência e quase um pouco de desespero.

– Hokage-sama, há... há cheiro de sangue vindo do banheiro! 

Esquecendo qualquer decoro ou qualquer protocolo, Hiruzen avançou em um borrão de velocidade e força, empurrando a porta do banheiro com força impulsionada por chakra e basicamente a derrubando de suas dobradiças e ainda assim, mesmo com todas as atrocidades ou massacres que já tinha visto em toda sua vida ou das guerras que já tinha travado, Hiruzen ainda não estava preparado para ver o que viu.

Tentando descrever o que o Hokage viu naquele pequeno banheiro em uma palavra, tal palavra escolhida seria: sangue.

Quase todo o lugar estava encharcado naquele líquido vermelho. Lá tudo, desde os ladrilhos baratos do chão até as paredes mal pintadas, espeicalmente por causa da banheira transbordante onde um pequeno corpo se encontrava onde a água se encontrava vermelha, quase passando ao rosado por causa do sanuge diluído na mesma. Além do que, ao lado da banheira se encontrava uma kunai, desgastada e enferrujada, provavelmente descartada há algum tempo por algum ninja, sendo que a mesma também estava encharcada em sangue.

Com a respiração presa e o coração apertado, Hiruzen avançou rápido na direção da banheira e do pequeno corpo, pouco se importando se seu manto acabaria sujo ou não e resgatou o pequeno corpo da banheira, sendo que o pequeno garoto estava, também, encharcado em sangue e água vermelha.

Graças a apenas todo o seu treinamento e todas as mortes que já tinha visto, Hiruzen conseguiu engolir o ácido e o gosto amargo que lhe subia pela garganta enquanto prosseguia com o procedimento apressado de checar os sinais vitais do pequeno garoto mortalmente pálido. Sue cabelo dourado caido e os olhos fechados.

Claro que seus ANBU não o deixaram para nada e, mesmo sendo quem eram, também tiveram reações similares a de Hiruzen, sendo que um dos presentes ainda não era um daqueles que podia se dizer “acostumado” com a violência que normalmente se via no mundo e não conseguiu resistir a urgência de por para fora sua última refeição, enquanto Inu puxava sua máscara do rosto, seu olho normal arregalado de surpresa e medo.

– Kakashi, vá logo para o Hospital! – Hiruzen rugiu, ainda sentindo um fraco pulso em Naruto.

Acatando a ordem, mesmo que um pouco lento, Kakashi logo sumiu em um Shunshin enquanto Hiruzen se levantava com cuidado. Ele não era um médico, por isso não pdoderia faer muito, mas por enquanto sabia que tinha que se mover com o maior cuidado e velocidade possível para fora do apartamento antes de poder fazer o que Kakashi fez. 

– Por... que? – Um pequeno sussurros se fez presente no silêncio do apartamento, fazendo Hiruzen parar por um momento e olhar para a criança em seus braços.

Feliz ou infelizmente, como se para mostrar que, mesmo sendo um ninja e já tendo matado muitas pessoas, o coração de Hiruzen se partiu ao olhar para os olhos de Naruto, vendo pouco mais além de frieza e desespero, além de uma solidão quase esmagadora em seus olhos semi-abertos.

– Por... que... eu não... morri? Eu... queria... – de alguma forma, o garoto ainda conseguiu sussurrar enquanto Hiruzen mal conseguia suportar o que estava acontecendo, deixando algumas lágrimas escaparem de seus olhos enquanto voltava a andar, apertando Naruto levemente contra o próprio peito.

– Naruto-kun, você precisa me dizer porque fez isso – Hiruzen falou, sua voz e corpo repentinamente ficando tão frágeis quanto de um homem civíl de sua idade.

– E-eu fiquei cansado... de não ser... visto ... eu... quero existir – Naruto sussurrou, sua voz cançada, frágil e triste soando entre pequenos soluços antes dele finalmente desabar em um choro quase desesperado. – E-eu m-me cor-cortei... quatro ve-vezes... mas to-toda vez... que e-eu durmo... ainda acordo... sem corte... a-algum.

Cada soluço que Naruto dava era como se uma kunai estivesse rasgando o peito de Hiruzen, encontrando o caminho na direção de seu coração das piores e mais terríveis formas possíveis.

O quão irônico isso é? Hiruzen pensou, dando um sorriso triste para o nada enquanto ainda lhe doia ver o quanto Naruto sofria. A pior maldição de todas, a própria Kyuubi, é tudo o que impede Naruto de morrer.

Poucos segundos depois, Hiruzen chegou na saída do apartamento e partiu em um Shunshin (Iluminação Corporal/Técnica de Movimentação Rápida) quase furioso na direção do hospital com um Naruto adormecido em seus braços. Se Kakashi tivesse sorte, já teria arranjado todo o equipamento e equipe necessários para tomar conta do estado de Naruto enquanto um de seus ANBU pessoais o seguia firmemente logo atrás enquanto dois outros seguiam uma ordem silenciosa de ficar para trás e limpar a bagunça do local. 

**DIA SEGUINTE**

Eram pouco mais de oito da manhã quando Hiruzen entrou marchando pela recepção do hospital, sem se preocupar em parar na mesa da frente para falar com qualquer funcionária (de roupas novas, é claro), acompanhado de um homem relativamente distinto. Ele tinha cabelos de um loiro meio sujo, quase castanho e se vestia como um típico Jounnin da folha, com colete verde, calças pretas e tudo mais, sendo que uma das poucas diferenças na visão original e costumeira era um casaco vermelho até a altura das chochas e seus olhos, de um tom de azul ligeiramente pálido estavam escuros de preocupação.

Rapidamente os dois seguiram para as escadas que ficavam no térreo e logo subiram para o terceiro andar, chegando numa porta em especial, pouco afastada das escadas onde dois guardas da ANBU montavam guarda, sendoq ue os mesmos logo foram dispensados por um gesto de mão do Hokage conforme o mesmo entrava no quarto junto do homem loiro antes de acenar mais uma vez, deixando que um outro ANBU, que se provou ser Inu, deser e uma das placas do teto e se ajoelhar na frente do líder da vila.

Nenhum dos três disse nada conforme o ANBU passava os olhos rápidamente pelos dois antes de se voltarem quase simultâneamente para o pequeno garoto deitado na cama de hospital, ainda pálido e inconsciente, mas vivo. Todo o som presente naquela sala, por um momento, era apenas o som da respiração, lenta, mas um pouco frágil do garotinho loiro.

Enquanto o homem loiro encarava o garotinho de forma preocupada e quase já no seu limite de paciência para com aquela situação, Inu e Hiruzen passavam a aplicar diversos selos de segurança e silêncio.

– Yamanaka Inoichi, o que acontecer aqui deverá permanecer em segredo, entendeu? – Hiruzen pediu firmemente, depois de terminar os selos, recebendo apenas um firme e rápido aceno com a cabeça do, agora identificado, líder do clã Yamanaka. – Agora, eu queria lhe agradecer por cuidar do médico e dos ANBU que estiveram por aqui noite passada. Quanto menos pessoas souberem, melhor.

– Nem eu gostaria de lembrar se tivesse a chance, Hokage-sama – Inoichi comentou com tristesa e picos de raiva e frustração presentes na voz e nos olhos. – E pensar que uma criança da idade da minha filha...

Hiruzen apenas ascentiu e voltou sua atenção para Inu.

– Inu, você gostaria de ter sua memória da noite anterior alterada?

Lentamente, o ANBU retirou sua máscara, revelando ser um homem jovem, talvez pouco mais de 18 ou 19 anos com um olho negro de aparência preguisoça ou cansada enquanto mantinha um tapa-olho que lhe cobria apenas o olho esquerdo, feito especialmente para caber dentro da máscara e uma máscara feita de spandex azul escuro que lhe cobria a boca e o nariz.

Hatake Kakashi negou lentamente.

– Não, eu preciso me lembrar, Hokage-sama – Kakashi falou firmemente e em um tom anormalmente sério enquanto voltava seus olhos para Naruto. – Vai me encorajar a ter certeza de que ele estará bem melhor protegido daqui em diante.

Hiruzen apenas lhe deu um sorriso triste antes de se voltar para Inoichi.

– Inoichi, como discutimos antes, eu queria que você entrasse na mente de Naruto e apagasse qualquer memória das últimas 48 horas – Hiruzen começou antes de respirar fundo. – Depois volte no tempo até os anos que ele morava no orfanato e começe a trabalhar daquela época até o presente, alterando alguns eventos que talvez o ajudem a se sentir melhor. Qualquer ato aleatório, até mesmo de estranhos que nem existem podem ajudar. No fim de tudo isso, podemos explicar que ele bateu a cabeça em algum acidente aleatório, por isso tudo ainda pode estar um pouco confuso – Hiruzen tomou fôlego e suspirou pesadamente antes de massagear os olhos. – Se tiver algum problemas com relação a ética, agora é a hora de falar sem se preocupar a chegar a público pois é algo a ser feito para os olhos do Hokage e apenas do Hokage. 

Inoichi apenas negou com a cabeça e respirou fundo.

Como sequer podia pensar em negar tal pedido? Criança alguma deveria ao menos pensar na possibilidade de cometer tal atentado contra a própria vida, quanto mais o realizar. Então Inoichi caminhou até mais perto da cama e puxou uma cadeira para o lado da mesma, se sentando logo em seguida, se prearando para o mergulho que faria na mente de Naruto, tocando a testa dele logo em seguida.

– Tome cuidado, Inoichi – Hiruzen disse calmamente. – Apenas Minato sabia exatamente como o selo funcionava, então talvez “ela” tente falar com você. No geral, muito provávelmente ela não deve ser capaz de te machucar, mas talvez tente resistir as alterações na memória de Naruto.

– Tomarei cuidado e farei o meu melhor – Inoichi disse firmemente enquanto fazia um selo com uma mão e fechava os olhos.

– Eu espero que isso funcione – Hiruzen murmurou enquanto via os ombros de Inoichi relaxarem repentinamente, sinal de que ele havia entrado com sucesso na mente do garoto.

**Duas Horas Depois**

Lentamente, Inoichi piscou antes de tirar a mão da testa de Naruto, tomando consciência do ambiente ao seu redor enquanto acordava, chamando a atenção de Kakashi e de Hiruzen, que logo viram o homem, normalmente calmo e relaxado tremendo de pura raiva.

– Como ousam... – Inoichi sibilou antes de se levantar e socar uma parede, fazendo rachaduras se espalharem pela mesma como uma teia de aranha. – AQUELES MALDITOS! COMO OUSAM???!!!

Inevitável era dizer o quanto Hiruzen e Kakashi estavam chocados com a cena que se desdobrava diante deles, se perguntando o que Inoichi deveria ter visto na mente de Naruto a ponto de o desestabilizar de tal forma.

– Você viu algo alarmante, Inoichi? – Hiruzen perguntou, já expressando sua preocupação.

– Não, nada muito grave, Hokage-sama – Inoichi chiou, ainda tendo problemas para se controlar, o que gerou certo estranhamento da parte de Hiruzen e de Kakashi. – É esse exatamente o problema! Basicamente, o maior mal que já o fizeram ao garoto voi lhe vender produtos vencidos ou de baixa qualidade, já que era claro que poderia resultar em morte por conta de seu decreto, Hokage-sama.

– Então? Qual é o real problema? – Hiruzen perguntou.

– Eles o tratam como se ele nem existisse – Inoichi disse. – O amaldiçoam e condenam a existência dele por onde quer que vá e todo e qualquer ato de afeto que pude ver nas memórias dele, desde a primeira até as atuais, é quando ele vai comer rámen com o senhor ou quando vai sozinho para o tal restaurante com o dono do mesmo – Inoichi respirou fundo enquanto a raiva começava a dar espaço para a tristeza e frustração. – Sinceramente eu não sei o que é pior... ataques físicos ou ter sua própria existência negada e condenada por onde quer que se vá.

A expressão de Hiruzen lentamente foi ficando cada vez mais dura e seus ombros mais pesados conforme as palavras de Inoichi afundavam e faziam sentido em sua mente enquanto Kakashi se concentrava em encarar um ponto qualquer na parede a sua frente.

– Você acha que fez alterações o suficiente para o estado dele melhorar depois de hoje? – Hiruzen perguntou depois de um tempo de silêncio.

– É difícil de afirmar com total certeza, mas de acordo com o meu estudo da mente dele, Naruto estava tão desesperado por atenção, que até mesmo um simples ato qualquer de um estranho era capaz de dar uma melhoria incrível nele – Inoichi disse enquanto dava um suspiro cansado. – eu criei e espalhei diversos desses encontros ao redor dos anos e até mesmo me coloquei em alguns deles para que ele se sinta confortável em conversar comigo caso nos encontremos por aí – logo depois Inoichi deu um sorriso triste par Hiruzen. – Na verdade, estou planejando apresentar minha filha para ele. Amizades podem fazer bem por agora.

– A população vai se opor ao ver os dois juntos, você sabe disso, certo? – Hiruzen perguntou calmamente.

– Eles que vão para o inferno! – Inoichi rosnou antes de respirar fundo e se acalmar. – Minha esposa e eu já nos deixamos sermos empurrados e puxados por eles e todas aquelas burocracias estúpidas das filas de adoção. Se não podemos ajudar diretamente, pelo menos uma ajuda indireta e mais próxima será melhor que nada – Inoichi deu um sorriso frio para Hiruzen. – Além do que, não é como se eles pudessem ordenar que minha pequena Ino-hime não possa fazer amizade com ele.

– Então você tem meu suporte total, assim de quem quiser entrar nesa rota também – Hiruzen acenou com a cabeça em resposta. – Há mas alguma coisa que eu deva saber em relação à mente de Naruto?

– É difícil de dizer se ele notou ou não por causa de seu “hóspede”, mas no geral ele deve estar de humor melhor quando acordar – Inoichi disse sériamente. – Eu realmente adoraria que ele fizesse amizade logo com minha filha, mas ainda assim teremos um longo caminho a percorrer até ele ter crença total na própria existência.

– É melhor que nada – Hiruzen falou. – E quanto a Kyuubi?

– Sentir a presença dela foi relativamente fácil, mas as memórias de Naruto estavam distantes da área do subconsciênte dele onde o selo fica – Inoichi disse, vendo Hiruzen ficar um pouco mais relaxado. – No fim eu pude trabalhar sem interrupções ou problemas.

– Bom – Hiruzen expressou seu alívio. – Mesmo tendo feito o que fez, Minato desenhou esse selo melhor do que ninguém, assim como eu também acredito que você, melhor do que ninguém, deve entender o porquê de o que aconteceu aqui nesta sala deve permanecer nesta sala – Hiruzen parou um pouco pra respirar fundo e massagear os olhos. – Se por algum acaso os aldeões ou o conselho civil descobrir que o que estão fazendo está realmente afetando Naruto, seus esforços podem aumentar ainda mais, e eu não quero correr se quer o risco de repetir a visão da noite anterior. Suicídio e Naruto são duas palavras que não deveriam exisitr na mesma frase e eu acredito que você entende isso também, Inoichi.

Depois de suspirar mais uma vez, Hiruzen formou um selo com uma das mãos e sussurou um Kai (Liberar), fazendo com que todos os selos presentes nas paredes começassem a se desfazer. 

Inoichi, em um último gesto deu um tapinha tirste no ombro de Naruto antes de seus olhos brilharem em determinação e firmeza antes de pedir licença e sair.

Kakashi, por um momento, sentiu logo que Naruto estava acordando e pôs sua máscara de volta no lugar enquanto retornava de imediato para seu ponto de observação escondido no teto enquanto Hiruzen ajeitava da melhor forma que conseguia suas roupas antes de se sentar ao lado da cama do loiro, esperando que o mesmo finalmente terminasse de acordar, sendo que não demorou muito para o pequeno começar a se espreguiçar e soltar um bocejo, como se estivesse acabando de acordar de uma satisfatória e boa noite de sono.. De imediato, Kakashi e Hiruzen notaram diferenças claras nos olhos de Naruto, que haviam passado de vazios e quebrados a brilhantes, animados e ligeiramente confusos enquanto ele começava a examinar os arredores.

– Jii-chan (Velhote)? – Naruto perguntou, confuso enquanto coçava um olho depois de ver o velho Sandaime e onde estava. – Por que... o que eu tô fazendo no hospital? Alguma coisa aconteceu?

Por um momento, Sarutobi Hiruzen, o tão aclamado “Professor” e Sandaime Hokage, se sentiu como um verdadeiro principiante e tonto por ter se esquecido de pedir a Inoichi para criar detalhes e uma história convincente na mente de Naruto sobre o porque de ele ter entrado no hospital e acordar em um ambiente relativamente estranho.

– Eu realmente fico feliz em ver que está bem, Naruto-kun – Hiruzen falou enquanto elaborava uma mentira convincente para Naruto o mais rápido que conceguia. – Ontem fui informado que você foi adimitido aqui no hospital com uma forte pancada na cabeça e totalmente inconsciênte, então, qual seria a última coisa que você se lembra?

Mesmo que fosse apenas de relance, Hiruzen ainda viu Kakashi, em seu ponto escondido, fazer um gesto de “mais ou menos” na direção de Hiruzen, como se estivesse dando uma avaliação para a desculpa do Hokage, embora Hiruzen sentisse uma pontada em seu orgulho ,tendo em vista que Kakashi, mesmo nessa época, já era coinhecido por se atrasar pelo menos uma hora para seus compromissos, além de dar desculpas simplesmente abominaveis para quem quisesse ouvir.

Talvez fosse bom colocar Kakashi em um time Gennin para fazê-lo pagar por tal atitude? Sim, seria uma boa punição colocar ele para trabalhar com três pirralhos mal treinados em tantas missões quanto conseguisse e o fazer perseguir o gato Tora por algumas semanas.

– Eu... eu tava andando por um parque até que ví uma garota tentando escalar uam árvore – Naruto murmurou, tirando Hiruzen de seus pensamentos sobre punições. – Tudo o que eu consigo me lembrar é que ela tinha cabelo preto, tipo, bem grande e em algum momento escorregou antes de eu ir corendo pra ajudar ela, só que aí eu escorreguei em alguma coisa e acabei dando de cabeça no tronco antes dela cair bem em cima de mim.

Hiruzen apenas acenou com a cabeça enquanto mentalmente considerava dar alguma recompensa para Inoichi sobre o trabalho que fez na mente de Naruto.

Descesessário seria dizer que encontrar uma garota de cabelos negros particular em Konoha seria como tentar encontrar uma agulha num palheiro, mas ainda assim seria preciso garantir que Naruto não saisse por aí tentando a encontrar. Tal atitude poderia realmente comprometer o trabalho de Inoichi. 

– Sim, eu soube disso pelo ANBU que estava lhe vigiando – Hiruzen fisse, gentil, mas firmemente. – Acabou que ela era filha de um mercador viajante que estava fazendo alguns negócios por aqui, sendo que foi ele que lhe trouxe aqui.

– Eles... eles ainda estão por aqui? – Naruto perguntou, quase esperançosamente.

– Infelizmente eles já tiveram que ir hoje mais cedo – Hiruzen falou logo. – Tenho certeza que entende isso, não? Vida de comerciante, ainda mais um viajante, não é fácil – Naruto suspirou e abaixou a cabeça com a notícia antes de Hiruzen voltar a falar. – Mas, ela me pediu para lhe passar uma mensagem.

Repentinamente, os olhos de Naruto se alargaram e ele virou a cabeça tão rápido para Hiruzen, que por um momento o Hokage pensou ter ouvido o pescoço do garoto estalar. Toda sua linguagem corporal gritando ansiedade enervosismo.

– Ela disse que agradece muito por você tê-la salvo daquela queda... e que espera que vocês possam se ver outra vez – Hiruzen completou, com um sorriso gentil para Naruto.

O sorriso que Naruto deu basicamente foi o suficiente para iluminar a sala, e enquanto isso, Hiruzen viu Kakashi lhe dar um sinal de ok, como se estivesse apreciando a boa desculpa que Hiruzen deu no final, fazendo o Hokage pensar em adiar a punição de Kakashi como Jounnin sensei por mais alguns anos.

– Agora, descanse um pouco, certo, Naruto-kun – Hiruzen falou enquanto se levantava. – Você vai ser liberado amanhã, então repouse por agora.

Sem reclamar, Naruto apenas se deitou de forma mais confortável e fechou os olhos, sendo que logo em seguida, Hiruzen saiu do quarto e fez um sinal para Kakashi, que imediatamente já estava ao seu lado.– Fique de olho no Naruto por algum tempo e me informe de qulquer coisa que acontecer – o mais velho falou, baixo e firme. – Depois, me mande uma lista das lojas e restaurantes que, ou o expulsaram ou o aumentaram os preços só para ele, e eu vou lidar com tudo isso pessoalmente. Vou ter certez ade fazer as coisas melhorarem, não me importo como ou quanto, mas vou fazer acontecer.

Kakashi apenas concordou com a cabeça enquanto puxava um certo livrinho laranja de dentro de seu kit ninja, sendo que quando Hiruzen viu o tal livro, logo um pequeno sorriso se espalhou em seu rosto e um leve rubor lhe subiu às bochechas.

– Então.. ahem... você já cheogu naquela parte com a Kimi-chan? – Hiruzen perguntou, relativamente baixo.

– Essa definitivamente é a melhor parte até agora, Hokage-sama! – Kakashi replicou enquanto soltava pequenos risinhos pervertidos. – Eu me pergunto como Jiraya-sama conseguiu “material” para essa parte.

Repentinamente, a temperatura do corredor inteiro pareceu cair diversos graus enquanto ambos os homem podiam notar olhares assassinos vindos de diversas pacientes, enfermeiras e algumas Kunoichi (Mulher Ninja) que estavam pelo local, os encarando com uma fúria tão fervente que era como se desejassem que ambos derretessem naquele lugar e naquele momento, fazendo os dois engolirem em seco antes de usarem um Shunshin para escapar da fúria feminina que lhes era direcionada.

De volta ao quarto de Naruto, o pequeno garoto adormecido tremia e soltava pequenos ruidos enquanto pesadelos assolavam sua mente.

Verdade seja dita, o tratamento de Inoichi havia realmente ajudado Naruto. As piores memórias haviam sido apagadas e subistituidas e alguns fatos melhorados para o alívio da depressão de Naruto, mas nem por isso tudo havia sido apagado ou desfeito. Memórias ruins ainda estavam lá para travarem um pouco Naruto, mas pelo menos ele poderia descansar melhor por um tempo.