História New Secret Avengers - The Legacy - Capítulo 14

S: Quem fez isso com você???

N: Steve, se acalme.

S: Quem????

Maggie olhou para baixo e fez negativo com a cabeça.

Steve deu um tapa tão forte na mesa, que até a terapeuta chegou para trás. Maggie também se assustou e não conseguiu falar mais nada.

S: QUEM? MAGGIE? EU QUERO UM NOME E VOCÊ VAI ME DIZER AGORA MESMO!

Steve começou a gritar mais e mais e Natasha, agora, estava mais preocupada em consolar Maggie, ela estava com uma mão nas costas de Maggie e a outra sobre a mão dela.

N: Steve, por favor, se sente.

S: Me sentar????????

Steve andou pela sala em círculos e ele ficou todo vermelho de raiva.

S: O nome, eu preciso do nome! Eu vou matar ele! Vou matar quem quer que tenha encostado em você! Você precisa me dizer agora um nome, Maggie!

Steve voltou até Maggie e agachou na frente da cadeira e olhou pra ela, mas não menos exaltado.

S: Me diga agora. Maggie... Meu Deus!!! Isso aconteceu mesmo? Isso dói tanto...

Steve botou a mão na direção do peito dele, indicando que o peito dele estava doendo com essa notícia, ele estava fazendo caretas que pareciam tanto de dor, quanto de tristeza.

Steve colocou as mãos na direção do rosto de Maggie e ele queria fazer carinho nela, para consolar ela, para tentar ser a figura paterna forte, mas o ódio e a revolta estavam dominando o corpo dele, então ele só manteve as mãos no ar, sem saber direito o que fazer.

Steve não sabia se deixava a revolta dominar ele, ou se tentava se acalmar pra consolar Maggie.

S: Me diz, minha filha, me diz... por favor...

N: Steve você não está deixando ela falar.

- O senhor precisa se acalmar... isso é novidade para todos aqui.

S: Me acalmar???

Steve se afastou de Maggie e de novo andou pela sala, falando baixo consigo mesmo, repetindo coisas que nem dava para ninguém compreender. Steve ficou passando a mão pelo cabelo nervosamente, totalmente transtornado.

S: Eu vou matar esse filho da puta!!!

- Senhor Rogers!

S: NÃO! NÃO!

Steve gritou e em seguida socou a parede tão forte que fez um rombo nela, ele abriu a porta do consultório e saiu da sala, ele estava sufocado ali dentro.

M: Nat...

Maggie apenas chorou e Natasha acariciou o rosto dela.

N: Sh... sh... Tudo bem, tá tudo bem.

M: Eu... eu não queria isso...

N: Eu sei... está tudo bem. Fique aqui, eu já volto.

Natasha levantou correndo e saiu da sala atrás de Steve.

N: Steve!

S: Natasha!!!

Steve se agachou no meio do corredor e simplesmente começou a chorar. Menos mal que esse corredor é formado apenas pelas salas de consulta e tinham pouquíssimas pessoas circulando por ali.

S: É minha filha...

Steve afirmou e ainda fazia negativo com a cabeça e chorava de soluçar. Natasha nunca viu Steve assim, tão descontrolado e isso estava partindo o coração dela também.

Natasha caminhou lentamente até Steve e encostou no ombro dele, mas Steve esquivou abruptamente e se levantou.

S: Meu Deus!!! Não, não, não! Como isso foi acontecer??? Ela é a minha filha, a minha bebê, meu Deus, Nat...

Steve encostou os antebraços contra a parede do corredor e a testa também, ele estava chorando desesperadamente.

Natasha respirou fundo e tentou se aproximar de novo, ela tocou as costas de Steve.

N: Eu sei... Amor, eu sei...

Natasha ficou nervosa por Steve e aflita por Maggie, ela queria chorar também, mas alguém tem que ser forte agora.

Steve fechou a mão apertado e bateu na parede com força, mas menos força do que antes, mas ainda estava fazendo a estrutura

da parede tremer.

N: Steve, por favor, a Maggie precisa de nós. Ela precisa de você... agora... eu sei que você está revoltado e triste e... chocado com essa notícia, mas pense... ela está mais, ela está com vergonha, ela não queria que você soubesse, ela não queria que nenhum de nós soubesse. Esse é o nível de vergonha e dor que ela sente... ela achou que você não ia querer uma filha que foi... Você sabe... Ela foi quebrada, Steve.

S: Nãoooo...

Steve chorou ainda mais.

S: Não diga isso porque machuca demais, Nat.

N: Eu preciso que você se acalme.

Steve ficou sem responder, ele estava tentando afastar as imagens da cabeça dele, mas sem sucesso, ele queria vomitar, ele queria nem existir mais, mas ele sabe que isso aconteceu e não há nada que vai mudar isso agora.

Steve estava se questionando se era capaz de lidar com uma coisa dessas e a resposta imediata era que não, ele está descontrolado agora e parece que isso não vai passar.

Steve diminuiu o choro aos poucos, até finalmente parar de chorar, ele ainda estava sentindo a mão de Natasha acariciando as costas dele.

Steve passou a mão pelo rosto e pela barba em seguida.

S: Você sabe quem foi?

Steve perguntou sem tirar a testa da parede.

N: Ela não me disse, Steve, mas eu vou descobrir, eu já localizei quem possa nos dizer quem foi.

S: Eu vou matar ele.

N: Okay...

Steve olhou para Natasha e ela fez positivo com a cabeça. Steve achou que Natasha ia fazer algum discurso para fazer ele voltar atrás da ameaça que fez, mas ao olhar nos olhos dela, ele percebeu que a intenção dela era a mesma que a dele.

Natasha encostou a testa na de Steve e beijou os lábios dele.

N: Eu amo você, Steve... mas a Maggie precisa da gente agora. Ela precisa da gente. Você tem que se acalmar...

Natasha deixou a mão no peito de Steve, na direção do coração.

N: Nós precisamos voltar lá e você precisa estar lá pra ela, o que faremos depois, ela não precisa saber, mas você precisa estar lá agora. Vamos ouvir tudo o que ela tem pra dizer e vai ser muito difícil de ouvir, Steve, eu não vou mentir pra você. Você precisa dizer que ama ela.

S: E ela ainda não sabe??? Eu estou quebrado, Natasha! É tudo culpa minha... Eu não pude proteger ela. Eu deixei acontecer...

Steve ficou fazendo negativo com a cabeça.

S: Se ela tivesse ficado em casa, comigo... Mas não...

Steve se silenciou nessa hora, mas foi o suficiente para Natasha entender do que se tratava.

N: Você me culpa?

Steve ficou em silêncio por alguns segundos, ele desviou o olhar e fez negativo com a cabeça, mas o silêncio dele no início tinha sido a confirmação.

N: Eu me sinto culpada também. Eu incentivei ela a ir, a seguir a carreira. Mas eu achei que a avó dela estaria com ela e eu sempre confiei na Maggie, ela sabia o que era certo e errado, eu nunca me preocupei com ela.

S: Veja no que deu...

N: Sim...

Steve disse e já fez negativo com a cabeça, ele queria brigar mais, mas ao mesmo tempo estava se controlando para não falar algo que iria se arrepender.

N: Eu pego minha parcela de culpa, Steve. Eu assumo isso e eu sinto muito que tudo isso tenha acontecido com ela, mas eu não posso fazer desse problema algo meu e sim talvez seja culpa só minha.

S: Não é. Eu sou o pai, se ela tivesse ficado aqui...

N: Não, Steve. Eu não acredito que se ela estivesse aqui, algo assim não aconteceria. Toda mulher está sujeita a isso. Não importa se ela está aqui ou fora do país e por favor, não faz isso ser sobre você ou eu, não agora. A Maggie está lá dentro, ela está sendo muito corajosa, é tão difícil falar sobre isso, você tem que deixar ela falar. Ela precisa se curar.

Steve olhou para Natasha.

N: Vamos ajudar ela a cicatrizar.

Steve concordou com a cabeça e voltou na sala com Natasha. Maggie olhou para Steve e notou o rosto dele inchado e os olhos vermelhos, indicando que ele estava chorando.

Maggie se sentiu mal, ela ama o pai, apesar de até ter culpado ele de não estar lá para proteger ela, por ele ter terminado a carreira dela de modelo, mas ver ele chorando, dói muito nela, ela se levantou e foi até ele.

Os dois se abraçaram e voltaram a chorar. Steve apenas deixou algumas lágrimas caírem, ele acariciou as costas de Maggie e a balançou de leve, como se ela fosse pequena de novo.

S: Eu sinto muito, filha. Eu sinto muito.

M: Eu sei, eu também.

- Será que agora podemos todos nos sentar e... conversar sobre isso?

A terapeuta perguntou.

Steve olhou para Maggie e fez ela erguer o rosto para olhar nos olhos dele.

S: Você está bem?

Maggie fez positivo com a cabeça.

S: Você quer continuar aqui?

Maggie fez positivo com a cabeça.

S: Vamos nos sentar, então...

...

Ch: Estamos com fome!

Sara: Nick, você está com fome?

Nick fez positivo com a cabeça.

Sara: Eu vou fazer algo para vocês comerem, só porque o Nick está com fome.

Sara preparou a única coisa que sabe fazer na cozinha: Arroz, ovo frito e batata frita. Mas os gêmeos nem se importaram, eles adoram comer isso.

Ch: Está gostoso.

Nick sorriu e fez positivo com a cabeça.

Sara: Obrigada.

Sara aproveitou que os dois estavam calmos agora e que ninguém mais estava em casa para perguntar aos dois sobre o jogo do fim de semana, na cidade em que o namorado mora agora.

Sara: Ei!

Sara sorriu.

Lotte e Nick olharam pra ela.

Sara: Que tal eu levar vocês para passear nesse final de semana?

Lotte e Nick ficaram surpresos e super animados, abriram enormes sorrisos.

Ch: Sim! Pra onde?

Sara: Nós vamos assistir um jogo, ao vivo, no estádio! Já imaginou que legal vai ser??

Charlotte concordou com a cabeça.

Sara: Vocês querem ir, então?

Ch: Sim, claro.

Sara: Ótimo, vou dizer ao Ed, ele vai dar os ingressos pra vocês e eu pagarei um lanche. E vocês tem que dizer ao papai o quanto vocês querem ir.

Sara colocou a mão no bolso para pegar o celular.

Sara: Meu celular...

Sara sentiu vontade de chorar ao lembrar que está sem celular.

Ch: Ah, então é com o Ed que vamos?

Charlotte revirou os olhos e pareceu um pouco desanimada.

Sara: Sim. Com o Ed. Ele é muito legal.

Nick fez positivo com a cabeça.

Ch: Ele não é tão legal, Nick.

Charlotte voltou a atenção para Sara de novo.

Ch: E você sequer gosta dele.

Sara: Gosto sim!

Sara franziu a testa.

Ch: Você gosta do Azari! Eu li no seu diário!

Sara: O QUE???? VOCÊ LEU MEU DIÁRIO??

Ch: Não, eu não... eu...

Sara: Você acabou de dizer!! Isso é a minha privacidade, foi muito feio, Charlotte. Isso não se faz.

Ch: Desculpa...

Sara: Desculpa???

Ch: Eu só queria conhecer você.

Sara: Me conhecer??? Eu estou bem aqui.

Ch: Mas você não fala com a gente, você só briga.

Sara: Não vire isso contra mim. E eu vou contar para a mamãe.

Ch: Mas ela vai me botar de castigo de novo!!!

Sara: Mas você merece!

Sara levantou da mesa e caminhou até o telefone de casa, ela ligou para o celular de Steve e demorou até alguém atender e não era nem Steve quem atendeu.

Sara: Pai?

N: Seu pai está ocupado agora, Sara.

Sara: Vocês ainda estão aí?? Que horas vocês voltam?

N: Eu vou desligar.

Sara: NÃO!!! Mãe! Escuta, a Charlotte leu meu diário escondida...

N: Sara agora não é hora, eu não posso ficar no telefone agora. Quando eu chegar, a gente conversa. Tchau...

Sara: Não, mãe! Por favor! Eu fui assaltada hoje.

N: Assaltada??

Sara: É. Levaram o meu celular! No meio da rua, ninguém fez nada!

N: Você está bem? Te machucaram?

Sara: Não me machucara, mas eu não estou nada bem, minha vida estava naquele celular. Eu quero morrer.

N: Você estava com os gêmeos?

Sara: Não, ainda estava indo buscar eles.

N: Foi no ônibus, então.

Sara: Ham... não, eu estava a pé...

N: Nós avisamos você para ir de ônibus, Sara.

Sara: Mãe, eu não fui na polícia, eu fiquei com medo. Vem pra casa, por favor.

N: Sara, eu sinto muito por isso, mas eu não posso falar agora.

Sara: Mas mãe, eu fui assaltada!

N: Eu sei... eu resolvo isso quando eu chegar, você não está machucada, então pode esperar.

Natasha encerrou a chamada.

...

N: Era a Sara, ela foi assaltada ao sair da escola hoje.

Steve e Maggie olharam preocupados para Natasha.

M: Ela está bem?

S: Machucaram ela?

N: É a Sara, né... ela está nervosa, mas é o jeito dela mesmo e não, ela não se feriu.

M: É melhor irmos embora.

N: Não, tudo bem, o pior já passou, ao menos ela já está em casa.

M: Ela deve estar pirando, temos que ir.

- Maggie, sua madrasta disse que está tudo bem, então vamos voltar ao foco aqui... Você estava dizendo que não conseguiu ver quem era o segundo cara...

M: Sim.

N: Viu alguma tatuagem? Alguma marca no corpo que possa identifica-lo?

Maggie pareceu pensativa, ela não tinha se dado conta de que poderia ter reparado em algum outro detalhe, e novamente ela teve que reviver as memórias daquela noite.

As cenas na mente dela sempre aparecem intercaladas, sem uma sequência direta, fica uns momentos de apagão, não se sabe se por efeito das drogas e bebidas ou se por autodefesa, a mente dela bloqueou algumas cenas.

Algumas cenas ela se lembra bem, do rosto do primeiro modelo que a atacou, ela lembra até do cheiro dele, que ficou impregnado nela. Maggie deixou a pele quase esfolada de tanto que se esfregou quando pôde tomar banho depois do que aconteceu.

M: Pelos.

S: Pelos?

M: Eu lembro de tentar empurrar quem estava atrás de mim e eu senti pelos no peito ou barriga dele, eu não conseguia ver.

Natasha passou a mão nas costas de Maggie.

N: Isso é ótimo, você está indo bem. Isso já vai ajudar.

Maggie franziu a testa, ela ainda estava puxando as lembranças na cabeça.

M: Ele cobriu minha boca e eu senti algo gelado. Eu acho que... Um anel... Sim, uma anel, ele estava usando um anel. Eu lembro agora, quando ele tirou a mão eu pude ver.

N: Você tem certeza?

Maggie concordou com a cabeça.

N: Em que dedo estava? Você lembra? Era aliança? Tinha algo de especial no anel?

Maggie fez negativo com a cabeça.

M: Era dourado e tinha uma marca avermelhada em volta, mas isso não é importante, me desculpa, eu não consigo lembrar de mais nada.

N: Não tem o que desculpar.

S: Você fez o melhor que pôde.

Steve disse da cadeira dele, mas a face dele era pura melancolia, ele não consegue disfarçar como Natasha consegue, ele está devastado com tudo isso.

...

Algumas horas depois, num hospital de Los Angeles mesmo, Lina acordava, ela piscou os olhos algumas vezes, até finalmente conseguir ficar de olhos abertos, ela respirou mais fundo e nessa hora ela chamou a atenção de James e dos outros Vingadores que estavam no quarto, aguardando ela acordar.

James estava sentado na poltrona, bem ao lado da cama de Lina, ele levantou logo e segurou a mão dela.

J: Lina?

Lina olhou para James e ele parecia estar zelando por alguém a beira da morte, ele fica tão preocupado com ela, sempre que ela se machuca ou se cansa demais, mesmo sabendo que ela se recupera depois de dormir.

L: Novidades no jornal dessa tarde, a meteorologia mandou avisar que James Rogers está causando uma tempestade num copo de água...

Lina deu um pequeno sorriso de canto e moveu a cabeça para os lados, depois voltou a olhar nos olhos de James de novo.

James sorriu ao ouvir Lina zoando com a cara dele.

J: Sem mais sustos.

L: Sem mais sustos...

J: Estou falando sério. Já chega de você em missões, não vou admitir e sim, estou dando uma ordem. Não como seu namorado, mas como seu líder de equipe!

Lina ficou observando James, ela revirou os olhos e apenas concordou com a cabeça, em seguida ela sorriu.

L: Tudo bem, Capitão América... E então, o que eu perdi?

J: Nosso bebê está bem.

L: Eu sei, Rogers, ele está dentro de mim, eu posso sentir ele. Ele está muito bem protegido pela mãe e pelo pai dele.

Pym: É menino, definitivamente, um menino.

Lina ouviu Pym sussurrar para Francis e Azari lá no fundo do quarto.

L: Talvez seja, talvez não.

Pym ficou sem graça de ter sido escutado, ele sorriu e olhou para Lina, depois ele e os demais se aproximaram da cama dela.

P: Lina, você lembra aquele dia, lá na Nova Zelândia que eu ajudei você a sair daquela água gelada, quando você ficou presa debaixo de um monte de camada de gelo?

Francis: Você quer dizer, quando eu tirei ela de lá?

P: Se não fosse por mim, não teria laser derretendo e fazendo buraco no gelo!

L: Sim, Pym... Eu me lembro.

P: Então, lembra que você disse que se tivesse um filho, ele se chamaria Pym? Em minha homenagem?

James franziu a testa.

P: Você lembra?

L: Não, quer dizer, eu não lembrava até agora...

Lina olhou para James.

L: Eu disse que ele não se chamaria James.

J: Mas isso não é justo.

L: Eu não posso quebrar uma promessa...

P: Oba! Mais um Pym, no mundo!

L: MAS!!!

Lina exclamou, para cortar a comemoração de Pym.

L: Eu não posso nomear uma menina de Pym.

James olhou para Lina, sem muita expectativa, porque tudo ela brinca.

L: Eu posso nomeá-la Natalia... Como o pai dela deseja...

James continuou olhando para Lina, sem reação, até ele ver ela fazendo positivo com a cabeça.

J: Sério??

Azari: Você vai ser pai de menina!

F: Parabéns, James!

J: Amor... É sério?

L: Claro que não, eu só queria ver a sua reação...

Todos ficaram em silêncio, olhando para Lina, que tinha cortado o barato de todo mundo.

L: Não, eu só estou brincando de novo.

Lina começou a rir e botou a mão na barriga.

L: É menina. Nossa Natalia.

James sorriu e sabia que agora era sério, ele ficou todo emocionado e deu vários beijos na barriga de Lina, em seguida deu um longo selinho nela.

J: Eu preciso ligar pra minha mãe pra dizer a ela.

L: Ah, James! Não conte assim por telefone...

A: É, James, são grandes notícias, é melhor ser pessoalmente.

James já estava até com o celular na mão.

J: É... Acho que vocês têm razão.

L: Quando nós voltarmos...

J: Certo.

...

Algumas horas depois, Sara conseguiu distrair os gêmeos colocando os dois para colorir desenhos, e por estar sem celular, Sara estava na sala com eles, usando o notebook para ficar nas redes sociais, enquanto assistia Netflix na TV.

Enquanto Sara estava sentada no sofá, os gêmeos estavam sentados no tapete e usando a mesa de centro como apoio para desenhar.

Sara observou Charlotte pegar um lápis de cor azul na mesa e Nick olhou para Charlotte e pediu de volta, estendendo a mão.

Sara: Devolve, Charlotte.

Charlotte pensou que Sara não estava vendo, ela olhou para ela.

Ch: Eu preciso desse.

Sara: É do Nick, oras.

Charlotte olhou para Nick e ele estava com a testa franzida.

Ch: Pedi emprestado sim.

Nick fez negativo com a cabeça.

Sara: Eu não ouvi você pedir emprestado. Devolve.

Ch: Eu preciso desse rapidinho.

Sara: Devia ter pedido se queria usar.

Ch: Nick, posso usar?

Nick suspirou impaciente e ficou olhando para a irmã gêmea.

Ch: Não, eu não vou estragar.

Nick apontou para o lápis e depois para o papel e depois pegou outro lápis de cor e mostrou pra Charlotte.

Ch: Não vou usar ele todo dessa vez não, eu prometo.

Nick olhou para Sara, querendo saber a opinião dela. Todos dentro de casa já desenvolveram uma capacidade para se comunicar com Nick, mesmo que de forma básica. Charlotte é a única que compreende realmente tudo o que ele quer dizer. Depois de Charlotte, Natasha é quem mais entende o que Nick quer dizer, até porque ela é quem mais insiste em se comunicar com ele.

Sara e Steve empatam nesse quesito, depois de Natasha, e é porque como o Nick não fala, na verdade eles esquecem de se comunicar diretamente com ele. Eles até tentaram muito no primeiro ano, mas depois virou costume e não incomoda mais eles, mas incomoda Natasha, ela ainda perde noites de sono tentando achar o motivo dele não falar mais.

Já Maggie e James, são os que menos entendem Nick, porque não convivem com ele todos os dias.

Sara: Deixa ela usar, Nick.

Sara olhou para Charlotte.

Sara: Mas você tem que perguntar antes de pegar, Lotte.

Ch: Me desculpa, Nick.

Nick fez positivo com a cabeça e voltou a colorir o desenho dele.

Charlotte começou a colorir com o lápis de cor de Nick.

Ch: Na verdade, eu queria poder usar a minha canetinha azul, porque assim ficaria mais bonito, e eu não precisaria pegar o lápis emprestado do Nick, mas você não me deixa usar, aí eu tenho que usar os do Nick, porque ele tem mais lápis que eu.

Sara: Você não pode usar porque você gasta muito com canetinhas. Ordem do papai. E você teria seus lápis de cor completos, senão perdesse ou quebrasse todos eles... Papai sempre compra igual pra todo mundo, e...

Charlotte ouviu a porta de casa, sendo aberta e soltou o lápis no chão e se levantou correndo. Sara interrompeu o discurso ao perceber o pai chegando também, mas depois prestou atenção no lápis que Charlotte jogou no chão.

Sara: Cuidado! Tá vendo, só! Por isso ele não gosta de te emprestar!

Ch: Papai! Chegoooou!!!

Charlotte correu até Steve, porque ele foi o primeiro a entrar em casa, ela abraçou a cintura dele.

Ch: Você demorou muito!

S: Eu sei, meu amor...

Steve respondeu sem empolgação, ele segurou a porta para Maggie e Natasha entrarem.

O semblante de Maggie estava mais pesado que o de Steve, era óbvio que ela esteve chorando recentemente, o rosto dela está inchado e vermelho.

S: Eu vou preparar algo pra você comer, Maggie.

Maggie fez negativo com a cabeça.

S: Maggie...

M: Eu não posso comer.

N: Tudo bem. Mais tarde você come.

Maggie fez positivo com a cabeça.

Sara: Está tudo bem, Maggie?

Sara olhou preocupada para Maggie.

M: É. Sim.

Maggie olhou para Natasha.

M: Eu preciso ficar sozinha.

Natasha concordou com a cabeça e passou a mão pelo cabelo de Maggie.

N: Vai. Ninguém vai te incomodar. Você precisa descansar.

Maggie caminhou para a escada e subiu para o quarto.

Sara: O que houve??

Natasha olhou para Sara.

N: Foi um pouco pesada a sessão de hoje.

Sara: Ela usou?

N: Não, Sara.

Ch: Pai! Nós estamos colorindo! Você pode fazer mais desenhos pra gente?

S: Outra hora.

Charlotte olhou para o rosto de Steve.

Ch: Você quer brincar de outra coisa?

Steve fez negativo com a cabeça.

Ch: Você quer assistir TV com a gente?

S: Não, Lotte. Outra hora, ok?

Ch: Mas pai...

Sara: Lotte!!

Charlotte olhou para Sara e depois para Steve, que se afastou e caminhou até a escada.

Charlotte foi atrás de Steve.

Ch: Oh pai, a Sara demorou pra buscar a gente! Ficamos um tempão esperando ela!

Sara: Dez minutos!!!! E eu fui assaltada!

Ch: Ela não queria dar a mão pra gente atravessar!

Sara: Mas eu dei!

Sara revirou os olhos e Steve não estava com cabeça pra isso agora, ele ignorou Charlotte e começou a subir as escadas.

Ch: Pai!

S: Mais tarde, Lotte.

Steve subiu e foi para o quarto dele.

Natasha olhou para Charlotte.

N: Não fique assim, ele precisa descansar. Por que não volta a colorir o desenho?

Charlotte se arrastou de volta a mesa e se sentou no chão.

Natasha olhou para Nick e deu um pequeno sorriso.

N: Como foi na escola hoje?

Nick sorriu para Natasha.

N: Então foi bom? Eu fico feliz com isso. O que está colorindo?

Nick ergueu o desenho e mostrou para Natasha.

N: Está lindo demais.

Ch: E o meu???

Charlotte também mostrou o desenho dela.

N: Está igualmente lindo. Dever de casa, já fizeram? Vocês nem trocaram de roupa...

Natasha olhou para Sara.

N: Sara.

Sara: Eu mandei tomar banho, eles não me obedecem. E a Charlotte andou lendo meu diário! Vou trancar a porta do meu quarto!

Natasha caminhou até Nick e tirou o lápis da mão dele.

N: Banho e escovar os dentes... você primeiro. E se a Sara manda vocês fazerem alguma coisa, vocês têm que obedecer, ela é mais velha e está no comando quando não estou em casa.

Natasha fez Nick se levantar e ele não protestou, correu para a escada e no meio dela parou e olhou para Charlotte, Nick sorriu animado.

Charlotte olhou pra ele e ergueu as duas sobrancelhas, em seguida ela sorriu empolgada.

Ch: Verdade! Mas eu ainda não sei o que eu quero de presente!

Sara: Presente?

Ch: De aniversário. Está chegando!!! Teremos bolo, né mãe?

Natasha tinha esquecido do aniversário dos gêmeos. E agora? Como é que ela vai se dedicar a fazer festa, com todo esse problema de Maggie, ainda mais que ela está planejando ir atrás do agente dela e de quem mais ela conseguir nomes para poder se vingar?

Natasha disfarçou bem na hora e sorriu.

N: É claro. Todo ano tem, certo?

Ch: É. Mas eu quero uma grande festa dessa vez.

N: Não posso garantir uma grande festa. Talvez um bolinho para gente cantar parabéns aqui em casa...

Ch: Ah mãe... É sempre assim!

Charlotte resmungou.

Ch: A gente só faz aniversário uma vez e eu queria...

Charlotte se silenciou.

N: Queria o quê?

Ch: Ah...

Charlotte deu de ombros e olhou pra baixo.

Ch: Chamar algumas crianças...

N: Crianças? Você quer dizer da escola?

Charlotte olhou para os lados, relutante, depois olhou para Natasha.

Ch: Talvez...

N: Eu não sabia que tinha feito amizades...

Natasha franziu a testa.

Ch: Eu não fiz, exatamente...

N: Você bateu ou ameaçou alguém pra sua festa? Ou está pensando em fazer isso?

Charlotte fez negativo com a cabeça.

Ch: Talvez não seja uma boa ideia mesmo. Foi estúpido.

Charlotte forçou uma risada para disfarçar.

Ch: Eu não sei no que estava pensando, mãe, esquece. Deixa pra lá.

Charlotte voltou a rabiscar o desenho.

Ch: É provável que ninguém venha se eu convidar mesmo...

Natasha suspirou e fechou os olhos por alguns instantes. Como ela poderia negar uma festa agora? Charlotte demonstrando querer socializar mais, e por iniciativa própria, ela não pode fazer ela desanimar agora.

Sara: Mãe...

Natasha olhou para Sara e Sara estava fazendo positivo com a cabeça e dizendo “Faz sim” com a boca, para Charlotte não perceber.

N: Ham... Quer saber? Por que não?

Natasha fez positivo com a cabeça, olhando para Charlotte e depois para Nick.

N: Tudo bem... uma grande festa!

Ch: EEEE!!!

Charlotte veio correndo até Natasha e abraçou a cintura dela, Nick desceu as escadas para abraçar ela também.

Natasha sorriu para os dois.

Ch: Nick está dizendo obrigado.

N: De nada, meu amor.

Natasha acariciou o cabelo de Nick, ele concordou com a cabeça e subiu as escadas correndo para tomar banho.

N: Eu vou subir.

Sara pigarreou, assim que Natasha botou um pé no degrau.

Natasha olhou para Sara.

Sara: Eu sei que eu sou a filha esquecida e inútil... Eu não sou a mais velha e nem a mais nova... Não tenho super soro, nem um gene X, nem uma beleza digna de passarelas, mas eu existo.

Natasha revirou os olhos com o discurso de Sara. Sara sabe que vai tocar Natasha com esse tipo de discurso e deixar ela preocupada sobre como ela se sente e ao mesmo tempo, Natasha está ciente que Sara está falando desse jeito para atingir ela e fazer ela se compadecer.

Manipuladora nata. Natasha pensou e odiou o quanto Sara tem suas artimanhas para conseguir quase tudo o que quer, ela é como ela, só que tem um defeito: ser sentimental.

Se não fosse isso, Sara seria perfeita para ser outra Viúva Negra, apesar que Sara dificilmente sobreviveria aos treinos intensos.

Natasha lembrou das inúmeras discussões que teve com Sara quando ela era ainda bebê. Ela já sabia como conseguir qualquer coisa de Steve, então o desafio era ela.

Natasha se lembrou de uma discussão por conta de uma cadeira, que Sara queria que Natasha sentasse nela e Natasha disse que não ia sentar e Sara só tinha um ano e meio...

- “Tenta”.

Sara quis dizer senta.

- Mãii... Tenta aqui.

N: Eu não quero sentar.

- Aqui.

Sara bateu na cadeira diversas vezes de levinho, indicando o lugar.

- Mamãiii. Tenta. Aqui... Tenta.

Natasha não respondeu, ficou olhando pra ela. Sara se zangou e continuou indicando o lugar. Steve apareceu na sala, aí Sara começou a chorar.

- Papai, a mamãiii... a mamãi...

Sara apontou para Natasha e depois pra cadeira.

- Não quer. Aqui...

E chorou mais... desesperadamente. O que não comovia Natasha, mas deixava Steve para morrer. E, Steve tentava fazer Natasha fazer o que Sara quer e como isso não acontecia, os dois acabavam discutindo muito.

O pior era que Steve não podia brigar pra valer com Natasha, pois ele morria de medo de ser algum resquício da depressão pós parto que ela teve quando Sara nasceu e piorar as coisas, então ele tentava defender Sara, sem de fato “atacar” Natasha.

Com o tempo, Sara aprendeu a usar Steve da forma correta pra conseguir as coisas de Natasha também, porque Sara sabe que ver Steve triste, mexe com Natasha também.

Natasha deu um pequeno sorriso com essa lembrança, pequeno sorriso mesmo, mal dava para perceber, ela ainda estava olhando para Sara e achando impressionante como ela cresceu e como ela sempre foi essa pessoa extremamente colorida e divertida, que nem mesmo tendo uma mãe como ela e que a rejeitou assim que nasceu, impediu ela de ser essa coisa delicada que ela é hoje.

Tão delicada... Natasha pensou e quase revirou os olhos.

Delicada demais! Sara jamais machucaria outra pessoa e se fizessem com ela aquele experimento que fizeram com a própria Natasha, a jogando num frio congelante, com um monte de outras meninas e com mantimento apenas pra uma... Sara seria aquela que seria morta primeiro, capaz até de se voluntariar pra isso, porque ela não tem nada de violento no ser dela e essa é a maior vitória que Natasha já alcançou na vida.

Natasha brigou muito e fez de tudo para evitar que James fosse Vingador, mas era porque ela não queria ele metido com violência e querendo ou não, é uma profissão que exige isso. Ela não queria ver o filho sujando as mãos de sangue, mesmo que fosse sangue bandido.

Mas Natasha superou isso, e com Sara ela está tranquila nesse quesito. Maggie nunca demonstrou nenhuma inclinação para esse tipo de coisa também, mas já os gêmeos... quer dizer, a Charlotte... A Charlotte preocupa Natasha. E, Ou ela tem que ter o direcionamento correto e se juntar do lado certo, ou ela será direcionada para o lado errado.

Natasha se preocupou de novo na hora, ela já tinha pesando isso antes, mas ela tem evitado confrontar esse problema, mas ela sabe que precisa controlar o gênio de Charlotte e sabe que sua melhor opção seria a escola do professor Xavier.

Sara: E eu fui assaltada hoje...

Natasha foi trazida de volta a realidade por Sara e seu discurso infinito.

N: Você prestou queixa?

Sara: Eu? Não! Eu tinha que pegar os pestinhas e eu tenho medo e vergonha de fazer essas coisas sozinha, você sabe.

Natasha respirou fundo e abaixou a cabeça, ela também está esgotada, muita carga emocional para carregar, a dela, a de Steve, Maggie, os gêmeos.

N: Olha... Eu só preciso de uma hora e aí eu vou te ajudar a fazer um boletim online de ocorrência. Me desculpa, mas eu realmente preciso desse tempo. Você pode esperar?

Sara: Okay...

Sara deu de ombros.

Natasha começou a subir a escada de novo.

Sara: E eu já escolhi meu novo celular...

Sara virou o notebook para Natasha, que parou de subir de novo.

N: Sara...

Sara: Okayyyy, eu mostro depois, mas você sabe que eu vou precisar de um novo!

Natasha suspirou de novo e finalmente subiu as escadas.

...

Natasha abriu a porta do quarto e Steve estava deitado na cama.

N: Posso entrar?

Steve não respondeu, mas Natasha entrou assim mesmo e fechou a porta antes de ir até a cama.

Natasha subiu na cama e se deitou ao lado de Steve, de lado e voltada para ele, que estava de costas para o lado dela da cama.

Natasha colocou o braço por cima do corpo de Steve e deixou o pé sobre a perna dele, em seguida ela aproximou o rosto do pescoço de Steve e deu um beijo naquela área.

Natasha olhou para o rosto de Steve, ele ainda estava abatido, mas parecia mais controlado.

Natasha passou a mão pela lateral da testa de Steve e pelo cabelo dele, para fazer carinho, ela continuou olhando para ele, mas Steve não conseguia olhar nos olhos dela, ele ficou olhando o vazio e parecia estar com raiva na verdade.

Natasha até estava ciente que a raiva que ele estava sentindo era dela, mais dele próprio também. E tudo bem ele ficar com raiva, mas o que há de ser feito? Remediado está... Ele não pode ficar pra sempre com raiva, e ele a ama, independente disso.

Natasha deslizou alguns dedos até a maçã do rosto de Steve, ela ficou levantando os pelinhos da barba dele.

N: Eu não gosto dessa barba.

Natasha disse baixinho e deu um pequeno sorriso, ela queria distrair Steve.

Steve respirou fundo, indicando impaciência e que não está achando graça nisso.

Natasha suspirou e mudou a expressão.

N: Essa noite?

Steve olhou para Natasha, para indagar essa pergunta.

N: Nossa vingança...

Steve continuou esperando Natasha explicar.

N: Eu achei que ia preferir deixar para amanhã, mas você parece estar precisando disso agora.

S: Do que você está falando?

N: Você sabe... Os caras, que machucaram Maggie...

S: Você já sabe quem são?

N: Não, mas tem uma pessoa que vai nos dizer... Duas pessoas...

S: O agente?

Natasha fez positivo com a cabeça.

S: E a outra pessoa quem é?

N: Vinny.

Natasha suspirou.

N: Vou começar por ele...

Natasha ergueu uma sobrancelha.

N: Você quer fazer isso como? Comigo ou sozinho?

Steve demorou a responder e por mais que ele estivesse irado com tudo isso, ele tem um grande senso do certo e errado e ele repensou sobre as ameaças que fez mais cedo, mas logo a imagem de Maggie chorando e contando o que aconteceu, veio na cabeça dele e tirou a hesitação dele.

S: Com você...

N: Que bom. Essa noite?

S: Essa noite?

N: Ótimo. Saímos depois que todos estiverem dormindo.

Natasha deu um pequeno sorriso de canto de boca, ela beijou o rosto de Steve rapidamente e foi para o banheiro.