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História New Stage - Nightmare.


Escrita por: Liilyca e monogatari

Notas do Autor


~Liilyca
Olá amores o/ como estão!?
Estamos aqui para mais um cap, infelizmente o próximo vai demorar um pokin mais ;x
(vou deixar que a Mono explique ok?)

Ahhh ! queria agradecer e comemorar com vocês: CHEGAMOS AOS 100 FAVORITOS \O/
Vocês são maravilhosos !!! <333

Booom... esse cap esta destruidor como já imaginam hahaha

Boa leitura 😉

~Monogatari
Boa tarde meus amores, hoje o capítulo vem mais cedo por motivos de: único tempo que tinha hahaha.

Enfim, antes de tudo vou explicar o motivo dos capítulos demorarem, a partir de hoje, de serem postados: eu estou em fase final de vestibular (ENEM infelizmente chegando <//3) então eu não vou ter tanto tempo para escrever os capítulos. Para não deixar vocês sem capítulos futuramente, a partir de hoje postaremos de sábado e quarta apenas. Sinto muito pessoal, mas infelizmente vai ter que ser assim nesse mês de outubro. Espero que compreendem o motivo, chegou a hora de enfrentar a vida adulta rs.

Por fim queria muito muito agradecer pelos favoritos, somo 100 pessoas nessa doideira que é a fanfic. Estou muito feliz com isso, quando começamos a escrever não esperávamos tudo isso. Obrigada mesmo a todos <3

Agora, boa leitura e nos vemos no final do capítulo *ooo*

Capítulo 12 - Nightmare.


Fanfic / Fanfiction New Stage - Nightmare.

POV NICO.

Mais uma vez estava sendo consumido por um dos meus sonhos. Era sempre o mesmo ambiente e as mesmas vozes, porém eu nunca conseguia enxergar o rosto das pessoas que estavam presentes nele.

- O que você pensa que fez? – ouço uma voz grossa discutindo com outra.

- Você queria que eu fizesse o que? Vamos sair daqui logo, pega esse garoto antes que chamem a polícia. – Outra voz se faz presente no ambiente.

Então a silhueta de um homem alto se aproxima de mim e agarra meu braço machucando-o.

- Mãmãe! Mãmãe! – ouço a criança gritar chamando pela mãe que não respondia seu chamado.

- Cala a boca garoto. Passa-me esse pano aí. – diz o homem que segurava meu braço.

No meu rosto sentia lágrimas descerem e conseguia presenciar o desespero que tomava o meu corpo. Não entendia o que estava acontecendo no momento, mas era como se o mundo tivesse se quebrando na minha frente.

Começo a me debater para ver se me livrava dos braços do homem, porém era inútil. Eu era fraco e miúdo.

- Eu disse para você ficar quieto! – Sinto uma ardência no meu rosto no momento. Fui estapeado com força.

Preparo-me para mais uma vez começar a gritar só que dessa vez para pedir ajuda, mas sou impedido com um pano cobrindo minhas narinas e me deixando com os olhos pesados. A última cena que vejo é do chão na minha frente coberto de sangue e uma mão esticada sem vida.

Acordo assustado e desnorteado. Minha respiração estava ofegante e sinto o pavor consumir todo o meu corpo.

Mamãe? Eu tinha sonhado pela primeira vez com a minha mãe...? Era possível eu me lembrar dela ainda? Queria poder ter visto o seu rosto... E quem eram aqueles caras? Céus, minha cabeça parece que vai explodir.

Maldição, nunca vou me livrar desses sonhos?

Começo a controlar minha respiração para me acalmar e me nortear. Estava deitado na sala encima do sofá. A televisão na minha frente passava a programação da manhã e na mesa de centro via-se papeis e mais papeis da faculdade e do lado uma caixa de uma pizzaria qualquer.

Eu acabei adormecendo noite passada? Isso explicava muito o motivo de ter tido os sonhos, esqueci de tomar meus remédios mais uma vez.

Olho ao redor e vejo que só o som da televisão se fazia presente no local.

Tento recompor minha mente do susto do meu pesadelo para me lembrar do que tinha acontecido noite passada.

Lembrava-me que Percy havia ido a uma festa com o Jason e que acabei ficando em casa devido a trabalhos da faculdade, porém eles estavam demorando muito a voltar. Eram mais ou menos 2 horas da manhã e não tinha notícia de nenhum dos dois. Então eu acabei ligando para quase todas as pessoas que possivelmente saberiam onde eles estivessem, porém não tive nenhuma notícia.

Foi então que declarei que eu odiava as festas de faculdade por sugarem meu namorado. Apenas não saí correndo atrás dele por aí por ele estar com o Jason e dei minha palavra que confiava nele. Nada de errado aconteceu Nico.

Será que ele tinha chegado já? Se tivesse... Por que não me acordou?

Levanto do sofá e vou até o quarto para presenciar o caco que Percy estaria. Provavelmente deve ter bebido muito, agora estava com uma ressaca desgraçada e estaria estirado na cama com a roupa ainda da noite passada.

Sorrio só de imaginar a cena.

Porém não foi isso que encontro ao entrar no quarto. A cama estava em perfeito estado como se ninguém tivesse sequer entrado nela sem ser eu. Uma onda de desespero começa a tomar conta do meu corpo.

Percy não voltou para casa?

Vou até ao banheiro e, assim como no quarto, estava intocável.

- Aonde você foi Percy? – digo baixo preocupado.

Eu sabia que as festas na faculdade tinham a fama de serem inesquecíveis e agitadas. A maioria dos jovens não voltavam para as casas depois disso, ou estavam deitados no chão do salão ou estirados em alguns bancos de praça bêbados. Porém Percy não era daquele jeito... Ele podia até ter bebido, mas passar a noite fora sem avisar ninguém era muito irresponsável da parte dele.

Jason. Sim, se eles foram juntos para a festa ele saberia o paradeiro do Percy.

Deuses, que ele esteja com o Jason.

Corro rápido para a sala e pego meu celular discando para o número do Jason. Atende. Atende. Atende.

- Nico? – Uma voz se faz presente do outro lado da linha.

- Jason onde o Percy esta? Ele não voltou para cá e eu sei como é essas festas de faculdade, mas ele não faria isso. Diga, por favor, que ele ta aí com você. – digo rápido não esperando que ele falasse algo.

- Ele não esta aqui comigo Nico. – diz Jason firme.

Posso jurar que senti meu coração parar. Minha mente por um momento parou de funcionar e sinto minha mão que segurava o celular fraquejar. Se ele não estava com o Jason, onde estava? Será que alguma coisa de ruim aconteceu...?

Droga Percy, cadê você?

O desespero começa a se formar em meu corpo e mil hipóteses do que pode ter acontecido começa a surgir em minha mente. Eu tinha que procurar por ele.

- Nico? – ouço Jason me chamar do outro lado da linha. – Nico! – não respondo nada, estava estático ainda. – NICO! EU TO BRINCANDO.

Agora meu coração começará a acelerar muito rápido.

- O que? – são as únicas palavras que consigo soltar.

- Eu estava brincando, o Percy esta aqui comigo sim. – o desespero que há poucos minutos sentia agora não estava mais presente em meu corpo.

- Eu vou te matar Jackson. – digo firme.

- Desculpa, desculpa. – ouço sua risada baixa. – Eu não pensei que você ficaria desesperado assim tão rápido. Não confia no seu irmão? Eu disse que ia cuidar dele.

- Eu estou indo ai. – digo quase desligando o telefone. – Garanta que o Percy esteja acordado, quero bater nele também.

Desligo meu telefone e jogo ele no sofá. Pego a minha jaqueta que estava nas costas cadeira e vou em direção ao apartamento do Jason.

O que aqueles dois pensavam que estavam fazendo me deixando preocupado assim? Depois eu que sou a criança ainda.

Chego ao apartamento dele e começo desesperadamente tocar a sua campainha.

Por que não atendem logo?

Infelizmente não consigo disfarçar o desespero e preocupação que estava sentindo.

- Ei calma Nico, assim você afunda a campainha. – Jason aparece na minha frente sorrindo.

- Eu devia afundar vocês. – digo firme.

- Você fica muito fofo assim. – Jason agora estava me abraçando forte.

- Idiota. Vocês me deixaram preocupado. – digo sorrindo e retribuindo o abraço.

- Eu sei... Me desculpa por isso. – diz ele me abraçando mais forte.

Jason estava estranho. Não que eu estivesse estranhando o abraço, era apenas o jeito que aquele gesto passava. Parecia que estava me protegendo de algo, como se não quisesse que nada me atingisse. E a sua voz na última frase estava baixa e triste...

Para de paranoia Nico.

- Jason? – digo chamando-o.

- Hã? Ah sim, ele ta no banho agora. – diz ele já deduzindo o que iria falar em seguida. – Entra vai.

Faço o que ele manda e entro em seu apartamento. Sentia um cheiro forte de café vindo da cozinha e na bancada viam-se alguns comprimidos de remédio que provavelmente deveria ser para dor de cabeça e enjoo.

- O que aconteceu com vocês dois na noite passada? – digo virando para Jason.

Seu corpo parecer gelar por uma fração de segundos, mas logo ele sorriu para mim e suavizou a expressão.

- O que acontece em festas Nico. – diz ele sorrindo. – Bebida, música e dança. Mas não se preocupa, não fizemos nenhuma besteira.

Ia perguntar mais detalhes da noite, mas ouço a porta do banheiro abrir e logo a silhueta de Percy aparecer na minha frente.

Ele estava horrível. Era como se um caminhão tivesse passado por cima dele.

Seus cabelos estavam molhados indicando que acabará de tomar um banho, vestia roupas que provavelmente eram do Jason. Seus olhos estavam inchados e levemente vermelhos. Seu rosto estava abatido.

- Nico... – sua voz saiu baixa.

- Certeza que não fizeram nada? – digo me virando para o Jason que nos encarava firme.

- Claro, né Percy? Ele só bebeu demais. – Jason responde rápido e força um sorriso.

Não respondo mais nada e vou de encontro ao Percy que ainda continuava paralisado me encarando.

Como estava com saudade do calor do seu corpo, vou direto até ele e o abraço sem me importar com a presença do meu outro irmão. Seu corpo estava frio e instável.

- Onde você esteve à noite toda? – digo baixo.

Ele não responde a minha pergunta e apenas retribui meu abraço forte se escondendo em meus braços indicando que não iria sair dali muito cedo.

- Percy... Você ta bem? – digo preocupado.

- Desculpa te preocupar. – diz ele baixo quase sussurrando em meu ouvido. – Desculpa...

- Tudo bem. – digo sorrindo - Pelo menos você está bem e com o Jason.

- Ele esta me devendo essa. É sério Percy, você bêbado é algo insuportável. – diz Jason rindo de leve.

Ele não respondeu de imediato, pareceu hesitar por um breve momento, mas logo soltou uma risada leve.

- Era beber ou aguentar aquela festa chata. – diz ele parecendo voltar ao normal.

- Bom, eu estou indo trabalhar. Hoje entro mais cedo e preciso dar notícias para a Piper também. – diz Jason pegando o seu casaco na cadeira. – Assegure que ele não vomite no meu sofá viu, e da próxima vez eu te entrego ele bêbado. Tenho certeza que ia gostar mais de ser cuidado por você.

- Não seja besta. – ouço Percy rir e jogar uma almofada na cara de Jason.

- Tchau pra vocês. – diz ele fechando a porta e nos deixando sozinhos.

- Ele não estava mentindo. – sinto dois braços entrelaçarem na minha cintura. – Eu queria que você tivesse tomado conta de mim. Acho que vou beber de novo.

Agora ele estava sendo o Percy que eu conhecia: manhoso e carente.

- Não fala isso. – digo sorrindo. – Vamos para casa que hoje ainda tem aula.

- Ah não. Eu quero ficar com você. – diz ele me apertando mais. – Vamos faltar hoje.

- Eu não posso tenho prova e trabalho à tarde. – digo.

Eu também queria ficar com ele ali, passei a noite sem o seu toque e pode parecer exagero, mas eu estava viciado em seu toque.

- Nico... – ouço ele sussurrar mais baixo. – Eu te amo.

Sou pego de surpresa com aquelas palavras e sinto meu corpo inteiro arrepiar. Percy me dizia isso todos os momentos, mas ainda assim era estranho saber que a pessoa a qual eu amava sentia a mesma coisa por mim e por ser ele essa pessoa.

- Eu também te amo. – digo sorrindo.

- Nico, eu te amo muito. – ele mais uma vez intensifica o abraço. – Não vou te deixar ir nunca.

E mais uma vez ele estava com aquela voz: de possuidor.

- Eu já disse que não vou te deixar Percy. – digo acariciando suas mãos.

- Você me promete? – diz ele cada vez mais baixo. – Me prometa isso Nico.

- Você esta bem mesmo Percy? – digo preocupado.

Era verdade que isso não era incomum, mas do jeito que ele estava falando era como se a qualquer momento algo aparecesse e separasse a gente. Já estava acostumado com aquela personalidade protetora dele, porque eu me sentia igual. Sonhei milhares de noites com o momento que poderia ter ele apenas para mim e agora que tinha conseguido, não deixaria que nada tirasse isso.

- Só me prometa Nico. – sua voz estava cada vez mais baixa.

- Eu nunca vou te deixar Percy, eu prometo. – digo firme e sério.

- Eu te amo, nunca se esqueça disso. – diz ele me virando e colando os nossos lábios.

Era possível sentir tanta falta de um toque em apenas uma noite? Não sabia se era, apenas tinha certeza que ficar apenas algumas horas sem sentir os seus lábios era enlouquecedor.

Coloco minhas mãos em sua cintura e sinto as deles indo até meu rosto e intensificando nosso beijo fazendo com que a mínima distância se formasse em nossos corpos.

Começo a cambalear para trás até que sinto o meu pé se chocar com o sofá. Percy pareceu não se importar muito e começa a inclinar meu corpo para que deitássemos nele. Não paro seus movimentos e apenas o sigo em cada um. Estava sedento por seu toque e nada parecia interromper aquele momento.

“Nico! Fica longe!”. Uma voz ecoa na minha mente. No exato momento paro de retribuir as carícias e beijos do Percy e fico estático.

Aquela voz... Eu conhecia ela, mas de onde? Quem é ela...? Forço a minha mente a lembrar o dono da voz, conseguia aos poucos tentar formar o seu rosto.

- Nico? – sou trazido de volta ao presente momento com a cena do Percy me encarando. – Esta tudo bem? Você está pálido.

Na minha mente a voz não ecoava mais e não consigo mais formar o rosto da pessoa. Eu conheço aquela voz, preciso saber quem era.

- Hã...? – digo ainda tentando focar minha mente. – Ah sim, estou bem. Acho que é porque ainda não tomei café da manhã.

Minto. Não conseguia tirar da minha mente o que tinha acabado de acontecer, meu corpo parecia responder com nostalgia àquela voz e eu sentia uma tristeza ao recordar disso.

- Vamos para casa, você precisa comer algo. – diz ele se afastando de mim e me puxando pela mão.

Não questionei a sua ação e só o acompanhei para o nosso apartamento que estava uma zona. Acordei tão apavorado e preocupado que nem reparei em como um terremoto tinha passado nele.

O resto da manhã foi bem calmo e estranho ao mesmo tempo. Em breves momentos Percy me olhava triste como se a qualquer momento alguém entrasse e me tirasse da sua visão, ficou extremamente grudento comigo, não que estivesse reclamando. Apenas era estranho até para ele.

As aulas na faculdade foram tranquilas, mas mais uma vez minha atenção estava sendo distraída por causa dos meus sonhos e a voz que se fez presente hoje de manhã. Pela primeira vez a ideia de descobrir quem eu era e quem eram meus pais se mostrou persistente. Será que eu realmente precisava saber quem eles eram...? Digo, não é como se eu fosse voltar para lá, eu só queria saber quem eu era.

Mas como eu ia conseguir isso? Eu só tinha duas coisas para me ajudar: o anel que foi deixado comigo e os meus sonhos. E nenhum deles faziam qualquer sentido.

Sally sempre confirmou que não sabia nada sobre meus pais e que as mulheres do orfanato apenas diziam que eu apareci na porta delas sem memória. Ninguém nunca foi me procurar e eu jamais toquei no nome de alguém.

Jason? Não, ele não poderia saber de algo. Nunca tocou no assunto do meu paradeiro. Como era também adotado, se começasse a falar sobre o meu passado acabaria recordando do seu. Não sabia muito dele antes de ser adotado, apenas dizia que seus pais haviam morrido em um acidente e como os Jackson’s eram amigos deles, acabaram acolhendo-o.

Percy? Jamais. Lembro-me das vezes que pedia para me ajudar a recordar quem era, dizia sempre que não via necessidade naquilo já que agora eu estava em uma nova família e tinha a questão do medo dele de me perder. Se pedisse a ajuda dele certamente iria agir igual no dia que a Hazel me ofereceu sua ajuda.

Hazel. Sim, a garota dos cabelos enrolados e olhos brilhantes. Ela disse que me ajudaria a descobrir sobre meus pais e ainda me lembrava da sua expressão de terror quando ouviu meu sobrenome. Ela sabia de algo, eu sentia isso. Apenas ficou apavorada quando Percy a tratou daquele jeito, porém já havia pedido desculpas.

Preciso falar com ela.

Assim que o sinal da última aula toca saio depressa. A garota estava me evitando desde o dia que conversamos, não podia deixar que escapasse hoje. Aproveitaria que Percy iria direto daqui para o trabalho e que tinha alguns minutos ainda para o meu.

- Nico espera! – ouço Reyna me chamando e decido esperar por ela. – Céus... Aonde você vai com tanta pressa?

- Preciso falar com a Hazel, você a viu? – digo olhando ao redor procurando por ela.

- Hazel? Ela acabou de sair. – diz ela ofegante.

Viro-me depressa para correr até a entrada quando acidentalmente acabo me esbarrando em alguém.

- Desculpa. – digo olhando para a pessoa.

Meu corpo gela ao fazer isso. Na minha frente via uma mulher de cabelos loiros um pouco enrolados, olhos cinzentos e com milhares de livros na mão. Annabeth.

Não fique olhando para ela estático Nico.

- Me desculpa. – digo dessa vez mais baixo. Ficar perto de Annabeth ainda me intimidava sempre, pensei que a qualquer momento ela poderia mais uma vez fazer um escândalo.

- Tudo bem. – diz ela firme e logo se vira, mas antes consigo ver em seu rosto um sorriso se formando. Não era de felicidade e sim malicioso, como se lembrasse algo que a fizesse ficar muito feliz.

- O que deu nela? – ouço Reyna falando do meu lado. – Parece que a festa foi boa para ela.

- Você foi? – digo ainda encarando o corredor.

- Eu? Não. – diz ela sorrindo. – Preferi ficar em casa com a minha Netflix.

- O Percy foi. – digo sem pensar.

O que estava acontecendo comigo?

- Você não esta achando isso né? Nico, é o Percy. Ele tem mais raiva dela do que qualquer pessoa. Para de pensar besteira. – diz ela me acalmando.

Ela tinha razão, de onde eu tinha tirado aquela ideia? Nunca que algo assim aconteceria.

- A Hazel. – digo e continuo andando até a portaria.

Logo à frente avisto a garota esperando por alguém que deduzo ser seu namorado asiático. Tinha que aproveitar a oportunidade antes que ela fugisse.

Acelero meu passo e assim que ela me avista vejo desviar o olhar e seu corpo enrijecer.

- Hazel. Preciso falar com você. – digo já na frente dela.

- Não sei se deveríamos nos falar Nico... Seu irmão não gosta que conversamos. – diz ela ainda olhando para o lado. Parecia nervosa com a minha presença.

- Ele foi trabalhar e eu preciso mesmo falar com você. – digo insistindo.

- Eu não sei... – ela ainda encolhia o corpo.

- Hazel por favor, eu preciso da sua ajuda. Eu não aguento mais isso. – digo jogando todas as cartas na mesa. – Você disse que me ajudaria a descobrir quem eu era, é a única que pode me ajudar agora.

Ela não responde de imediato, parecia pensar em algo. Logo, pega seu celular e pareceu mandar uma mensagem para alguém, assim que termina finalmente olha para mim.

- Tudo bem, mas vamos para outro lugar. – ela então puxa meu braço me tirando da entrada da faculdade.

Por sorte ela acaba me levando para uma lanchonete perto do meu trabalho. No caminho todo não trocamos nenhuma palavra, ela estava nervosa e pensativa. Pedimos um lanche e nos sentamos em uma mesa em frente a parede de vidro.

- Preciso que você me conte tudo o que se lembra. – surpreendo-me com a sua atitude. Parecia determinada agora e sem medo.

-Não me lembro de muita coisa... É tudo confuso na minha mente. – digo respirando fundo, lembrar daquelas coisas eram horríveis e faziam minha cabeça doer.

Respire fundo Nico e conte tudo a ela.

Então eu conto tudo o que me lembrava a ela, desde a minha chegada no orfanato, os sonhos que tinha, como conheci os Jackson até o presente momento.

Ela era uma boa ouvinte, não me interrompeu nenhuma vez e apenas assentia com a cabeça quando perguntava se ela estava entendendo tudo. Às vezes pegava na minha mão quando parecia me alterar ou tremer, seu toque era delicado e doce.

- Eu só consigo me lembrar disso... E eu nem sei se isso é verdadeiro. – digo suspirando e engolindo o último gole de refrigerante. – Você da ultima vez ficou assustada quando ouviu meu sobrenome, conhecia minha família Hazel?

Aquela última pergunta pareceu fazer seu corpo enrijecer. Não respondeu de imediato, parecia pensar.

- Nico... Eu acho que seus sonhos não são apenas sonhos. – diz ela respirando fundo. – Eu... Eu não posso te ajudar ainda.

- Como assim ainda? – digo confuso. – Hazel, por favor. Eu cansei de acordar todos os dias sem saber quem eu sou. Preciso da sua ajuda.

- Você tem certeza disso Nico? – diz ela me olhando firme.

Por que hesitava tanto em me ajudar?

- Tenho certeza, eu preciso disso. – digo encarando seus olhos.

- Tudo bem. – ela suspira firme. – Mas não vamos procurar a ajuda de ninguém ainda, preciso que você faça algo antes.

- O que? – digo rápido.

- Precisa parar de tomar seus remédios. Se você realmente tem esses sonhos... Precisa ter mais. Não parecem ser apenas sonhos, podem ser alguns fragmentos do seu passado. Não tudo eu acho, mas algumas partes. Acredito que seus remédios estão tirando eles.

- Mas se eu... – digo pensando o que me aconteceria se parasse de tomar eles.

- Eu sei, mas é a única coisa a se fazer. Ainda quer fazer isso? – diz ela ainda tentando me convencer a desistir.

Preciso ir até ao fim agora.

- Tudo bem, mas e depois? – digo.

- Vamos procurar algum psicólogo. Ele pode ajudar a gente nisso tudo. – diz ela anotando algo no papel. – Me encontra daqui a dois dias nesse lugar.

- Por que você não me fala logo o que aconteceu? – digo confuso, era muito simples.

- Essa é a melhor forma... – diz ela respirando firme. – Preciso ir agora. Você vai contar para o seu irmão sobre isso...?

Se eu contasse para o Percy tenho certeza que ele ficaria histérico e que impediria que eu falasse com ela de novo, não é como se eu fosse esconder para sempre isso. Era até eu descobrir as coisas...

- Ainda não... Eu preciso ter certeza do que esta acontecendo. – digo respirando fundo.

- Tudo bem... A gente se fala amanhã Nico, lembre de não tomar os remédios. – diz ela dando um beijo em minha testa. Não entendia todo aquele carinho. – Se cuida.

Estava na hora de descobrir quem era Nico Di Angelo.

(...)

Depois do trabalho corro para a farmácia e compro alguns remédios para dor de cabeça e insônia. Nessas horas era bom ter o meu atestado.

Se fosse encarar aquele sonho precisaria de todos os remédios possíveis para me deixar em um sono profundo. Sabia que era arriscado aquilo, toda vez que tinha um sonho ficava perturbado e meu corpo ficava afobado, mas eu precisava de respostas e se aqueles outros remédios realmente os inibiam precisaria dar um fim a eles.

Assim que chego a casa agradeço por Percy trabalhar até mais tarde assim não teria que explicar e ele as coisas.

Vou até o quarto e tiro da gaveta os meus remédios, fico encarando-os por um breve momento. Quando disperso meus pensamentos vou até o banheiro e jogo todos os comprimidos na privada e dando descarga.

Agora não tem mais volta.

Respiro fundo e vou até a sacola e pego os remédios que tinha acabado de comprar. Quantos têm que tomar? Um ou dois? Ah isso não importa, eu só preciso dormir.

Pego três comprimidos e tomo todos.

Deuses, que eu não passe mal com isso.

Só lembrei-me de ler a bula depois de já ingeri-los.

Se acalme Nico, se acalme.

Escondo a sacola em minha bolsa da faculdade e logo me deito na cama. Tive sorte que os remédios estavam dando um efeito imediato, sinto meus olhos pesados e logo sou entregue aos meus sonhos.

(...)

- Eu não acredito que você fez isso! – ouço a voz de uma mulher.

Abro meus olhos e vejo que mais uma vez estou no mesmo ambiente dos meus sonhos. Parecia que estava escondido atrás de uma porta, onde conseguia apenas ver uma pequena fresta da porta aberta.

- Eu não tive escolha, eles iam vir atrás de mim! – uma voz de homem agora se faz presente.

- Você é... Você é doente! Eu deveria ir embora daqui! – a mulher parecia nervosa e prestes a chorar.

- Você ainda não pode ir embora, preciso que fale com o seu pai. – o homem parecia mais desesperado. – Preciso do dinheiro dele.

- Só pode ser brincadeira isso... Mais dinheiro? Aquele não foi o suficiente?! Você se esqueceu que tem um filho para criar?

- Se eu não der o dinheiro a eles tudo está perdido! – ouço agora uma cadeira se arrastar no chão. – Maria, você precisa me ajudar.

- Não encosta em mim! Eu não vou te dar mais nenhum dinheiro. Vou embora daqui!

- Você não pode ir, entendeu? – a voz do homem agora estava nervosa. – Eu preciso desse dinheiro o mais rápido possível e você vai me dar ele.

- Eu tenho nojo de você. – a voz da mulher estava firme.

A cena que via agora era de um barulho de um tapa sendo depositado na cara de alguém. Em seguida consigo enxergar um pouco embaçado um corpo de uma mulher de chão. O silêncio se fez presente no ambiente.

- Maria eu não queria... – o homem dessa vez parecia calmo.

- Não encosta em mim! Saí daqui! – conseguia ouvir soluços vindos em meio as suas palavras. – EU DISSE PARA SAIR!!

O homem não responde e o silêncio se faz presente de novo no ambiente.

- Eu volto amanhã esperando o dinheiro. – agora escuto um barulho de uma porta se fechando.

A mulher no chão ainda chorava de soluçar. Conseguia sentir a dor dela.

- Mamãe? – dessa vez era eu que falava.

- Nico? – os soluços pararam e a mulher ainda com o rosto embaçado parecia me olhar. – Meu amor, você não está dormindo?

- Mamãe... Você esta chorando. – a porta na qual eu estava escondido se abre e eu vou até a mulher que agora parecia reunir forças para levantar, mas eu ainda não conseguia ver o seu rosto nítido. – Por que você esta chorando?

- Oh meu amor. – ela agora me abraçava. – A mamãe só ta cansada, vai ficar tudo bem ok? Vamos dar um jeito de sair daqui.

- Mas e o papai? – digo.

- Seu pai... Ele vai vir depois. – a mulher agora se afasta do meu abraço e parecia encarar meus olhos. – Nico, eu te amo viu? Não vou deixar que nada te aconteça. A mamãe te ama.

A cena na minha frente agora começa a embaçar mais. Eu queria gritar, chamar por ela. Porém em seguida, antes de despertar apenas consigo ouvir o som de dois tiros serem disparados.

Acordo gritando e com a respiração acelerada.

Não, não, não. Eu não posso acordar agora, preciso voltar para o sonho. Ela... Ela...

Sinto meu corpo tremer e minha respiração ficar mais ofegante. Olho ao redor e vejo que estava de noite já e pelo que indicava Percy não havia chegado do trabalho ainda.

Não consigo focar em um só pensamento, uma avalanche de sentimentos começam a invadir o meu corpo: medo, dor, tristeza, desespero, saudade.

Ia levantar da cama para pegar mais uma remessa de remédios para dormir de novo quando uma ânsia de vômito toma o meu corpo e eu avanço para o banheiro jogando tudo o que tinha para fora. Minha cabeça, meu corpo e meu coração doíam. Eu tenho que voltar para os meus sonhos. Como era o seu nome mesmo...?

Continuo agachado no vaso jogando tudo para fora quando escuto a porta do apartamento abrir.

- Nico? – escuto a voz do Percy de longe.

- Eu to... – tento dizer, mas sou impedido com mais uma onda de vômito.

Ele parece escutar o barulho, pois escuto seus passos se aproximando.

Maria... Sim, esse era o nome dela. Maria é...

Ia concluir meu pensamento quando vejo minha visão a frente embaçar e tudo ficar preto em seguida.


Notas Finais


~Monogatari
Eita... O Percy não contou pra ele ainda :x isso vai dar uma grande merda que, deuses, quero nem ver. Agora vejamos, Nico também está escondendo muitas coisas dele. Isso nunca acaba bem né?
Vamos finalmente descobrir o papel da Hazel nisso tudo :3

Remédios demais Nico... Muitos remédios .-.
E esses sonhos do Nico em... O que vocês acham deles? Ilusões, confusões do passado ou realmente lembranças? Acho que vocês já perceberam que eu amo um mistério né? HAHAHA Enfim, não esqueçam de comentar meus amores. Amo ler cada um *--*
Por fim, eu amo vocês demais ❤

~Liilyca
Nico nervoso é tão ❤ shuasahusahu fofo demais! Dá neles Nico, merecem u.u
Jason com seu senso de humor negro u.u quis matar ele uhsasuhauhsa sacana! Mas eu ainda amo ❤

Eae será que o Percy vai contar? E esses sonhos malucos do Nico!?

Hazel sendo mais uma vez a pecinha chave em toda essa historia. afinal ela está ajudando ou atrapalhando!? pedir para parar de tomar os remédios não parece muito motivador parece? O que vocês acham!?

Finalmente ele se lembrou do nome "Maria" aaah.... Isso ainda vai render ;x

Obrigada por tudo meus amores! Amamos vocês ❤


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