História New Secret Avengers - The Legacy - Capítulo 16

Torunn: Lar, doce lar.

Torunn pronunciou ao abrir a porta do apartamento de Maria Hill, ela sorriu e entrou em casa, deixando a porta aberta para Thor e Leziel entrarem.

Leziel entrou animada e Thor estava olhando tudo em volta com desdém.

Lezi: Não acredito que estou aqui de novo!!! Eu estou tão animada!!!

Leziel começou a erguer os calcanhares do chão várias vezes, como se estivesse pulando, mas no mesmo lugar.

Thor: Esse lugar sempre parece menor, cada vez que venho aqui.

T: Isso é porque você fica aumentando as dependências do nosso palácio cada vez mais.

Torunn foi até a cozinha e pegou um copo de água, depois ela retornou na sala e olhou para o pai, que estava sentando em cada uma das poltronas e sofás para ver qual que ele fica mais confortável.

T: Então, aonde vocês estão pensando em ficar?

Leziel e Thor olharam para Torunn, sem entender a pergunta.

T: Tem um hotel que fica a 20 minutos daqui. Na verdade tem outro mais perto, mas ele não é tão bom e nem tão limpo...

Lezi: Eu vou ficar com você né, Torunn?

Torunn olhou para Leziel de uma forma estranha, ela demorou alguns segundos para responder.

T: Eu não sei se temos espaço, mas eu acho que sim...

Thor: É claro que iremos ficar aqui! Se essa é a sua casa, é a minha casa.

T: Na verdade, a casa é da Maria e eu não acho que ela vai gostar de ter você aqui, pai...

Thor: O que? Que bobagem! Mariazinha me adora. Tá tranquilo.

Thor, disse sentando no sofá maior e botando os pés em cima do assento, ele sorriu e piscou o olho.

T: Pai, aqui é muito pequeno.

Thor: Eu quero uma cerveja. Lezi?

Lezi: Ah, sim senhor.

Leziel caminhou para a cozinha para pegar uma cerveja para Thor. Torunn olhou para ele, chocada.

T: Pai! Ela não é sua empregada.

Thor franziu a testa.

Thor: Como não?

T: Pai, por favor. Não começa. E tire os pés desse sofá, eles são brancos, está vendo? Custaram uma fortuna, Maria não gosta de pés no sofá.

Thor: Maria, Maria, Maria... Prrrffff...

Thor deu língua e ficou revirando os olhos.

Thor: Filha, eu sou ou eu fui um Vingador. O pássaro de ferro é meu amigo. Ela é casada com ele, então fica tranquila.

T: Sam não manda em nada aqui, pai. A Maria...

Thor: Deixa a Mariazinha!

T: Por favor, não a chame assim na frente dela, pai.

Thor apenas sorriu e se sentou direito quando Leziel voltou com uma lata de cerveja.

T: Sério, pai, não a chame assim. Capaz dela tirar a sua imortalidade.

Torunn caminhou para o quarto e ela já ia fechar a porta, mas Leziel estava bem atrás dela, sem ela se dar conta.

Torunn sorriu sem jeito, por ter quase fechado a porta na cara de Leziel.

T: Ah... desculpe, é o costume.

Lezi: Tudo bem.

Leziel sorriu, ainda super animada.

Torunn entrou no quarto e colocou sua bolsa em cima da cama.

Leziel entrou no quarto e procurou pela antiga cama dela, mas já não estava mais lá.

Lezi: Ué, vocês tiraram a minha cama.

Torunn olhou para Leziel, enquanto tirava as roupas da bolsa.

T: Sim, eu achei que não voltaria mais e eu precisava de espaço. Eu queria uma cama maior, sabe?

Leziel concordou com a cabeça.

T: Eu achei que vocês ficariam num hotel ou algo assim, porque eu realmente amo meu quarto do jeito como ele está agora. Não me leve a mal, mas não terá como botar outra cama aqui pra você.

Leziel ficou olhando para Torunn e desmanchou um pouco o sorriso.

T: Mas podemos botar um colchonete. Você não vai passar muito tempo por aqui, não é?

Lezi: Eu não sei. Acho que não.

T: Meu pai fará uma bagunça. Eu mudei de guarda roupas, tá vendo? Bem maior.

Leziel concordou com a cabeça.

T: Você não acha que está melhor assim?

Lezi: Sim. Está.

Leziel agora nem estava mais sorrindo. Torunn olhou pra ela e suspirou.

T: Olha, a gente vai dar um jeito. Eu estou feliz que esteja aqui.

Leziel voltou a sorrir.

Lezi: Tudo bem. O importante é que estamos juntas de novo.

T: Sim...

Torunn deu um pequeno sorriso e voltou a olhar para o que estava fazendo.

Lezi: Nós ainda iremos sair hoje?

T: Nós, não. Eu vou.

Lezi tentou manter o sorriso, mas tinha algo estranho em Torunn, desde o momento que ela anunciou que ia voltar pra Terra com ela.

Torunn percebeu que soou estranho a resposta dela e olhou para Leziel.

T: Eu tenho que encontrar os Vingadores.

Um brilho se acendeu no olhar de Leziel.

Lezi: Eu estou com tantas saudades de todos, vai ser bom rever todo mundo.

T: Ham... Todo mundo ou o Francis?

Leziel ficou um pouco corada.

Leziel: Ele também, mas eu quero ver todos.

Torunn estava segurando uma blusa na mão, ela se aproximou de Leziel.

T: Mas você não pode ir comigo hoje.

Lezi: Por que não?

T: Porque... é uma reunião de Vingadores e você não é uma Vingadora.

Lezi: Eu sempre ia nas reuniões secretas de vocês.

T: É, isso foi antes.

Leziel franziu de leve a testa.

T: São as regras e eu as sigo agora, você entende, não é?

Leziel fez positivo com a cabeça, mas sem sorrir.

Torunn encostou no ombro dela.

T: Mas talvez você possa sair sozinha por aí... eu diria com o meu pai, mas não é uma boa ideia. Mas você pode ver a cidade. Daqui a pouco a Sophie estará em casa, vocês podem brincar, passear... Vai ser divertido!

Torunn sorriu e sacudiu o ombro de Lezi de leve, para animar ela.

Lezi: Você tem razão. Eu sinto falta da Sophie. Será que ela lembra de mim?

T: Mas é claro. Quem é que esquece de você??

Torunn colocou a roupa numa cesta, depois abriu o armário para pegar outra roupa.

T: Eu vou tomar um banho... enquanto isso, fique à vontade. Só não tire nada do lugar.

Leziel apenas fez positivo com a cabeça.

...

N: Sara?

Natasha encostou no braço de Sara e a sacudiu de leve.

N: Sara. Acorde. Vamos. Está na hora de se arrumar pra aula.

Sara começou a gemer.

N: Sara, por favor, não começa. Eu não quero acordar a Maggie.

M: Eu já estou acordada.

Natasha olhou para trás para ver Maggie e ela estava se sentando na cama agora.

N: Desculpe, eu tentei acordar só a Sara.

Maggie esfregou os olhos e bocejou.

M: Tudo bem, eu dormi o suficiente.

Sara: Dois dias, né...

N: Sara, levanta e vai tomar banho.

Sara: Ahh...

M: Eu acho que irei para a escola hoje.

Natasha olhou para Maggie de novo, surpresa.

N: Você tem certeza? Você pode ficar em casa mais dias se precisar. Nós entendemos.

Maggie suspirou e fez negativo com a cabeça.

M: Eu não sei. Eu não quero ficar em casa. Eu quero algo diferente na minha cabeça.

N: Se você se sente bem pra ir, eu dou meu apoio a você.

M: É...

Maggie se levantou, mas estava com os movimentos lentos.

N: Você não parece muito bem. Você não tem comido direito.

M: Eu me sinto enjoada e minha cabeça dói o tempo todo.

N: De novo?

M: É...

N: Você sabe que é efeito da desintoxicação.

M: Eu sei...

Maggie suspirou, desanimada.

M: Mas eu vou enlouquecer se ficar aqui dentro.

Natasha concordou com a cabeça.

N: Então vai tomar um banho. Vou pedir ao Steve pra deixar vocês na escola depois do café.

Sara: Eu vou dormir mais e levanto quando a Maggie sair do banheiro.

N: Sara, nós temos dois banheiros. Anda, sabe como seu pai gosta de ter todo mundo à mesa para o café.

Uma hora depois, estavam todos sentados à mesa para o café da manhã, até mesmo Maggie que passou os dois últimos dias, praticamente o dia todo no quarto.

Steve ainda estava um tanto melancólico pelo que aconteceu com Maggie, o humor dele ainda não está como antes, mas até que ele se sentiu um pouco melhor quando Maggie veio tomar café da manhã na mesa, sem ninguém ter que mandar ou implorar pra isso.

Maggie estava muito magra, pálida e com olheiras, as quais ela não estava fazendo questão de esconder. E, apesar de estar sentada à mesa, Maggie não estava comendo nada, nem mesmo interagindo com ninguém.

Natasha observava Maggie de vez em quando, mas estava dando atenção aos gêmeos, já que Steve não tem passado muito tempo com eles devido aos acontecimentos dos últimos dias.

Ch: Podemos ter um bolo de três andares?

N: Três andares? Eu estava pensando em um só.

Ch: Mãe, ninguém mais faz bolo de um andar só.

Sara: Não fazem mesmo não, mãe. É sem graça

N: Eu acho que sobraria muito bolo, Charlotte.

Ch: Pai, podemos ter um bolo de três andares?

Charlotte olhou para Steve e ele fez positivo com a cabeça.

Sara ficou ofendida por Steve concordar tão prontamente, mas ele apenas não quer gerar discussões.

Sara: Eu nunca tive um bolo de três andares...

Nick ficou olhando para Natasha, até ela se tocar que ele queria falar com ela.

Natasha olhou para Nick e ele ficou apontando para ela e para Steve, depois ele se levantou e pegou um porta-retratos com a foto de James.

Natasha segurou o porta-retratos e franziu de leve a testa.

N: O que isso significa, Nick?

Nick apontou para James na foto, depois para ela e Steve e ele parecia ansioso para que Natasha entendesse o que ele quer dizer.

N: Você quer que nós convidemos James pra festa? Você sabe que ele virá com certeza.

Nick fez negativo com a cabeça e suspirou, depois apontou para James de novo e fez alguns gestos.

Natasha respirou fundo, olhando para ele.

N: Desculpe, Nick. Eu não consigo entender.

M: Eu não entendo. Por que ele não fez aulas de libras?

N: Porque ele não é surdo e nem mudo.

M: Mas ele não fala.

N: Porque ele...

Natasha olhou para Nick e franziu a testa, ela não consegue explicar para as pessoas porque ele não fala, até porque ela também não entende. Ela só sabe que o psicólogo desconfia que ele tenha sofrido algum trauma que o fez parar de falar, mas Charlotte negou isso diversas vezes.

N: Ele não quer falar, mas ele pode. É uma escolha dele...

Natasha falou mais baixo e de forma embolada, porque magoa ela saber que ele escolheu não falar com ela, não falar com ninguém.

Nick ficou olhando para Natasha, desapontado, ele estava um pouco vermelho, porque ficou aflito por não ser entendido.

Natasha olhou para Charlotte.

N: O que ele está dizendo?

Charlotte olhou para os lados e deu de ombros.

Quando não é de interesse dela, ela não comunica o que Nick quer. Sara já notou isso em Charlotte, por isso decidiu intervir.

Sara: Eu acho que o Nick quer que o bolo seja com tema dos Vingadores.

Sara olhou para Nick e ele fez positivo com a cabeça.

N: É isso, meu amor?

Nick fez positivo com a cabeça.

Ch: Ah não! Eu não quero isso. Eu sou menina.

Sara: Ué, quem é que estava falando de sexismo no outro dia???

Ch: Eu quero que tenha meninas no tema.

Sara: Ué, tem Vingadoras meninas... Torunn, Lina... Mamãe...

Ch: Mas eu queria alguma princesa.

N: Desde quando você gosta de princesas?

Sara: Ah eu sei porque... ela quer princesas por causa das meninas da escola...

N: É isso, Charlotte?

Charlotte franziu a testa.

Ch: Eu gosto da Moana.

N: Mas o Nick quer tema dos Vingadores... como resolveremos isso? Par ou ímpar?

M: Poderia ter dois bolos...

Todos olharam para Maggie.

M: Não de três andares, mas um bolo para o Nick e outro para Charlotte. Eles não são a mesma pessoa, podem ter gostos diferentes... É o que eu acho.

Maggie deu de ombros.

S: Eu acho que Maggie está certa.

Sara: Você vai pagar dois bolos de aniversário??

S: É o aniversário deles.

Sara: E quanto ao meu telefone?? Estou há dias sem meu celular, eu não posso ficar abrindo meu notebook na aula que a professora vai perceber.

N: Sara, você não pode sequer ficar no celular na aula.

Sara: Todo mundo fica. Quer dizer... não o tempo todo, só quando dá...

S: Olha, você vai ganhar um celular.

N: E você não é todo mundo.4

S: E não será um iPhone.

Sara: Ah, pai!

S: Se você quer algo caro assim, tem que pagar você mesma.

Sara: Como um posso pagar? Eu não tenho emprego.

N: Pois é. Arrume um.

Sara ficou boquiaberta.

Sara: Olha, eu estou no meio de uma crise sobre o meu futuro, eu não sei o que fazer na faculdade e vocês querem que eu escolha um trabalho?? Quem vai me contratar?

S: Ah é, por falar nisso, como foi a questão da redação da sua profissão, escolheu algo? Entregou o trabalho?

Sara: Sim e não. Eu fiz o que você me falou. Fui honesta e disse que não sabia o que queria ser, aí a professora me deu um novo prazo e eu estou escrevendo agora sobre o que escolhi.

N: Então você escolheu algo?

Sara: Sim.

Sara corrigiu a postura na cadeira e limpou a boca no guardanapo, ela tem essa mania de fazer um pequeno drama para anunciar as coisas, esperando que as pessoas tenham uma grande reação.

Sara sorriu animada e estufou o peito para dizer.

Sara: Eu decidi que serei uma Vingadora, como o James!

Sara sorriu em seguida, esperando elogios pela escolha dela, mas a primeira coisa que ouviu foi uma gargalhada descontrolada de Charlotte, seguido da de Natasha.

Nick estava rindo também, e Steve também acabou rindo e Maggie apenas sorriu e olhou para Sara, que franziu a testa ao ver essa reação da família.

Sara: Do que estão rindo?

M: Você não pode estar falando sério.

Sara olhou para Maggie.

Sara: Eu estou falando sério.

Sara olhou para Natasha e Steve.

Sara: Eu quero treinar com o James e com a Maria. Eu quero aprender...

N: A lutar?

Sara: Também.

S: Sara, princesa... você conseguiu melhorar meu humor.

M: O meu também.

Sara: Mas eu estou falando sério!

Agora Sara já estava ofendida pela reação que a família teve. Será que nem nisso ela pode ser levada a sério?

Natasha notou a seriedade de Sara e controlou o riso. Steve também parou de rir e a única rindo histericamente era Charlotte, mas ela já estava forçando a barra porque gosta de implicar com Sara.

S: Lotte. Chega.

Ch: Ai, ai. Essa foi boa.

Natasha ficou olhando para Sara e percebeu que ela estava falando sério e imediatamente ela também ficou séria.

Sara: Eu esperava mais de você, pai.

S: Desculpe, princesa. Achei que era brincadeira sua.

Sara: Você acha que não tenho capacidade pra isso?

S: Não, filha. Eu não disse isso, eu...

N: Você não tem capacidade pra isso.

Steve e Sara olharam para Natasha que interrompeu Steve, sendo curta e grossa.

Natasha estava passando manteiga na torrada tranquilamente e sabia que estavam olhando pra ela, em choque, pelo que ela disse sem a menor cerimônia.

Sara e Steve ficaram mais chocados ainda com a ação seguinte de Natasha, quando ela arremessou a faca que estava usando na direção do rosto de Sara.

Com certeza, para Sara, a faca foi direcionada direto para o rosto dela, e ela nem conseguiu reagir, ficou congelada na mesma hora e a faca passou por cima do ombro dela, a centímetros de distância do rosto, até movimentou o cabelo dela.

A faca foi arremessada com tanta força que ao se chocar com as costas do sofá, ficou cravada nele.

Todos estavam chocados com aquela cena, todos ficaram mudos. Nem mesmo Charlotte soltou um pio depois disso, ela ficou assustada, assim como Nick, Maggie e Sara.

Sara: M-MÃE!

Sara começou a tremer olhando para Natasha.

S: O que foi isso, Natasha??

Sara: Você tentou me matar!

N: Eu não tento matar ninguém, se eu quiser, eu consigo, não tem essa de tentar. Eu sou uma Viúva Negra.

Natasha piscou o olho para Sara.

Sara: Não é mais.

N: Apenas quando é conveniente.

S: Natasha, você perdeu a cabeça?? A garota tá tremendo!

N: Não consegue lidar com uma faca, não pode ser Vingadora.

Sara: Mãe...

Sara ainda estava chocada, ela não conseguia nem raciocinar direito.

S: Você fez isso na frente dos gêmeos, Natasha! O que vão pensar?

N: Só joguei uma faca.

S: Na sua filha!

N: No sofá. Não tenho culpa que ela estava na frente...

Natasha ainda não se deu por satisfeita, ela estalou os dedos na frente do rosto de Sara que estava ainda chocada e quando Sara olhou pra mão de Natasha, ela acertou um tapa de leve na testa dela e quando ela ia reclamar, Natasha bateu no ombro dela, o que fez Sara botar a mão no ombro por reflexo, mas Natasha só quis distrair ela, porque chutou a perna da cadeira por baixo da mesa, o que fez a cadeira cair pra trás com Sara, mas antes que a cadeira caísse no chão, Natasha se debruçou na mesa e segurou a cadeira para impedir a queda dela.

Natasha olhou nos olhos de Sara.

N: Ainda acha que aguenta ser uma Vingadora?

Sara: Mãe! Você me bateu!

N: Sim e nem foi pra valer. Imagine como seria sendo uma Vingadora.

S: Natasha, já chega!

Natasha continuou olhando para Sara.

N: Você não consegue lidar com a dor, Sara. Você não foi feita pra isso. Você nunca será uma Vingadora.

Sara suspirou e ficou com os olhos cheios de lágrimas. Os golpes que ela recebeu de Natasha não doeram de verdade, era mais o choque e a sensação de que ninguém acredita nela que a magoou mais.

Steve se levantou e botou a cadeira de Sara sentada normal, o que fez Natasha soltar a cadeira dela e descer da mesa.

S: Você está bem?

Sara apenas começou a chorar.

S: Sh...

Steve fez Sara se levantar e a abraçou.

S: Está tudo bem.

N: Você acha que uma vingadora precisa ser consolada assim pelo pai porque tomou um susto ou uma sova?

Steve olhou para Natasha, furioso.

S: Eu disse que já chega, Natasha!!

Steve afastou Sara para olhar pra ela.

S: Tudo bem, princesa. Se acalma. Vai para o carro que eu já vou levar vocês.

Sara tentou controlar o choro e fez positivo com a cabeça, ela pegou a mochila e nem olhou na cara de Natasha antes de sair de casa.

S: Vocês também podem ir para o carro.

Steve falou com os gêmeos e Maggie, os três obedeceram e foram para o carro em silêncio.

Steve ficou olhando para Natasha, enquanto esperava as crianças saírem e depois que saíram, ele fechou a porta.

S: No que você tava pensando???

N: Eu não quero ela envolvida com isso.

S: Natasha, nós conversamos. Não jogamos armas contra nossos filhos.

N: Se ela não ficar impressionada, não vai funcionar.

S: Pelo amor de Deus, Natasha. Você viu como ela ficou?

N: Sim.

Natasha disse, sem remorso.

N: Exatamente por isso que é melhor cortar essa ideia dela pela raiz. Steve, James seguiu o caminho dele para ser um Vingador. Foi difícil, mas ele é forte...

S: E você acha que a Sara é fraca?

N: Eu não acho que ela seja fraca, Steve. Eu só sei que isso não é pra ela. Ela é minha filha, eu a conheço.

S: Então você sabe o que causou nela com o que fez... Sabe que ela ficou apavorada...

N: Vai passar.

Natasha deu de ombros.

S: Vai passar??? Eu achei que isso tinha passado.

N: Isso o quê?

S: Você ainda tem um problema com ela?

N: O que?

Natasha franziu a testa.

S: Por causa do parto difícil dela?

N: O QUÊ???

Natasha ficou irada quando Steve mencionou sobre a depressão pós-parto que ela teve, ela levantou da mesa e Steve gesticulou para ela ter calma, mas era um pouco tarde pra isso.

N: Você acha que eu tenho algo contra a minha filha? Você acha que eu maltrato ela?

S: N-não. Eu não disse isso. Eu, eu só fiquei com medo de ser algum resquício daquilo que você teve.

N: Eu só estava tentando ensinar uma lição a ela! Por que você tem que trazer isso de volta? Por que agora? É nisso que você tem pensado todos esses anos?

S: Não.

N: Você acha que eu não devia corrigir ela?

S: Natasha, olha, me desculpa mencionar isso. Não era minha intenção, eu não acho que a trate mal.

N: Eu não trato.

S: Okay.

N: Eu amo ela, Steve.

S: Eu sei.

N: Por isso eu estou preocupada.

S: Okay, tudo bem, mas você sabe que Sara ia descobrir sozinha que ser Vingadora não é pra ela. Eu também não acho que isso seja pra ela. Ela está confusa.

N: Ela não machucaria uma mosca. Você lembra que quando aparecia qualquer bicho dentro de casa, mesmo que fosse uma barata, ela gritava até alguém aparecer pra matar o bicho pra ela, e quando a gente matava o bicho pra ela, ela chorava. Você sabe por que ela chorava?

S: Ela acreditava que os bichos tinham família...

N: Sim! Ela cresceu, mas ela é a mesma Sara. Ela é boa, Steve. Eu não quero estragar isso. Ela... ela é pura de uma certa forma e os gêmeos tem essa inclinação para violência, ao menos Charlotte tem, mas ambos tem poderes e eu sei que vão crescer e usar, eu espero que para o bem e eu sei que não posso controlar isso. James já está no meio dos Vingadores e da SHIELD. Mas Sara...

Natasha fez negativo com a cabeça e suspirou.

N: Ela é sua princesa! Ela não pode ser corrompida. Eu quero que ela continue sendo quem ela é agora e nós sabemos que a morte muda uma pessoa. Mesmo que não se seja responsável pela morte, mas ver alguém morrendo... é terrível. Eu não quero isso pra ela. Eu não queria nada disso pra nenhum deles.

S: Mas você devia apenas dizer isso. Arremessar uma faca?? Bota a mão na consciência!

Natasha suspirou e desviou o olhar.

N: Sou impulsiva. Fiquei nervosa, e eu queria assustar ela.

S: Você fez isso muito bem. Eu não quero que isso jamais se repita. Eu preciso ir, senão vão chegar atrasados. Espero que tenha entendido.

Natasha nem olhou para Steve, ela caminhou até a janela de casa depois que ele saiu de casa e ficou olhando ele entrar no carro.

Natasha sentiu remorso depois disso, ela sabe que Sara é muito insegura com relação a tudo e ela acaba de piorar a situação, mas o medo que ela tem de Sara se envolver com os Vingadores é maior.

...

Ao chegar na escola, Sara já tinha parado de chorar e como sempre, foi só o carro parar para a amiga Bárbara aparecer.

Barb: Sara! Que cara horrível você está. É conjuntivite? Tersol? Um deles é contagioso, me avise porque não posso pegar!

Sara: É só alergia.

Sara disse ao descer do carro, ela caminhou para ir até o grupo de amigas.

Steve olhou para Maggie que estava pegando o caderno para descer, ele até estava surpreso, porque ela antes não estava levando nada pra escola, o interesse era zero.

S: Trouxe um caderno. Esse é um bom sinal.

Steve sorriu.

M: Não fique muito animado, não pretendo me dedicar tanto assim.

Maggie deu um meio sorriso

S: É um começo.

Steve ficou aliviado de Maggie demonstrar uma melhora de humor.

M: Tchau, pai.

S: Tchau, meu amor.

Maggie desceu do carro e fechou a porta.

Steve ficou alguns segundos por lá, mas foi embora, ele não queria parecer controlador.

Maggie respirou fundo ao olhar para a entrada da escola. O primeiro sinal bateu e alguns alunos já começaram a entrar.

Maggie observou que a maioria dos alunos ficou ainda do lado de fora. O grupo de Sara estava conversando e rindo sem parar, mas Sara estava olhando para o vazio, parecia estar com a mente em outro lugar.

Maggie viu um grupo de pessoas desajustadas, fumando cigarros, com skate na mão, ela também viu um grupo só de jogadores e outro grupo que ela não conseguiu rotular.

- Maggie!

Maggie olhou para o lado para ver quem estava falando com ela e era Amy e o irmão Ben.

A: Finalmente você apareceu. Estava doente?

M: Mais ou menos.

A: Você parece ter estado doente. Tão magrinha. E você está com umas olheiras também.

Maggie passou a mão pela nuca e fez negativo com a cabeça.

M: Eu não tive muito tempo de me arrumar hoje.

A: Você sequer precisa. Queria eu, ficar com olheiras e ainda estar linda assim.

Maggie tentou sorrir.

A: Você quer entrar?

Maggie fez positivo com a cabeça e ela até começou a caminhar na direção da entrada da escola, mas ela parou quando um garoto pulou na frente deles do nada.

O garoto olhou para Maggie.

- Desculpe.

Maggie tomou um susto com ele e só depois ela notou que ele não tinha entrado na frente dela de propósito, ele tinha sido empurrado por um outro garoto.

O garoto pediu desculpas porque Maggie parecia ter ficado muito assustada e ela teve mesmo uma reação exagerada e não sabe porquê.

A: Tudo bem.

Amy respondeu em nome de todos e depois que o garoto foi embora, Amy olhou para Maggie.

A: Eu queria ser olhada desse jeito, ele nem tinha visto você direito, mas quando olhou... Uau!

M: Não deseje isso.

A: Por que não?

Amy sorriu, descontraída.

M: Homens são doentes.

Amy deu uma risada da frase de Maggie, mas achou ser apenas brincadeira.

Os três já estavam perto do portão de entrada, quando Maggie parou de andar.

A: Você não vem?

Maggie parecia estar refletindo, ela respirou fundo e olhou para Amy.

M: Vejo vocês lá dentro.

A: Ok...

Amy e o irmão estranharam a mudança de decisão de Maggie, mas deram de ombros e entraram na escola.

Sara só viu Amy e o irmão, quando eles já estavam entrando.

Sara: Ah, licença!

Sara disse para as amigas e correu para dentro da escola.

Sara: Amy! Ben!

Sara passou por Maggie e não notou nada de errado, porque nem olhou para ela, apenas correu atrás dos novos alunos para cumprimenta-los.

Maggie continuou parada na entrada da escola, olhando para o nada.

O sinal da escola tocou, já pela terceira vez agora, então todos os alunos que estava enrolando do lado de fora, correram para entrar na escola.

Maggie não sabe o que estava sentindo, era apenas um grande vazio. Nada passava na mente dela agora, mas ela sentia o coração batendo muito rápido.

Maggie reparou nas amigas de Sara, porque uma delas segurou na mão dela e sacudiu de leve. Elas estavam falando com Maggie, e fazendo gesto para chamar ela para dentro da escola, mas Maggie não estava ouvindo nada.

Todos os alunos entraram e a inspetora olhou para Maggie.

- Carter!

Maggie olhou para a inspetora.

- Entra! Anda!

Maggie não se mexeu.

- Eu vou fechar. Você sabe as regras. Última chance...

A inspetora ainda esperou por alguns instantes.

- Seu pai não vai ficar feliz com isso.

M: Eu não posso.

- O que?

M: Eu preciso de um momento.

Maggie estava voltando a si ainda.

- Eu não posso manter a porta aberta. Entra. Você está bem?

M: Sim... eu não posso entrar agora.

- Você quer que eu ligue para os seus pais?

Maggie fez negativo com a cabeça.

M: Não, eu... Eu vou...

- Carter?

Maggie apenas deu as costas e começou a caminhar sem rumo na rua. A inspetora ainda a chamou, mas teve que fechar a porta.

...

Na sala de aula, Sara estava perto das mesas de Amy e Ben, quando as amigas entraram e foram se sentar.

Barb: Sara??

Sara olhou para Bárbara.

Barb: A aula vai começar, você devia sentar no seu lugar.

Sara continuou de pé, no mesmo lugar. Bárbara nunca se preocupa com esse tipo de coisa, se está incomodada é por ela está conversando com Amy e Ben.

Barb: E a sua irmã estava bem esquisita lá fora.

- Tava mesmo. Eu nunca vi ela tão mal.

Sara: O que??

Barb: Ela estava que nem um zumbi.

- Chamamos ela pra entrar, mas ela nem se mexeu.

Barb: Parecia drogada.

Barbara comentou sem intenção nenhuma, até porque ela nem sabe sobre Maggie e as drogas, só quis fazer piada.

Sara procurou por Maggie na sala.

- Acho que ela não entrou na escola não.

Sara: Não??

Amy: É, a Maggie estava estranha mesmo, ela disse que ia entrar e depois mudou de ideia.

Sara: Ah não!

Sara se preocupou com a possibilidade de que talvez Maggie tivesse escapado da escola para usar drogas.

Amy: Algo de errado?

Sara: Eu já volto!

Sara correu pra fora de sala e quase derrubou o professor que estava entrando em sala.

- Srta. Rogers, a aula já vai começar!

Sara: Eu sei, eu sei! Eu já volto. É rapidinho, professor!

Sara correu para a entrada da escola e a inspetora olhou pra ela.

- Rogers, você devia estar na aula.

Sara: Minha irmã!

- Ela não quis entrar.

Sara: Eu preciso falar com ela.

- Ninguém sai até a hora da saída.

Sara: Eu vou voltar rápido, eu só preciso chamar ela...

- Ninguém sai até a hora da saída, Sara! Se não voltar pra sala de aula agora, vai direto pra coordenação.

Sara: Ai!

Sara fechou os olhos apertados e suspirou.

- Anda. Vamos!

Sara voltou para a sala de aula, escoltada pela inspetora.

...

Enquanto isso, Maria Hill estava subindo de elevador até o andar de seu apartamento, ela estava no celular com sua secretária.

H: Eu não poderei ir de jeito nenhum. A Sophie tem apresentação de patinação, e...

Hill pausou um instante porque a secretária dela a interrompeu.

H: É claro que você não precisa dizer isso ao conselho, eu estou dizendo a você o real motivo, mas mesmo que eles saibam o real motivo, eu realmente não me importo.

Hill desembarcou do elevador e tirou as chaves da bolsa.

H: Uhum. Na reunião de hoje eu irei. Só tive que vir em casa, pois deixei o pen drive em outra bolsa que deixei aqui, mas só vou pegar e sair.

Hill abriu a porta do apartamento e franziu a testa ao ver Leziel sentada no sofá da sala.

H: Alex, eu te ligo depois.

Hill encerrou a chamada e Leziel sorriu, ela se levantou do sofá e só não foi abraçar Hill, porque não tem certeza se pode. Lezi sabe que ela não é de abraços.

H: Leziel... O que você está fazendo aqui?

Lezi: Eu vim com a Torunn... e o Thor.

H: Ah...

Hill fez positivo com a cabeça e ainda estava com cara de confusa.

H: Eu não sabia que viria...

Leziel continuou sorrindo sem saber o que dizer.

H: Sophie ficará feliz em saber que está aqui e Torunn também ama sua presença. Sam também ficará feliz.

Lezi: Você não?

H: Feliz é uma palavra forte, mas eu estou contente que esteja aqui.

Leziel sorriu e sabe que Hill é sincera, então para ela já significa muito que ela esteja contente com a presença dela.

H: Mas o que você está fazendo aqui sozinha? Torunn me enviou uma mensagem dizendo que está indo para a SHIELD. Você não quis ir?

Lezi: Ela disse que eu não podia ir.

Hill franziu a testa de novo e parecia confusa, porque Torunn costuma fazer o que quer e carregava Leziel pra cima e pra baixo, até mesmo para os encontros de Vingadores.

H: Ela disse isso?

Lezi: Sim, ela disse que só Vingadores podiam ir... tudo bem, eu entendo. Eu só estou esperando ela voltar.

H: Você não vai ver seu namorado.

Lezi: Nós não somos namorados mais.

H: É. Fiquei sabendo, mas ainda se gostam. Francis não para de perguntar sobre você.

Lezi: É?

H: Claro. Eu achei que sabia. Torunn não disse?

Lezi: Eu acho que sim. Eu não sei... Algumas vezes.

H: Ué... mas você gosta dele também ainda, né?

Lezi: Já tem muito tempo, mas...

Lezi suspirou.

Lezi: Sim, eu gosto.

H: Talvez vocês possam sair depois da reunião.

Lezi: Eu espero que sim.

Leziel disse ainda animada.

Hill ficou olhando para Leziel e reparando que ela não mudou em nada, ainda tem um sorriso palerma e ingênuo na cara o tempo todo, uma felicidade que parece não ter fim e dá vontade de atirar na cabeça dela, mas até que Hill gosta dela.

H: Bem, você sabe que a casa é minha, mas... fique à vontade. Não tão à vontade...

Lezi: Eu sei as regras. Eu me lembro.

Lezi achou graça.

H: Ótimo! Agora eu lembrei porque gosto de você. Eu vou só pegar o que preciso e sair.

Lezi: Okay...

Hill deu um sorriso discreto e foi para o quarto dela, no fim do corredor.

Hill abriu a porta do quarto e quase teve um ataque cardíaco, quando viu Thor deitado na cama dela e completamente pelado.

H: THOR!

Thor abriu os olhos e olhou para Maria, ele sorriu.

Thor: EEeeeiii, Mariazinha!!!